terça-feira, 15 de julho de 2014

capitalismo global

oligarchyDo ponto de vista da justiça social e da distribuição de riquezas, o capitalismo é um retumbante fracasso – e isso quem afirma cada vez mais são os próprios defensores do sistema e não os seus críticos contumazes. Tanto isso é verdade, que nesta última semana, grandes figuras da elite mundial se reuniram em Londres para debater uma forma de tornar o mercado livre menos destrutivo, depois dos comentários feitos pelo economista francês Thomas Piketty de que o capitalismo vem concentrando renda, em vez de distribui-la. 

É interessante notar que cada vez mais os governantes dos países, eleitos para representar os interesses dos seus povos, estejam alijados das discussões econômicas internacionais, efeito da globalização internacional que desprestigia os Estados nacionais. Na mencionada reunião, por exemplo, tivemos o príncipe Charles servindo como cicerone para figuras como o ex-presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton; Lynn Forester, CEO do conglomerado Rothschild; Madsen Pirie, fundador e presidente do Instituto Adam Smith, que defende o livre mercado, entre outras figuras da mesma estirpe. Nenhum representante do trabalho, nenhum presidente eleito pelo povo – apenas uma pequena elite global definindo os rumos de trilhões de dólares e bilhões de pessoas. 

Em 2008 o ex-subsecretário de relações internacionais do governo Clinton, David Rothkopf, já tinha escrito um livro chamado Superclasse – a elite que influencia a vida de milhões de pessoas pelo mundo, onde chamava a atenção dos perigos do crescimento dessa pequena elite global que paira acima dos governos nacionais – e que portanto, está fora do seu controle. 

Rothkopf estima que hoje existam cerca de 6 ou 7 mil pessoas ao redor do mundo (literalmente, uma em um milhão) com um poder de influenciar e decidir sobre a vida de milhões de pessoas. É uma elite global bastante diversificada, que conta com pessoas que vão desde megaempresários como Donald Trump, passando pelos líderes religiosos como o papa, artistas como Bono Vox até chegar em ex-presidentes que mantiveram a sua influência mundial, como o próprio Bill Clinton. Mas as que mais decidem na economia são os CEOs das maiores empresas do mundo, representantes dos banqueiros e figuras ilustres que representam o capitalismo mundial – somente o grupo de pessoas dessa reunião de Londres controla US$ 30 trilhões (R$ 67 trilhões) em ativos globais, ou cerca de 14 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. 

É fácil de entender que as pessoas que tentam melhorar as desigualdades provocadas pelo capitalismo e suas facetas políticas – democracia burguesa, globalização – são parte do problema, e não da solução. O capitalismo não sobreviverá com uma maquiagem social enquanto produzir o tipo de civilização dividida entre os ricos que dominam as riquezas mundiais e os despossuídos que vivem num mundo de injustiças e misérias. O primeiro passo para o resgate da soberania é a retomada das decisões globais no âmbito dos governos nacionais eleitos pelo voto dos seus eleitores. Ou cada vez mais, as eleições serão mesmo tomadas como uma grande farsa da democracia, tendo em vista que grande parte das decisões são tomadas em gabinetes fechados regadas a charutos e uísque. 


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