São Paulo – Uma tabela de preços para empresas interessadas em decisões favoráveis no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Carf, foi descoberta por meio de escutas telefônicas pela Operação Zelotes, da Polícia Federal.
Obtido e divulgado pela Folha, o relatório das escutas mostra que a propina do esquema variava de R$ 30 mil a R$ 50 mil, para a paralisação da sessão de julgamento, a R$ 500 mil, para a compra de decisões finais favoráveis.
A investigação leva a crer que lobistas teriam convencido membros do Carf a participar da operação.
A suspeita é que o esquema tenha tirado da União até R$ 19 bilhões, valor das multas de 74 processos que estão sendo investigados pela PF e Ministério Público.
Três vezes mais
Deflagrada no final de março, a Operação Zelotes da Polícia Federal investiga um esquema de sonegação fiscal de grandes empresas com uma quadrilha que atuava dentro do Carf.
A entidade é um tribunal administrativo formado por representantes da Fazenda e dos contribuintes (empresas) que julga hoje processos que correspondem a R$ 580 bilhões.
A Polícia já confirmou prejuízo de R$ 6 bilhões aos cofres públicos – valor três vezes ao desviado da Petrobras pelo esquema deflagrado pela Operação Lava Jato, de R$ 2,1 bilhões.
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