quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ns EUA pode no Brasil não


MrFortalezaDigital:
Crianças de 12 anos de idade estão sendo empregadas na colheita de tabaco em fazendas nos Estados Unidos, despertando críticas de ativistas que combatem o trabalho infantil.
Ativistas não esperam que EUA mudem lei, mas pressionam fazendeiros.

A prática é legal nos Estados Unidos - crianças podem trabalhar até 72 horas por semana, sempre fora do horário escolar.
No entanto, uma das crianças relatou à BBC ter trabalhado por períodos de até 14 horas em uma fazenda no Estado da Carolina do Norte. Outra...
imagem não exibida

esqueleto mais antigo das Américas

Descoberto no México o esqueleto mais antigo das Américas

Em Washington
  Daniel Riordan Araujo/EFE
  • Esqueleto humano que pode ser o mais antigo do continente americano foi encontrado no México Esqueleto humano que pode ser o mais antigo do continente americano foi encontrado no México
Um esqueleto humano, com 12 a 13 mil anos de antiguidade, o mais antigo do continente americano, foi encontrado em uma caverna inundada no Estado mexicano de Quintana Roo, na Península de Yucatán (leste do México), informou nesta quinta-feira (15) o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH).
"É o resto humano mais antigo que se conhece na América", pois foi datado entre 12 e 13 mil anos, disse em coletiva de imprensa a diretora-geral do INAH, Maria Teresa Franco, destacando que se trata do elo que faltava para confirmar o vínculo existente entre os primeiros povoadores da América e grupos de indígenas contemporâneos nesse continente.
O esqueleto, que pertenceu a uma adolescente que caiu em um buraco, oferece novas pistas sobre as origens dos primeiros nativos americanos, anunciaram cientistas nesta quinta-feira em estudo publicado na revista científica americana "Science".

Ampliar

Veja imagens de Ciência do mês (Maio/2014)32 fotos

31 / 32
ESQUELETO MAIS ANTIGO DA AMÉRICA - Uma pesquisadora trabalha em uma caverna inundada no estado mexicano de Quintana Roo, na Península de Yucatán (leste do México), em foto tirada em 15 de junho de 2013, divulgada em 15 de maio pela National Geographic. No local, foi encontrado um esqueleto humano, com 12.000 a 13.000 anos de antiguidade, o mais antigo do continente americano Paul Nicklen/National Geographic/Reuters
Chamada de "Naia" pelos cientistas, o esqueleto da jovem é o mais bem preservado das Américas.

Seus restos foram encontrados em 2007, submersos em uma caverna subaquática, junto com ossos de tigres-dentes-de-sabre, preguiças gigantes e ursos das cavernas, cerca de 41 metros abaixo do nível do mar.

Na época em que ela caiu, a região, conhecida como Hoyo Negro (Buraco Negro, em espanhol) era seca e sobre a superfície.

O degelo de glaciares provocou um aumento no nível do mar que cobriu o buraco com água nos últimos 8.000 anos.

A menina tinha entre 15 e 16 anos e pode ter escorregado e caído naquilo que pareceu para ela, e para os animais que tiveram o mesmo fim, um buraco cheio d'água.

Sua pélvis parece ter se quebrado com o impacto, sugerindo que ela teria morrido logo após a queda, explicou Jim Chatters, arqueólogo e antropólogo forense em Bothell, Washington.

Seu crânio demonstra que ela tinha um rosto pequeno e estreito, olhos separados, uma testa proeminente e dentes que se projetavam para fora.

Sua aparência era "quase o oposto daquela dos nativos americanos", disse Chatters a jornalistas.

Mas um marcador genético encontrado no osso da costela da menina e nos dentes mostrou que sua linhagem materna era a mesma encontrada em alguns nativos americanos modernos.
Ampliar

Crânios sugerem que primeiros hominídeos pertenciam à mesma espécie12 fotos

1 / 12
Análise completa de crânios de aproximadamente 1,8 milhão de anos sugere que os primeiros hominídeos, classificados em diferentes espécies - "Homo habilis", "Homo rudolfensis", "Homo erectus", por exemplo -, na verdade pertencem à mesma espécie. O estudo será publicado na revista Science desta sexta-feira (18). Segundo pesquisadores que encontraram cinco crânios que datam da mesma época, em Dmanisi, na Geórgia, país situado no Cáucaso, as diferenças entre eles não são maiores do que as diferenças entre cinco crânios de humanos de hoje em dia. Assim, os hominídeos só teriam aparências diferentes. Eles chegaram a esta conclusão por causa do crânio 5 que combina uma pequena caixa craniana com uma face alongada e grandes dentes - características que nunca foram observadas no mesmo crânio de hominídeo antes Leia mais M. Ponce de León/Ch. Zollikofer, University of Zurich, Switzerland

Origens na Ásia

O estudo sugere que ela teria descendido de pessoas que migraram da Ásia pelo Estreito de Bering sobre uma massa de terra que era conhecida como Beríngia.

"O que este estudo apresenta, pela primeira vez, é a evidência de que os paleoamericanos com aquelas características distintas também podem ser diretamente vinculados à mesma população originária da Beríngia que a dos americanos contemporâneos", disse Deborah Bolnick, professora assistente da Universidade do Texas, em Austin.

Isto contraria as teorias de alguns especialistas, segundo os quais os nativos americanos descenderam de pessoas que migraram depois, talvez da Europa, do sudeste da Ásia, ou da Austrália.

"Eu costumava ser um daqueles defensores dos eventos das imigrações múltiplas", afirmou Chatters, um arqueólogo mais conhecido por seu trabalho sobre o Homem de Kennewick, restos de crânio e esqueleto de 9.800 anos encontrados no estado americano de Washington.

Chatters acreditou inicialmente que o Homem de Kennewick descendia de colonos europeus, porque seu crânio não parecia com o de um rosto de um nativo americano típico.

Uma pesquisa subsequente e exames de DNA feitos em Naia mudaram, porém, sua forma de pensar sobre a origem dos primeiros nativos americanos.

A equipe internacional de cientistas que trabalha em Naia identificou apenas um marcador genético de seu DNA mitocondrial, chamado haplogrupo mtDNA D1.

"O haplogrupo D1 se derivou de uma linhagem asiática, mas é encontrado apenas nos americanos de hoje", explicou Bolnick.

"Aproximadamente 11% dos nativos americanos possuem esta linhagem genética", acrescentou.

"É encontrado em toda a América do Norte, Central e do Sul, e esta linhagem, a D1, é especialmente comum em algumas populações sul-americanas", prosseguiu.

Bolnick disse que sua análise nesse ponto não pode excluir a possibilidade de que outros povos primitivos, conhecidos como paleoamericanos, venham de lugares diferentes da Beríngia, mas até agora essa evidência não sustenta esta possibilidade.

Naia é o sexto ser humano mais antigo encontrado nas Américas, acrescentou Chatters.

Futuras pesquisas visam a decodificar seu DNA nuclear, o que deverá revelar mais detalhes sobre sua ancestralidade.

Notícias relacionadas

quarta-feira, 14 de maio de 2014

tucanos não...


Farsa é, 14 anos depois, admitir a compra de votos para aprovar a reeleição em 98 , mas dizer que não sabe quem comprou. Isso enquanto aponta o dedo e o verbo para as compras agora em julgamento. A compra de votos existiu em 97. Mas não deu em CPI, não deu em nada.

Farsa é fazer de conta que em 98 não existiram as fitas e os fatos da privatização da Telebras. É fazer de conta que a cúpula do governo não foi gravada em tramóias escandalosas num negócio de R$ 22 bilhões. Aquilo derrubou um pedaço do...
imagem não exibida
Bob Fernandes discute porque só o "Mensalão" do PT foi parar no STF, enquanto os dos tucanos não, assim como a Compra da Reeleição por FHC, a privatiaria da Telebrás, etc.
Segue o video onde o analista político Bob Fernandes discute porque apenas o "Mensalão" do PT chegou ao Supremo enqua...

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Bob Fernandes discute porque só o "Mensalão" do PT foi parar no STF, enquanto os dos tucanos não, assim como a Compra da Reeleição por FHC, a privatiaria da Telebrás, etc.



Segue o video onde o analista político Bob Fernandes discute porque apenas o "Mensalão" do PT chegou ao Supremo enquanto escândalos muito piores foram poupados, especialmente pela mídia:



Bob Fernandes: Só o "Mensalão" acabou na justiça



Segue a transcrição do comentário de Bob Fernandes:



Há quem diga ser uma farsa o julgamento do chamado "mensalão". Não, não é uma farsa. É fruto de fatos. Ou era mesada, o tal "mensalão", ou era caixa dois. Mas não há como dizer que há uma farsa. E quem fez, que pague o que fez. A farsa existe, mas não está nestes fatos.

Farsa é, 14 anos depois, admitir a compra de votos para aprovar a reeleição em 98 -Fernando Henrique-, mas dizer que não sabe quem comprou. Isso enquanto aponta o dedo e o verbo para as compras agora em julgamento. A compra de votos existiu em 97. Mas não deu em CPI, não deu em nada.

Farsa é fazer de conta que em 98 não existiram as fitas e os fatos da privatização da Telebras. É fazer de conta que a cúpula do governo não foi gravada em tramóias escandalosas num negócio de R$ 22 bilhões. Aquilo derrubou um pedaço do governo tucano. Mas não deu em CPI. Ninguém foi preso. Não deu em nada.

Farsa é esquecer que nos anos PC Farias se falava em corrupção na casa do bilhão. Isso no governo Collor; eleito com decisivo apoio da mídia. À época, a polícia federal indiciou 400 empresas e 110 grandes empresários. A justiça e a mídia esqueceram o inquérito de 100 mil páginas, com os corruptos e os corruptores. Tudo prescreveu. Fora o PC Farias, ninguém pagou. Isso foi uma farsa.

Farsa foi, é o silêncio estrondoso diante do livro "A Privataria Tucana". Livro que, em 115 páginas de documentos de uma CPI e investigação em paraísos fiscais, expõe bastidores da privatização da telefonia. Farsa é buscar desqualificar o autor e fazer de conta que os documentos não existem ou "são velhos". Como se novas fossem as denúncias agora repisadas nas manchetes na busca de condenações a qualquer custo.

Farsa é continuar se investigando os investigadores e se esquecer dos fatos que levaram à operação Satiagraha. Operação desmontada a partir da farsa de uma fita que não existiu. Fita fantasma que numa ponta tinha Demóstenes Torres e a turma do Cachoeira. E que, na outra ponta da conversa que ninguém ouviu, teve o ministro Gilmar Mendes.

Farsa é, anos depois de enterrada a Satiagraha, o silêncio em relação a US$ 550 milhões de dólares. Sim, por não terem origem comprovada, US$ 550 milhões continuam retidos pelo governo dos EUA e da Inglaterra. E o que se ouve, se lê ou se investiga? Nada. Tudo segue enterrado. Em silêncio.

O julgamento do chamado "mensalão" não é uma farsa. Farsa é isolá-lo desses outros fatos todos e torná-lo único. Farsa é politizá-lo ainda mais. Farsesco é magnificá-lo, chamá-lo de "maior julgamento da história do Brasil".

Farsa não porque esse não seja o maior julgamento. Farsa porque se esquecem de dizer que esse é o "maior" porque não existiram outros julgamentos. Por isso, esse é o "maior". Existiram, isso sempre, alianças ideológicas, empresariais, na luta pelo Poder. Farsa porque ao final prevaleceu, sempre, o estrondoso silêncio 

Previne câncer, demência e infarto


O que é? O que é? Previne câncer, demência e infarto. Faz muito bem pra pele se manter jovem. Quem já sabe escreve nos comentários. Veja como preparar e conheça várias receitas: http://bit.ly/descubra-tudo_MV
imagem não exibida

CN: 171 ?!


Encontra Brasil
A melhor montagem já feita na história do Brasil. #EncontraBrasil   #Brasil

http://www.encontrabrasil.com.br/
imagem não exibida

Programa Papo cabeça: Papo Cabeça n 28 parte 2

Programa Papo cabeça: Papo Cabeça n 28 parte 2: Programa papo cabeça nº 28 - Radio difusora Sul FM 105,1  -   2 de março de 2014 www.programapapocabecaitz.blogspot.com   -  Facebook/pro...

"Discurso do medo"


Altamiro Borges

quarta-feira, 14 de maio de 2014

"Discurso do medo" hoje faz sentido

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
O marqueteiro do PT, João Santana, já esperava que, após a veiculação na tevê do vídeo de 1 minuto do PT acenando com “fantasmas do passado”, a mídia tucana dissesse o que o seu candidato a presidente, Aécio Neves, não poderia. Ou seja: que o PT, 12 anos depois, usa o discurso que o PSDB usou na campanha eleitoral de 2002, o dito “discurso do medo”.

Santana, porém, não deu bola para o que a mídia diria pelas razões que este post passa a elencar. Antes de maiores explicações, porém, para quem não viu vale a pena ver, aqui, a peça publicitária levada ao ar pelo PT na última terça-feira (13). O post continua logo abaixo.

A coluna de Fernando Rodrigues na Folha de São Paulo de quarta-feira, 14 de maio, mostra o tom que Globos, Folhas, Vejas e Estadões adotaram para desqualificar a discussão que o PT está propondo.




O discurso eleitoral tucano de 2002, porém, à diferença do de hoje ganhou cara e nome. Coube à militante tucana Regina Duarte, durante a campanha em segundo turno (outubro), levar à TV o discurso de que, se Lula vencesse a eleição – e, então, estava vencendo –, o país poderia “voltar ao passado”, ou seja, a ter inflação, que a atriz afirmava que teria sido debelada pelo PSDB.

Abaixo, lembranças do protagonismo de Regina 12 anos atrás. O post prossegue em seguida.









A verdade, porém, é que a inflação não fora debelada pelo PSDB – e, sim, pelo PMDB de Itamar Franco – e tampouco fora “debelada” – em 2002, o IPCA acumulou alta de 12,53%.

Porém, a questão, aqui, é o uso pelo PT do que seria “o mesmo discurso do medo” alardeado em 2002 por Regina Duarte, quem, à época, ganhou na Folha de São Paulo, na coluna de José Simão, o apelido de “apavoradinha do Brasil”. Pelo que tinha de ridículo aquele discurso, vale rever, abaixo, comentário de Simão em sua coluna de 18/10/2002 naquele jornal.

“Continua o babado da Regina Duarte com medo do Lula! Um amigo meu acordou hoje com menopausa lulafóbica! E um cara mandou avisar pra Regina que medo é a gente estar no Jardim Ângela, numa rua mal iluminada, às três da madrugada, e o último busão acabou de passar! E tem a foto dela no poste! Rarará!

E agora só falta eles contratarem a Dercy Gonçalves dizendo que, se o Lula ganhar, as coisas vão ficar iguais à perereca dela. Socorro! Terrorismo! Eu tenho medo da perereca da Dercy. E adorei o apelido que o Tutty Vasques deu pra ela: Apavoradinha do Brasil! Mas tem um outro: Regininha Poltergeist. Rarará”

O discurso de Regina, do PSDB e, então, da mídia (em peso) era mesmo ridículo porque não passava de exercício de futurologia e, como o tempo mostraria, falso como uma nota de 3 reais – Lula venceu, reduziu a inflação, melhorou a economia e reduziu a pobreza e a desigualdade como “nunca antes na história deste país”, conforme uma vastidão de estudos comprova.

Hoje, não. O discurso petista sobre “fantasmas do passado” faz todo sentido do mundo porque permite ao povo, que a mídia tucana diz que o PT quer “assustar”, verificar se faz sentido ter medo do que o PSDB fará se voltar ao poder.

Olhando o passado, dá medo mesmo. Além da inflação de 12,53% (IPCA), em 2002 o desemprego bateu recorde no Brasil, atingindo 12,6%. Confira, abaixo, a evolução da taxa de desemprego no Brasil nas últimas décadas. O post prossegue em seguida.



Os tucanos irão dizer que o governo FHC foi marcado pelo desemprego devido à “crise” que vigia à época. Argumento absolutamente ridículo quando se lembra que Lula e Dilma mantiveram o desemprego baixo durante a maior crise econômica da história, a partir de 2008.

Mas não é só a volta do desemprego e da inflação que assusta. A economia penou muito durante a era FHC. Tanto que não se entende por que o “mercado”, ou seja, os grandes empresários e financistas adotaram Aécio Neves como seu candidato a presidente. Eles sofreram menos que o povo quando o PSDB governava o Brasil, mas também sofreram.

Recentemente, gráfico divulgado no Facebook pelo perfil deste que escreve espalhou-se como fogo pelo que tem de preocupante no que diz respeito à mais tênue possibilidade de Aécio Neves, o candidato da mídia e dos grandes empresários, eleger-se presidente. O gráfico abaixo mostra a quebradeira de empresas que marcou a era FHC. Depois dele, o post prossegue.



Como se pode ver, chega a ser um haraquiri eleitoral dos grandes empresários eles quererem que o PSDB volte ao poder.

E ainda não é só isso. Não é só o olhar no passado que faz temer a eleição de Aécio. O presente também gera preocupação. As palavras do pré-candidato tucano e dos que o cercam também assustam. Em recente entrevista ao Estadão, o presidente do Banco Central de FHC, Armínio Fraga, provável ministro da Fazenda em um eventual governo tucano, afirmou que o PSDB adotaria “medidas impopulares”, caso voltasse ao poder.

Essas medidas iriam “conter a inflação”, mas ao custo de aumento de juros, redução de investimentos, em suma, de um arrocho econômico que inibiria o poder de compra do trabalhador e, assim, reduziria uma inflação que hoje pode não ser tão desprezível, mas que há uma década fica todo ano dentro da meta do Banco Central, à diferença do governo FHC.

Sim, há razão para temer a volta do passado com a improvável, porém jamais impossível, eleição de Aécio Neves presidente. Não pelas conjecturas mentirosas e irresponsáveis do PSDB de 2002, mas por fatos muito, muito, mas muito concretos mesmo. Fatos que qualquer um pode verificar e dos quais este post ofereceu uma bela amostra.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Pensamento Gonzalo


GEA Cipriano Barata:
Novo verbete do blog. Dessa vez com a colaboração de Lúcio Junior Espírito Santo escrevendo sobre Pensamento Gonzalo. Comentem curtam e compartilhem.http://geaciprianobarata.blogspot.com.br/2014/05/pensamento-gonzalo-verbete.html
imagem não exibida
Pensamento Gonzalo (Verbete)
“Pensamento Gonzalo” é o nome dado à contribuição do Partido Comunista Peruano ao marxismo, sob a presidência de Manu...

Ver postagem

Pensamento Gonzalo (Verbete)

“Pensamento Gonzalo” é o nome dado à contribuição do Partido Comunista Peruano ao marxismo, sob a presidência de Manuel Rubén Abimael Guzmán Reynoso. “Presidente Gonzalo” é a denominação dada a Guzmán enquanto líder do PCP.
Manuel Rubén Abimael Guzmán Reynoso
Guzmán, originário de Arequipa participou de um partido obreirista nos anos 50, lendo mais Stálin que Lênin. Na cidade de Ayacucho, onde tornou-se professor universitário de Filosofia, entrou no Partido Comunista Peruano, por volta dos anos 1960, quando participou do debate sobre o Stálin, tomando partido da linha chinesa e tendo ido à China, onde esteve ao tempo da Revolução Cultural. De volta ao Peru, entrou na clandestinidade por volta de 1973, abandonando a posição na universidade. Aprendeu quéchua (língua dos índios) e muitos dos estudantes em Ayacucho casaram-se com mulheres de origem indígena, estabelecendo assim verdadeiros laços com os camponeses. Após a saída dos militares do poder, em 1980, finalmente lançaram a guerra popular, sua primeira ação armada foi contra uma zona eleitoral. O exército, muito enfraquecido pela ditadura militar, não podia retornar imediatamente para castigá-los, o que lhes deu considerável vantagem.

Guzmán, filho ilegítimo de um comerciante, teve apoio do pai e foi aceito pela madrasta. Estudou em colégios bons e destacou-se, tornando-se professor de filosofia. Após formado em filosofia com uma tese sobre o tempo e o espaço em Kant, fez também uma pós-graduação sobre o estado democrático burguês. Guzmán teorizou que a revolução peruana significaria um novo ciclo de revoluções mundiais, agora encabeçadas pelo marxismo-leninismo-maoísmo. Stálin é considerado por ele um marxista-leninista e o pensamento Gonzalo, uma aplicação do maoísmo ao contexto específico do Peru. A tese de Kruschev sobre o culto da personalidade é denunciada por ele como revisionista, ou seja, não-leninista nos seguintes termos:

Aqui temos que recordar a tese de Lênin sobre o problema da relação massas-classes-partidos-chefes. Consideramos que a revolução, o partido, a a classe em geral geram chefes, geram um grupo de chefes; em toda revolução tem sido assim. Se pensamos, por exemplo, na Revolução de Outubro, temos Lenin, Stálin, Sverdlov e uns outros homens mais, um pequeno grupo; o mesmo na revolução chinesa, também temos um pequeno grupo de chefes: o presidente Mao Tsetung e os camaradas KangSheng, ChiangChing, Chan Chung-Chao, entre outros. Toda revolução é assim, então isso também se dá na nossa. Não poderíamos ser exceção, ainda que toda regra tenha exceção, aí se trata do cumprimento de leis. Todo processo tem chefes, mas tem um chefe que sobressai dentre os demais, segundo as condições, porque não podemos ver todos os chefes com igual dimensão: Marx é Marx, Lenin é Lênin, o presidente Mao é o presidente Mao, e cada um é irrepetível e ninguém é igual a eles (...). (GUZMAN, 1988).
Assim, a posição de Guzmán a respeito de Stálin está de acordo com a posição de Mao, que por sua vez é, em parte, confirmada pelas pesquisas do professor GroverFurr, de MontclairStateUniversity: Kruschev mentiu em seu famoso relatório:

Kruschev levantou o problema do culto da personalidade para combater o camarada Stálin, mas esse foi um pretexto, como todos sabemos, para no fundo combater a ditadura do proletariado. Hoje mesmo Gorbachev volta a falar no culto da personalidade, como também o fazem os revisionistas chineses Liu Shao-Chi e TengSiao-Ping. Essa é em consequência uma tese revisionista que aponta em essência contra a ditadura do proletariado e contra as liderança e chefes do processo revolucionário, em geral, para decapitá-lo. Em nosso caso, o que há de concreto, para decapitar a guerra popular, nós não teremos ditadura do proletariado e sim um Novo Poder que se desenvolverá segundo as normas da nova democracia, ou seja, de ditadura conjunta de operários, camponese e progressistas. O que em nosso caso apontamos, o que se trata é decapitar; bem sabe a reação e seus seguidores porque o fazem, porque não é fácil gerar chefes e lideranças. E uma guerra popular, assim que se desenvolva no país, precisa de chefes e de liderança, de alguém que a represente e que encabece e de um grupo capaz de comandá-la indubitavelmente. Em síntese, o culto da personalidade é uma sinistra tese revisionista, que não tem nada ver com nossa concepção sobre chefes que se liga ao leninismo (GUZMAN, 1988).
Assim sendo, o Pensamento Gonzalo pode ser resumido como uma aplicação teórica e prática do pensamento de Marx, Lênin, Stálin e Mao. O movimento é gerado a partir do movimento estudantil, transferindo quadros para o campo para que, a partir da guerrilha no campo, cercar as cidades. Para Guzmán, é preciso revolucionar o Estado, não preocupar-se em criar quadros para o velho Estado, que une três entidades doentes: latifúndio, um setor empresarial que se vale do estado como alavanca para lucrar e o capital internacional. Para Guzmán, não adiantam leis agrárias, nada será dado aos camponeses, a terra terá que ser tomada pela mão armada. Para tanto, Guzmán e o PCP organizaram uma escola militar a partir de 1980, militarizando o próprio partido e organizando, a partir dele, um exército popular, disseminando-se pelo país a partir dos núcleos em Ayacucho e agindo até mesmo nos caóticos presídios peruanos, onde as células continuavam a se organizar e os militantes lutavam e estudavam, mesmo estando presos. Isso originou ataques às prisões e massacres de presos em rebeliões como em 1986.

O grande mérito de Guzmán e do PCP foi o de provar a universalidade do maoísmo, aplicando e desenvolvendo uma guerra popular num período de forte descenso da esquerda revolucionária em todo o mundo (1980-92). O PCP tinha atingido, nos anos 80, hegemonia no campo, nas universidades e nas favelas de Lima, muito mais do que o MRTA, de linha cubana.
Abimael Guzmán frisa que não tem sentido fazer, como na Nicarágua, uma frente dizendo que são todos marxistas. Isso, no entender dele, é estar ligado ao social-imperialismo soviético. É preciso um partido comunista para poder realizar, junto com a frente e o exército guerrilheiro, a revolução de nova democracia. A média e a pequena burguesia, no seu entender, precisam ser diferenciadas da burguesia burocrática, que ele não aceita como monopolista. Ele as aceita, desde que depois da revolução.

O movimento encabeçado por Guzmán foi esmagado em 1992, com sua prisão em Lima, além da prisão de todo comitê central. Hoje há remanescentes em luta armada na região de Ayacucho e há também o Movadef, movimento pacifista que tenta participar de eleições, mas no Peru existem leis muito duras que colocam na ilegalidade o “Pensamento Gonzalo”.



Referência: 

Entrevista a El Diario, Peru, 1988.<http://www.solrojo.org/pcp_doc/pcp_0688.htm>.

         
Sobre o Autor:

Lúcio Junior Espírito Santo. Graduado em Filosofia/mestre em Estudos Literários/UFMG). Blog: revistacidadesol.blogspot.com). Bom Despacho, Minas Gerais. Nascido em Uberaba (1974).

e como eu resisto...


Núbia Hausen
A força de um ser humano não está no poder de atacar, mas em resistir aos ataques...
                                                    Núbia Hausen
imagem não exibida

As esquerdas


Redação Pragmatismo
 
 
Esquerda 13/May/2014 às 12:11

As esquerdas seguem perdendo. Qual a razão?

Por que as esquerdas (especialmente, a social-democracia) continuam perdendo?

Vicenç Navarro esquerda direita
Vicenç Navarro
Vicenç Navarro*
O fato de as direitas estarem ganhando e as esquerdas (especialmente, a social-democracia) estarem perdendo se deve a vários fatores. Um, muito importante, é que as direitas têm muito mais dinheiro e, portanto, recursos do que as esquerdas. O capital (termo utilizado apenas aqui por ser considerado “antiquado”) as apoia, lhes dá dinheiro e oferece as grandes caixas de ressonância que são os meios de comunicação e persuasão. Porém, outra causa do pouco êxito das esquerdas é que elas aceitaram, em sua maior parte, os termos e conceitos estabelecidos e promovidos pela direita, por detrás dos quais o capital está. Entre eles está a ideologia liberal (na verdade, neoliberal), que guia a maioria das políticas públicas atualmente apoiadas pelas direitas e reproduzidas (em versão light) pelas esquerdas.
Leia também: Sobre ser de esquerda ou de direita, no Brasil e no mundo
Segundo o discurso neoliberal, os liberais (as direitas) estão a favor do mercado e contra o intervencionismo estatal. Neste discurso, as esquerdas são atacadas por serem anti mercado e estadistas. E como resultado do enorme poder midiático que as direitas possuem, esta interpretação do que são e do que desejam os liberais e as esquerdas é o que se transformou no senso comum. Ou seja, é o que foi levado para a sabedoria convencional do país. E, predizivelmente, amplos setores das esquerdas, chamados “modernizadores” (Blair, Zapatero, Valls e Renzi, entre outros) aceitaram essa visão e têm baseado suas políticas naquilo que a narrativa liberal promovia, isto é, a diluição da intervenção do Estado e a potencialização dos mercados, competindo com as direitas no terreno definido por elas.
E aí está uma das causas do declínio das esquerdas (estou consciente de que agora os veículos de comunicação liberais estão enaltecendo Valls e Renzi, vistos como a grande esperança). Conduzo o leitor a olhar para como evolui o apoio popular dos dois durante seus anos de governo. É fácil prever. Significarão uma derrota mais para as esquerdas modernistas.

Por que este esquema está profundamente equivocado?

As bases empíricas em que se apoia esta versão do que as direitas e as esquerdas fazem estão profundamente equivocadas. As direitas têm sido muito mais intervencionistas e estadistas do que as esquerdas. E suas intervenções diminuíram a dinâmica dos mercados muito mais do que as esquerdas. Os dados que comprovam essa observação são robustos e contundentes. Vejamos alguns casos elucidativos:
1. Um dos livros que tem tido grande impacto nos EUA, “Capital in the Twenty-First Century”(Capital no Século XXI), de Thomas Piketty, mostra claramente que a enorme concentração de capital e de rendas que está acontecendo na maioria dos países da OCED, constituindo a principal causa do crescimento das desigualdades, o que se deve, em parte, às políticas públicas neoliberais aplicadas pelos Estados. Sem essas intervenções públicas, tal concentração não teria ocorrido.
2. Entre tais intervenções públicas, Dean Baker, Codiretor do Center for Economic and Policy Research, destaca os 216 bilhões de euros que os Estados da União Europeia garantiram e colocaram a cada ano no setor bancário privado (Veja “Economic Policy in a Post-Piketty World”). O número é seis vezes maior do que nos EUA (36 bilhões). Esses mesmos fundos poderiam ter sido destinados, por um lado, a estabelecer bancos públicos que garantissem crédito e, por outro, a um programa de investimentos sociais e verdes, orientados para a geração de empregos, cobrindo as enormes necessidades humanas desatendidas e facilitando, por sua vez, a mudança de modelo de produção e o consumo de que os países precisam. Os modernizadores das esquerdas apoiaram, entretanto, o subsídio ao setor bancário e sequer pensaram na segunda opção.
3. As direitas constantemente interferem no mercado, favorecendo o grande capital (as grandes empresas financeiras, industriais e de serviços) com medidas intervencionistas e protecionais. Um claro exemplo disso é a indústria farmacêutica que, por meio de patentes, o Estado subsidia e protege, permitindo que coloquem preços muito acima dos custos de produção. Durante o período coberto pela patente, a companhia farmacêutica que criou o produto tem o monopólio absoluto sobre aquele produto. E o Estado, além de proteger a companhia permitindo esse monopólio, é o que compra a maioria dos medicamentos, pagando um preço artificialmente alto exigido pela companhia.
É uma exploração em larga escala. Mas a situação é inclusive pior, pois a justificativa que a indústria farmacêutica usa para que o Estado lhe ofereça as patentes (garantindo seu monopólio) é que esta precisa recuperar os gastos de pesquisas conforme o descobrimento de novos medicamentos requer. Mas muitos estudos mostraram que a maior parte do conhecimento básico que originou o descobrimento de remédios procede de estudos com financiamento público. O que a indústria faz é cobrir apenas uma parte (bastante pequena) da pesquisa, que é a aplicação desse conhecimento. Seria, portanto, mais lógico, dar uso melhor aos recursos, do que o Estado financiar a pesquisa aplicada e não apenas a básica, e que eliminasse as patentes, permitindo e facilitando a existência do mercado, com o que o preço dos medicamentos seria muito menor, economizando muito dinheiro do Estado. O fato de esta alternativa sequer ser considerada se deve à enorme influência da indústria farmacêutica sobre o Estado.
A variável mais importante para predizer o comportamento do Estado é a influência a que ele está submetido. Assim, o assunto e o debate chave não são se a intervenção do Estado é boa ou ruim, mas sim quem controla e/ou influencia o Estado. As direitas favorecem que tal influência seja exercida por grupos econômicos e financeiros que elas financiam. As esquerdas deveriam privilegiar as classes populares como influência das políticas públicas do Estado. Lamentavelmente, muitas delas, especialmente as de sensibilidade social-democrata, não fizeram assim, daí a razão de seu declínio. Simples assim.
(*) Catedrático de Políticas Públicas da Universidade Pompeu Fabra e Professor de Políticas Públicas da Universidade Johns Hopkins. É também professor de Políticas Públicas na Johns Hopkins University (Baltimore, EUA), onde lecionou durante 45 anos. Dirige o Programa em Políticas Públicas e Sociais patrocinado conjuntamente pela Universidade Pompeu Fabra e The Johns Hopkins University. Dirige também o Observatório Social da Espanha.
Tradução: Daniella Cambaúva
Este artigo foi publicado originalmente no site pessoal do autor: http://www.vnavarro.org