domingo, 7 de julho de 2019

O Peloponeso, a guerra do ódio há uns dois mil anos na Antiga Grécia. O Peloponeso hoje, no Brasil.

Análise: Brasil, Bolsonaro, Lula e a guerra do ódio que abate o país
PB Agora3 de julho de 2019 21:24


Imagine, leitor, que a Guerra do Peloponeso foi a Guerra Mundial da Antiga Grécia. Quase todas as cidades-Estado gregas se envolveram ou foram envolvidas no conflito, algumas se aliaram a Atenas, enquanto outras a Esparta.
A Guerra do Peloponeso durou 27 anos. Teve seu início no ano 431 a.C e terminou somente em 404 a.C., quando Atenas rendeu-se a Esparta.
Embora utilizassem a mesma língua, cultura e religião, os antigos gregos eram divididos politicamente. Frequentemente, uma cidade grega estava em guerra contra outra e as grandes potências, Atenas e Esparta, disputavam a hegemonia sobre a região.
Uma das consequências mais drásticas da Guerra do Peloponeso foi o extremo empobrecimento da população grega: os pobres ficaram ainda mais pobres e foram os que mais sofreram.
Para um efetivo “link” sobre o hoje, o ontem e o amanhã, recorro ao pensador e filósofo chamado Heródoto. Ele desenvolveu uma teoria histórica de relevante importância, que ficou conhecida como “teoria da história cíclica”.
Na prática, os fatos se repetem ao longo da trajetória humana nas mais diversificadas ares sociais, estando, nessa conjuntura, por exemplo, as ciências, religião e política. Também existe a perspectiva linear, mas dela trato depois.
Sigo, solicitando a devida licença do leitor, a observação da história cíclica, pondo o Brasil nessa teoria. Hoje vivemos uma convulsão social no país. Falamos a mesma língua, não há conflitos acentuados entre grupos religiosos e, embora, vivamos em uma nação com dimensões continentais, o caldeirão cultural é miscigenado, apontando elementos de unidade nessa bela miscelânea.
Mas a convulsão social brasileira existe, como a formadora da Guerra do Peloponeso, guardando, claro, as especificidades de cada uma. O que falo, de forma explícita, é um país dividido, e não há como esconder isso, havendo a polarização entre esquerda e direita, estando à frente dos embates, como os generais espartanos e atenienses, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e suas legiões petistas, lulistas e regimentos de outras agremiações políticas que cerram fileiras com a “causa”.
No outro front reside o presidente Jair Bolsonaro, seus aliados liberais e os que têm o pensamento anti-PT. Por, último, mergulhado nesse caos de vaidade, traições, prisões justas e injustas, grampos telefônicos e a discordância gritante entre os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, está o povo, negligenciado pelos atores de uma “guerra” que fere a estabilidade do país nos mais vários aspectos, penalizando, como na Antiga Grécia, os mais pobres.
Não há adversários e, sim, inimigos pessoais na política atual brasileira
Não se faz necessário um microscópio atômico ou lupa para enxergar que, comandado de forma irresponsável pelos “generais” do poder, o que se vê no Brasil, na macropolítica, é uma “transferência” do conceito adversário para inimigo.
Nitidamente há uma ala no Supremo Tribunal Federal, outra no Congresso, que busca acentuar o fosso da discórdia, consolidando seus pontos de vista “apaixonados”, muito em decorrência do fisiologismo. Os “paladinos” defendem ou são contrários a A ou B conforme o “Baile Perfumado” lhes beneficia em detrimento do bem comum.
A imparcialidade foi para o ralo há muito, se é que no Brasil República ela já existiu em algum efêmero momento. Chegamos a um ponto que um agente público, falo do ministro da Justiça, Sérgio Moro, ser comparado por uma bela fatia da sociedade como o Super-Homem. No pólo antagônico, milhões de brasileiros o consideram pessoa arrogante, antiética e até messiânica. Uma espécie de Antônio Conselheiro fundido ao arquirrival do Batman, qual seja; o “risonho” Coringa.
E o que dizer sobre ódio, isso mesmo, ódio recíproco entre Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula? Para a minha pessoa, trata-se de movimentações e linhas de raciocínio egocêntricas, difusas e irresponsáveis. Não condizem com a postura política civilizada e a democracia. O que vemos são princípios constitucionais sendo “atropelados” por medidas provisórias absolutistas e uma turba exigindo a queda da “Bastilha”.
Observo, sem medo de errar, que, após o fim do regime militar, o país nunca esteve mergulhado em tamanha convulsão política e social. E tal crise de intolerância não está contida, apenas, no terreno minado do Palácio do Planalto, nas belas togas dos ministros do Supremo ou nas articulações escabrosas promovidas no Senado e Câmara Federal.
Ela atinge a malha social como todo. As relações familiares são afetadas, amizades desfeitas, discursos racistas e reacionários dos envolvidos, como massa de manobra, se propagam nas redes sociais. Fake news com poder atômico de implodir o Cruzeiro do Sul, gestos de “arminha” de um lado, e a defesa de um novo impeachment do outro, põem o Brasil de joelhos.
Não senhores e senhoras. O Brasil não aguenta ser mais fustigado. Ódio, desrespeito às leis advindas de bolsonaristas e lulistas radicais, eu disse radicais, fogem qualquer lógica e preceito do conviver com o contraditório de forma harmônica. E ainda temos os abutres do chamado “centrão”. Esses só esperam a carnificina para um banquete regado a ilicitudes.
Realmente, não enxergo gestos diplomáticos ou torniquetes que possam estancar a sangria da nossa agonizante democracia. Vejo, no fundo do baú, reservas de nitroglicerina e cicuta, nada mais. O que é lamentável.
PARLATÓRIO
Enquanto isso, na sala de “justiça”, os militares apenas ouvem e observam. Mas a insatisfação na caserna é nítida, afinal, respiramos o limiar da loucura. Uma hecatombe que pode, em gesto de história cíclica, levar o Brasil para a Idade das Trevas, caça às bruxas ou uma guerra civil. O Peloponeso é aqui. Alguém tem duvidas?
Eliabe Castor
PB agora

Bolsonaro envenena propositalmente a população brasileira


Lançado na Europa mapa do envenenamento de alimentos no Brasil
GGN2 de julho de 2019 19:16




O atlas de envenenamento foi lançado em Berlim, Alemanha, país que sedia as maiores empresas agroquímicas do mundo: a Bayer/Monsanto (incorporada pelo grupo Bayer) e a Basf, que dominam a produção de toda a cadeia alimentar – sementes, fertilizantes e agrotóxicos | Fotomontagem: Moisés Dorado
Um ousado trabalho de geografia que mapeou o nível de envenenamento dos alimentos produzidos no Brasil foi lançado em maio, em Berlim, na Alemanha, país que contraditoriamente sedia as maiores empresas agroquímicas do mundo. Quem estava presente no lançamento do atlas Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia ficou perplexo com a informação sobre o elevado índice de resíduos agrotóxicos permitidos em alimentos, na água potável, e que, potencialmente, contamina o solo, provoca doenças e mata pessoas. A obra, que já foi publicada no Brasil, é de autoria da geógrafa Larissa Mies Bombardi, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
O Brasil é campeão mundial no uso de pesticidas na agricultura, alternando a posição dependendo da ocasião apenas com os Estados Unidos. O feijão, a base da alimentação brasileira, tem um nível permitido de resíduo de malationa (inseticida) que é 400 vezes maior do que aquele permitido pela União Europeia; na água potável brasileira permite-se 5 mil vezes mais resíduo de glifosato (herbicida); na soja, 200 vezes mais resíduos de glifosato, de acordo com o estudo, que é rico em imagens, gráficos e infográficos. “E como se não bastasse o Brasil liderar este perverso ranking, tramita no Congresso nacional leis que flexibilizam as atuais regras para registro, produção, comercialização e utilização de agrotóxicos”, relata Larissa.
A pesquisadora explica que o lançamento do atlas na Europa se deu pelo fato de a Alemanha sediar a Bayer/Monsanto e a Basf, indústrias agroquímicas que respondem por cerca de 34% do mercado mundial de agrotóxicos. A Monsanto, recentemente incorporada ao grupo Bayer, é a líder mundial de vendas do glifosato, cujos subprodutos têm sido associados a inúmeras doenças, incluindo o câncer e o Alzheimer. “Queríamos promover discussão sobre a contradição de sediarem indústrias que controlam toda a cadeia alimentar agrícola – das sementes, agrotóxicos e fertilizantes – e serem rigorosos quanto ao uso de mais de um terço dos pesticidas que são permitidos no Brasil. Eles são corresponsáveis pelos problemas gerados à população porque vendem e exportam substâncias sabidamente perigosas, porém, proibidas em seu território”, diz.
Geógrafa Larissa Bombardi, autora da pesquisa que deu origem ao atlas da Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens
Intoxicação e suicídios
Segundo a geógrafa, as perdas não se limitam à contaminação de alimentos e dos cursos d’água. O atlas traz informações de que, depois de extensa exposição aos agrotóxicos, ocorrem também casos de mortes e suicídios associados ao contato ou à ingestão dessas substâncias.
Atlas: Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, de Larissa Mies Bombardi – Laboratório de Geografia Agrária da FFLCH – USP, São Paulo, 2017
Entre 2007 e 2014, o Ministério da Saúde teve cerca de 25 mil ocorrências de intoxicações por agrotóxicos. O atlas mapeia as regiões mais afetadas: dos Estados brasileiros, durante o período da pesquisa, o Paraná ficou em primeiro lugar, com mais de 3.700 casos de intoxicação. São Paulo e Minas Gerais ficaram na segunda colocação, com 2 mil. Das 3.723 intoxicações registradas no Paraná, 1.631 casos eram de tentativas de suicídio, ou seja, 40% do total. Em São Paulo e Minas gerais o porcentual foi o mesmo. No Ceará, houve 1.086 casos notificados, dos quais 861 correspondiam a tentativas de suicídio, cerca de 79,2%. Os mapas de faixa etária mostram que 20% da população afetada era composta de crianças e jovens com idade até 19 anos. Segundo Larissa, no Brasil, há relação direta entre o uso de agrotóxicos e o agronegócio. Em 2015, soja, milho e cana de açúcar consumiram 72% dos pesticidas comercializados no País.
O atlas Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia, em português, foi lançado no Brasil em 2017 e traz um conjunto de mais de 150 imagens entre mapas, gráficos e infográficos que abordam a realidade do uso de agrotóxicos no Brasil e os impactos diretos deste uso no País. A pesquisa que deu origem à publicação teve o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Em Berlim, o lançamento aconteceu na sede do ENSSER (European Network of Scientists for Social and Environmental Responsability), rede europeia sem fins lucrativos que reúne cientistas ativistas responsáveis ambiental e socialmente, em Glasgow, Escócia. O suporte financeiro para o lançamento do atlas na Europa foi da FFLCH e da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP.
Entre 2000 e 2010, o Brasil aumentou em 200% o consumo de agrotóxicos. A soja foi a cultura que mais consumiu pesticidas
Mapa de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola (2007-2014)
Uso de malationa (inseticida) na cultura do feijão – Limite máximo de resíduos permitido no Brasil e nos países da comunidade europeia
e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

EEUU ALIMENTA O FASCISMO GLOBAL

EUA BOMBEIA GUERRAS, FORTALECE DIREITA FASCISTA GLOBAL E AMEAÇA DEMOCRACIA BRASILEIRA   CÉSAR FONSECA - Foto Reuters     O pacote de 95 bilh...