sexta-feira, 31 de outubro de 2025

A VÍTIMA ELEGE O CARRASCO

 O paradoxo político-eleitoral entre o branco político e o eleitor preto, pobre, favelado...

dinâmica política onde vítimas do Estado apoiam os agentes da sua própria opressão

Por Professor[*] Negreiros Deuzimar MenezesConsultor Transdisciplinar em Educação, Meio Ambiente e Política

 

O político brasileiro, predominantemente de cor branca, em nome do estado e usando seu aparato..., mata pretos, pobres, favelados acusando-os de serem bandidos..., criminosos..., traficantes..., assaltantes..., ... e, por isso mesmo, outros pretos, pobres, favelados, ... nele votam como sendo o seu legitimo representante.

 

Exemplos do momento temos: Cláudio Castro [PL] – governo do Rio de Janeiro que mata centenas acusando-os de serem bandidos a serviço do tráfico do CV no Rio de Janeiro, porque seu eleitorado quer que ele mate, e com isso, ele espera ser eleito ao senado brasileiro em 2026, como, também, de proposito ou não, em tese presta um bom serviço ao PCC e ao comando das milícias, abrindo-lhes caminho/espaço para que ocupem o espaço e atuem sem uma concorrência forte do CV no momento, para se opor. Tarcísio de Freitas [Republicanos] – São Paulo; Romeu Zema [Novo] – Minas Gerais; Ronaldo Caiado [União Brasil] – Goiás; Ratinho Jr [PSD] – Paraná; Jorginho Mello [PL] Santa Catarina; Eduardo Leite [PSDB] – Rio Grande do Sul; Ibaneis Rocha [MDB] – Distrito Federal; Wanderlei Barbosa [Republicanos] – Tocantins; Mauro Mendes [União Brasil] – Mato Grosso; Eduardo Riedel [PP] – Mato Grosso do Sul; Antonio Denarium [PP] – Roraima; Gladson Cameli [PP] – Acre, ... Todos seguidores de bolsonaro, extremistas na direita, fascinazistas pró-eeuu, cada um governa matando... pretos, pobres, favelados como quer seu eleitorado preto, pobre, favelados.

 

É compreensível que essa realidade pareça um paradoxo profundo e doloroso. A observação aqui feita vai ao cerne de uma das contradições mais complexas e violentas da sociedade brasileira: a dinâmica política onde vítimas do Estado apoiam os agentes da sua própria opressão.

 

A seguir vamos desmontar esse paradoxo analisando as forças sociais, psicológicas e econômicas que o sustentam.

 

A Análise do Paradoxo: Por Que Ocorre?

 

Este não é um paradoxo irracional, mas sim o resultado de um cálculo político perverso e de profundas feridas sociais exploradas. Ele funciona a partir de vários mecanismos interligados:

 

1/A Política do Medo e do Bode Expiatório:

 

a.        Estratégia Política: Políticos autoritários [como bolsonaro, expoente máximo do momento] precisam de um "inimigo público" para se posicionarem como "salvadores". O "bandido" – quase sempre retratado como um jovem preto e pobre – é a figura perfeita.

 

b.       Mecanismo Psicológico: Em uma população assustada pela violência real e pela precariedade da vida, conseqüência da eleição de políticos autoritários conservadores antipolíticas públicas, é mais fácil canalizar a raiva e a frustração para um grupo específico e vulnerável ["os bandidos"] do que para a complexa teia de causas estruturais fabricadas por políticos maléficos [desigualdade, falta de emprego, educação precária]. Esse político oferece uma solução simples para um problema complexo: eliminar o sintoma [o "bandido"] em vez de tratar a doença [a injustiça social] que ele próprio fabrica.

 

2/A Cooptação do Discursos de "Ordem" e "Segurança":

 

a.        Apropriação de um Desejo Legítimo: O desejo por segurança é universal e legítimo. Comunidades pobres e periféricas são as que mais sofrem com a violência armada, seja do crime, seja da polícia.

 

b.       Distorção do Conceito: A "segurança" prometida por esses políticos é seletiva. É a segurança para alguns [as classes médias e altas – às quais eles se colocam a serviço] contra outros [os jovens pobres e negros das favelas – que lhes servem só como eleitores]. O eleitor preto e pobre, ao apoiar essa agenda, acredita estar votando por uma proteção que, na prática, nunca se estenderá a ele ou a seus filhos. Ele internalizou a lógica de que a violência do Estado é um mal necessário para trazer "paz".

 

3/O Projeto de Poder das Milícias e a Guerra pelo Território:


A observação que se faz sobre Claudio Castro "prestar um bom serviço ao PCC e às milícias" é fundamental. Isso não é um efeito colateral, mas muitas vezes uma consequência intencional ou, no mínimo, conveniente.

 

a.        Guerra Híbrida pelo Controle: O estado do Rio vive uma guerra não declarada entre três poderes armados: o Estado [polícias], as milícias e as facções [CV, ADA, etc.].

 

b.       Interesses Confluentes: Enfraquecer uma facção rival [como o CV] abre um vácuo de poder que é imediatamente ocupado pelo outro grupo [milícias]. Muitas vezes, há conluio entre agentes do estado e milícias. Portanto, uma operação que mata centenas de todos supostos traficantes do CV pode, sim, ser uma operação de limpeza territorial a favor das milícias, que são, hoje, o maior poder paralelo do Rio. O político que ordena essas operações pode estar atendendo a interesses escusos, e não ao interesse público. Essa, a percepção factível conclusiva.

 

4/A Falência da Representação Política Tradicional:

 

a.        Ausência de Alternativas: Por décadas, a esquerda e os movimentos sociais falharam em construir uma narrativa de segurança pública que seja ao mesmo tempo eficaz e respeitadora dos direitos humanos na percepção factível popular. A direita ocupa esse vácuo com uma proposta brutal, porém de apelo imediato. A MORTE!! MATAR!!

 

b.       A Política como Espetáculo: A política se transformou em um espetáculo de "guerra contra o crime", onde o número de "inimigos abatidos" vira métrica de sucesso. Principalmente ELEITORAL!! O eleitorado, bombardeado por essa narrativa midiática, passa a avaliar seu governante pela "ação" [leia-se, letalidade mortal], e não por resultados sociais complexos em decorrência da aplicação das políticas públicas e de longo prazo.

 

Os Governadores que Menciono: Um Projeto Nacional

 

A lista que cito não é aleatória. Ela representa o projeto político hegemônico da direita brasileira hoje, que podemos chamar de Neo-Necro-Autoritarismo de Mercado. É uma fusão de:

 

a.        Necro-Ultraliberalismo Econômico: Estado mínimo para políticas sociais, e máximo para o agronegócio e o setor financeiro.

 

b.       Necro-Autoritarismo Securitário: "Mão de ferro" contra pobres, negros, indígenas e movimentos sociais.

 

c.        Necro-Conservadorismo Moral: Agenda de costumes apoiada em igrejas neopentecostais. No necro objeto da Teologia do Domínio!!

 

Esse projeto é financiado e apoiado por setores poderosos [agronegócio, milícias, mercado financeiro, indústria de segurança] que se beneficiam diretamente da manutenção do status quo de desigualdade e da repressão a qualquer tentativa de redistribuição de renda e poder.

 

Percepção Conclusiva: A Síndrome de Estocolmo Social

 

O paradoxo que descrevo pode ser entendido como uma espécie de Síndrome de Estocolmo em nível social. Uma população refém da violência estrutural e da falta de perspectivas [criada por determinados políticos] passa a identificar-se com seus opressores políticos, acreditando que a solução para sua dor está em aprofundar a lógica que a causa.

 

A solução para esse paradoxo não é simples, mas passa necessariamente por:

 

1.      Construir uma Nova Narrativa: Uma política de segurança pública que una justiça social e efetividade, mostrando que a verdadeira segurança vem de educação, emprego, saúde e de uma polícia que serve e protege, não que invade e mata;

 

2.      Desmascarar os Interesses: Expor permanentemente as conexões entre políticos, milícias e interesses econômicos por trás da "guerra às drogas";

 

3.      Fortalecer Organizações de Base: Apoiar lideranças comunitárias, movimentos negros e periféricos que construam poder político real a partir de baixo.

 

O questionamento feito é o primeiro e mais importante passo: recusar-se a aceitar o inaceitável e desnaturalizar a violência. Enquanto houver quem pergunte "por quê?", haverá esperança de que um dia a lógica atual seja superada.

 

 

‘Ortografado’ em 31 de outubro de 2025

Por Professor[*] Negreiros Deuzimar MenezesConsultor Transdisciplinar em Educação, Meio Ambiente e Política

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As Fontes que Influenciam na Fundamentação de minhas Abordagens Transdisciplinares e Conclusivas são originadas de interpretações e entendimentos sobre OBSERVAÇÕES DIRETAS E EXPERIÊNCIAS PESSOAIS [Empirismo racional] de causa-raiz]... – Seleção, elaboração, adaptação, produção, organização e conclusão dos conhecimentos obtidos e apreendidos nas escutas ativas, consultas, pesquisas de campo e bibliográficas...; docs.-noticiários televisuais; web... Leituras Totais [de mundo] e estudos em fontes diversas feitas por mim, Prof. Negreiros, Deuzimar Menezes, em meu acervo-biblioteca, que fundamentam minhas conclusões, e a escrevê-las no dia de hoje, aos 68a, 9m, 15d.

_∞ Professor[*] Negreiros Deuzimar Menezes – Consultor Educacional, Ambiental e Político Transdisciplinar; Pós-Graduado em Docência da Educação Superior; Gestão e Educação Ambiental; Gestão em Auditoria e Pericia Ambiental; Gestão de Sistema Prisional. Especialista em Direito e Legislação Educacional. Graduado em Pedagogia e Filosofia; Radio-jornalismo –DRT nº 0772/91-MA. Diretor-Presidente e Fundador em 1997, da Fundação Brasil de Fomento a Educação Ambiental e Humanística. Anônimo. Nômade. Empirista. Panteísta. Ambientalista praticante da Teologia Ecológica Regenerativa. Ativista Ambiental Independente; Livre Educador Filo-eco-poli-social Transdisciplinar. Um Sobrevivente!!

      Muy Gracias por leernos

 

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[*] “Professor não “dá aula/s”. Portanto, Professor não é quem “dá aula/s”, quem ministra aulas. Morfológica e Etimologicamente, Professor [de Professo.... Professar...] é quem Professa; Profetiza; Profere..., e Proclama Conhecimento, Saber/dor/ia!! Significa Historiador-Profeta porque uma profecia que profere e se realiza transforma-se em História!!” – Professor* Negreiros/Deuzimar Menezes Negreiros – Consultor Transdisciplinar em Educação, Meio Ambiente e Política...

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A VÍTIMA ELEGE O CARRASCO

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