O Golpe (1964-2015): O Brasil mudou, mas a mídia não. Por Ângela Carrato, da UFMG
O GOLPE (1964-2015)
O Brasil mudou. A mídia, não
Por Ângela Carrato em 31/03/2015 na edição 844 do Observatório da Imprensa
Em recente evento cultural em Belo Horizonte, o fotógrafo Sebastião 
Salgado fez algumas afirmações que não repercutiram na mídia. De acordo 
com ele, uma das grandes mudanças, senão a maior, na cena brasileira, 
diz respeito ao fato de 
“o governo federal não ser mais comandado por pessoas ligadas aos monopólios de comunicação”.
 Este é, inclusive, o motivo pelo qual, a seu ver, tantas denúncias de 
corrupção estão vindo à tona, enquanto no passado foram ignoradas ou 
abafadas. Ao contrário da maior parte da mídia brasileira, que 
diuturnamente tem previsto o caos, ele avalia que “o Brasil já é um 
grande país e está cada vez mais sério”.
Salgado não é nenhum ingênuo ou pessoa sobre a qual possam pesar 
suspeitas de interesses menores. Por isso, não deixa de ser curioso 
observar a disparidade entre sua visão (e a de dezenas de especialistas 
nacionais e internacionais) e a que prevalece na mídia brasileira. 
Disparidade que leva qualquer um, com informação e independência, a 
constatar que a mídia não viu (ou não quer ver?) que o Brasil realmente 
mudou.
Se não fosse a referência aos governos petistas, o editorial 
“Momento de se reaproximar dos Estados Unidos”, publicado pelo jornal 
O Globo
 na edição do domingo (29/03) poderia ser confundido com tantos outros 
de cinco décadas atrás, às vésperas do golpe civil-militar de 1964. 
Naquela época, os mais influentes jornais brasileiros atendiam pelos 
nomes de Diários Associados, Jornal do Brasil, Correio da Manhã, Tribuna
 da Imprensa, Diário Carioca e Última Hora. O Globo era uma publicação 
acanhada, de propriedade da família Marinho que até 1962 havia sido 
vespertina. A televisão vivia a sua fase elitista, com o aparelho sendo 
considerado um luxo ao qual apenas a elite econômica tinha acesso e o 
rádio era a mídia de massa.

 
À exceção de Última Hora e da Rádio Nacional, praticamente todos os 
demais estavam ou ficaram contra o presidente João Goulart. As denúncias
 de que ele pretendia implantar uma “república sindicalista” eram 
permanentes. Os “barões” da mídia, adversários das “reformas de base” 
propostas pelo governo, queriam ver Jango pelas costas e não mediam 
esforços para alcançar seus objetivos. Os ataques mais contundentes 
partiam de Assis Chateaubriand, o primeiro magnata do setor no país, e 
de Carlos Lacerda. Roberto Marinho, mesmo longe do peso que viria a 
adquirir no futuro, foi fundamental na desestabilização e derrubada de 
Jango, ao franquear os microfones da sua Rádio Globo, para os ataques 
golpistas e destemperados de Lacerda.
O “bruto pigmeu”
Em fins de março de 1964, enquanto as demais publicações registravam as 
tentativas de articulação de Jango contra a conspiração em marcha, os 
Diários Associados, de Chateaubriand, radicalizavam o noticiário, 
contribuindo para a tomada de posição dos setores civis e militares 
favoráveis ao golpe. Chateaubriand, em artigo de 26 de março, por 
exemplo, referia-se a Jango como sendo “o bruto pigmeu”, dado ao “seu 
ódio contra o benemérito capital estrangeiro”. Além de afirmar que Jango
 e seu governo trabalhavam de acordo com as ordens do Partido Comunista,
 exaltava a necessidade de uma intervenção por parte dos “setores de bom
 senso”. Leia-se: militares e aliados.
Vivia-se, naquela época, o auge da Guerra Fria, com o mundo dividido 
entre as áreas de influência dos Estados Unidos e as da União Soviética.
 A vitória de Fidel Castro em Cuba e sua aliança com uma potência 
comunista foi considerada intolerável pelos Estados Unidos, que reagiram
 à sua maneira. A política externa norte-americana passa a atuar em dois
 movimentos estratégicos simultâneos. Um, visível, através da Aliança 
para o Progresso, cujo objetivo era demonstrar a superioridade do modelo
 norte-americano de livre iniciativa, democracia liberal e 
individualismo sobre o socialismo, como a solução mais eficiente para o 
subdesenvolvimento da região. O outro, encoberto, através do apoio a 
ditaduras de direita, repressoras e violentas, como instrumentos de 
eliminação de movimentos de esquerda e de seus dirigentes.

 
Lógica semelhante à do movimento civil-militar que derrubou Jango no 
Brasil e se espraiou para a Argentina, a Bolívia, o Uruguai e o Chile. 
Nestes países, dirigentes eleitos foram alijados do poder com pleno 
apoio do governo “democrático” dos Estados Unidos. Naquela época, os 
círculos intelectuais e de propaganda norte-americanos criaram, para 
justificar as políticas repressivas de combate à subversão, as teorias 
da modernização. Segundo estas teorias, os militares seriam os setores 
menos comprometidos com as estruturas oligárquicas no continente sul, 
devendo a eles, portanto, caber o destino destas nações, logicamente 
“supervisionados” pelo Tio Sam.
A ditadura brasileira escondeu a participação dos Estados Unidos na 
derrubada de Goulart. A prisão do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, 
em Londres, em outubro de 1998, possibilitou que grupos de direitos 
humanos e liberdade de informação passassem a pressionassem o governo 
Clinton para que os documentos envolvendo esta sórdida história pudessem
 ser conhecidos. Nos dias atuais, eles estão disponíveis para consulta, 
além de já terem sido publicados em livros no Brasil e no exterior.
Afronta à inteligência
Não há como um jornalista – sobretudo o responsável por editoriais – desconhecer este fato. No entanto, é esse 
“desconhecimento” que pode ser verificado no sintomático editorial
 “Momento de se reaproximar dos Estados Unidos”.
 O texto defende que o Brasil abra mão da política externa independente 
adotada a partir da chegada do PT ao poder e volte a cerrar fileiras com
 os Estados Unidos. Numa retórica que afronta a inteligência do leitor, o
 editorial frisa que a política externa brasileira perdeu espaço desde 
2003, atribuindo este “fato” à “ingerência petista na diplomacia”.
Mas que ingerência é esta? A política externa brasileira está sendo 
feita a partir da visão de mundo do partido que legitimamente venceu as 
eleições. Mutatis mutandis, será que os Marinhos consideram igualmente 
ingerência a adoção das premissas do Partido Democrático na política 
externa norte-americana? Ou será que o governo brasileiro, segundo
 O Globo, deveria pautar-se pelos interesses norte-americanos na formulação de sua política externa?
Sintomaticamente, o editorial não faz qualquer menção à Unasul e, sem 
base na realidade, tenta minimizar a importância dos Brics, duas 
entidades que estão redesenhando a política externa na América do Sul e 
contribuindo para alterar os próprios contornos da política mundial. A 
criação da Unasul não teria sido possível sem a habilidade e paciência 
da diplomacia brasileira, tendo à frente o chanceler Celso Amorim, que 
materializou as diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no 
sentido de um subcontinente integrado e atuando em prol de interesses 
próprios.
A recente diplomacia brasileira deu contribuição das mais significativas
 para sepultar o histórico de subimperialismo regional, além de 
contribuir para desfazer divergências e rixas (a maioria estimuladas por
 potências externas) que marcam o passado da América do Sul.
Quanto aos Brics, a mídia brasileira, 
O Globo à frente, 
praticamente escondeu a realização, em Fortaleza (CE), em julho do ano 
passado, da reunião que criou o Banco de Desenvolvimento da entidade. 
Some-se a isso que não foi dado qualquer destaque ao fato de caber ao 
Brasil a primeira presidência do seu Conselho de Administração, cargo de
 fundamental relevância, que definirá linhas e valores para projetos de 
desenvolvimento. Em vez disso, o editorial prefere sentenciar que “o 
esfacelamento do Mercosul e a desaceleração chinesa impõem ao Brasil se 
reaproximar dos EUA, cuja economia deve acelerar a recuperação”.

 
O editorial, beirando a má-fé, desconhece que o governo brasileiro 
anunciou, dois dias antes, na sexta-feira (28/03), que fará parte do 
Asian Infrastructure Investiment Bank (AIIB), o banco de desenvolvimento
 criado pela China, de longe uma das mais importantes decisões dos 
últimos tempos. Mais do que o Banco dos Brics, ele deverá ser um dos 
principais competidores de estruturas como o Banco Mundial e o Fundo 
Monetário Internacional. Dito de outra forma, ao contrário do que afirma
 o editorial, quem está perdendo força são os Estados Unidos.
Ainda sobre o editorial de 
O Globo, o curioso é que ele tenta 
recolocar em pauta, bem ao estilo dos argumentos maniqueístas das 
décadas de 1960 e 70, rixas entre Brasil e Argentina, além de defender a
 volta da política de vassalagem em relação aos Estados Unidos. Pior 
ainda, procura reviver, através da demonização do “bolivarianismo 
chavista e do Irã”, o antigo pavor em relação ao comunismo. Pavor que, 
na prática, encobre o medo a qualquer aprofundamento democrático no 
Brasil. Afinal, são os Estados Unidos, e não o Brasil, que têm problemas
 com estes dois países.
A supremacia norte-americana mostra-se cada dia mais discutível. Óbvio 
que o Tio Sam ainda dispõe de capacidade quase ilimitada de destruição e
 que, investindo-se, por conta própria da condição de xerife do planeta,
 sente-se no direito de meter o bedelho em toda parte. As instituições 
brasileiras, no entanto, depois da experiência nefasta de 21 anos de 
ditadura e de mais de duas décadas de retorno ao estado de direito, 
mostram-se maduras e fortalecidas o suficiente para conviver com 
pressões de toda ordem, aí incluída uma mídia que mente, distorce os 
fatos e, principalmente, desprovida de qualquer sentimento patriótico.
Denúncias engavetadas
O “mar de lama” denunciado por uma histérica UDN (o PSDB da época), com o
 apoio da mídia, mostrou-se decisivo para o suicídio de Vargas, em 1954 
que, agindo assim, abortou um golpe em marcha. Goulart, 10 anos depois, 
foi vítima de golpe civil-militar, apoiado pela CIA. A autointitulada 
“Nova República”, que pôs fim à ditadura, deixou visível, desde o 
primeiro momento, que não seria fácil livrar-se dos filhotes dos “anos 
de chumbo”.
Tancredo Neves, presidente eleito via Colégio Eleitoral, morreu antes de
 tomar posse. Seu vice, José Sarney, assumiu e deu posse ao ministério 
escolhido por Tancredo, no qual figurava, como titular das Comunicações,
 ninguém menos que Antônio Carlos Magalhães. ACM, como era conhecido, 
dominou a Bahia, seu estado natal, por décadas e foi um dos políticos 
mais ativos nos tempos da ditadura. Oficialmente, mudara de lado, mas 
não de métodos.
No governo Sarney, foi aprovada uma lei que passava o poder de 
dar/retirar concessões públicas para TV e rádio do presidente para o 
parlamento. Um dia antes de a lei entrar em vigor, ACM e Sarney fizeram 
100 concessões públicas para TV e rádio, boa parte delas para afiliadas 
da TV Globo que, através do acordo ilegal com o grupo norte-americano 
Time-Life e graças às benesses da ditadura, já havia se transformado no 
maior conglomerado de mídia do país. É importante lembrar que Sarney e 
ACM controlavam, eles próprios, a maior parte dos veículos de 
comunicação em seus estados.
Fernando Collor, o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois 
do golpe de 1964, chegou ao poder em grande medida através do apoio das 
Organizações Globo. Para a sua vitória foi decisiva a edição manipulada 
do debate entre ele e Lula, candidato do PT, em 1989. A manipulação, 
óbvia para boa parte dos profissionais e pesquisadores da área, foi 
negada durante 22 anos, até que o ex-todo poderoso dirigente da 
emissora, José Bonifácio Sobrinho, decidiu contar a verdade.
As Organizações Globo não gostavam de Itamar Franco, o vice de Collor 
que assumiu a presidência após o impeachment do titular do cargo. 
Rapidamente, Roberto Marinho encontrou no chanceler, e depois ministro 
da Fazenda de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, um nome confiável. 
Quando a disputa sucessória desenhou-se em torno de Fernando Henrique e 
de Luiz Inácio Lula da Silva, era nítido o lado que jornais, revistas, 
rádios e TVs tomariam.
As afinidades dos “barões” da mídia com o ideário neoliberal defendido 
por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) impossibilitaram que prosperasse 
qualquer denúncia sobre corrupção no governo. As concessões de rádio e 
TV (RTVs) foram importante moeda de troca neste processo. Até setembro 
de 1996 foram outorgadas 1.848 licenças de RTVs, das quais pelo menos 
268 beneficiaram entidades controladas por 87 políticos (Lima & 
Caparelli, 2004).
A generosidade de Fernando Henrique coincidiu com a aprovação da emenda 
constitucional que permitiu a sua própria reeleição. Ao longo de seus 
dois governos, além das 539 emissoras concedidas por licitação, ele 
autorizou 357 concessões “educativas” sem licitação. A maior parte desta
 distribuição ficou concentrada nos três anos em que o deputado federal 
Pimenta da Veiga (PSDB-MG) esteve à frente do ministério das 
Comunicações e destinaram-se a políticos do seu partido e a aliados.
Nem Fernando Henrique nem seu ministro sofreram quaisquer sanções, 
apesar da Constituição de 1988 determinar que cabe ao Congresso Nacional
 apreciar todos os atos do Poder Executivo. O que inclui – mas nunca foi
 feito – a análise prévia da outorga ou renovação de concessões, 
permissão e autorização para serviços de radiodifusão.
A aprovação da emenda que permitiu a reeleição foi marcada por denúncias
 de corrupção envolvendo a compra de votos. O jornal Folha de S.Paulo 
levantou o assunto e publicou, em 1997, trechos de gravações em que dois
 deputados do PFL (atual DEM) do Acre afirmavam ter recebido R$ 200 mil 
cada (o equivalente hoje a R$ 530 mil) para votar a favor da emenda 
patrocinada pelo Palácio do Planalto. O então procurador-geral da 
República não se interessou pelo caso, transformando-o em uma das 
centenas de denúncias de corrupção que engavetou.
No segundo governo de FHC não faltaram denúncias envolvendo 
privatizações de empresas estatais a preço de banana, das quais a mais 
eloquente foi a da Companhia Vale do Rio Doce, vendida por R$ 3,3 
bilhões, quando valia perto de R$ 100 bilhões. Pouco depois, o polêmico 
jornalista Paulo Francis, denunciou, no programa Manhattan Connection, 
da TV Globo, que os dirigentes da Petrobras mantinham contas secretas na
 Suíça, fatos que via como indícios de corrupção na estatal.
Mídia e governo não lhe deram ouvidos. A empresa entrou com ação 
indenizatória no valor de 100 milhões de dólares e, para muitos que 
conheceram Francis, este foi o motivo de sua morte prematura, em 1997, 
vítima de um ataque cardíaco fulminante, aos 67 anos. O tempo viria dar 
razão às denúncias de Francis.
Lula derrotou os candidatos tucanos José Serra, em 2002, e Geraldo 
Alckmin, em 2006, e ainda conseguiu, em 2010, fazer de Dilma Rousseff 
sua sucessora. As vitórias de Lula, como ele mesmo diz, aconteceram 
contra a mídia tradicional que nunca teve dúvidas que o “sapo barbudo” e
 o ex-torneiro mecânico, que não possui um dos dedos, não era dos seus. O
 mesmo pode ser dito de Dilma Roussseff, a ex-guerrilheira contra a 
ditadura e primeira mulher a chegar ao Palácio do Planalto.
Novos tempos
Nas eleições de 2010, a mídia brasileira apostou novamente no tucano 
José Serra, convencida que o peso do estado de São Paulo e os desgastes 
enfrentados pelo PT com as denúncias de corrupção envolvendo o Mensalão 
seriam suficientes para derrotar a candidata de Lula. Como não foram, a 
mídia partiu para o vale tudo em 2014, disposta a fazer qualquer coisa 
para dar vitória ao tucano Aécio Neves.
O tudo ou nada da campanha eleitoral se manteve nestes primeiros 100 
dias de governo Dilma, com a mídia transformando-se em partido de 
oposição, insuflando e cobrindo manifestações de protestos de 
“revoltados” a “favor do impeachment”, do “Fora Dilma”, e de 
“intervenção militar constitucional” (!). Enfim de qualquer arranjo ou 
casuísmo, inclusive com digitais externas, que apeie o PT do poder ou o 
impeça de governar, por intermédio da conhecida “fórmula para o caos”, 
outro nome para o constante sangramento de adversários no poder.

 
No dia 1º de setembro de 2013, as Organizações Globo, por meio de 
editorial publicado no jornal de sua propriedade, fez autocrítica, 
considerando “um equivoco” o apoio ao golpe civil-militar de 1964. Mesmo
 sem muita convicção e minimizando os fatos, uma vez que a empresa não 
apenas apoiou o golpe, mas foi parte de sua articulação e vitória, 
alguns viram no gesto da família Marinho (o patriarca já havia morrido) 
uma espécie de recomeço em novas bases. Menos de dois anos se passaram 
para que a “autocrítica” desse lugar a articulações semelhantes às dos 
idos de 1964. A resposta de Dilma, um tanto lenta, veio através de 
suspensão de verbas para a TV Globo e a revista Veja e a escolha do 
ex-deputado petista Edinho Silva para dirigir a Secom.
Há muito por fazer, a começar pela democratização da verba de 
publicidade institucional do governo e das empresas estatais. Em 
permanente queda de audiência, os veículos das Organizações Globo 
continuam recebendo a maior parte destes recursos, numa época em que as 
verbas em várias partes do mundo, a começar pela Inglaterra, Canadá e 
Estados Unidos (que eles tanto admiram), já migraram ou estão migrando 
para a mídia digital.
A crise e o caos brasileiro, que a velha mídia apregoa, estão longe de 
ser realidade. O Brasil mudou. Quem não mudou foi a mídia e ela, sim, 
está em crise. Aos poucos surgem histórias que ela gostaria de manter 
desconhecidas dos respeitáveis telespectadores, ouvintes e leitores, 
como as contas secretas de seus proprietários na agência suíça do banco 
HSBC e as denúncias de propinas pagas pela Rede Brasil Sul (RBS), 
afiliada da TV Globo. Tudo isso precisa e deve ser investigado, mas a 
velha mídia parece não se dar conta das mudanças, aferrada a padrões do 
século passado, quando mamatas e privilégios foram suficientes para 
garantir tranquilidade a governos e dinheiro e poder aos seus 
proprietários.
***
Ângela Carrato é jornalista e professora do Departamento de Comunicação 
Social da UFMG. Este artigo foi publicado no blog Estação Liberdade