Apequenaram o rombo do Zelotes pois ali não há o PT?
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“Se for verdadeiro o roubo, as 
proporções indicadas são 100 vezes maiores que o mensalão e quase dez 
vezes maiores que o Lava Jato. Mesmo assim, não se vê, não se lê e não 
se ouve nada a respeito, a não ser o noticiário arroz-com-feijão. Onde 
está a repulsa da sociedade, se tudo isso for verdade?”
Por Aracy Balbani, do Jornal GGN
Artigo de opinião do
 Jornal do Brasil de 1º de abril sobre a denúncia de corrupção no 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), alvo da Operação 
Zelotes, é alerta para a necessidade de esclarecer a população sobre a 
forma de indicação dos membros que compõem o Conselho.
Muitos nunca ouviram falar no Carf antes da Operação Zelotes (zelote: aquele que finge que tem zelos) e também não encontraram na imprensa comercial informações detalhadas sobre seu histórico, mecanismo de funcionamento e composição.
Na página do Carf há
 informações úteis para começar a compreender a situação. Ali se fala, 
por exemplo, das origens do Conselho: “O Decreto nº 16.580, de 04 de 
setembro de 1924, instituiu um Conselho de Contribuintes em cada Estado e
 no Distrito Federal, com competência para julgamento de recursos 
referentes ao Imposto sobre a Renda, cujos cinco membros seriam 
escolhidos entre contribuintes do comércio, indústria, profissões 
liberais e funcionários públicos, todos de reconhecida idoneidade e 
nomeados pelo Ministro da Fazenda.”
Abaixo, o texto do JB.
Se forem verdadeiras as acusações de corrupção no 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que estão sendo 
vistas pelo povo, pelos responsáveis pela segurança, pelos 
responsáveis pela vida pública,
 por todo segmento do Executivo, Legislativo e Judiciário, elas atingem 
um nível que faz inveja aos últimos acontecimentos da ladroeira de 
segmentos importantes da vida pública brasileira.
Empresas de todos
 os segmentos de negócios – bancos, siderúrgica, escritório de advocacia
 – estariam protagonizando escândalos com cifras impressionantes, e até 
agora não houve nenhuma manifestação pedindo CPI, ou pedindo a prisão, 
ou a punição ou mesmo o apressamento da PF em apontar este desvio de 
quase R$ 19 bilhões do erário público.
O que mais atormenta é que a instituição Receita 
Federal não está atingida. Seus funcionários, pela dignidade que sempre 
serviu de exemplo para o país, não são os responsáveis. O que se lê é 
que a responsabilidade vem de um conselho basicamente indicado por 
segmentos empresariais. 
Uma pequena reflexão se faz necessária: se a denúncia 
fosse feita contra a Receita, com o delegado da Receita indicado por 
um partido político desses que mais vem sendo apontado como responsável 
pela grande corrupção, o teto brasileiro já teria caído. 
Se for verdadeiro o roubo, as proporções indicadas são
 100 vezes maiores que o mensalão e quase dez vezes maiores que o Lava 
Jato. Mesmo assim, não se vê, não se lê e não se ouve nada a respeito, a
 não ser o noticiário arroz-com-feijão. 
Onde está a repulsa da sociedade, se tudo isso for verdade?”
Zelotes: corrupção na Receita era técnico-empresarial
Autor: Fernando Brito
Daqui a pouco, os leitores que acompanham a Operação Zelotes, sobre 
corrupção nos Conselhos Administrativos de Recursos Fiscais vão topar 
com uma expressão usada para alguns ex-auditores da Receita que usavam 
de seu conhecimento técnico para fraudar ou facilitar a fraude no 
pagamento de impostos por grandes empresas.
Era prática, na Receita, fiscais licenciarem-se para prestar consultoria
 a escritórios de advocacia que as representavam no julgamento de autos 
de infração  lavrados por seus próprios colegas.
O termo nasceu em 2003, quedo Paulo Baltazar Carneiro e Sandro Martins 
Silva, dois auditores fiscais, montaram a Martins Carneiro Consultoria 
Empresarial. Um se licenciava, depois o outro e, assim, vendiam 
facilidades aos empresários no julgamento de seus processos fiscais. 
Depois de anos de investigações e processo administrativo, foram 
demitidos em 2008 e, finalmente, condenados em agosto do ano passado, 
pela 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça.
Situação semelhante é a do ex-fiscal Paulo Roberto Cortez, apanhado na gravação que O Estado de S. Paulo divulga hoje.
 Cortez aposentou-se em 2009.  E foi, então, indicado como representante
 da Confederação Nacional do Comércio como representante da entidade no 
Conselho.formando com o auditor Nelson Malmann, recentemente aposentado e
 que integrou a formação de conselhos de 1994 a 2013, a Cortez & 
Mallmann Consultoria Tributária,
Viu-se, agora, para que.
Para os que gostam de generalizar, mesmo em meio a uma corporação 
“linha-dura” como a Receita, fica a prova de que a corrupção está longe 
de ser um “privilégio” dos políticos. Nem sempre os há nos casos 
escabrosos.
Mas empresário, ah, isso não falta.