quarta-feira, 18 de março de 2015

“Em tempos de mentiras universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário”. George Orwell

Cid volta a irritar deputados, que pedem sua demissão

Deputados se revezam na tribuna contra o ministro da Educação, que não recuou da acusação que a Câmara é formada por 'achacadores'

Por: Marcela Mattos e Gabriel Castro, de Brasília - Atualizado em
Ministro da Educação Cid Gomes discursa na tribuna da Câmara - 18/03/2015
Ministro da Educação Cid Gomes discursa na tribuna da Câmara - 18/03/2015(Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
Há 20 dias, o ministro da Educação, Cid Gomes, irritou deputados governistas e de oposição ao afirmar que a Câmara tinha "400, 300 deputados achadores" durante uma palestra na Universidade Federal do Pará. Acabou convocado a dar explicações sobre a fala na Câmara, o que conseguiu adiar alegando problemas de saúde. Nesta quarta-feira, Cid Gomes finalmente compareceu ao chamado dos deputados, que aguardavam por um recuo ou até que ele se desculpasse. Mas Gomes fez exatamente o contrário: repetiu o que disse, provocou diretamente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e incendiou o plenário.
Gomes iniciou seu discurso exaltando as políticas nacionais de educação e os programas federais que dão acesso às universidades. Depois de meia hora, tratou do motivo de sua presença: "Eu fui acusado de ser mal educado. O ministro da Educação é mal educado", afirmou, em referência à declaração de Eduardo Cunha, feita logo após articular a convocação de Gomes. E continuou, apontando para o chefe da Câmara: "Eu prefiro ser acusado por ele do que ser como ele, acusado de achaque, que é o que diz a manchete da Folha de S.Paulo", continuou o ministro da Educação, em alusão às denúncias de envolvimento de Cunha com o esquema do petrolão.
Antes, quando ensaiava um pedido de desculpas, Cid Gomes afirmou que sempre teve respeito pelo Parlamento. Mas cutucou: "Isso não quer dizer que eu concorde com a postura de alguns, de vários, de muitos que mesmo estando no governo, com seus partidos participando no governo, tenham uma postura de oportunismo", disse, acrescentando que os aliados que votam contra o Palácio do Planalto deveriam "largar o osso" e "sair do governo".
Em seguida, seguiu com um discurso que culminou numa reação multipartidária pelo seu pedido de demissão: "Eu não tenho nenhum problema em pedir perdão para aqueles que não agem dessa forma. Desculpem-me, não foi minha intenção agredir ninguém individualmente, muito menos a instituição. O que penso é que nós conquistamos com a democracia a possibilidade de fazer uso livre da manifestação das opiniões. E me perdoe se isso fere alguém, se alguém traz para si essa carapuça ou se enxerga nessa posição."
A confusão no plenário durou cerca duas horas e meia e só terminou porque Cid Gomes abandonou o plenário após nova discussão, desta vez com o deputado Sérgio Zveiter.
Reação - A fala de Cid Gomes incendiou o plenário. Em meio à gritaria do plenário, o líder do PMDB e braço-direito de Cunha, Leonardo Picciani (RJ), assumiu o microfone para reclamar da fala de Gomes "Apesar de uma extensa vida política, o ministro esqueceu as regras de convivência democrática, desrespeitou o parlamento brasileiro, e de forma sem consistência, aponta o dedo, faz acusações, mas não diz o crime e não dá os nomes. É muito fácil fazer críticas levianas e não ter consequências", disse o peemedebista. "O ministro perdeu a condição de exercer o cargo. Nós cobraremos do governo que se posicione e diga aos ministros que respeitem o parlamento brasileiro. Não reconheço autoridade em vossa excelência para criticar o Parlamento", continuou Picciani.
A reação ao discurso do ministro foi suprapartidária e gerou novos momentos de constrangimento. O deputado Cabo Sabino (PR-CE) chamou Cid de "empregadinho da mamãe". O líder do PSC, André Moura (SE), lembrou que Cid Gomes, quando era governador do Ceará, usou dinheiro público para alugar um jatinho e ir passear na Europa com a família - inclusive a sogra. O parlamentar também pediu a demissão do ministro e chamou-o de "mal educado", "desqualificado" e disse que Cid não tem decência e "envergonha este país".
Oposicionistas também aproveitaram o episódio para explorar as cisões na coalizão governista. O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) foi um deles: "Ele está mais como um tradutor da presidente Dilma Rousseff. É o sentimento da presidente Dilma Rousseff com a sua base".
O líder do DEM, Mendonça Filho (PE) citou o ataque de Cid Gomes ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e afirmou que, como a oposição foi excluída da conta dos "achacadores", a base governista precisava tomar uma atitude: "Ou o ministro se demite do cargo, ou a presidente demite o ministro, ou os 400 deputados da base do governo assumem que são achacadores. Não há outra opção", afirmou.
Nem todos se incomodaram com o destempero de Cid Gomes. Ele foi aplaudido por seus aliados da Câmara, inclusive por petistas. A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que assistia ao discurso em pé, na primeira fila, não se conteve. "Parabéns, ministro!", disse ela, três vezes, após Cid Gomes encerrar sua fala. O ministro da Educação sorriu de volta.
Enquanto Cid Gomes falava, Eduardo Cunha olhava apenas para a frente, sem se voltar para o ministro da Educação. Cunha nem mesmo convocou o ministro para sentar-se à mesa, como é comum nesses casos. Cid Gomes permaneceu em pé, na tribuna, até que o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu que a presidência providenciasse um lugar para que o ministro se sentasse. Cunha consentiu, mas Cid Gomes preferiu descer ao plenário e usar um dos assentos reservados aos deputados.



Comentário
“Em tempos de mentiras universais, dizer a verdade se torna um ato revolucionário”. George Orwell

Reconheço que este senhor fala a verdade. Mas há um problema em se aceitar sua verdade agora, e' que a verdade tem seu tempo para ser mostrada. Mostra-la fora do tempo soa como inverdade, mentira, oportunismo, tentativa de desvio e acobertamento de uma mentira posta como verdade e, ai’, aceita como verdade, porque a mentira estar sendo colocada em seu tempo certo, pois, assim como a verdade, a mentira também tem seu tempo certo. Infelizmente estar acontecendo… para cada verdade são dez mentiras sendo repetidas diuturnamente, insistentemente como verdades em detrimento de qualquer verdade que possa surgir… e como se sabe, uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade.

Quando se diz que “Só estar faltando leis mais rigorosas. “
Mais um problema que deixamos evoluir, tomar espaço...
Do Governo Sarney para car o Congresso Nacional acompanhado por Câmaras de Deputados nos estado e Câmaras de vereadores nos municípios passaram a produzir leis que quando de suas execuções para punir bandidos, da' no que tem dado, impunidade. Por que isso? Porque os poderes legislativos dos municípios, dos estados e o Congresso Nacional passaram a ser dominados por desonestos, corruptos, bandidos que com o poder de fazer leis, não vão fazê-las para punir a si. Não são doidos para brincarem de roleta russa, não são suicidas para colocar forca no pescoço e pular da arvore... 

(Professor Negreiros) – Um brasileiro indignado com cada corrupto que aponta com veemência seu dedo em riste para outro… acusando-o de corrupto e se apresentando, colocando-se como probo, honesto, decente, ético, reto, moralista…

FERMENTO COLOCADO NAS CAPACIDADES DE ODIAR

Atos de ódio​


“Os ‘de cima’, os ricos, nunca toleraram que os pobres ascendessem socialmente. E, no governo do PT, muitos pobres ascenderam econômica e socialmente, mas, infelizmente, uma parte não ascendeu intelectualmente, são massa de manobra da direita”
por Dr. Rosinha | 17/03/2015 10:09
CATEGORIA(s): Colunistas, O Brasil nas ruas
Muitos opinaram e muitos ainda opinarão sobre os atos de domingo, mas como também gosto de meter o meu bedelho, também escrevo sobre o tema. Como domingo vou descansar e segunda tenho que trabalhar, escrevo antecipadamente (no sábado) porque uma certeza tenho: estes atos são resultado da construção do ódio.
Ódio construído pelos “de cima”, como dizia Florestan Fernandes.
Tive minha formação política durante a ditadura militar. Além de ler, participava muito de debates, alguns deles clandestinos, coisa que muitos que irão para a rua sabem perfeitamente o que é, pois estavam do lado da ditadura e oprimiam o povo.
Esses sabem o que querem. Sabem porque mandavam bater, prender, torturar e matar. Vão para a rua, acompanhados de inocentes manipulados, pedindo a volta da ditadura, portanto a volta deste poder para eles.
Os “de cima”, os ricos, não toleram e no Brasil nunca toleraram que os pobres ascendessem socialmente. E, no governo do PT (Lula e Dilma), muitos pobres ascenderam econômica e socialmente, mas, infelizmente, uma parte não ascendeu intelectualmente, sendo hoje massa de manobra da direita, entre os quais os partidos PSDB, DEM, PPS e Solidariedade.
Para os “de cima”, o bom é a empregada sem direitos trabalhistas e ganhando uma miséria. Tendo que dormir no emprego, pois sequer tinha vale-transporte ou salário suficiente para pagar a passagem de ônibus para dormir em casa com a família.
Hoje, muitas dessas empregadas, junto com a família, compraram carro e têm casa adquirida pelo programa “Minha Casa Minha Vida”. Não são mais escravas.
Para eles, seria bom que os miseráveis continuassem miseráveis e seus filhos, morrendo de fome. Os “de cima” precisam de um alto índice de desemprego para achatar os salários, um exército de reserva, como definiu Karl Marx.
Os “de cima” enchiam a boca e diziam para o desempregado desesperado, que tinha em casa mulher e filhos esperando pela comida, algo como “se quiser é o que posso pagar (meio salário mínimo), senão quiser tanto faz, há outro que trabalha por isso”. Faziam isso com orgulho e peito estufado. Não dá mais para fazer isso, porque hoje estamos bem perto do pleno emprego.
Para os “de cima”, insensíveis com o sofrimento alheio, não importava e não importa que mais de 34 milhões de pessoas na pobreza passassem fome. Sabem que uma pessoa com fome se submete as mais humilhantes situações, como o trabalho escravo, por um prato de comida.
Para os “de cima”, é difícil tolerar que uma pessoa pobre, principalmente se negro, faça uma faculdade, seja médica, engenheira, filósofa, historiadora, etc..
“Imagina minha filha (branca) que estuda medicina fica sentada do lado de um negro.” Esse tipo de comentário deve ter sido feito em centenas de lares dos “de cima”, daqueles que ficaram em casa batendo panela. Bater panela sempre foi o protesto dos pobres, dos famintos, e não os do que sempre viveram na opulência.
Para os “de cima”, é melhor que os demais morram sem assistência médica, basta ver o comportamento que tiveram em relação ao programa “Mais Médicos”. Os “de cima” foram até o aeroporto em Fortaleza para vaiar os médicos cubanos e médicas cubanas que chegavam para atender os pobres que eles sempre se negaram a atender.
Os “de cima” reclamavam e reclamam dos pobres que entopem os aeroportos. Dos pobres que compraram carros e agora entopem as ruas. Dos pobres que “não conhecem seu lugar”.
Por tudo isso e muito mais, os “de cima” entraram num processo de construção do ódio contra o PT e os petistas. Passaram a fazer do combate à corrupção o biombo para o golpe que desejam.
Biombo, sim, pois nunca combateram a corrupção. Ao contrário, sempre se locupletaram com ela. No governo deles (ditadura e depois FHC/PSDB) muito se roubou e nada fizeram. Ou alguém acha que FHC e Aécio são santos?
Os “de cima” sempre comeram nas mãos do Tio Sam e desejam se colocar novamente de joelhos diante dos EUA. Não teriam o menor pudor de entregar a Petrobras e o pré-sal.
Mais do que eles, nós, do PT, investigamos e buscamos punir os ladrões, como nunca havia sido feito até então no Brasil. E defendemos a Petrobras.
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82% dos manifestantes de domingo na Paulista votaram em Aécio: Datafolha


Datafolha: 82% dos manifestantes de domingo na Paulista votaram em Aécio


Já no ato organizado por movimentos sociais na sexta-feira, 71% disseram ter votado na petista. Pesquisa mostra diferença no perfil e na pauta de quem foi às ruas em São Paulo nos dois dias de protestos
por Congresso em Foco | 17/03/2015 10:59
CATEGORIA(s): Notícias, O Brasil nas ruas, Outros destaques

Mais do que pedir o impeachment da presidenta Dilma (27%), protestar contra a corrupção (47%) foi o principal motivo alegado pelos manifestantes que participaram dos protestos do último domingo (15) na Avenida Paulista, em São Paulo. Protestar contra o PT (20%) e contra os políticos (14%) foram as razões apontadas em seguida pelos entrevistados pelo Instituto Datafolha.
De acordo com a pesquisa, 82% dos entrevistados se declararam eleitores de Aécio Neves (PSDB) no ano passado, 37% manifestaram simpatia pelo PSDB e 74% participavam de protesto de rua pela primeira vez na vida. Segundo o instituto, mais de 200 mil pessoas passaram pela Paulista anteontem.
O perfil dos manifestantes de domingo difere do apresentado pelos participantes do ato de sexta-feira (13), liderado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). Segundo o Datafolha, 71% dos entrevistados na sexta se declararam eleitores de Dilma. A defesa do governo, divulgada como uma das principais bandeiras do ato, foi citada por apenas 4% dos entrevistados como motivo da manifestação.
Protestar contra perdas de direitos trabalhistas (25%), por aumento salarial para professores (22%), por reforma política (20%) e em defesa da Petrobras (18%) foram os itens mais lembrados. De acordo com o Datafolha, 68% dos participantes do ato da CUT tinham ensino superior; já na manifestação de domingo, esse índice era de 76%. No domingo, 41%declararam receber mais de dez salários mínimos ante 12% no protesto da sexta.
Veja outros números da pesquisa na Folha de S.Paulo
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Parlamentares triplicam fundo partidário


Ignorando a crise generalizada por quer passa o Brasil, parlamentares se presenteiam com dinheiro do orçamento da união.

Parlamentares triplicam fundo partidário


Por meio do orçamento aprovado na noite desta terça-feira, verba pública destinada a siglas chegará a quase R$ 1 bilhão a partir de 2015. União terá R$ 2,9 trilhões para gastar neste ano
por Congresso em Foco | 17/03/2015 23:27
CATEGORIA(s): economia brasileira, Manchetes, Notícias, Orçamento, Outros destaques

Mesmo em meio a uma crise econômica, parlamentares aprovaram uma medida que triplica o volume destinado ao Fundo Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, o chamado Fundo Partidário. Na proposta de Orçamento Geral da União de 2015, aprovado pelo Congresso na noite desta terça-feira (17), o fundo passará dos atuais R$ 289,5 milhões para R$ 867,5 milhões. O projeto segue agora para sanção presidencial.

De acordo com o relator-geral da proposta orçamentária, senador Romero Jucá (PMDB-RR), a medida já é um primeiro passo em direção a uma da propostas do PT visando o combate à corrupção no país: o financiamento público de campanhas eleitorais. “Ampliar o fundo é uma necessidade dos partidos e o início das discussões do financiamento público”, admitiu Jucá.
Ainda pela proposta do Orçamento da União para 2015, houve um remanejamento de R$ 2,67 bilhões na proposta inicial para emendas parlamentares dos 265 novos congressistas eleitos para a atual legislatura (2015/2018). Ainda segundo Jucá, o Orçamento da União prevê um crescimento de R$ 13 bilhões nos gastos públicos em relação ao projeto encaminhado pelo Poder Executivo. Ao todo, o governo federal prevê gastos da ordem de R$ 2,9 trilhões durante o ano de 2015.
“Cada um dos 265 novos parlamentares que ingressaram neste ano no Congresso contará com cerca de R$ 10 milhões em emendas, dos quais metade para o setor de saúde”, afirmou o senador Romero Jucá. Jucá também defendeu o orçamento impositivo para investimentos e políticas públicas, além do já aprovado para emendas parlamentares por meio da Emenda Constitucional 86. Ele disse que o projeto orçamentário em votação é uma “peça de ficção” porque depende da boa vontade do Tesouro para efetuar os gastos. “Eu defendo um orçamento impositivo para não ficarmos à mercê de contingenciamentos”, opinou.
Se, por um lado, parlamentares conseguiram aumento de receita para emendas parlamentares, por outro o relator do Orçamento admitiu que os reajustes solicitados por servidores do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Justiça Federal não foram concedidos.
A projeção de receita toma como base um crescimento de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – principal base de cálculo da inflação) da ordem de 6,5% e uma taxa selic de 11,97%.
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“impeachment” virou eufemismo para “golpe de Estado”

Grande mídia, redes sociais e movimentação golpista: a ação de setores conservadores para influenciar a nação

"No atual léxico do pensamento político, a palavra “impeachment” virou eufemismo para “golpe de Estado”. Segundo a grande imprensa, um panelaço produzido por alguns membros das classes sociais mais abastadas contra Dilma Rousseff representa a opinião pública nacional. Já nas redes sociais, a nova moda dos “revoltados online” é gravar e compartilhar vídeos insultando a presidenta com palavras de baixo calão e atribuindo a ela todos os males do país. Em suma, parece que muitos brasileiros perderam totalmente o senso do que é viver em sociedade e aceitar as diferenças."




Texto de Francisco Fernandes Ladeira, retirado do Observatório da Imprensa:


MANIFESTAÇÕES DE RUA

Grande mídia, redes sociais e movimentação golpista

Por Francisco Fernandes Ladeira em 16/03/2015 na edição 842
Um espectro ronda o Brasil: trata-se do terceiro turno, a tentativa desesperada dos setores conservadores de nossa sociedade em influenciar (mesmo por vias não democráticas) nas principais decisões da nação. No atual léxico do pensamento político, a palavra “impeachment” virou eufemismo para “golpe de Estado”. Segundo a grande imprensa, um panelaço produzido por alguns membros das classes sociais mais abastadas contra Dilma Rousseff representa a opinião pública nacional. Já nas redes sociais, a nova moda dos “revoltados online” é gravar e compartilhar vídeos insultando a presidenta com palavras de baixo calão e atribuindo a ela todos os males do país. Em suma, parece que muitos brasileiros perderam totalmente o senso do que é viver em sociedade e aceitar as diferenças.
Ao contrário do que pensam muitos apedeutas (os famosos “comentaristas de internet”), denunciar a perseguição midiática sofrida pelos governos petistas não é relativizar casos de corrupção ou tampouco defender incondicionalmente o Partido dos Trabalhadores (diga-se de passagem: para esse mister, existe a “imprensa pelega”). O que devemos colocar em pauta é a seletividade do conteúdo dos principais noticiários do país. Casos de condutas moralmente condenáveis por parte de políticos da oposição são propositalmente negligenciados. Não é difícil entender os motivos para tanto ódio da imprensa hegemônica e das classes sociais mais abastadas em relação ao PT, pois, afinal de contas, o governo Lula ampliou de 499 para 8.094 o número de veículos que recebem publicidade estatal, diminuindo assim os lucros dos grandes empresários da mídia. Ademais, a ascensão social promovida na última década, apesar de não ter bases sólidas, fez com que indivíduos das classes baixas pudessem frequentar lugares que anteriormente estavam destinados somente às parcelas mais favorecidas da população. Essa “invasão” de pobres em aeroportos, restaurantes e shopping centers temcausado calafrios nas elites. Simbolicamente, para as classes dominantes, acostumadas a ver seus pares ocuparem os cargos máximos da nação, deve ter sido muito difícil ter que conviver durante oito anos com um governo liderado por um ex-retirante nordestino, oriundo da classe baixa e sem formação secundária.
Por outro lado, Dilma Rousseff parece ser um alvo mais fácil de ser atacado. No dia 8 de março, durante o discurso da presidenta em cadeia nacional, moradores de bairros nobres das principais capitais brasileiras protagonizaram um panelaço em protesto contra o governo. Como não poderia deixar de ser, a mídia hegemônica reverberou tais acontecimentos, colocando-os como sendo a posição da maioria da população. “Enquanto a presidente pede paciência em pronunciamento, população reage”, destacou o jornal O Globo em sua edição de segunda-feira (9/3). Por sua vez, a Folha de S.Pauloestrategicamente comparou o panelaço burguês ao clima que precedeu o impeachment de Fernando Collor há duas décadas. Ora, o velho Marx, ao dissertar sobre o conceito de ideologia, já dizia que um dos mais poderosos mecanismos de dominação de uma determinada classe é difundir e naturalizar as suas ideias como se fossem inerentes a toda a sociedade.
O partido político das forças conservadoras
Entretanto, o momento mais aguardado dos movimentos antigoverno seria a mobilização nacional marcada para 15 de março. Grande parte da mídia deixava transparecer seu apoio incondicional já nos dias que antecederam os protestos. A Folha de S.Paulo publicou uma agenda com horários e locais das manifestações, em uma tácita intenção de atrair potenciais manifestantes. O Estação, periódico distribuído gratuitamente nas estações do metrô paulistano, estampou em uma capa o cartaz do grupo Movimento Brasil Livre, um dos mentores aos atos contra Dilma. “Povo brasileiro, chegou o momento das manifestações legítimas e de exigirmos a saída dessa mulher que se chama Dilma Rousseff e que atrasou o país em mais de 50 anos”, escreveu o articulista da Rede Globo Arnaldo Jabor. Ao fazer uma análise sobre a atual onde de protestos urbanos, Reinado Azevedo, da revista Veja, asseverou que as manifestações em repúdio ao impeachment e a favor da Petrobras foram marcadas para um dia de semana porque seus adeptos não trabalham e, em contrapartida, a mobilização contra a presidenta Dilma só poderia ocorrer durante o domingo, pois os “cidadãos de bem” labutam nos outros dias.
Já nas redes sociais, espaço onde não há limites para os delírios ideológicos, foram compartilhados artigos contento títulos sensacionalistas como “Militares aguardam apenas o pedido do Povo para agirem, dia 15 será o dia da libertação”; “Exército se posiciona em todo o Brasil, aguardando a ordem do Povo Brasileiro” e “Entenda o que é Intervenção Militar, e o que Você deve fazer para que Aconteça”.
Conforme era de esperar, os principais canais de televisão do país concederem amplo destaque para as manifestações de domingo. Desde as primeiras horas da manhã, a Rede Globo “convocava” os brasileiros a saírem às ruas desde. Cada aumento do número de manifestantes foi comemorado pelo canal da família Marinho como se fosse um gol da seleção brasileira em final de Copa do Mundo. Como bem apontou o jornal Brasil de Fato, a maior emissora do país mobilizou, como há muito tempo não se via, toda a sua estrutura com o objetivo de ampliar a visibilidade dos atos. Quase a totalidade dos seus jornalistas esteve de plantão, e durante as entradas nas cidades onde aconteciam mobilizações os microfones da emissora captaram gritos de guerra contra o atual governo e xingamentos contra a presidenta. Em seu site, a Folha de S.Paulo incentivou os leitores a enviar relatos, fotos ou vídeos das manifestações.
Um evento com milhões de pessoas nas ruas também é uma boa oportunidade para o desfile de “celebridades”. Entre os “famosos engajados”, o destaque foi Ronaldo Fenômeno que, em clima de campanha eleitoral, utilizou uma camiseta com os dizeres “A culpa não é minha, eu votei no Aécio”. Por sua vez, manifestantes mais exaltados empunhavam cartazes contendo frases como “Fora ditadura gayzista”, “Libertem o Brasil, ou o mundo sangrará” e “Lula anticristo”.
Evidentemente não se pretende aqui apoiar qualquer atitude para impedir as pessoas de se manifestarem. Em uma sociedade que se pretende minimamente democrática, o direito à liberdade de expressão deve estar relacionado, sobretudo, ao respeito em se ouvir opiniões contrárias. Todavia, é importante questionar o papel da mídia hegemônica nas coberturas das manifestações de sexta-feira (13) e domingo (15). Enquanto a primeira – em defesa da Petrobras e em repúdio aos pedidos de impeachment – teve uma visibilidade modesta e distorcida, a segunda – contrária ao governo – foi retratada como o ato cívico mais importante da Nova República.
Segundo o pensamento do filósofo italiano Antonio Gramsci, em épocas como a atual, marcada pela crise eleitoral das tradicionais organizações partidárias de direita, a grande imprensa assume a função de principal partido político das forças conservadoras. Nada mais condizente à atual conjuntura brasileira.
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Francisco Fernandes Ladeira é especialista em Ciências Humanas: Brasil, Estado e Sociedade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e professor de Geografia em Barbacena, MG

As agressões de filhos contra pais: violência silenciosa

18/03/2015 17h25 - Atualizado em 18/03/2015 17h25

Violência silenciosa: as agressões de filhos contra pais

Segundo psicólogos, problema atinge todos os tipos de família; no Brasil, mais de 14 mil casos foram registrados entre 2012 e 2014.

Da BBC
Para especialistas, a banalização da violência pode ser uma das muitas causas do aumento deste tipo de problema  (Foto: Thinkstock/BBC)Para especialistas, a banalização da violência pode ser uma das muitas causas do aumento deste tipo de problema (Foto: Thinkstock/BBC)
Muitas famílias convivem com um problema grave de violência, mas poucas têm a coragem de denunciá-lo às autoridades ou procurar ajuda: a agressão de filhos contra seus próprios pais.
A vergonha e o sentimento de culpa evitam que eles falem a respeito do assunto. No entanto, alguns já admitem o problema.
"Ela me agrediu. Minha filha me jogou no chão, não podia respirar e (ela) quebrou o dedo da avó que tentou me ajudar", disse à BBC Mundo Mariángeles (nome fictício), uma mãe de 42 anos que mora em Madri, na Espanha.
Psicólogos e sociólogos analisam o fenômeno, que não é novo, mas aumentou nas últimas décadas.
É uma forma de violência dentro das famílias na qual os filhos abusam verbal, emocional, econômica e fisicamente dos pais ou tutores para assumir o controle.
Segundo um estudo feito recentemente pela União Europeia, estima-se que nos Estados Unidos e na Espanha - dois países observados pela pesquisa - 10% das famílias sofrem com este tipo de agressão, que não diferencia nível socioeconômico e muito menos modelo familiar. Os principais agressores, no entanto, costumam ser os adolescentes e as vítimas, as mães.
"(Muitos) pensam que acontece em famílias desestruturadas, com problemas econômicos, mas não é assim. Há muita variedade e (acontece em) muitas (famílias que) têm uma posição mais cômoda", disse à BBC Mundo a psicóloga Esther Roperti.
Brasil e outros países
No Brasil, os números da violência de filhos contra pais também são relevantes, de acordo com dados compilados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, feito a partir dos registros catalogados por profissionais em postos de saúde da rede pública.
Diante de uma suspeita de caso de violência doméstica, sexual e/ou outras violências envolvendo crianças, adolescentes, mulheres e idosos, o agente de saúde é obrigado a registrar oficialmente.
Em 2012, foram 4.289 casos registrados de violência de filhos contra pais. Em 2013, 5.559 e, em 2014, 4.454 casos. Um total de 14.302 agressões de filhos contra progenitores em apenas três anos.
De acordo com os dados, organizados e analisados por Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), 70,4% das vítimas da violência dos filhos foram as mães e 29%, os pais.
E o tipo de violência preponderante, segundo estes dados, é a física. Mas também há incidência de "violência psicológica ou moral e a negligência/abandono (...) provavelmente acompanhando a violência física".
Apesar dos números altos e detalhados, Waiselfisz afirma que esta pode ser apenas a "ponta do iceberg".
"Estes são os casos de violência daquelas pessoas que já tiveram que ir ao posto de saúde. Ninguém vai ao posto de saúde por causa de uma ameaça", afirmou.
Para Waiselfisz, estes casos relatados talvez sejam apenas 80% dos casos de violência física que levam os pais a procurar os serviços de saúde. Ele calcula que 20% destes casos extremos acabem na rede de saúde particular, onde o registro não é obrigatório.
Outra limitação apontada por Waiselfisz é que não existem dados a respeito dos filhos, apenas das vítimas da violência, os pais.
A falta de precisão e até de registro deste tipo de violência é uma situação que se repete em muitos países da América Latina, onde não há diferenciação nas estatísticas entre os casos de violência de filhos contra pais e outros casos de violência doméstica.
Na Argentina, por exemplo, "não existem estatísticas, pois não está tipificado como delito e este tipo de violência é englobada no nível geral, como violência familiar", afirmou à BBC Mundo Gabriel Bertino, advogado e participante do Congresso Internacional de Violência Filho-Paternal e Violência de Gênero, realizado em 2013 no país.
Por outro lado, na Colômbia, a agressão de filhos contra pais representou 11% dos 15.829 casos de violência dentro da família registrados em 2013.
Problema moderno
O Ministério Público da Espanha afirma que, junto com roubos violentos, a violência de filhos contra os pais é o crime que mais leva a detenções e medidas cautelares contra menores de idade naquele país. Em 2013 ocorreram 4.659 denúncias.
A Europa realizou em 2013 o primeiro estudo sobre o problema, o relatório Abuso Oculto dos Filhos contra os Pais, elaborado pela Universidade de Brighton, na Grã-Bretanha, e financiado pelo Programa Daphne III, que combate a violência que envolve menores de idade.
"É a forma mais escondida, incompreendida e estigmatizada de violência familiar. Milhares de pais vivem com medo, mas ainda é um tema tabu", disse Paula Wilcox, pesquisadora que participou do estudo.
O estudo acadêmico avaliou a eficácia dos modelos para tratar a violência dos filhos contra os pais na Bulgária, Irlanda, Espanha, Suécia e Inglaterra. Um dos modelos trabalha com grupos paralelos de pais e jovens, ensinando técnicas para lidar melhor com as emoções, enquanto outro modelo se concentra diretamente em como melhorar a vida dos pais.
"Não quer dizer que (a violência de filhos contra pais) não existia, mas só agora alcança uma grande dimensão, que chama atenção", disse à BBC Mundo Roberto Pereira, vice-presidente da Sociedade Espanhola para Estudo da Violência Filho-Paternal (Sevifip), pioneira no setor.
Drogas
Mariángeles teve que denunciar a filha devido ao caso de violência em casa  (Foto: Nancy Sanchez/BBC)Mariángeles teve que denunciar a filha devido ao caso de violência em casa (Foto: Nancy Sanchez/BBC)
No caso de Mariángeles - citada no início da reportagem - a violência começou a se manifestar depois do divórcio, há seis anos, e piorou depois que ela se mudou para Madri com as duas filhas. A mais velha, que pediu para ser identificada com o nome fictício de Lucía, foi a que passou por mudanças mais difíceis e reconhece que se afastou da mãe.
Aos 17 anos a jovem começou a usar drogas e foi expulsa do colégio onde estudava. Os professores e orientadores do colégio até sugeriram que a mãe a denunciasse à polícia, mas Mariángeles preferiu procurar ajuda.
A mãe afirma que seu erro foi não conversar com as filhas sobre as mudanças que viriam e também não impor limites.
Para especialistas, parte do problema é que que as famílias não têm claro o conceito de autoridade e o sistema educativo é permissivo. São mais amigos do que pais e criam "adolescentes caprichosos que não toleram a frustração", diz a psicóloga Esther Roperti.
"A falta de limites gera angústia e ansiedade, é como atravessar uma rua sem semáforo", afirmou a psicóloga.
Segredo e denúncia
Muitos pais acreditam que seja uma fase passageira, e que seus filhos os agridem porque é apenas um aspecto da personalidade dos jovens.
Mas especialistas afirmam que, em muitos casos, a violência é indicador de uma necessidade de limites ou de uma separação indispensável para que o filho possa se desenvolver como indivíduo. Por isto este comportamento ocorre mais na adolescência.
Muitas vezes, a necessidade de intervenção deve se materializar na forma de uma denúncia para as autoridades. Uma medida - segundo os terapeutas - que protege os pais e pode ajudar para que estes filhos possam se relacionar sem violência.
Depois de passar um ano frequentando o centro El Laurel, Lucía se reconciliou com a mãe, Mariángeles
Mas, tomar a decisão e fazer a denúncia também não é fácil devido às consequências legais envolvidas.
A advogada María José Parras afirma que, às vezes, é um vizinho que chama a polícia e começa todo o processo até o julgamento.
"É importante assessorar bem os pais, porque denunciar também implica uma ordem de restrição. O filho não pode se aproximar da residência nem falar com os pais, se não cumprir a ordem, será um delito", afirmou.
A denúncia pode levar os jovens a centros de menores.
Mesmo assim, Mariángeles afirma que é preciso denunciar, "para ajudar outras famílias". "Tenham muita paciência e não percam a esperança", acrescentou.
Lucía, a filha de Mariángeles, passou três meses em liberdade vigiada e quase um ano em um centro de menores.
"Me impactou ver casos mais fortes. Abri os olhos e valorizei mais minha mãe", disse.
* Com reportagem de Flavia Nogueira, da BBC Brasil em São Paulo

É hora de erradicar o analfabetismo

publicação em andradetalis

51 filmes que você precisa recomendar. É hora de erradicar o analfabetismo político no Brasil

by Talis Andrade
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viver o amanhã antes de viver o hoje

ansiedade

"a ansiedade é querer viver o amanhã antes de viver o hoje; e aí acontece que nem bem sentimos o sabor do que estamos usufruindo agora, nem conseguimos saborear o que virá amanhã, pois quando o amanhã chegar, já estaremos nos afligindo com o depois de amanhã..."

(autor desconhecido)

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