domingo, 1 de junho de 2014

Deputados criam frente para atacar unidades de conservação

Resposta à calúnia da revista IstoÉ

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regulação da mídia, quem ganha

Quem ganha com a regulação da mídia

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:


Um dos públicos mais desinformados do país é o dos proprietários de veículos de mídia. E sobre um tema que bate diretamente nos seus interesses e no seu caixa: regulação da mídia..

Já escrevi em outras oportunidades sobre o extraordinário poder da Globo - a mais competente estrategista de seus próprios interesses. Através de um belo corpo de colunistas, ela conseguiu transformar um tema que interessa exclusivamente a ela - a regulação dos monopólios de mídia - em bandeira de todos os veículos de mídia que só teriam a ganhar com uma Lei dos Meios.

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Hoje em dia, existe apenas um monopólio no país – o da Globo – com um poder de influência tal que conseguiu criar esse paradoxo de queda consistente e rápida dos índices de audiência dos seus veículos; e, paralelamente, um aumento da fatia do bolo publicitário do país, em detrimento dos demais veículos da mídia tradicional.

Não foi a imprensa regional nem meia dúzia de blogs que tirou publicidade dos demais grupos de mídia.

À medida em que a Internet começava a dividir as verbas publicitárias, as agências passaram a concentrar no sistema Globo a maior parte das verbas destinadas aos veículos tradicionais. A TV aberta perdeu audiência mas não perdeu verbas; e parte absoluta dessas verbas foi destinada à Globo.

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Nesses anos todos, esse extraordinário poder de fogo se sustentou em um enorme conjunto de práticas anticoncorrenciais.

Entre as agências de publicidade, consolidou o modelo do BV (Bônus de Veiculação), que seria condenado em qualquer corte de país sério que tratasse sobre práticas anticoncorrenciais.

Esse modelo era sustentado por dois aferidores de audiência que jamais foram auditados: o IBOPE (para a televisão) e o IVC (Instituto Verificador de Circulação) para a mídia escrita.

Apenas nos últimos tempos os concorrentes decidiram trazer um novo instituto para concorrer com o IBOPE. Coincidentemente, nos últimos meses o IBOPE passou a registrar taxas aceleradas de queda de audiência da Globo – passando a falsa impressão de que estaria fazendo uma conta de chegada.

O grande drama da Globo é que esse modelo acelerou a crise dos seus parceiros – grupos de mídia tradicionais, todos eles metidos em um beco sem futuro. Mais cedo ou mais tarde cairá a ficha sobre quem foi o sorvedouro real das verbas publicitárias.

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Uma Lei dos Meios com compromisso sério com a desconcentração midiática obrigaria a Globo a rever suas práticas, acabaria com o conceito de rede (tal como praticado no Brasil) e abriria enorme espaço para as mídias regionais e para os demais grupos de mídia.

Além de trazer um enorme reforço ao conceito de democracia.

Como disse um grande político brasileiro, em seminário no dia 15 de maior de 2012: “Os meios de comunicação no Brasil não trazem o outro lado. Isso não se dá por pressão de governo, mas por uma complexidade de nossa cultura institucional. Nós temos toda a arquitetura democrática, menos a alma”. É preciso lutar pelos mecanismos de regulação que permitam a diversidade. “Não há como regular adequadamente a democracia sem regular adequadamente os meios de comunicação”.

O autor dessas palavras não é Lula nem Franklin Martins: é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

NÃO TOQUEM EM MACHADO DE ASSIS

REVISTA ÉPOCA,  29/05/2014 12h48




É uma hipocrisia apoiar adaptações de textos literários para facilitar a leitura. Porque ler nunca é fácil

LUÍS ANTÔNIO GIRON





Chego tarde à discussão sobre a legitimidade de adaptações de obras literárias do passado para facilitar a leitura das novas gerações. Mas não tenho como desviar de um assunto que só se torna relevante porque o Brasil continua a ser o país dos vira-latas (ou do neo-viralatismo) , dos espertalhões e do triunfo da ignorância. As adaptações de livros clássicos não passam de uma camada do aterro sanitário que entulha a cultura do país desde que os portugueses rezaram a Primeira Missa em Porto Seguro e constataram que a população local se mostrava dócil à evangelização. Dá asco pensar no tema, mas vou tapar o nariz e tentar manter a lucidez.

As políticas do livro e da educação nacionais são infames e parece que não irão melhorar nunca. Dessa forma, o futuro de nossa cultura já está traçado: caímos na tentação da visão antropológica que rebaixa o indivíduo a sua condição primitiva e não permite que ele saia do estágio folclórico e étnico a que está condenado desde o início dos tempos. Bons selvagens,os brasileiros são obrigado a celebrar as “manifestações culturais” mais primárias como se a população estivesse condenada sumariamente à fogueira de São João e ao trio elétrico.

Ora, esse ambiente sulfúrico torna coerente e até elogiável a facilitação da leitura - prefiro chamá-la de vulgarização. Afinal, para que submeter os jovens leitores ao sacrifício de ler Homero, Cervantes, Graciliano Ramos e Machado de Assis quando tudo pode ser resolvido numa narrativa direta e concisa no estilo? A vulgarização poupa trabalho do aluno e rende uma boa grana às editoras e aos autores das adaptações de obras de domínio público – que, do contrário, sairiam de graça para o leitor. A ideia de que rebaixar o ato de ler é um gesto culturalmente correto constitui um dos dois argumentos em confronto hoje na discussão das adaptações. O outro preconiza que os textos clássicos não podem ser alterados, pela própria sacralidade artística que eles contêm.

Obviamente, defendo o segundo argumento – embora não acredite na arte como religião. Se valer um testemunho, perdi muito tempo na minha infância e adolescência lendo Homero, Cervantes, Jack London e outros autores clássicos em adaptações de medalhões brasileiros como Clarice Lispector e Carlos Heitor Cony. Isso porque eu deveria ter lido os textos originais, ou pelo menos as traduções diretas. Acabei lendo bons textos de segunda mão de Cony e Clarice que não substituíram os originais. Antes, desviaram minha atenção.

É claro que não havia naquele tempo (como não há agora) edições didáticas desses textos. A produzir introduções, ensaios e notas sobre obras canônicas em edições críticas, as editoras brasileiras sempre preferiram a lei do menor esforço. Em vez de preparar e orientar o jovem leitor, as editoras lhe entregam edições embonecadas e facinhas. O resultado é o que vemos: cada vez mais jovens lendo baboseiras para jovens leitores – a chamada literatura para jovens adultos, uma literatura-salgadinho. O resultado é que os jovens adultos (e crianças) ignoram com crescente soberba os autores importantes. Afinal, para que enfrentar a dieta pesada de Guimarães Rosa se é possível devorá-lo em versão nacho com queijo?

Os jovens nutridos nessa formação rala e prejudicial ignoram também que ler é difícil. Trata-se de uma atividade que precisa ser elaborada ao longo dos anos. Envolve aprendizado, treinamento e, no caso do texto literário, vivência, intimidade com a natureza humana. Se a maior arte dos professores do ensino fundamental e médio do Brasil gostasse mesmo de ler, os estudantes entenderiam que o esforço vale a pena. Mais, que ler é mais compensador que jogar videogame ou assistir a uma série de televisão.

Tudo isso me faz pensar em postar as hashtags #NãoToqueemMachado, #NãoToqueemHomero e #NãotoqueemCervantes e assim por diante. Só de pensar que alguém possa alterar os textos canônicos me dá calafrios. Que dizer quando um professor apresenta um projeto desses ao governo federal e ganha milhões para executar Machado de Assis em praça pública em nome do consumo fácil das tribos autóctones analfabetas funcionais? É o último círculo do inferno. Não toquem na sutileza de Machado de Assis, na concisão de Graciliano Ramos e na complexidade de Guimarães Rosa. Tirem suas mãos porcas da pouca literatura que nos resta!

Luís Antônio Giron escreve às quintas-feiras

Computador Portátil com Portas USB datado de c. 100 aC.


Obra da Grécia Antiga Mostra o que Parece ser um Computador Portátil com Portas USB ?

Obra da Grécia Antiga no Getty Villa em Malibu mostra o que parece ser um computador portátil com portas USB.
A peça é datada de c. 100 aC. É descrito como representando a lápide de uma mulher com seu escravo infantil-atendimento.
O objeto se parece exatamente com os laptops em uso hoje, e  a pessoa que está utilizando parece estar usando uma tela de toque ou acessando botões na parte superior da tela. Isso poderia ser uma evidência de viagem no tempo? Ou poderiam os gregos antigos tiveram acesso a tecnologia alienígena que era semelhante à tecnologia que usamos hoje? A imagem é intrigante e faz pensar sobre as possibilidades.
Mais um post by: UFOS ONLINE
                                              Veja o Vídeo Abaixo:
https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=23K3d367thA                                                 Fonte:enigmadigest

COPA: estádios foram construidos com financiamento bancário

Copa não tirou dinheiro da educação, estádios foram construidos com financiamento bancário


Gasto com estádios  não tem  verba de educação.

Fabiana de Carvalho e Filipe Matoso Do G1, em São Paulo e em Brasília
A presidente Dilma Rousseff discursa durante o Festival de Política, Arte e Cultura da Juventude do PT, em São Paulo (Foto: Reprodução) 
A presidente Dilma Rousseff discursa durante o
Festival de Política, Arte e Cultura da Juventude do
PT, em São Paulo (Foto: Reprodução)
A presidente Dilma Rousseff classificou neste sábado (31), em São Paulo, de "absurdo" a afirmação de que o governo trocou investimento em educação por construção de estádios para a Copa do Mundo.
A crítica aos gastos com estádios da Copa é uma das principais palavras de ordem de manifestantes nos atos de protesto contra a competição em várias partes do país.
Dilma fez uma comparação do orçamento da educação com o gasto em estádios. Segundo ela, no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o orçamento da educação era de R$ 18 bilhões e, atualmente, é de R$ 112 bilhões. "Todos os estádios vão ficar em R$ 8 bilhões", afirmou a presidente
"Então, é um absurdo dizer que o dinheiro dos estádios compromete a educação no Brasil", declarou Dilma para a plateia de militantes do Festival de Política, Arte e Cultura da Juventude do PT.
Segundo ela, a quantia aplicada em estádios é "dinheiro de financiamento". "Vão ter de pagar banco, e banco, vocês sabem, não dá moleza. Financiaram os estádios e vão cobrar", afirmou. Parte do financiamento para a construção e reforma de estádios para a Copa é de um banco público, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Cartaz pede para substituir Copa por educação e saúde em Belo Horizonte (Foto: Humberto Trajano/G1)Cartaz pede para substituir Copa por educação e
saúde durante manifestação no ano passado em Belo
Horizonte (Foto: Humberto Trajano/G1)
Aeroportos
A presidente voltou a reafirmar, como em outras ocasiões, que a construção e a ampliação de aeroportos no Brasil não se deu em razão da Copa, mas que o país aproveitou a oportunidade e que os aeroportos ficarão para os brasileiros.

"Falam que a gente fez aeroporto para a Copa. Nós fizemos aeroporto porque tem de fazer aeroporto. Antes, o povo brasileiro não podia chegar na porta do aeroporto. Hoje, não só chega como anda de avião", declarou.
Racismo
Dilma também disse que a Copa do Mundo será pela paz e contra o racismo que, na avaliação da presidente, tem se expressado de forma “revoltante" no esporte.

“Por isso que nós definimos qual era o tema principal da Copa do Mundo. Nós definimos que o tema principal da Copa tinha de ser a paz, mas tinha de ser também a luta contra o racismo. Até porque ele tem se expressado de uma forma revoltante no futebol com nossos atletas”, disse.
Reeleição
Durante o evento, enquanto o presidente do PT, Rui Falcão, discursava, a plateia entoou grito de que “Vai ter Copa, vai ter tudo! Só não vai ter segundo turno”.

Em seguida, Falcão afirmou que o PT precisa se preparar para a vitória da presidenta Dilma Rousseff nas eleições de outubro, no primeiro turno.
 As pesquisas dizem que não haverá segundo turno, mas nós temos que nos preparar para a vitória, seja no primeiro, seja no segundo turno. Porque se trabalharmos apenas com a dimensão da vitória no primeiro e chegar o segundo, criará um desânimo. E nós temos que nos preparar é para ganhar a eleição”, disse.
A uma plateia formada por jovens, Falcão afirmou ainda que é preciso “quebrar a desilusão” dos jovens com a política e que os militantes do PT precisam se dedicar “inteiramente” à campanha de Dilma.
Além de Dilma, participaram do evento da juventude petista o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), os prefeitos Fernando Haddad (São Paulo) e Sebastião Almeida (Guarulhos), o presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), o ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo paulista e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP).

EUA intercepta e-mails, mensagens, redes sociais e vídeos

EUA obtêm fotos pessoais espionando mensagens, diz jornal


Snowden diz não ter 'nenhum relacionamento' com governo russo

Imagens obtidas passam por reconhecimento facial, diz 'New York Times'.
Segundo jornal, NSA intercepta e-mails, mensagens, redes sociais e vídeos.

Do G1, em São Paulo
A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos intercepta milhões de fotos pessoais por dia em comunicações eletrônicas para utilizá-las em sofisticados programas de reconhecimento facial, segundo documentos secretos revelados neste domingo (1º) pelo jornal "The New York Times".
De acordo com os documentos obtidos pela reportagem, após anos se focando em comunicações escritas e verbais para identificar terroristas suspeitos e alvos de inteligência, a NSA dá agora a mesma importância a fotos de rostos, impressões digitais e outros tipos de identificação.
A agência tem usado novos programas para analisar imagens obtidas por meio da espionagem de e-mails, mensagens de texto, redes sociais, videoconferências e outras comunicações. Do total de fotografias coletadas diariamente, 55 mil têm qualidade suficiente para o uso em técnicas de reconhecimento facial, revelam os documentos de 2011 vazados por Edward Snowden, ex-analista da agência.
"Não estamos atrás apenas das comunicações tradicionais. Tem sido necessário um arsenal completo que explora digitalmente as pistas que um alvo deixa para trás em suas atividades regulares na rede para compilar dados biográficos e biométricos [características físicas que identificam as pessoas]", diz um dos documentos.
Segundo a reportagem, o uso de tecnologias de reconhecimento facial por parte da NSA se intensificou sob a presidência de Barack Obama, especialmente após duas intenções de ataques contra norte-americanos: a tentativa de atentado em um voo com destino a Detroit no Natal de 2009 e o ataque frustrado com um carro-bomba poucos meses depois na Times Square, em Nova York.
Ao ser questionada pelo "The New York Times" a respeito da possível espionagem, uma porta-voz da agência afirmou que a NSA tenta continuamente melhorar suas atividades de inteligência, mas ressaltou que os serviços secretos não têm acesso às bases de dados nas quais são compiladas as fotos de carteiras de motorista e passaportes de cidadãos americanos.
No entanto, ela se recusou a dizer se isso também ocorre com as fotos dos vistos de estrangeiros que solicitam entrada no país, armazenadas nos arquivos do Departamento de Estado.
Os programas de reconhecimento facial cometem ainda vários erros, especialmente quando as imagens não são de alta resolução e os rostos estão registrados em diferentes ângulos, segundo o jornal.
Tanto o governo como o setor privado estão investindo "bilhões de dólares" nesse tipo de tecnologia, segundo Jennifer Lynch, uma especialista citada pela reportagem.

Rede Glogo tem medo

O Globo tem medo da democracia

Por Altamiro Borges

Na quinta-feira (26), a presidenta Dilma Rousseff assinou decreto que torna obrigatória a realização de consultas públicas para ouvir a sociedade sobre temas decisivos para os rumos do país. A medida, que faz parte da intitulada “Política Nacional de Participação Social (PNPS)”, é um passo importante para ampliar os mecanismos de democracia participativa no Brasil. De imediato, a oposição direitista rechaçou a iniciativa. Coube, porém, ao jornal O Globo – o mesmo que apoiou o golpe militar e a sanguinária ditadura – a crítica mais raivosa à medida democratizante. Em editorial publicado neste sábado, o diário afirma, na maior caradura, que o “decreto agride a democracia representativa”.

O decreto prevê várias formas de participação política da sociedade: conselhos, conferências, audiências, ouvidorias, fóruns, mesas de diálogo, comissões especiais, ambientes virtuais e consultas públicas. Ele fixa que todos os “órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta” realizem consultas visando “consolidar a participação social como método de governo” e aprimorar “a relação do governo com a sociedade”. Pelo decreto, caberá à Secretaria-Geral da Presidência da República orientar a implantação da PNPS. Ele garante que todo cidadão poderá participar desses formatos de diálogos, “além de movimentos sociais, institucionalizados e não institucionalizados”.

Temendo a participação popular, o líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho, já anunciou que irá acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra o decreto. Para o representante da direita oligárquica, o projeto do governo “é um eufemismo para o aparelhamento ideológico por meio de movimentos sociais, filiados ao PT e sindicalistas ligados ao governo... É uma invasão à esfera de competência do parlamento brasileiro e uma afronta à ordem constitucional do País”. No mesmo rumo, o deputado Ronaldo Caiado, o famoso ruralista do DEM, esbravejou que "o PT age no sentido de criar um sistema paralelo de poder como Hugo Chávez fez na Venezuela".

Dos demos não se poderia esperar outra reação. Originários da Arena, o partido da ditadura, eles sempre rejeitaram qualquer mecanismo de participação popular. Como expressão da velha oligarquia, que explora trabalho escravo e contrata jagunços, o DEM nem precisa disfarçar sua postura autoritária, meio fascistóide. Já no caso do jornal O Globo, o editorial hidrófobo serve novamente para tirar a sua máscara. Ao satanizar o decreto número 8.243, que cria a PNPS, o diário da famiglia Marinho tenta se travestir de defensor da democracia representativa – logo ele que apoiou o golpe de 1964, a cassação de deputados e o fechamento do Congresso Nacional durante a ditadura militar.

“A democracia representativa, com a escolha dos representantes da sociedade pelo voto direto, bem como a independência entre os Poderes, é alvo prioritário do autoritarismo. A desmontagem do regime representativo costuma começar pela criação de mecanismos de ‘democracia direta’, para reduzir o peso do Congresso na condução do país”, afirma no maior cinismo. Para ele, o objetivo do decreto “é subtrair espaço do Legislativo por meio de comissões, conselhos, ouvidorias, mesas de diálogo, conferências nacionais, várias novas instâncias a serem criadas junto à administração direta e até estatais, sempre em nome da participação social” e equivale a “um golpe de Estado na base da canetada”.

“O sentido autoritário do decreto denuncia a sua origem. Ele sai dos mesmos laboratórios petistas que engendraram a ‘assembleia constituinte exclusiva’ a fim de fazer a reforma política - atalho para se mudar a Constituição ao bel-prazer de minorias militantes -, surge das mesmas cabeças que tentaram controlar o conteúdo da produção audiovisual do país via Ancinav, bem como patrulhar os jornalistas profissionais por meio de um conselho paraestatal. Tem a mesma origem dos idealizadores da ‘regulação da mídia’... O assunto precisa ser discutido com urgência no Congresso e levado ao Supremo pelo Ministério Público e/ou instituições da sociedade”, alerta o jornalão.

Só pela reação e desesperada de O Globo já dá para afirmar que o decreto que cria o PNPS representa um avanço para a democracia brasileira e merece urgente apoio das forças progressistas.

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Que venha a nova democracia social para o Brasil e para os Brasileiros

O Brasil é um país com várias camadas arqueológicas. Tem o país dos novos mercados, das novas tecnologias, de uma sociedade civil pujante, de novos movimentos nascendo ao largo das velhas instituições, de novos direitos sociais sendo reconhecidos pela sociedade e pelo Supremo Tribunal Federal, novas políticas sociais amparando de minorias raciais a pessoas com deficiência.

Ao mesmo tempo, é o país anacrônico, com manchas de trabalho escravo mas, principalmente, com um ranço insuperável, fruto da herança coronelística da Velha República, da visão de compadrio do "homem cordial", que não aceita nenhuma forma de mediação dos poderes que não passe pelo seu poder de arbítrio.

Só isso para explicar as críticas anacrônicas da parte da mídia aos decretos da Presidente da República instituindo a Política Nacional de Participação Social, formalizando diversos conselhos para ampliar a participação social nas políticas públicas.

O Estadão soltou um editorial em que acusa Dilma de pretender mudar a Constituição. "A participação social numa democracia representativa se dá através dos seus representantes no Congresso, legitimamente eleitos".

É o mesmo jornal que deblatera diariamente contra os arreglos políticos, contra o loteamento de diretorias de estatais para políticos, contras os pactos nefastos do presidencialismo de coalizão, contra os vícios de democracia, que vende o lema de que todo político é ladrão. De repente, o Congresso ganha legitimidade para tudo, até para opinar em políticas que são prerrogativas do Executivo e até para co-participar de governo.

Por acaso cabe ao Congresso definir formas de implementação do Plano Nacional de Educação,  as estratégias para o Bolsa Família,  as políticas para micro empresas, as políticas de defesa do consumidor? É evidente que não. Quem define isso é o Executivo, governo eleito diretamente pelo voto popular. E se o governo abre espaço para a participação popular em políticas que afetam diretamente as pessoas, não está aparelhando nada: está abrindo mão do poder absoluto e ouvindo de forma institucionalizada a voz dos clientes dos serviços públicos representantes diretos da sociedade civil.

Confundir esse movimento de abertura para a sociedade com aparelhamento do Estado é má fé.

A natureza desses conselhos consultivos é a mesma que deveria vigorar nas relações com o setor econômico. A ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) tem várias câmaras setoriais, com a presença de empresários dos diversos setores incumbidos de fornecer subsídios para as políticas setoriais. Acaso foram taxadas de aparelhamento?

As críticas a se fazer é à baixa implementação das conclusões geradas por esses conselhos, não à sua criação.

O problema do jornal é que, com a criação de conselhos de toda ordem - para a área social, econômica, educacional - o governo passará a ouvir as demandas da sociedade diretamente, e sem a intermediação de uma mídia que há muito tempo perdeu a capacidade de mediar as necessidades da sociedade.

É importante recordar que as pessoas que saíram as ruas em junho do ano passado reagiram contra o anacronismo de todas as instituições, não apenas do Executivo, Legislativo e Judiciário, mas também da mídia.


Que venha a nova democracia social!