terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

...inexiste o conceito de relevância na matéria jornalística

 
“Em pleno início de milênio, que papel a mídia tem desempenhado para o desenvolvimento brasileiro? Há um sem-número de críticas ao nosso desempenho. Praticamente inexiste o conceito de relevância na matéria jornalística. Em qualquer cobertura de fato relevante, a tendência é de se realçar o imprevisto, a frase que pode gerar conflito, deflagrar a catarse em lugar de relatar a essência do assunto.
Existe dificuldade enorme de se conferir tratamento analítico aos temas, de analisar ponto por ponto os diversos ângulos da questão, apresentar as versões conflitantes, inseri-lo em um contexto mais amplo, em suma, pensar de maneira moderna. Em geral as análises são substituídas por opiniões quase sempre taxativas, quase nunca analíticas, que espelham muito mais as preferências do autor do que análises acuradas.”
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Mais em:
http://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2009/12/o-jornalismo-dos-anos-90-luis-nassif.html
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Foto do perfil de Professor Negreiros

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

6 técnicas de lavagem cerebral

 
Você sabia que sofremos manipulação todos os dias? Veja 6 técnicas de lavagem cerebral que são usadas em você o tempo todo: http://bit.ly/1vt4lig
Foto do perfil de Professor Negreiros
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6 técnicas de lavagem cerebral assustadoras que são usadas até hoje

Conheça algumas técnicas de lavagem cerebral que são utilizadas até hoje por pessoas e organizações. Essas técnicas são simples mas eficazes. Conheça-as e aprenda a combate-las.

por: Rafael Miranda
5 dias atrás
Mentiras repetidas à exaustão viram verdades, ensinou Joseph Goebbels enquanto comandou a máquina de propaganda nazista. Para fazer lavagem cerebral não são necessários equipamentos de ficção científica ou hipnotismo. Há todo tipo de técnicas testadas e aprovadas que qualquer um pode usar para passar por cima da parte pensante do seu cérebro e ativar um interruptor dentro dele que diz “OBEDEÇA”.
O termo “lavagem cerebral” foi usado pela primeira vez em 1950 pelo jornalista americano Edward Hunter, durante uma reportagem sobre o tratamento dos soldados americanos nos campos de prisão chineses, durante a guerra coreana. Estas técnicas não envolvem armas fantásticas, ou poderes exóticos, mas envolvem o entendimento da psiqué humana e um desejo de explorá-la. Ao entender melhor estas técnicas, você pode aprender a se proteger e a proteger outras pessoas também.

Entoar Slogans

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Cada líder religioso, sargento instrutor, guru de autoajuda e políticos sabem que, para calar todos os incômodos pensamentos de dúvida em uma multidão, você deve fazê-los entoar uma frase ou um slogan. Estas são chamadas de técnicas para bloquear o pensamento, porque, para o bem ou para o mal, elas fazem exatamente isso.
Exemplo: O “amém” que você diz na igreja inconscientemente está ajudando a bloquear os pensamentos negativos que a pessoa busca esquecer ou amenizar.

Enfiar mentiras no seu subconsciente

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A ascensão da internet deu a luz a uma técnica completamente nova e astuta de inserção de besteiras na sua cabeça. Muitas pessoas notaram que a maioria das pessoas não lê as histórias que circulam na internet. A maioria apenas acaba ”passando” pelas manchetes. E existe um meio de tirar proveito disso, baseado na maneira como o cérebro registra as memórias.
Eles chamam isso de “Amnésia de Fonte”. Por exemplo, você sabe o que é um coiote, mas você provavelmente não se lembra exatamente como você aprendeu esta informação. A capacidade de armazenamento do cérebro é limitada, então ele armazena a parte importante (que um coiote é um animal pequeno e feroz) mas descarta o contexto trivial, como quando e onde você aprendeu isso (nos desenhos da Warner, talvez).
Na era da internet e do excesso de informações, este é um mecanismo que é explorado muito facilmente. Um pedaço de informação – digamos, rumor horrível sobre um político – pode ser apresentado com todo tipo de detalhes (um ponto de interrogação, uma referência a uma péssima fonte, o termo “não confirmado”) mas frequentemente o cérebro só vai lembrar do rumor horrível e vai esquecer completamente dos detalhes.

Controlar o que você assiste e lê

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A restrição do material que pode ser lido e/ou assistido é comum em alguns segmentos religiosos e costumes. Estudos mostram que o cérebro é “programado” para sentir um rápido prazer ao ler coisas que concordam com nosso ponto de vista.
Os mesmos estudos provaram que, estranhamente, nos também sentimos prazer ao rejeitar intencionalmente informações com as quais discordamos, não importa o quão bem fundamentadas elas estejam. Sim, nosso cérebro nos “recompensa” por sermos pessoas de mente fechada. Bizarro, não?

Manter você na linha fazendo com que sinta vergonha

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Não é nenhum segredo que você pode colocar o cérebro de uma pessoa em curto-circuito com a vergonha. Quantos de nós não fomos induzidos a fazer algo idiota na escola por que estavam tirando sarro da gente? Ora! Mas por que isso funciona? Bem, existem essas partes primitivas na parte inferior do nosso cérebro que se chamam amídalas que controlam reações básicas, emocionais. É de lá que vêm coisas como o desprezo e a vergonha, e estimular essas partes pode desligar completamente a parte analítica do seu cérebro. A turma te chama de covarde e, quando você vê, você está com um rojão aceso entre as nádegas.
Você pode agradecer à evolução por isso. Lá no passado, quando os humanos começaram a formar grupos e tribos, a posição social era tudo. Era o que garantia comida e proteção. A zombaria começou como um meio de obrigar todos a “andar nos conformes” para mantê-los na linha.
Fazer com que uma pessoa, uma ideia ou um comportamento fosse alvo de zombaria o colocava em uma posição social mais baixa e deixava claro que qualquer um associado com aquilo compatilharia daquela posição, deixando-os fora das caçadas/refeições/sexo que faziam a vida na tribo valer a pena. Milhares de anos depois, uma boa dose de zomabaria pode desligar o raciocínio crítico e nos colocar na linha, sem fazer perguntas.

“Fazer com que tudo seja ou preto ou branco”

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Ouça uma discussão entre seus amigos. Qualquer uma. Ouça um cara dizendo que John McCain é um Fascista enquanto o oponente dele diz que Barack Obama é um Comunista. Observe como mesmo fãs do mesmo time de futebol se dividem amargamente sobre se o novo zagueiro vai ser “ótimo” ou “um lixo”.
Todo mundo é amigo ou inimigo, toda banda é fantástica ou péssima, preto e branco, nada no meio. Quem gosta de utilizar técnicas de lavagem cerebral amam isso, porque eles podem te convencer a escolher o lado deles.
Exemplo: Funk é um estilo de música bom ou ruim?
1Se você perguntar isso, poucas pessoas vão ter uma opinião própria a esse respeito, algumas foram influenciadas a gostar do estilo por ouvir em excesso e essas vão defender até a morte e outras foram influenciadas justamente a dizer o contrário, pouca gente tem uma opinião intermediária, sendo assim perderam o direito de avaliar a situação em sua totalidade, apenas reproduzem uma resposta ou dizendo que É a pior coisa do mundo ou a melhor.

Nós contra eles

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Claro, todos nós conhecemos os exemplos óbvios, eles estão escritos em toda parte nos livros de história, com sangue e buracos de bala. Racismo, genocídio, caricaturas assustadoras em pôsteres militares.Mas os manipuladores descobriram que a mesma técnica que funciona tão bem para induzir as pessoas a entrar num frenesi apocalíptico assassino, pode ser usada para te vender carros, ou hambúrgueres, ou computadores.
Basicamente, nós somos projetados pela evolução para formar tribos. Quanto mais estresse sentimos, mais nós amamos e nos sentimos ligados àqueles que parecem e soam como nós, e mais nós odiamos aqueles que não são parecidos conosco. É só um velho mecanismo de sobrevivência utilizado no início da civilização humana.


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sábado, 7 de fevereiro de 2015

a inveja e a depressão

HypeScience

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Posted: 06 Feb 2015 05:54 AM PST
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Liberte Sua Mente: CONHECE TEU INIMIGO!

Liberte Sua Mente: CONHECE TEU INIMIGO!: CONHECE TEU INIMIGO! Nascido na Hungria com o nome de Schwartz György, tornado-se Soros György, filho de Tivadar Soros, famoso esperant...


CONHECE TEU INIMIGO!


CONHECE TEU INIMIGO!

Nascido na Hungria com o nome de Schwartz György, tornado-se Soros György, filho de Tivadar Soros, famoso esperantista húngaro, escritor e ex-soldado, e de Erzebet Czacs, ambos de família judia, George Soros teve uma infância relativamente boa, tendo passado parte da adolescência fugindo de perseguições, na Hungria, pelo fato de ser judeu.

Durante a Segunda Guerra, lucrou delatando compatriotas, entregando-os aos nazistas, em troca de ficar com os pertences dos delatados. Nada mal, para um garoto de 14 anos.

Depois, migrou aos dezessete anos para Londres, onde começou a enriquecer com a administração de empresas. Foi quando estabeleceu sua ligação com os Rothschild, e definitivamente entrou no cenário da Nova Ordem Mundial. A relação de Soros com o círculo financeiro dos Rothschild representa muito mais que uma ligação bancária comum ou casual. Somente o amparo do poder dos Rothschild pode explicar o extraordinário sucesso de um mero especulador privado e sua incrível capacidade para "acertar em cheio" tantas vezes nesses mercados de alto risco. Soros tem acesso à "dicas internas" em alguns dos mais importantes canais governamentais e privados em todo o mundo.

George Soros não é apenas um dos principais mega-especuladores do mundo; durante toda a sua vida até o presente momento, ele serviu como um "garoto de recados" para o estabelecimento monetarista anglo-americano, comandando operações de pilhagem contra as nações da Europa Oriental, bem como os ataques contra a soberania das nações como em setembro 1992, quando em um confronto com o Banco da Inglaterra, Soros destruiu a libra esterlina e a lira italiana e fez US $ 12 bilhões em lucro na sua especulação.

Mas quem é George Soros? Soros é um ateu multi-bilionário, com valores morais distorcidos e a falta de consciência de um sociopata. Ele se considera um elitista filósofo de classe mundial e simplesmente adora fazer engenharia social.

Ele ajudou a projetar golpes na Eslováquia, Croácia, Geórgia e Iugoslávia. Quando Soros tem um país como alvo de "mudança de regime", ele começa com a criação de um governo "sombra", um governo totalmente formado no exílio, pronto para assumir o poder quando a oportunidade surgir.

Soros nega categoricamente receber dinheiro de cartéis de drogas ou qualquer tipo de atividade criminosa. A verdade, porém, que pelo menos algumas das suas operações financeiras têm bases "offshore", nas bancas e centros financeiros que são amplamente considerados propícios para a lavagem de dinheiro. Inclusive com o HSBC, o qual pretendo apresentar em uma publicação futura. O fundo de investimentos de Soros é baseado nas Antilhas Holandesas, uma federação autônoma de cinco ilhas do Caribe. A CIA Factbook descreve a região como "um ponto de transbordo de drogas da América do Sul com destino a Europa e os EUA; centro-lavagem de dinheiro. "

O Sr. Soros é todo poder e fama. Sua filosofia é destruir as sociedades que ele não gosta e, em seguida, recriá-las usando seu modelo de "sociedade aberta". Ele destrói criando o caos. E que melhor maneira de criar o caos na sociedade do que ter uma população viciada em drogas? Ter sociedades com leis e políticas favoráveis à droga certamente contribuirá para a criação deste caos.

Olha, eu teria muito, mas muito, mais a dizer sobre George Soros; porém, penso que para aqueles que não o conhecem, esta breve apresentação é suficiente para que entendam quem é, de fato, esse homem. Se alguém quiser pesquisar por si, aconselho que busque as informações em sites internacionais. Se inserir no Google, "the truth about george soros", um leque imenso de tópicos de pesquisa se abre.

# Ivan Figueiredo - REPOST

Lavagem cerebral


CiÊNCIA

Lavagem cerebral

Ela é usada por militares, políticos, religiosos e gente querendo sua grana. Saiba como ela funciona e aprenda a blindar sua mente

por Barbara Axt
Em 1974, Patty Hearst, herdeira de um império de comunicação, morava na Califórnia, cursava faculdade e preparava seu casamento. Até que, numa bela noite, a patricinha foi sequestrada por um grupo paramilitar esquerdista chamado Exército Simbionês de Libertação e dois meses depois reapareceu, armada com um rifle e uniformizada, assaltando um banco ao lado do bando. Durante um ano e meio participou de várias ações, atacando mais dois bancos, roubando lojas e fugindo da polícia. Ninguém entendeu nada: o que transformou aquela garota rica de 19 anos em uma guerrilheira urbana? Quando finalmente foi capturada pela polícia, Patty explicou: tinha sido submetida a uma lavagem cerebral. Foram 57 dias trancada em um armário, sofrendo maus-tratos físicos e psicológicos. Teve gente que duvidou da explicação, achando que se tratava de desculpa esfarrapada. Mas, por outro lado, o que explicaria uma mudança tão radical?

Apesar de não existir consenso sobre até que ponto é possível substituir convicções e comportamentos, não faltam estudos sobre o processo de lavagem cerebral. O termo passou a ser usado no Ocidente durante a Guerra da Coreia (1950-53), para descrever o comportamento de soldados americanos que, após um período capturados, voltavam defendendo os ideais comunistas dos inimigos China e Coreia do Norte. Aparentemente, não era teatro. Os soldados tinham "virado a casaca", exibindo atitudes incompatíveis com as de antes.

Muitos daqueles prisioneiros haviam sofrido torturas físicas que tornaram sua mente vulnerável; com outros, o processo foi menos óbvio e mais sutil, envolvendo a vítima sem que ela se desse conta. Seja qual for a estratégia, é essencial o elemento-surpresa.

Isso porque somos programados para reagir imediatamente a estímulos intensos: quando um ladrão pula na sua frente ou um carro vai em sua direção, o cérebro não perde tempo com análises. O caso nem passa pelo córtex pré-frontal, responsável pelo raciocínio complexo; vai direto para áreas cerebrais menos evoluídas, que decidem rapidamente o que fazer. Ou seja, quem quiser provocar novas crenças e comportamentos em alguém precisa criar situações que exijam reações automáticas, pois nelas o processo consciente é desativado.


Não é força, é jeito
Existem duas maneiras de deixar o sujeito estressado, frágil, cansado e, consequentemente, mais aberto a novas ideias. A primeira é a lavagem cerebral forçada, em que isso é alcançado com tortura, privação de sono e jejum. O segundo método, mais comum, é o induzido, em que a vítima é envolvida em um "intensivão". Pessoas que se dizem manipuladas por igrejas e cultos religiosos descrevem um programa intenso de atividades, palestras, celebrações e tarefas como distribuir panfletos, limpar o chão, fazer comida. Imersa nessa rotina, que geralmente prevê poucas horas de sono, a vítima fica tão cansada que literalmente não tem tempo para pensar sobre o que está acontecendo.

É a mesma técnica, por exemplo, daquele vendedor tagarela que o deixa confuso e faz com que você compre uma coisa de que não precisa, só para se livrar do chato. Em alguns casos, antes de iniciar o processo a pessoa já está fragilizada por alguma outra situação. "O fim de um relacionamento, um divórcio, a morte de alguém querido, até se formar na escola ou mudar de emprego pode tornar uma pessoa vulnerável, uma vez que tira o indivíduo de seu equilíbrio", explica o psicólogo americano Steve Hassan, que passou 5 anos como membro do culto conhecido como Igreja da Unificação, dos seguidores do reverendo Moon - também conhecidos como moonies. Ainda ativa, inclusive no Brasil, a seita ficou famosa justamente por seus métodos de recrutamento e acusações de lavagem cerebral.

"Eu tinha me separado de uma garota e, pouco tempo depois, fui abordado por 3 mulheres. Elas não falaram que eram de uma religião, que acreditavam que o reverendo Moon era o Messias, nada disso. Só falaram que faziam parte de um grupo de amigos espalhado pelo mundo e me convidaram para ir a um jantar grátis", explica Hassan. "A partir daí, foi um processo gradual. Ir lá e conhecer os amigos delas foi um passo. Voltar e jantar, outro passo. Ir a uma palestra, voltar no dia seguinte, mais um passo. Durante esse tempo, eles perguntavam várias coisas bem detalhadas sobre mim, e eu dava, voluntariamente, informações muito pessoais, sem perceber que estava entregando as ferramentas para que me manipulassem." Hoje, Hassan faz palestras de conscientização e presta consultoria a pessoas em situação similar à por que ele passou.

Ele chama a atenção para o fato de que, quando esse processo começa, a vítima não fica sabendo para onde está sendo levada nem quais crenças e comportamentos vai adotar no final. Mas, para que essas novas convicções sejam estabelecidas, entra em ação a segunda arma usada para tirar o córtex pré-frontal do caminho: emoções fortes.


Emoção embutida

"Quando algo provoca uma reação emocional, o cérebro se mobiliza para lidar com ela, destinando poucos recursos a reflexões", explica Kathleen Taylor, neurologista da Universidade Oxford, em seu livro Brainswashing - The Science of Thought Control ("Lavagem Cerebral - A Ciência do Controle Mental", sem tradução para o português). É exatamente nessa hora que a emoção pode ser ligada a uma ideia.

Durante a Guerra Fria, por exemplo, tanto capitalistas quanto comunistas se valiam de uma paranoia intensa e generalizada para vender conceitos vagos, difíceis tanto de definir quanto de contestar - "liberdade," "Estado," "inimigo". São ideias fortes, amplas o suficiente para você associar às emoções que quiser e que forem mais convenientes à manipulação.

Por isso se diz que a ideia é "engatada" à sensação: sempre que aquele assunto vier à tona, a sensação vem a reboque, num processo conhecido como reflexo condicionado. É o que acontece em um culto daqueles bem intensos, em que a pessoa dança, canta, grita, inunda o corpo de endorfina. Inconscientemente, a sensação de bem-estar passa a ser associada àquela religião.

Outro exemplo: um prisioneiro de guerra, depois de enfrentar tortura e jejum, é levado para tomar banho quente e fazer uma refeição enquanto escuta alguém descrevendo as maravilhas da doutrina comunista. Com a repetição do método, ele inconscientemente passará a associar comunismo a bem-estar. Se você se lembrou do filme Laranja Mecânica (1971), clássico do diretor Stanley Kubrick, acertou na mosca.

Na história, o personagem principal é um adolescente ultraviolento que se diverte torturando e estuprando por aí. Após ser preso, ele se oferece para um tratamento experimental que promete torná-lo um ser totalmente desprovido de violência.

O tratamento consiste em submetê-lo a sensações físicas desagradáveis (náuseas muito intensas) e a imagens violentas ao mesmo tempo, forçando seu inconsciente a associar as duas coisas. No final, o personagem passa a sofrer sensações físicas insuportáveis toda vez que tem contato com ideias ou situações violentas. (O irônico efeito colateral é que o jovem também fica condicionado a vomitar quando ouve a 9ª Sinfonia de Beethoven, trilha sonora usada nos filmes da prisão.)

Esse processo não pode ser considerado lavagem cerebral, pois não muda as convicções do indivíduo. Mas é um exemplo extremo de como podemos ser condicionados a fazer relações inconscientes de sensações com ideias.


Sob controle
Conquistado, o "cerebralmente lavado" se torna cada vez mais envolvido e dependente. O psiquiatra americano Robert P. Lifton, professor de universidades como Harvard e Yale, analisou esse processo, que ele chama de Reforma do Pensamento, e descreveu suas principais características (ver quadro Lavagem em 8 Passos). Todas - contatos controlados, jargão específico, dogmas incontestáveis etc. - que buscam criar um antagonismo claro: um mundo dividido entre "nós" e "eles".

Segundo Hassan, a pessoa envolvida com esse tipo de grupo se vê aos poucos dominada por medos paralisantes que chegam ao ponto de impedir que ela questione a situação. "Os cultos de controle da mente passam a seus membros a sensação de que, se eles saírem do grupo, coisas terríveis vão acontecer. Para quem está observando de fora, parece que essas pessoas estão felizes. Acontece que, na verdade, elas são orientadas a sorrir o tempo todo. Não é uma experiência positiva perder seu livre-arbítrio, apagar sua identidade, viver com medo e com culpa."

Vítimas de controle da mente aprendem a reprimir pensamentos "errados", como dúvidas ou críticas ao grupo, e por isso é difícil que elas questionem sua situação. Quando lida com pessoas nesse estado, Steve Hassan costuma agir de forma indireta, perguntando, por exemplo, opiniões a respeito de outro grupo. Ele mesmo só saiu da Igreja da Unificação porque sofreu um acidente e teve que ser internado em um hospital. Seus pais aproveitaram a chance para fazer com que ele (contra sua vontade) conversasse com ex-membros do culto. "Aos poucos fui entendendo que tinha sido enganado", lembra.

Se a história de Hassan parece muito fora da sua realidade, há um exemplo mais próximo de como é possível modificar uma pessoa a ponto de fazê-la agir contra seus instintos e convicções. Kathleen Taylor cita um sistema capaz de "transformar cidadãos - ensinados desde a infância que matar é errado - em agentes capazes de matar": as Forças Armadas. O processo de formação militar segue quase à risca as etapas descritas no modelo de Lifton, empregando rotina exaustiva, pressão psicológica, regras e punições rígidas e, claro, definição de um inimigo. Isso chega ao extremo no treinamento de terroristas islâmicos, à la Al Qaeda, em que os ensinamentos militar e religioso se combinam para formar indivíduos dispostos a dar a vida em nome de uma causa.

Mas não são apenas grupos militares e religiosos que usam essas técnicas. "Alguns cultos de negócios são casos típicos de controle da mente", diz Hassan, se referindo àqueles esquemas com hierarquia em formato de pirâmide em que para crescer é preciso comprar uma série de produtos e convencer outras pessoas a participar. "As pessoas se envolvem achando que vão ficar ricas e muitas vezes acabam perdendo todo seu dinheiro e arruinando a própria família, sem conseguir se desvencilhar."

Para o psicólogo, embora o controle da mente seja geralmente realizado por grupos, ele também pode acontecer de forma individual. Ele compara relacionamentos amorosos abusivos, em que a pessoa, influenciada pelo parceiro, passa a ter atitudes incompatíveis com as anteriores. "Esses relacionamentos podem incluir drogas, agressões físicas e isolamento da família e dos amigos. Às vezes o apaixonado simplesmente desaparece sem dar notícias", diz Hassan.


Mente blindada
Para a escritora Kathleen Taylor, a principal arma para evitar manipulações é, basicamente, "parar e pensar nas coisas". Sem se deixar levar pela afobação, fica fácil resistir tanto ao discurso nacionalista de um político quanto ao papo emocional de um pregador religioso.

Segundo Denise Winn, autora do livro The Manipulated Mind ("A Mente Manipulada", sem versão brasileira), um olhar bem-humorado sobre as coisas é útil para escapar da associação emocional exagerada, peça-chave da lavagem cerebral. "O humor ajuda você a ter perspectiva e sacar quem não tem. Desconfie de líderes, vendedores e experts que não conseguem rir de si próprios", diz a jornalista.

Outro ponto importante é não subestimar a influência que o meio e a autoridade podem ter sobre nós, já medidos em experimentos clássicos de psicologia social. A necessidade de ser aceito em um grupo leva muitas vezes ao "efeito rebanho", identificado na década de 1950 pelo psicólogo americano Solomon Asch e muito antes por quem inventou a expressão "maria-vai-com-as-outras".

Asch fazia uma experiência bem simples: reunia um grupo de pessoas e mostrava a elas um cartão com uma série de linhas de comprimentos bem diferentes. Depois, fazia perguntas óbvias, como pedir que identificassem qual a linha mais longa. Todas as pessoas na sala, menos uma, tinham sido orientadas para escolher a mesma resposta - claramente errada. Surpreendentemente, 1 em cada 3 vítimas da "pegadinha" concordava com o grupo, mesmo sabendo que estava escolhendo a opção incorreta.

Em 1963, o psicólogo Stanley Milgram conduziu um experimento para medir autoridade. Universitários eram instruídos a aplicar choques elétricos cada vez mais fortes em um "voluntário" (na verdade um ator) toda vez que ele errasse a resposta a uma pergunta. O estudante era orientado por um pesquisador (outro ator), que dizia para que ele continuasse, independentemente do "sofrimento" da suposta cobaia - que, claro, estava apenas fingindo levar choques.

Quantas pessoas chegariam ao ponto de aplicar os choques poderosos, correndo o risco de matar o "voluntário"? Cerca de 1 ou 2%, imaginou Milgram. Resultado: dois terços dos estudantes levaram a experiência até o fim, obedecendo às ordens do "pesquisador" - a figura de autoridade prevista no esquema de lavagem cerebral de Lifton. O compromisso (a concordância em participar do experimento) aumentava gradualmente (choques cada vez mais fortes), envolvendo a vítima cada vez mais na situação, e tornando a saída (desistir e mandar o pesquisador para o inferno) cada vez mais difícil.

Outro fator que Kathleen Taylor cita em seu livro é que, quanto mais redes cognitivas o cérebro de uma pessoa tiver - mais associações, ideias, opiniões, informações, experiências -, menos manipulável ela se torna. Desenvolver a criatividade, pensar sobre a vida, questionar o que é escutado e lido, aprender coisas novas, estudar as relações entre assuntos aparentemente não relacionados, tudo isso deixa o cérebro mais resistente a manipulações. Isso não significa apenas resistir a casos extremos de controle da mente mas também enxergar com senso crítico o horário eleitoral, as conversas de bar, as mensagens publicitárias e, por que não, tudo o que sai na mídia.

Claro, isso não significa que você precisa ter um pé atrás com toda opinião que for diferente da sua. Ser persuadido e mudar de ideia não tem problema nenhum. "Nossa vida social está construída sobre o controle psicológico que as pessoas têm sobre as outras. A todo momento influências externas fazem com que mudemos nossa atitude, dos aspectos mais banais aos mais sérios", exemplifica o professor Cesar Ades, pesquisador do assunto na Universidade Católica de Goiânia. "Uma conversa com alguém que admiramos ou que tem autoridade sobre nós pode mudar de verdade nossas crenças."

O importante é saber que nossa mente não está pronta e acabada, mas permanentemente em obras. Entender que somos influenciáveis e que nossa identidade é mutante nos torna mais espertos para avaliar uma tentativa de persuasão - com o córtex pré-frontal, por favor.
Tribos e tribunais
Cada grupo tem sua técnica para recrutar e controlar os membros

Militares
A ideia de que existe um inimigo a ser derrotado (muitas vezes imaginário) e o respeito absoluto às ordens (muitas vezes absurdas) são incutidos em todo recruta desde o primeiro dia de treinamento.

Políticos
Populistas pegam um sentimento disseminado e intenso - "judeus são um vírus na Alemanha", "comunistas comem criancinhas" - para insuflar as massas e conquistar o poder.

Religiosos

O processo começa leve, quase recreativo, e vai aumentando de intensidade. No fim, você está convertido e dependente. Até pensamentos "errados" são passíveis de punição.

Picaretas
Nos "cultos de negócios" você é muito especial e fará parte do plano perfeito: quanto mais você compra, mais você vende e, em pouco tempo, todos estarão ricos. Quando a euforia passa, sobram só as dívidas.

Lavagem em 8 passos
As principais características do controle da mente

Controle de pensamento

Não é permitido ler material ou falar com pessoas que tenham ideias contrárias às do grupo. Em alguns casos, a vítima é geograficamente isolada da família e dos amigos.

Hierarquia rígida

São criados modos uniformizados de agir e pensar, desenvolvidos para parecer espontâneos. A vítima é convencida da autoridade absoluta e do caráter especial - às vezes, sobrenatural - do líder.

Mundo dividido
O mundo é divido entre "bons" (o grupo) e "maus" (todo o resto). Não existe meio-termo. É preciso se policiar para agir de acordo com o padrão de comportamento "ideal".

Delação premiada
Qualquer atitude errada, ainda que cometida em pensamento, deve ser reportada ao líder. Também se deve delatar os erros alheios. Isso acaba com o senso de privacidade e fortalece o líder.

Verdade verdadeira
O grupo explica o mundo com regras próprias, vistas como cientificamente verdadeiras e inquestionáveis. A vítima acredita que sua doutrina é a única que oferece respostas válidas.

Código secreto
O grupo cria termos próprios para se referir à realidade, muitas vezes incompreensíveis para as pessoas de fora. Uma linguagem muito específica ajuda a controlar os pensamentos e as ideias.

Meu mundo e nada mais
O grupo passa a ser a coisa mais importante - se bobear, a única. Nenhum compromisso, plano ou sonho fora daquele ambiente é justificável.

Ninguém Sai
A vítima se sente presa, pois não pode imaginar uma vida completa e feliz fora do grupo. Isso pode ser usado por políticos e militares para justificar execuções.

Para saber mais

Brainswashing - The Science of Thought Control
Kathleen Taylor, Oxford University Press, 2006.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A CULPA NÃO É DO BANHO

A CULPA NÃO É DO BANHO l

O Brasil é um dos países mais ricos em água do mundo. Com cerca de 13% de toda água doce do planeta. Mas o maior consumidor de água no país é o agronegócio (72%), que tem a produção voltada para exportação de soja, carne bovina e suína. Para se ter uma ideia, só em 2013, o agronegócio gastou 200 trilhões de litros de água, o equivalente a 200 Sistemas Canteira cheios. O governo e a imprensa tentam colocar a culpa apenas na natureza pela falta de chuva para encher os reservatórios e tenta colocar sobre a população a responsabilidade de solucionar o problema da economia de água. Mas a verdade é que o uso doméstico equivale apenas a 6% do consumo de água no país.

Não faltaram avisos sobre a possibilidade de uma crise hídrica. Em São Paulo, por exemplo, faltou investimentos que não foram realizados para não diminuir os lucros dos empresários acionistas da SABESP. Um serviço essencial à população foi entregue à privatização e aos lucros dos seus acionistas e, hoje, a distribuição de água no país atende (bem) mais aos interesses do agronegócio do que as necessidades da população.

Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)

(assessoria)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Nova publicação em Leonardo Boff

Povo: em busca de um conceito

by Leonardo Boff
Há poucas palavras mais usadas por distintas retóricas do que esta de “povo”. Seu sentido é tão flutuante que as ciências sociais dão-lhe pouco apreço preferindo falar em sociedade ou em classes sociais. Mas como nos ensinava L. Wittgenstein “o significado de uma palavra depende de seu uso”. Entre nós, quem mais usa positivamente a […]

domingo, 25 de janeiro de 2015

Como a mídia influencia o comportamento das pessoas

Carlos Antonio Fragoso Guimarães está em um círculo assinado por você. Mais informações
Este documentário reflete sobre como a mídia influencia o comportamento das pessoas e em especial as crianças, e mostra como no Brasil (e no mundo) a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que um adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.


Nos auto-destruimos

Estamos à beira da total auto-destruição? Noam Chomsky

by Leonardo Boff
Republico este artigo por um sentido de urgência e mais que tudo por um imperativo ético. Podemos nos auto-destuir. Já a partir dos anos 80 do século passado venho falando e escrevendo no Brasil e pelo mundo afora sobre o trágico fato de que construimos uma máquina de morte com armas nucleares, químicas e biológicas […]
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