domingo, 8 de março de 2015

Congresso não pode ter bancada religiosa, diz procuradora

quinta-feira, 25 de agosto de 2011


"Se o Poder Legislativo não for laico,
como falar-se em Estado laico?"
Simone Andréa Barcelos Coutinho, procuradora em Brasília do município de São Paulo, defende uma reforma no código eleitoral que impeça no Congresso Nacional a existência de representações religiosas, ainda que informais, como o lobby católico e a bancada evangélica.

Para ela, essas representações são incompatíveis com o Estado laico estabelecido pela Constituição brasileira. “O Poder Legislativo é um dos Poderes da União; se não for o Legislativo laico, como falar-se em Estado laico?”
Em artigo no site Consultor Jurídico, Simone escreveu que há duas formas de separação entre o Estado e as instituições religiosas, uma é total e outra é atenuada – e esta é o caso brasileiro.
“Num Estado laico todo poder emana da vontade do ser humano, e não da ideia que se tenha sobre a vontade dos deuses ou dos sacerdotes”, escreveu. “Se o poder emana do ser humano, o direito do Estado também dele emana e em seu nome há de ser exercido.”

Por isso, acrescentou, o interesse público “jamais poderá ser aferido segundo sentimentos ou ideias religiosas, ainda que se trate de religião da grande maioria da população.”

Argumentou que, assim, o que define um Estado verdadeiramente laico não são apenas a garantia da liberdade religiosa e a inexistência formal de relações entre esferas governamental e religiosa, mas também a vigência de normas que proíbam qualquer tipo de influência das crenças na atividade política e administrativa do país.

Nesse sentido, escreveu, partido que tenha em seu nome a palavra “cristão”, por exemplo, representa uma transgressão ao Estado laico. “Os partidos fornecem os candidatos aos cargos ao Legislativo e ao Executivo, que são poderes que devem ser exercidos com absoluta independência das religiões.”

Ela observou que a atual legislação não impede que a eleição de ativistas religiosos filiados a determinada crença, o que compromete “seriamente” a noção de Estado Laico. Até porque esses ativistas acabam tendo a campanha política financiada pelas igrejas.

A procuradora argumentou também que o Estado laico pressupõe “o pluralismo de ideias, a tolerância, o respeito à multiplicidade de consciência, de crenças, de convicções filosóficas, políticas e éticas”. O que, segundo Simone, é impossível de se obter quando há interferências religiosas no Estado, porque elas, por sua natureza, são redutoras e restritivas, ainda que sejam ditadas com o suposto objetivo do “bem comum”.

“Para aonde vai o direito ao Estado laico num cenário político recortado pelas religiões?”



Com informação do Consultor Jurídico.

Lei de evangélico multa no Rio biblioteca que não tiver Bíblia
julho de 2011

Religião no Estado laico.

Professor Negreiros




 


O  político marginal no Brasil não é eleito em nome de uma facção [chamada de bancada ruralista, evangélica, da bala, da corrupção...], mas de um “partido político”. Professor Negreiros  




Frente parlamentar
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Frente parlamentar ou bancada é um grupo de membros dos poderes legislativos federal, estaduais e municipais que tem sua atuação unificada em função de interesses comuns, independentemente do partido político a que pertençam.
Índice
Razão da existência
Fenômeno típico, mas não exclusivo, da política brasileira, esses grupos de interesse estão constituídos, em grande parte, sob a forma de sociedade civil, mas nasceram de bancadas suprapartidárias informais e até hoje são conhecidas por essa denominação na mídia. Assim, por exemplo, ao invés de se referirem à Frente Parlamentar de Apoio à Agropecuária, os órgãos de imprensa se referem à bancada ruralista, como era originariamente conhecida.
A existência de frentes parlamentares é apontada como prova da inexistência de verdadeiros partidos políticos no Brasil. Políticos filiam-se a partidos não por se identificarem com seu programa, mas por conveniências de ordem pessoal e eleitoral. Escolhe-se um partido por afinidade com suas chefias nacionais e regionais.
Descompromissados com o programa partidário, no mais das vezes enunciados genéricos e vazios, os parlamentares se unem em função de interesses pessoais, profissionais e econômicos, próprios ou de seus apoiadores. A Frente Parlamentar Evangélica, por exemplo, é composta de deputados federais e senadores de 14 partidos (52ª legislatura- 2003-2007).
Surgimento e multiplicação
Esses grupos começaram a ser informalmente criados na Assembléia Nacional Constituinte que redigiu a Constituição de 1988 com o objetivo precípuo de inserir na Carta disposições que atendessem aos interesses de grupos econômicos. A mais ativa e eficiente dessas bancadas foi a ruralista, que surgiu sob a orientação da UDR- União Democrática Ruralista, presidida por Ronaldo Caiado, que depois se tornaria deputado federal.
Em 1997, levantamento feito pelo DIAP apontava a existência de 12 desses grupos de interesse.
Em 2006, existem centenas desses grupos. O Congresso Nacional e o DIAP não conseguem informar seu número exato. Certo é que são raros os meses em que a agenda da Câmara dos Deputados não informe sobre a criação de novas frentes parlamentares, sem falar nas bancadas suprapartidárias constituídas ao sabor de causas às vezes momentâneas, de cujo nascimento sequer se tem notícia.
Para dar uma idéia da quantidade de frentes parlamentares e da diversidade de interesses por ela atendidos, registre-se que um único deputado da 52ª legislatura (2003-2007), sem maior expressão, esteve vinculado às seguintes: Frente Parlamentar pelo Pleno Emprego, pela Administração, em Defesa da Cadeia Produtiva de Uvas e Vinhos , das Hepatites e Transplantes, Universidade para Todos, do Saneamento Básico, da Agricultura Famíliar, em Defesa da Moradia Popular, do Transporte Público, contra o Câncer, Municipalista, Pró Municípios, em Defesa da Indústria Aeronáutica Brasileira, em Defesa das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas na Área da Saúde, de Combate ao Uso do Cigarro, de Apoio à Produção, Antidrogas, em Apoio a Educação à Distância, em Defesa das Políticas Públicas de Juventude, Mista para o Desenvolvimento Sustentável e Apoio às Agendas 21 Locais, de Adoção, da Saúde, em Defesa da Duplicação da BR 101 e de Defesa da Criança e do Adolescente.
Algumas dessas frentes parlamentares não têm atuação efetiva. Foram constituídas porque em determinado momento era interessante chamar a atenção de uma parcela específica de eleitores mais ativos, como os que combatem o tabagismo e as drogas.
As que realmente atuam são as ligadas aos grandes interesses econômicos e eleitorais, por representarem o interesse próprio de parlamentares ou de poderosos lobbies por trás deles.
Bancada ruralista
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Bancada ruralista
A bancada ruralista, como é conhecida a Frente Parlamentar, é eficiente na defesa dos interesses de grandes e pequenos proprietários rurais, já que há uma grande comonalidade de interesses, contrariando a política oficial petista de dividir o campo entre agronegócio e agricultura familiar.
Apesar de atuar presentemente sob a forma de sociedade civil regularmente constituída, não costuma fazer muita publicidade de sua atuação. Entretanto, mantem ativo um sítio na Internet, identificado como pertencente à Frente Parlamentar da Agropecuária.
Até o número de votos de que dispõe não é exatamente conhecido. Na 51ª legislatura (1999-2003), 89 deputados se declaravam ruralistas nos seus currículos publicados no sítio da Câmara dos Deputados. Mas é certo que outros, mesmo sendo ruralistas, preferem se identificar pela profissão que lhes confere seu diploma universitário. Outros, ainda, têm interesses familiares na agricultura e na pecuária ou são patrocinados por grupos ligados a essas atividades.
Por essa razão, as estimativas quanto ao poder desta bancada variam entre 120 e 200 votos. Dificulta a contagem o fato de os ruralistas só votarem em bloco quando a matéria é de seu específico interesse.
Bancada da bola
A chamada Bancada da Bola, hoje formalizada como Frente Parlamantar de Apoio ao Esporte, reúne congressistas ligados aos clubes e federações de futebol. Atua há várias legislaturas, de forma intensa, mas discreta, e somente apareceu com mais destaque na mídia e teve sua estrutura devassada quando das duas CPIs paralelas que, em seguida à derrota do Brasil na Copa de Mundo de 1998, se instalaram na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.
A CPI do Senado foi motivada por denúncias de uma ex-secretária do técnico Wanderley Luxemburgo. Ela acusava o treinador de sonegação fiscal, escalação de jogadores baseada em interesses comerciais e falava até de reuniões de altos dirigentes do futebol para combinar resultados de jogos.
Na Câmara, onde a criação de uma investigação já havia sido evitada por influência da bancada ligada ao futebol, instaurou-se outra CPI para investigar as contas da CBF – Confederação Brasileira de Futebol, em especial as condições de um contrato de patrocínio firmado com a Nike, fabricante de material esportivo.
Nenhuma das duas CPIs gerou punições para o grande número de dirigentes esportivos envolvidos, porque a atuação da bancada da bola a favor deles foi decisiva. Com seus votos conseguiram derrubar os pareceres dos relatores.
O exame das contas da CBF revelou que, a partir de 1998, a entidade criou uma rede de influência política no país com doações em dinheiro. Financiou a campanha de muitos candidatos a deputado e senador, a grande maioria dirigentes de clube e federações ou pessoas a ele ligadas. Eleitos, vieram a constituir a bancada da bola.
Além de gastos diretos com financiamento de campanhas da ordem de R$ 612 mil, ficou comprovado que o fluxo de recursos destinados pela CBF às federações foi maior nos períodos eleitorais. A CBF, de forma indireta, teria doado muito mais dinheiro às campanhas de 1998 e 2000. O montante distribuído ultrapassou R$ 12 milhões e atendeu a critérios pessoais do presidente da entidade, Ricardo Teixeira.
A CBF mantém, desde 1998, uma Embaixada em Brasília, numa mansão alugada que consome 660 mil reais em despesas por ano. Esta mansão se tornou uma espécie de sede da bancada da bola. Ali, em partidas de futebol, festas concorridas, bem servidas de comidas, bebidas e outras atrações, parlamentares e cartolas confraternizam e buscam a orientação de Teixeira.
Em 2006, a bancada da bola foi decisiva na implantação da Timemania, uma loteria que servirá para ajudar os clubes de futebol a refinanciarem e pagarem suas dívidas.
Bancada evangélica
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Bancada evangélica
A Frente Parlamentar Evangélica expressa os interesses das igrejas evangélicas em geral, embora seja principalmente constituida de deputados pertencentes a igrejas pentecostais, que por sua típica agressividade em evangelizar, formam a maior parte da população evangélica brasileira.
Na 52ª legislatura (2003-2006) estava formada por 58 congressistas, um aumento de 25% em relação à bancada da legislatura anterior. Ganhou inclusive três cadeiras no Senado, onde antes não tinha representantes. A maior parte dos congressistas evangélicos são pastores vinculados à Assembléia de Deus (23 deputados) e Igreja Universal do Reino de Deus (22 deputados e um senador).
Os parlamentares evangélicos nem sempre votam em bloco, pois representam correntes distintas no campo religioso e também no econômico e só falam a mesma língua em questões de conteúdo moral. Sua relação com a bancada católica é marcada tanto pela união quando na defesa de interesses comuns como pela oposição às eventuais tentativas de suprematismo católico, de certa forma delimitando território entre as duas grandes confissões cristãs.
São contrários, por exemplo, à agenda dita progressista na área social, obstruindo votações de propostas visando a ampliação das hipóteses legais de aborto e instituindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Estão correntemente empenhados na derrota do PL 122, e na defesa do DC 234, ou da Liberdade de Escolha individual, também chamada de Lei da Cura Gay.
Ver também
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embaixada dos EUA, recrutando jovens “líderes” brasileiros, como “bolsistas”. e se fosse oe Russos?!

Cih Drashir

Compartilhada publicamente19:16
 
Estão desejando destruir o Brasil, como fizeram com vários países do Oriente Médio!
De que forma?
Utilizado os Brasileiros!


(Hoje em Dia) - O advogado e blogueiro Pettersen Filho reproduz, em seu blog, anúncio da embaixada dos EUA, recrutando jovens “líderes” brasileiros, como “bolsistas”, com a seguinte mensagem:


“O Departamento de Estado dos EUA, por meio do Atlas Corps – uma rede internacional de líderes sem fins lucrativos, tem o prazer de anunciar oportunidades para líderes emergentes da sociedade civil para obter bolsas de estudos de 6 a 18 meses nos Estados Unidos. Interessados em se candidatar devem ter de 2 a 10 anos de experiência trabalhando em alguma ONG, nível universitário, até 35 anos de idade e fluência na língua inglesa…

Os bolsistas selecionados serão inseridos em uma organização renomada na área social nos Estados Unidos.
E SE FOSSEM OS RUSSOS ?


E SE FOSSEM OS RUSSOS ?


(Hoje em Dia) - O advogado e blogueiro Pettersen Filho reproduz, em seu blog, anúncio da embaixada dos EUA, recrutando jovens “líderes” brasileiros, como “bolsistas”, com a seguinte mensagem:


“O Departamento de Estado dos EUA, por meio do Atlas Corps – uma rede internacional de líderes sem fins lucrativos, tem o prazer de anunciar oportunidades para líderes emergentes da sociedade civil para obter bolsas de estudos de 6 a 18 meses nos Estados Unidos. Interessados em se candidatar devem ter de 2 a 10 anos de experiência trabalhando em alguma ONG, nível universitário, até 35 anos de idade e fluência na língua inglesa… 

Os bolsistas selecionados serão inseridos em uma organização renomada na área social nos Estados Unidos. Despesas com passagem aérea, visto de entrada nos EUA, seguro saúde, alimentação, transporte local e acomodação partilhada serão totalmente custeadas. Informações sobre o programa e como se candidatar estão disponíveis no site:http://apply.atlascorps.org.”


Não bastando trazer ONGs de fora, ou criar, aqui mesmo, organizações que se infiltram nos mais diferentes segmentos da sociedade brasileira - e, como lembra Pettersen - estão especialmente ativas na Região Amazônica, os EUA seguem firmes em sua permanente estratégia de cooptação de jovens "líderes" locais de todo o mundo, por meio de organizações de fachada, ou “associadas”.

A esperança é a de que eles, em seu retorno, espalhem o que "aprenderam"  e atuem na defesa dos interesses norte-americanos. 

Melhor, ainda, se, no futuro, alguns chegarem a posições proeminentes em seus respectivos países,  para,  como reza o slogan do AtlasCorps, "mudar sua perspectiva e mudar o mundo" - como aconteceu,  com certeza, ao menos quanto à primeira metade da frase, com um jovem sociólogo brasileiro, financiado, nos anos 1960 - como lembrou em artigo o jornalista Sebastião Nery - pela Fundação Ford, com expressiva quantia para fundar uma organização chamada CEBRAP, muitos anos antes de chegar à Presidência da República.

Se fossem os russos e os chineses - parceiros do Brasil no BRICS - ou os cubanos - conhecidos por seu envolvimento em causas humanitárias, como o combate ao Ebola - que publicassem por aqui anúncio semelhante, dá para imaginar como seria o alarido fantasioso e anacrônico, “anticomunista” e “anti-bolivariano", dos hitlernautas brasileiros, nos portais e redes sociais. 

Mas como se trata dos EUA - prestes a estrear, nos cinemas nacionais, nova campanha de lavagem cerebral, com o filme "American Sniper" - nação "libertadora" do Iraque, da Líbia e da Síria, países em que suas guerras e "primaveras" deixaram  milhões de mortos e refugiados e que estão entregues agora a terroristas originalmente armados pelos próprios EUA para combater quem estava no poder anteriormente - o assunto, com exceção de alguns sites da "blogosfera", quase passa em brancas nuvens por aqui.

Um comentário:

Marco Rocio28/2/15 07:26
Prezado Mauro,

Não me surpreende que se denuncie aqui a possibilidade de um complô externo contra o País, pois faz parte do discurso nacionalista. Muito embora isso não seja novidade, pois as nações, quaisquer que sejam elas, estão em permanente conflito com as demais. O que muda é a intensidade.

Grato por sua atenção, Marco Rocio

O que me surpreende, de fato, é a omissão do perigo interno, esse sim esfacela a Nação. Como. por exemplo, o assassinato, pelo Exército Brasileiro, de dois nacionais na favela da Maré, no fim de semana passado. Me surpreende a omissão às atrocidades cometidas pela polícia militar do Rio de Janeiro na mesma favela e em outras áreas pobres da cidade, sob o beneplácido da política de "segurança" do Ministério da Justiça. Me surpreende também a omissão à chacina de doze jovens pobres em Salvador perpretada pela PM, para regozijo do recém-eleito governador do PT, o sr. Ruy Costa.

Esses fatos, e centenas, milhares de outros, constituem a verdadeira ameaça à Nação e, principalmente, a seu povo. Reafirmo que de nada adiantam números, aviões, tanques de guerra, foguetes, submarinos, reservas cambiais, belos índices macroeconômicos se o povo é desprezado, vilipendiado, massacrado, chacinado dia e noite, incessantemente nesse País. Se meia dúzia de bobalhões vão aos EUA ou à Colômbia aprender a dar golpe é totalmente insignificante, se o povo trabalhador não sofresse tanto nas mãos desse Estado pós-colonial assassino.
Responder

LEITURA LEVA A LIBERDADE E LEITURA LEVA A ESCRAVIDAO

 
A leitura te leva a lugares especiais em que não tens vontade voltar, eu mesmo, já conheci outros países, períodos, planetas e sonhos com meus livros...

ALGO MUITO SUSPEITO, HA'!!




Andrea Neves
Andrea cuida de cada passo da trajetória do irmão Aécio: ela vale por um departamento de Estado

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Andrea Neves é uma dessas figuras que, de tão insondáveis, tão mitificadas, desmancham a fronteira entre a fantasia e a realidade
Reza o lugar-comum que político sem voto é político sem poder. Pois bem... A máxima não vale a mínima quando proferida no Palácio Tiradentes, sugestivamente fincado na chamada Cidade Administrativa Tancredo Neves. Andrea Neves, uma das herdeiras do capital simbólico do ex-presidente, precisou apenas de um eleitor, o irmão Aécio Neves. O escrutínio em família foi o suficiente para transformá-la em uma das figuras mais poderosas – e temidas – da política mineira nos últimos anos. Sem voto, mas com mandato fraternalmente concedido, tornou-se uma espécie de Cardeal Richelieu das Alterosas durante os oito anos da dinastia Aécio. À frente do Grupo Técnico de Comunicação do Governo, Andrea despertou som e fúria, dependendo do gosto e do partido do freguês. Aos olhos da situação, ela teve papel fundamental na construção da imagem de Aécio como gestor competente que saneou as finanças do Estado. Para a oposição, não passou de um tentáculo do irmão esticado em direção à mídia, que se valeu dos mais variados instrumentos para afagar ou sufocar veículos de comunicação. 

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Andrea Neves é uma dessas figuras que, de tão insondáveis, tão mitificadas, desmancham a fronteira entre a fantasia e a realidade. Difícil separar o fato da fábula, a imagem concreta da ilusão de ótica. Durante o governo de Aécio Neves, os mais diversos feitos foram lançados na conta da "Primeira Irmã da República das Gerais". Andrea foi acusada de manejar as verbas de publicidade do estado de acordo com os interesses políticos de Aécio e de influir na imprensa mineira, a ponto, inclusive, de provocar a queda de jornalistas pouco simpáticos ao governo. Deputados da oposição chegaram a apresentar denúncias formais contra Andrea, imputando a ela e ao irmão desvio de recursos da área de comunicação do governo.  

Os mais moderados afirmam que Andrea Neves apenas ocupou espaços naturais de um governo sem primeira-dama. Andrea assumiu funções típicas do "cargo", como a gestão dos projetos sociais do Estado. Durante o mandato do irmão, ela foi a principal interlocutora do governo junto ao terceiro setor. Desde 2006, preside o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas), entidade beneficente que remete às Pioneiras Sociais, fundada por Sarah Kubitscheck em 1951, quando JK era governador de Minas Gerais. À frente do Servas, Andrea coordena alguns dos principais programas de assistência à infância, adolescência, terceira idade, e de erradicação da pobreza no Estado. 

"Ela é a protetora da reputação de Aécio e tem enorme influência sobre seu comportamento"


Nem mesmo seu trabalho na área social escapa da artilharia dos adversários dos Neves. Para muitos, a presidência do Servas, umbilicalmente ligado ao governo de Minas, seria uma forma de Andrea Neves permanecer no aparelho de Estado e participar da gestão de Antonio Anastasia, mesmo sem um cargo formal. Mais do que isso: seria uma maneira de Aécio manter uma mão, nem tão invisível assim, no governo de seu sucessor. Ainda assim, nos últimos meses, surgiram notícias sobre um possível estremecimento nas relações entre os irmãos Neves e Anastasia. Na esteira de uma eventual ruptura, alguns veículos mineiros passaram a especular sobre a possibilidade de a própria Andrea Neves se candidatar ao governo de Minas em 2014.

Andrea Neves sempre foi uma das mais pessoas mais próximas de Aécio. Essa ligação ficou ainda mais forte a partir de 2002, quando ele assumiu o governo de Minas Gerais. Além de comandar toda a estrutura de comunicação do Estado, ela passou a ter uma ascendência ainda maior na administração da agenda pessoal e política do irmão. "Ela é a protetora da reputação de Aécio e tem enorme influência sobre seu comportamento e postura. Andrea é o freio de um carro sempre a duzentos por hora", diz um ex-ministro, afeito às coisas de Minas. 

Movimento estudantil

Jornalista de formação, Andrea Neves participou ativamente do movimento estudantil no fim da década de 70. Fez campanha pela anistia de exilados políticos e chegou a visitar a Nicarágua, a Pasárgada da juventude esquerdista no auge da revolução sandinista. Involuntariamente, tornou-se personagem-chave de um dos episódios mais rumorosos da ditadura: o "atentado" do Riocentro. Em 30 de abril de 1981, Andrea chegava ao estacionamento para assistir ao show comemorativo do Dia do Trabalho quando ouviu uma explosão a poucos metros de onde estava. Poucos segundos depois, um homem completamente ensanguentado, com as vísceras à mostra, apareceu a sua frente. Junto do namorado e de um bombeiro, Andrea acompanhou-o até o hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. 

No dia seguinte, ela descobriria que o ferido era o capitão Wilson Dias Machado, um dos ocupantes do Puma cinza metálico placa OT-0297. No banco do carona estava o sargento Guilherme Pereira do Rosário, que morreu na hora com a explosão da bomba. O artefato, como se soube depois, seria usado para simular um atentado de grupos radicais de esquerda. Quatro anos mais tarde, o avô de Andrea seria eleito como o primeiro presidente civil do País em 20 anos. O resto é história que a História não permitiu contar.  

Currículo

Antes de moldar a imagem de Aécio Neves, Andrea trabalhou em jornais e revistas do Rio de Janeiro, onde morava. Passou também pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História da Fundação Getulio Vargas. Logo após a morte de Tancredo Neves, foi responsável pela montagem do memorial em homenagem ao avô, na cidade de São João del Rey (MG). Nos anos 90, durante o governo de Helio Garcia, teve uma curta passagem como secretaria adjunta de Cultura de Minas Gerais. Embora breve, a permanência no cargo significou o primeiro contato dela com a gestão de verbas públicas na área cultural, que, anos depois, se tornaria uma de suas principais missões no governo de Aécio Neves.  

A fama de Andrea Neves correu mundo, não da maneira mais conveniente para ela. Durante o mandato do irmão, um estudante de jornalismo postou um vídeo na Internet acusando a área de comunicação do governo mineiro de inflar indicadores, com o objetivo de dourar a pílula da gestão Aécio Neves, e de fazer pressão sobre a mídia local para impedir a veiculação de notícias contrárias à administração pública. Na época, o vídeo chegou a ser exibido no site da Current TV, emissora independente dirigida pelo ex-vice-presidente norte-americano Al Gore. Mencionada na gravação, Andrea Neves teve de sair das brumas, sua zona de conforto, e se explicar publicamente. Em horas como essa, ela costuma repetir uma frase do escritor norte-americano Mark Twain: "Enquanto a mentira já deu a volta ao mundo, a verdade ainda está apenas calçando os sapatos". 

No momento, Andrea Neves prepara-se para uma das mais importantes e delicadas missões da sua trajetória como “primeira irmã”: a coordenação da campanha de Aécio Neves à Presidência da República. Na prática, o trabalho já começou não é de hoje, Longe de qualquer badalação – “Ela e Aécio nem parecem irmãos”, diz um amigo da família –, Andrea tem acompanhado amiúde cada citação ao virtual candidato do PSDB. Cruza dados, mapeia os veículos de comunicação mais alinhados ou mais hostis a Aécio e apara uma ou outra aresta no relacionamento entre o ex- governador mineiro e a imprensa. 

Andrea Neves sozinha vale por um departamento de Estado. Para muitos, ela personifica não apenas a comunicação, mas a própria área de Inteligência do staff de Aécio Neves. Nada fica imune ao seu radar. Ao mesmo tempo, Andrea ocupa também uma posição de destaque na interlocução entre Aécio e o empresariado, sobretudo em Minas Gerais. Difícil encontrar um grande nome da economia local com quem Andrea não tenha trânsito livre. Tudo sempre com a maior discrição e silêncio, como reza a cartilha mineira.
Dados Pessoais
  • 54 anos
  • Jornalista
  • Graduada em Jornalismo pela PUC-Rio
  • Nasceu em Belo Horizonte (MG)
  • Casada, mãe de uma filha