sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O Golpismo do vetusto vil FHC





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Política

Editorial

Eterno golpismo

Miúda reflexão sobre impeachment, democracia e Estado de Direito no país da casa-grande
por Mino Carta publicado 18/09/2015 06h25
Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Na esteira do Cruzado 1, em outubro de 1986 José Sarney cometeu estelionato eleitoral logo após a vitória peemedebista nas eleições para os governos estaduais, Congresso e Assembleias, ao lançar o Cruzado 2 e arrastar o País para uma crise econômica de grande porte. A situação, complicada pelo fracasso da moratória do começo de 87, perdurou até o fim do mandato de Sarney.
Nem por isso se cogitou, em momento algum, do impeachment do ex-vice-presidente tornado presidente pela morte de Tancredo Neves, em claro desrespeito a qualquer regra do jogo pretensamente democrático.
Ao lançar o olhar além-fronteiras, temos o exemplo recente de Barack Obama, atingido em cheio pela explosão da bolha financeira de 2008, a mergulhar os Estados Unidos em uma crise de imponentes proporções. Obrigado a enfrentar a queda progressiva do valor do dólar, assoberbado pelas habituais pressões e ameaças das agências de rating, vítima de índices de aprovação cada vez mais rasos, Obama acabou sem o apoio da maioria parlamentar. Nem por isso sofreu o mais pálido risco de impeachment, mesmo porque hipóteses a respeito seriam simplesmente impensáveis aos olhos dos parlamentares americanos, mesmo republicanos.
Fernando-Henrique
FHC o mereceu, mas goza da impunidade automática / Crédito: Fernando Donasci/Ag. O Globo
Se a ideia já teve no Brasil razão de vingar, ao menos de ser aventada, foi em relação a Fernando Henrique Cardoso: comprou votos para se reeleger e comandou privatizações que assumem as feições inequívocas das maiores bandalheiras-roubalheiras da história pátria, realizadas às escâncaras na certeza da impunidade. Praticante emérito do estelionato eleitoral, fez campanha para a reeleição à sombra da bandeira da estabilidade para desvalorizar o real 12 dias depois da posse para o segundo mandato.
FHC é recordista, conseguiu quebrar o Brasil três vezes. Ao cabo, entregou a Lula um país endividado até a raiz dos cabelos e de burras vazias. Ao longo da sua trajetória presidencial, jamais se imaginou a possibilidade do seu impeachment.
O príncipe dos sociólogos, outrora encarado como elemento perigoso por quantos hoje o veneram, tornou-se xodó da mídia nativa e dos senhores da casa-grande. Favor irrestrito e justificado: nunca houve alguém tão capacitado para a defesa dos interesses do reacionarismo na sua acepção mais primitiva.
Hoje em dia, FHC arca com o papel de oráculo da política brasileira com invulgar destemor. Tudo dentro dos conformes, a desfaçatez, a hipocrisia e o oportunismo tucanos não têm limites. O enredo é típico, assim como já é clássico o caso de Fernando Collor, que se retirou antes de sofrer impeachment. Exemplar entrecho, de todos os pontos de vista, que vivi de perto por mais de dois anos, quando dirigia a redação de IstoÉ.
Para mim a história começa 25 anos atrás. O então repórter da IstoÉ Bob Fernandes tocaia por dois meses o operador do presidente, PC Farias. Chega a hospedar-se por algum tempo no apart-hotel, onde em São Paulo vive o tocaiado. Enfim a revista publica uma reportagem de capa sobre as façanhas do PC, em que se relata tudo aquilo que o irmão de Collor diria a Veja um ano e meio depois, com exceção dos supositórios de cocaína.
Eis aí, neste roteiro, um aspecto ineludivelmente brasileiro. Quando da reportagem, a mídia cuidou de não lhe dar eco e seguimento, ao contrário do que se daria em qualquer país democrático e civilizado.
Até então, a casa-grande suportava que o presidente cobrasse pedágios elevadíssimos em relação a obras feitas e ainda assim o imaginava adequado ao cargo de propiciador de benesses. Fora a Veja, aliás, que popularizara a definição de Collor como “caçador de marajás”.
Com o tempo, a cobrança collorida passou a ser considerada insuportável e se entendeu que valeria submeter o cobrador a um aperto sério, embora comedido. Foi a hora da entrevista do irmão, esta sim imediatamente repercutida.
A CPI convocada para cuidar do caso moeu meses de sessões inúteis à falta de provas. Não fosse IstoÉ, daria em nada. A sucursal de Brasília da revista, dirigida por João Santana, foi capaz de demonstrar a ligação entre a Casa da Dinda e o Palácio do Planalto, e o encaminhamento do impeachment foi inevitável.
A Globo prontificou-se a chamar para as praças manifestações bastantes parecidas àquelas que pipocam de dois anos para cá, frequentadas, sobretudo, por burguesotes festeiros, enquanto a Veja ganhava o Prêmio Esso de Jornalismo, remota invenção alienígena destinada a consagrar o jogo corporativo, festival do compadrio da mídia nativa.
Há quem diga que estamos a transitar por uma conjuntura similar àquela, e se engana, está claro, por hipocrisia ou ignorância. O impeachment de Dilma Rousseff é totalmente impossível à luz da Constituição. Se quiserem mandar as aparências às favas, seria golpe mesmo, conforme conhecimento até do mundo mineral. Mas golpismo é inerente ao país da casa-grande. Editoriais, colunas, artigos e reportagens dos jornalões recordam, cada vez mais, os textos de 51 anos atrás.

Juridicamente, contra Dilma, não há nada


'Contra Dilma, não há nada'

:
Autor da denúncia que levou ao impeachment de Fernando Collor, em 1992, o advogado Marcelo Lavenère deveria ser uma referência obrigatória na reflexão sobre o pedido de afastamento de Dilma Rousseff, em 2015. Mas Lavenère tem sido esquecido sistematicamente pelos meios de comunicação que apoiam o impeachment, e também pelos políticos envolvidos na ação contra a presidente. Em entrevista ao 247, o próprio Lavenère explica a razão:
--  Vários jornalistas que cobrem as denúncias  contra  Dilma já me ligaram para pedir que eu fale sobre o impeachment do Collor. Mas quando eu digo que são situações muito diferentes e que eu acho que não há a menor razão para se falar em impeachment da Dilma, eles perdem o interesse e desistem da entrevista.
Então eu vou fazer a pergunta ao senhor, que assinou a denúncia em 1992, ao lado do jornalista Barbosa Lima Sobrinho (morto em 2000). Por que não se pode comparar os dois casos?
A denúncia contra o Fernando Collor teve como base uma apuração detalhada sobre o envolvimento do presidente. Sob presidencia do então senador Amir Lando, uma CPI mixta produziu um relatório denso e detalhado, mostrando seu envolvimento de forma clara. As conclusões contra Collor eram indiscutíveis, a tal ponto que o relatório foi aprovado por unanimidade. Quem ler o relatório, ainda hoje, ficará impressionado com sua consistência.
Ninguém tinha dúvidas sobre a responsabilidade do Collor, portanto...
Não. Vou contar uma coisa. Eu só apresentei a denúncia porque recebi um pedido dos principais partidos do Congresso. Foi o próprio Fernando Henrique Cardoso, em nome do PSDB, quem me procurou dizendo que eu tinha de assinar o pedido. O Senador Pedro Simon falou pelo PMDB. O Aldo Rebelo, pelo PC do B e o Vivaldo Barbosa pelo PDT. Eram os grandes partidos brasileiros, falando por suas lideranças mais respeitadas. O PT, partido do Lula, derrotado por Collor em 1989, não assinou o pedido.
Já é uma mudança. Em 2015, o PSDB de Aécio Neves, que foi derrotado no ano passado,  lidera a pressão pelo impeachment, abertamente. Quais são as outras diferenças?
Do ponto de vista jurídico, falar em impeachment contra a Dilma é uma brincadeira. Não existe -- e é até difícil falar daquilo que não existe.
O senhor poderia explicar melhor?
Contra Collor, haviam fatos. Contra a Dilma, não há nada. Há um movimento político, que vinha desde a campanha. É aquela velha visão autoritária, que dizia: ela não pode se eleger; se for eleita, não tomará posse; se tomar posse, não poderá governar. Depois que Dilma passou pelas etapas anteriores, nós chegamos a este estágio. Sem prova nenhuma, sem fato algum, em que se tenta impedir de qualquer maneira uma presidente eleita de governar. Os  fatos não importam aqui. A prioridade é política: precisam encontram fatos capazes de  impedir seu governo. É uma decisão política, que querem cumprir de qulaquer maneira.
Mas tem a acusação das pedaladas...
Nem vou discutir o mérito das pedaladas, se podem ser consideradas um crime ou não. A  discussão é anterior. Estão desrespeitando um ponto fundamental, definido pela Constituição de 1988. As pedaladas não podem servir para acusar uma presidente.
Por que?
Durante a Constituinte, o Celso Mello, que esteve na Casa Civil do José Sarney  e depois se tornou ministro do Supremo, deu uma contribuição importante  à redação do capítulo do impeachment. Ele ajudou a deixar claro aquele ponto que diz que um presidente só pode ser julgado por fatos ocorridos durante o seu mandato. Para falar claramente: se descobrirem que a Dilma matou 50 crianças antes de 2015, isso não pode ser usado contra ela antes do fim do mandato. Ela vai responder por seus atos, mas depois. Isso está bem claro na Constituição. É só ler o que os constituintes escreveram.
O senhor não pode ser acusado de tentar defender a presidente de qualquer maneira?
Não. Se aparecer uma prova contra ela, vou defender que seja processada. Vou lamentar, porque não espero isso nem acredito que isso vá acontecer. Mas se ocorrer, não há alternativa. Mas não é a situação agora. O que temos, hoje, é a vontade política de impedir a Dilma de governar e só isso. 

domingo, 13 de setembro de 2015

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Os banqueiros prepara uma nova crise mundial

[Outras Palavras] Boletim 554 - 10/9/15

Antonio Martins antonio@outraspalavras.net por  listas.tiwa.net.br 

23:05 (Há 15 horas)


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Boletim de atualização - Nº 553 - 6/9/2015


​Os bancos preparam a próxima crise global

Como eles recuperaram poderes e regalias que levaram ao terremoto de 2008. Por que, ao poupá-los, políticas como "ajuste fiscal" brasileiro abrem caminho para novo desastre. Por Susan George (Outras Palavras)

Fortunas que não pagam Imposto de Renda
Lei em que governo Dilma teme mexer beneficia elite de 71 mil brasileiros. Bastaria submetê-los à mesma tributação dos assalariados para arrecadar meio ajuste fiscal.
Por André Barrocal, em Carta Capital
(Outras Mídias)

O doutorado informal e a possível
mergulhaprendizagem
Ao contrário da prática acadêmica convencional, ela requer pesquisadores envolvidos afetivamente com seus temas, dispostos a compartilhar cada descoberta e preocupados com sentido ético de sua aplicação.
Por Alex Bretas
(Outras Palavras)

Os silenciosos assassinatos do automóvel
Em S.Paulo, automóveis matam 1.200 pessoas por ano (e ferem 26 mil); ônibus e bicicletas ocupam menos de 1% do espaço viário. Mas mídia julga violenta a redução da velocidade no trânsito… Carlos Aranha, entrevistado por Heloísa Mendonça, no El País
(Outras Mídias)

Educação: MEC abre-se, enfim, às inovações
Em conferência nacional sobre alternativas educacionais, assessora especial do ministério anuncia mapeamento das
ações que tentam superar crise do ensino por caminhos heterodoxos. Por Tathyana Gouvêa
(Blog)

Outros Traços:
Quadrinhosque incomodam (feito gastrite)
Breno Ferreira, qua lança primeiro livro este mês, enxerga com acidez e inquietação a desigualdade quotidiana, a democracia esvaziada e a tenebrosa expansão do banal. Por Carolina Ito
(Blog)
Cinedebate:
Libertem Angela Davis
Inanna e
Outras Palavras convidam para debater nesta sexta, em São Paulo, filme sobre pantera negra mais famosa dos EUA
(Blog)
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