sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Embraer

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A  Embraer Pertence aos Brasileiros
Justiça brasileira aceita pedido do PT e suspende acordo entre Embraer e Boeing
►https://br.sputniknews.com/brasil/2018120612853544-suspenso-acordo-boeing-embraer/

#Embraer sem poder #estratégico na #fusão com #Boeing levanta temor de #demissões
Ministério Público do Trabalho cobra explicações e diz que memorando de acordo abre espaço para retirar atividades do #Brasil. Companhia norte-americana rebate

"Para a Boeing, é um ótimo negócio. Ela ganha a engenharia da Embraer, a estrutura de produção e ganha o #mercado de #jatos comerciais onde a Embraer é líder mundial. Já para a Embraer e para o Brasil, é um péssimo negócio. A Embraer perde o principal negócio dela, já que a produção de jatos comerciais representa 58% do faturamento e 90% do lucro da empresa", analisa. Barbieri afirma que, caso o negócio seja concretizado, a Embraer poderá seguir atuando com dificuldade, já que não tem obtido #lucro no segmento da área executiva e que a sua atuação na defesa, com a produção de equipamentos militares, depende do orçamento público.

#Temer vende Força Aérea ao #Pentágono

As negociações entre Embraer e a Boeing (diz o Temer que foi pego de surpresa...) não são para estabelecer uma "parceria", como diz o #PiG.

A Boeing quer comprar, assumir, mandar na Embraer!

Com isso, a #tecnologia da #Embraer e informações da #segurança #nacional #brasileira estarão nas mãos do Pentágono!
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H★L★V★S  #HLVS #ссср🚩✌

O Brasil que o brasileiro ignora

Olha que coisa maravilhosa o Brasil conseguiu.  Não é para dar os parabéns?

"Parlamento Europeu

Bruxelas, 15 de novembro de 2018

Senhor Jean-Claude Juncker
Presidente da Comissão Europeia
Senhora Federica Mogherini
Alta representante da UE para Assuntos Internacionais e de Segurança / Vice-Presidente da Comissão Europeia
Senhora Cecilia Malström
Membro da Comissão de Comércio Internacional da UE

As recentes eleições no Brasil, depois de processo altamente questionável do acelerado impeachment da Senhora Roussef e proibição do candidato mais popular de participar das eleições, Senhor Lula da Silva, tiveram como resultado da eleição o candidato da extrema direita Jair Bolsonaro.
As declarações do Senhor Bolsonaro sobre questões ambientais, em particular relacionadas à luz verde que ele planeja dar à destruição da floresta Amazônica e sua população indígena, e sobre o direito de divergência que será preso ou forçado ao exílio, aparenta, para nós estar em total contradição com os valores europeus, com o quadro das Nações Unidas para os Direitos Humanos, e com o Acordo de Paris para combater as mudanças climáticas.
Isso, sem falar no revisionismo do Senhor Bolsonaro sobre o período da ditadura militar e o convite à população para se armar, e a impunidade que planeja dar aqueles que violarem os direitos humanos, por exemplo, aqueles que mataram Mariele Franco.
As primeiras nomeações anunciadas pelo Senhor Bolsonaro mostram que ele está planejando, efetivamente, colocar esses propósitos em prática
Nesse contexto, a eventual continuação da negociação Mercosul-UE nos parece extremamente negativa, visto que isso enviaria uma mensagem ao público de que a UE não se importa com as reorientações dessas políticas do principal membro do Mercosul, não se importa com as mudanças climáticas e ambientais, e não se importa com elementos fundamentais da democracia.
Assim, solicitamos que as negociações Mercosul-UE sejam suspensas imediatamente até que a Comissão possa estar segura de que o Brasil atende suas obrigações democráticas e obrigações ambientais internacionais.

Com nossos cumprimentos,

Helmut Scholz, Membro do INTA Comitê e Coordenador para o GUE/NGL
Xabier Benito Ziluaga, Vice-Presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Mercosul
Anne-Marie Mineur, Membro do Comitê INTA
Stelios Kouloglou, Membro da Delegação INTA-AFET do P20 em Buenos Aires<br>
Lola Sanchez Caldentey, Membro do Comitê INTA
Eleonora Forenza, Membro do Comitê INTA
Emmanuel Maurei, Membro do Comitê INTA".

Fonte: Revista Forum

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

FUHRER

MP do Fuhrer – ou Ignorância não é argumento –
Roberto Ponciano

Soube, estupefato, do lançamento de uma organização do Ministério Público, Federal e estaduais. Sim, estupefato, porque primeiro o Ministério Público, que devia ser o fiscal da lei, está organizando-se partidariamente a favor da “escola sem partido”. E digo partidariamente porque todo o manifesto é fascista. A sociedade civil não pode assistir calada à degeneração do Ministério Público, aceitar que o Ministério Público vire uma corporação fascista dentro do Estado, com atribuições que não lhe pertencem e com manifesto político de ultra-direita assinado pelos seus membros.
É bom lembrar que, tanto no caso do fascismo italiano, como no caso do nazismo alemão, o Poder Judiciário foi garantidor do Estado fascista. Ao contrário das revoluções, nos quais o Estado e destruído e refeito de fora para dentro, no fascismo e no nazismo, as corporações de ultra-direita comem o Estado de dentro para fora, normalizando e normatizando leis de exceção como se isto fosse norma do Estado. Assim, o Ministério Público, em lugar de vigiar os direitos difusos e as garantias legais, as liberdades democráticas e os direitos humanos, se torna chicote do Estado de Exceção e parte integrante da máquina de tortura física e psicológica do Estado. Assustador ver membros do Ministério Público assumirem isto publicamente e publicarem manifesto anunciando que farão parte de um novo DOPS, cujo objetivo será perseguir professores, servidores públicos e até a atividade artística!
O tal manifesto é obra de ignorantes, de uma burrice que ficará guardada e documentada para as gerações futuras, como prova da vergonha de quem o fez e assinou. Demonstra que, a contrário senso do que se pensa, os concursos que restringem às provas a normas de Direito, podem aprovar pessoas muito toscas, com nível cultural muito baixo, que demonstram rancor e ressentimento e tomam como tarefa vigiar e punir a atividade cultural e artístico.  Uma das características do nazi-fascismo é a perseguição e a demonização do adversário político. Não há alternativa a não ser comer toda a maçã depois de mordê-la, então, vou discutir o manifesto, cada pedaço e demonstrar como ele é um manifesto de um lado tosco e burro, de outro lado fascista e ilegal, já que pretende que o MP seja artífice do Estado de Exceção e não fiscal do Estado Democrático de Direito.
Vamos ao tosco manifesto:
O texto já começa com uma inútil frase em latim. É um texto caracteristicamente fascista de perseguição, vigília e morte à inteligência. Que aliás, é consigna fascista desde a Guerra Civil Espanhola. Começa com a antropomorfização da sociedade, que vira um ente a ser defendido, por um outro ente, o MP. E confunde agente político, função constitucional do MP, com entidade de transformação social, que tem que ver com a sociedade civil (este um conceito sociológico e não esta tosca antopoformização buscada no texto pelos ignorantes que o escreveram), que esta sim, através dos agentes de transformação social, ou seja, o movimento social organizado, busca a transformação da sociedade. O texto que tenta fazer este salto do MP, agente político com atividades restritas e determinadas pela CF, e transformá-lo num sujeito coletivo de disputa social (o que seria uma aberração), cai em contradição logo adiante. Ao arrogar-se como entidade de vigília da sociedade, o MP teria que entrar na disputa da sociedade civil (o que o parágrafo nega), para logo em seguida, num salto mortal ilusionista, voltar a esta disputa, como espécie de poder moderador e vigilante da sociedade partindo de “princípios naturais”. E aí se mostra a torpeza, a burrice, a falta de cultura de quem escreveu o texto. O MP que será doravante “vigia da sociedade” nega qualquer ideologia e arremata com a “citação de uma frase”, uma ilação, dizendo que o capitalismo e o conservadorismo são fatos naturais”, e que nem o conservadorismo nem o capitalismo são “ideológicos”, e que assim, seriam defensores de coisas belas. A frase que chama o capitalismo e o conservadorismo de “naturais, belos e não ideológicos” é a demonstração cabal da ignorância de quem escreveu este texto. Primeiro porque não sabem o que é ideologia. Efetivamente nunca discutiram um sistema filosófico. Não sabem qual e a relação entre o ser e a coisa em si. Não sabem que efetivamente o mundo, para o homem, seja ele de esquerda ou de direita é sempre uma representação (Schopenhauer por exemplo, ou Kant), então tudo que se diz do mundo é ideologia. Como diria Marx, parafraseando Hegel, a ideologia é sempre uma visão invertida do mundo. Qualquer ideologia, porque a coincidência entre o ser e o fenômeno seria o fim da história. Anti-históricos, não filosóficos, ignorantes de tudo, constroem uma frase sem sentido e acham que fizeram um manifesto.
Conservadorismo de per si precisa ser definido. Que tipo de conservadorismo? Chega-se até à homofobia? Conservar o que? O que há de belo para ser conservado? E o capitalismo é “um fato concreto”. Como fato concreto? Não é um processo histórico? De que capitalismo eles falam? Do que nasceu sobre os escombros da sociedade feudal? Nada foi mais revolucionário do que o capitalismo. E de que tipo de capitalismo eles falam? O da Suécia, Finlândia e Noruega do Wellfare State? O dos Estados Unidos? Ou o do Haiti e da Nigéria? Falar de coisas históricas como “naturais é demonstração crasse de ignorância”. Mas o festival de horrores continua.
“No mesmo sentido, também não é ideologia a Globalização: ela é um processo natural que derivou da revolução das comunicações, informática, dos transportes, e da tecnologia em geral. Não se confunde com o Globalismo e a confusão que vem sendo feita entre eles nos parece proposital e com intenções questionáveis.”
O padrão baixo de pensamento do manifesto é integral. De uma linha a outra é um show de ignorância. Contraditar “globalização a globalismo” parece que explica algo, mas é apenas uma tautologia.  Globalização é um processo histórico, contraditório e que efetivamente não se refere somente revolução na área tecnológica e de comunicações, e que tem resistência dos povos e das populações afetadas por elas. Mas porque o manifesto é um conjunto de frases feitas e sem sentido? È proposital, porque efetivamente tentam “decifrar” em uma frase um conceito que está em disputa, Falar em “globalismo” sem definir nada, é uma forma de sustentar a tautologia sem ter que explicar que, no fundo, o que defendem é a recolonização do Brasil, por exemplo, a proliferação monocultura extensiva transgênica e que envenena nosso povo e mata nossas plantas nativas, ao mesmo tempo que são contra qualquer progresso em costumes. Discutir gênero, para eles, seria “globalismo”, e eles irão combater, já a Monsanto e a Bayer construírem monopólio sobre a nossa agricultura, seria a globalização inevitável. Nesta burrice propositada há um ato político. Calar onde deveriam agir e agir onde não é prerrogativa do MP. Mas o show de horrores continua.
“Ideologias são aquelas que, em suas nuances,  com base em idéias sem fulcro firme na realidade, portanto necessariamente  distorcidas,  buscam impor por formas variadas – sangue, destruição da cultura, da religião, da moral, do Direito, e outras – revolução que destrua o passado para refazer o presente a partir de experiências de engenharia social cujas cobaias são os indivíduos. É ideologia, também, o Globalismo, um movimento que visa a submeter soberanias nacionais a um poder central, seja regional ou mundial, de burocratas não eleitos pelo povo, isto é, que relativiza soberanias, tornando-as, no máximo, uma relativa autonomia: o que suprime, na prática, as culturas e, com elas: as Liberdades.”
O trecho acima seria reprovado em qualquer redação do ENEM. Falta coesão, coerência, lógica. È um texto sem sentido, primeiro porque não define o que seja ideologia. Um conjunto de adjetivos sem sentido tenta ocultar a ignorância de quem escreveu (e, por tabela) de quem escreveu o texto. Depois de não definir o que seja ideologia e tentar demonizar qualquer ideologia (ideologia é toda superestrutura de narrativa, todo conjunto acabado e sistemático de ideias, ou seja, cristianismo é ideologia, conservadorismo é ideologia, platonismo é ideologia, marxismo é ideologia, liberalismo é ideologia), num outro incrível salto mortal se abre uma “definição” (a parto de fórceps) que não define nada. Tenta dizer que ideologia seria algo que tenta destruir o passado. Bem, para quem já tentou passar a ideia de que o capitalismo é natural, quando o capitalismo foi a ideologia, ou o conjunto de ideologias mais destrutivo da história na própria definição de Marx em “Manifesto do Partido Comunista”:
A burguesia desempenhou na história um papel extremamente revolucionário.
Onde quer a burguesia tenha chegado ao poder, ela destruiu todas as relações feudais, patriarcais, idílicas. Ela rompeu impiedosamente os variegados laços feudais que atavam o homem ao seu superior natural, não deixando nenhum outro laço entre os seres humanos senão o interesse nu e cru, senão o insensível "pagamento à vista". Ela afogou os arrepios sagrados do arroubo religioso, do entusiasmo cavalheiresco, da plangência do filisteísmo burguês, nas águas gélidas do cálculo egoísta. Ela dissolveu a dignidade pessoal em valor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades atestadas em documento ou valorosamente conquistadas, colocou uma única inescrupulosa liberdade de comércio. A burguesia, em uma palavra, colocou no lugar da exploração ocultada por ilusões religiosas e políticas a exploração aberta, desavergonhada, direta, seca.
A burguesia despojou de sua auréola sagrada todas as atividades até então veneráveis, contempladas com piedoso recato. Ela transformou o médico, o jurista, o clérigo, o poeta, o homem das ciências, em trabalhadores assalariados, pagos por ela.
A burguesia arrancou às relações familiares o seu comovente véu sentimental e as reduziu a pura relação monetária.
A burguesia revelou como o dispêndio brutal de forças, que a reação tanto admira na Idade Média, encontrava a seu complemento adequado na mais indolente ociosidade. Apenas ela deu provas daquilo que a atividade dos homens é capaz de levar a cabo. Ela realizou obras miraculosas inteiramente diferentes das pirâmides egípcias, dos aquedutos romanos e das catedrais góticas, ela executou deslocamentos inteiramente diferentes das Migrações dos Povos e das Cruzadas.
A burguesia não pode existir sem revolucionar continuamente os instrumentos de produção, portanto as relações de produção e, assim, o conjunto das relações sociais. Conservação inalterada do velho modo de produção foi, ao contrário, a condição primeira de existência de todas as classes industriais anteriores. O revolucionamento contínuo da produção, o abalo ininterrupto de todas as situações sociais, a insegurança e a movimentação eternas distinguem a época burguesa de todas as outras. Todas as relações fixas e enferrujadas, com o seu séquito de veneráveis representações e concepções, são dissolvidas; todas as relações novas, posteriormente formadas, envelhecem antes que possam enrijecer-se. Tudo o que está estratificado e em vigor volatiliza-se, todo o sagrado é profanado, e os homens são finalmente obrigados a encarar a sua situação de vida, os seus relacionamentos mútuos com olhos sóbrios.
A necessidade de um mercado cada vez mais expansivo para seus produtos impele a burguesia por todo o globo terrestre. Ela tem de alojar-se por toda parte, estabelecer-se por toda parte, construir vínculos por toda parte.
Através da exploração do mercado mundial, a burguesia configurou de maneira cosmopolita a produção e o consumo de todos os países. Para grande pesar dos reacionários, ela subtraiu à indústria o solo nacional em que tinha os pés. As antiquíssimas indústrias nacionais foram aniquiladas e ainda continuam sendo aniquiladas diariamente. São sufocadas por novas indústrias, cuja introdução se torna uma questão vital para todas as nações civilizadas, por indústrias que não mais processam matérias-primas nativas, mas sim matérias-primas próprias das zonas mais afastadas, e cujos produtos são consumidos não apenas no próprio país, mas simultaneamente em todas as partes do mundo. No lugar das velhas necessidades, satisfeitas pelos produtos nacionais, surgem novas necessidades, que requerem para a sua satisfação os produtos dos mais distantes países e climas. No lugar da velha auto-suficiência e do velho isolamento locais e nacionais, surge um intercâmbio em todas as direções, uma interdependência múltipla das nações. E o que se dá com a produção material, dá-se também com a produção intelectual. Os produtos intelectuais das nações isoladas tornam-se patrimônio comum. A unilateralidade e estreiteza nacionais tornam-se cada vez mais impossíveis, e das muitas literaturas nacionais e locais vai se formando uma literatura universal2.
Através do rápido aperfeiçoamento de todos os instrumentos de produção, através das comunicações infinitamente facilitadas, a burguesia arrasta todas as nações, mesmo as mais bárbaras, para dentro da civilização. Os módicos preços de suas mercadorias são a artilharia pesada com que ela põe abaixo todas as muralhas da China, com que ela constrange à capitulação mesmo a mais obstinada xenofobia dos bárbaros. Ela obriga todas as nações que não queiram desmoronar a apropriar-se do modo de produção da burguesia; ela as obriga a introduzir em seu próprio meio a assim chamada civilização, isto é, a tornarem-se burguesas. Em uma palavra, ela cria para si um mundo à sua própria imagem.
A burguesia submeteu o campo ao domínio da cidade. Ela criou cidades enormes, aumentou o número da população urbana, em face da rural, em alta escala e, assim, arrancou do idiotismo3 da vida rural uma parcela significativa da população. Da mesma forma como torna o campo dependente da cidade, ela torna os países bárbaros e semibárbaros dependentes dos civilizados, os povos agrários dependentes dos povos burgueses, o Oriente dependente do Ocidente.
A burguesia vem abolindo cada vez mais a fragmentação dos meios de produção, da posse e da população. Ela aglomerou a população, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos. Conseqüência necessária disso tudo foi a centralização política. Províncias independentes, quase que tão-somente aliadas, com interesses, leis, governos e sistemas aduaneiros diversificados, foram aglutinadas em uma nação, um governo, um interesse nacional de classe, umafronteira aduaneira.
Em seu domínio de classe que mal chega a um século, a burguesia criou forças produtivas em massa, mais colossais do que todas as gerações passadas em conjunto. Subjugação das forças da natureza, maquinaria, aplicação da química na indústria e na agricultura, navegação a vapor, estradas de ferro, telégrafos elétricos, arroteamento de continentes inteiros, canalização dos rios para a navegação, populações inteiras como que brotando do chão – que século passado poderia supor que tamanhas forças produtivas estavam adormecidas no seio do trabalho social!
Nós vimos portanto: os meios de produção e de circulação, sobre cujas bases a burguesia se formou, foram gerados na sociedade feudal. Em um certo estágio do desenvolvimento desses meios de produção e de circulação, as relações nas quais a sociedade feudal produzia e trocava, a organização feudal da agricultura e da manufatura, em uma palavra, as relações feudais de propriedade, não correspondiam mais às forças produtivas já desenvolvidas. Elas tolhiam a produção, em vez de fomentá-la. Transformavam-se assim em outros tantos grilhões. Precisavam ser explodidas, foram explodidas.
Em seu lugar entrou a livre concorrência, com a constituição social e política que lhe era adequada, com o domínio econômico e político da classe burguesa.”
Querer que um dos signatários do manifesto ou quem escreveu o triste e tosco texto tenha lido algo de Marx é demais. Como é um manifesto pró ignorância, pretendem preliminarmente refutar o que não conhecem. Não leem nada, não conhecem nada, debatem o que nunca leram, tenta evitar o que não sabe o que é. Talvez queiram revogar até a lei da gravidade e ensinar o criacionismo em lugar da teoria da evolução. É a burrice disfarçada de erudição em direito. E o pior, numa tentativa esdrúxula e indisfarçada de, a partir de um texto tão tosco, de elogio à ignorância, justificar a censura em escolas, universidade e até na arte. A definição de arte como “belo” é algo pueril e infantil, arte é um conceito em transformação e em disputa, na verdade a arte é sempre transgressora ou subversiva, seja nos Estados Unidos ou na extinta União Soviética, até porque é impossível resumir ou restringir o tempo e a subjetividade poética, ou dar cânones definitivos a artistas sempre revolucionário ou antissistêmicos (sejam artista de esquerda ou direita) como Wilde, Baudalaire, Maiakovsky, Nélson Rodrigues, Cervantes. O que os liga? O que os une? O que faz cada arte ser sublime e transcedental em seu tempo? Com certeza não um conceito pueril de “belo”. Estes signatários deste texto reacionário tentarem ser fiscais da arte e das ideias no Brasil é um perigo á Inteligência, à cultura, às manifestações artísticas. Temem o que não conhecem, e são ressentidos pela falta de cultura e talento. É um manifesto de ressentidos (outra característica do fascismo, o ressentimento). O mais tosco é que eles demonizam e chamam de “globalismo” qualquer ponto fora da curva que ameace a trinca do discurso fascista, “Deus, família e religião”.
Por último e não menos insano, o fecho:
“Concordamos que se deve buscar um Ensino de qualidade, voltado para a capacitação e desenvolvimento das habilidades individuais e não para a formação de militantes de qualquer visão política. E que Educação é uma prerrogativa da família.”
Concordam com quem, cara pálida? Concordamos entre nós, signatários de um manifesto protofascista, que o MP deve ter uma função inconstitucional? Que procuradores que, claramente pelo texto acima não tem a mínima ideia do que é educação, nem ideologia, nem cultura, nem arte, devem ter a função agora de vigiar, punir e perseguir professores?  Ensino de qualidade sem escola de pensamento crítico é uma tolice. Não existe. Nenhuma escola no Brasil tem por objetivos formar militantes políticos. Isto é uma aberração do pensamento fascista brasileiro. O mesmo MP que diz combater qualquer ideologia assina um manifesto dizendo-se conservador, e, portanto, ideológico. Não querem escola crítica e querem sim uma escola ideológica, mas uma escola ideológica que naturalize o fascismo e persiga qualquer pensamento crítico.
O texto é vergonhoso e deve ser rebatido por todo e qualquer democrata no Brasil. O país corre risco de fascistização imediata, se os aparelhos ideológicos de Estado virarem corporações de vigilância e perseguição. Quem discute política educacional (sim, Política, com P maiúsculo, o que não tem nada que ver com política partidária) são os educadores, munidos de preparação técnica para discutir os projetos pedagógicos. É um risco ao Estado Democrático de Direito quando membros do MPU se tornam inimigos da democracia e pretendem atacar a liberdade e a autonomia das instituições educacionais e das universidades.
*Roberto Ponciano é professor, mestre em Filosofia e Mestre em Letras Neolatinas, Especialista em Economia do Trabalho e Sindicalismo.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Prisão de Petistas em 2019

Petistas Presos

Antes que digam que *estou defendendo bandido*, vai um alerta para quem tá comemorando a prisão do *PEZÃO*: *esta prisão foi um teste para prenderem petistas ano que vem*. E explico o motivo:

Pezão tem foro privilegiado e foi preso apenas com base em delação sem sequer ter sido condenado, não poderia ser preso até o final do mandato. Sergio Moro vai usar os mesmos dispositivos jurídicos para prender governadores, deputados e senadores petistas a partir do ano que vem.  Sua prisão foi apenas um teste.

Sim, ele é bandido, mas deveria ter sido preso a partir de 1º de janeiro. Se a Lava Jato quisesse prender bandidos não-condenados com base em delação, teriam prendido Alckmin que não tem foro privilegiado, ou mesmo quando ainda tinha, pois o Ministério Público da Suíça enviou centenas de páginas de provas de suas propinas. Prenderiam José Serra, Aécio Neves, Onyx Lorenzoni, etc.

Prenderam Pezão para ver a reação do meio jurídico e da esquerda. E foi a melhor possível (para os golpistas): sem nem  pensar, a esquerda aplaudiu a prisão de um político com foro privilegiado que não foi sequer condenado baseado apenas em delações.

Os governadores, senadores e deputados do PT que se cuidem em 2019. *Sergio Moro já mostrou que não precisa de provas contra o PT*, só precisa convencer UM delator a falar algo contra algum petista, e ele manda prender na mesma hora. Gleisi, Haddad e Dilma encabeçam a lista dos próximos perseguidos.

Ou a esquerda começa a pensar com a cabeça e não com a emoção, ou vai ser dizimada. Bolsonaro não veio pra brincar, *seu projeto de poder é ficar no poder por no mínimo 40 anos*.

Você é RESISTÊNCIA a ele ou você é da turma do oba-oba que comemora prisão abusiva que será usada contra nós daqui a poucas semanas?

Em vez de comemorar esta prisão, pergunte-se por que Aécio Neves, José Serra, Alckmin (PSDB) e Magno Malta, Mandetta e Onyx (da turma de Bolsonaro) não foram presos também, se contra eles há centenas de provas e no caso de Onyx até uma confissão em vídeo.

_por Thiago dos Reis_

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Os cegos - os tolos

Numa cidade da Índia viviam sete sábios cegos.

Como seus conselhos eram sempre excelentes, todas as pessoas que tinham problemas os consultavam.
Embora fossem amigos, havia uma certa rivalidade entre eles que, de vez em quando, discutiam sobre o qual seria o mais sábio.

Certa noite, depois de muito conversarem acerca da verdade da vida e não chegarem a um acordo, o sétimo sábio ficou tão aborrecido que resolveu ir morar sozinho numa caverna da montanha. Disse aos companheiros:

– Somos cegos para que possamos ouvir e compreender melhor do que as outras pessoas a verdade da vida. E, em vez de aconselhar os necessitados, vocês ficam aí brigando como se quisessem ganhar uma competição. Não agüento mais! Vou-me embora.

No dia seguinte, chegou à cidade um comerciante montado num elefante imenso. Os cegos jamais haviam tocado nesse animal e correram para a rua ao encontro dele.

O primeiro sábio apalpou a barriga do animal e declarou:

– Trata-se de um ser gigantesco e muito forte! Posso tocar os seus músculos e eles não se movem; parecem paredes…

– Que bobagem! – disse o segundo sábio, tocando na presa do elefante. – Este animal é pontudo como uma lança, uma arma de guerra…

– Ambos se enganam – retrucou o terceiro sábio, que apertava a tromba do elefante. – Este animal é idêntico a uma serpente! Mas não morde, porque não tem dentes na boca.

É uma cobra mansa e macia…

– Vocês estão totalmente alucinados! – gritou o quinto sábio, que mexia as orelhas do elefante. – Este animal não se parece com nenhum outro. Seus movimentos são ondeantes, como se seu corpo fosse uma enorme cortina ambulante…

– Vejam só! – Todos vocês, mas todos mesmos, estão completamente errados! – irritou-se o sexto sábio, tocando a pequena cauda do elefante. – Este animal é como uma rocha com uma cordinha presa no corpo. Posso até me pendurar nele.

E assim ficaram horas debatendo, aos gritos, os seis sábios. Até que o sétimo sábio cego, o que agora habitava a montanha, apareceu conduzido por uma criança.

Ouvindo a discussão, pediu ao menino que desenhasse no chão a figura do elefante.

Quando tateou os contornos do desenho, percebeu que todos os sábios estavam certos e enganados ao mesmo tempo. Agradeceu ao menino e afirmou:

– Assim os homens se comportam diante da verdade. Pegam apenas uma parte, pensam que é o todo, e continuam tolos…!

O absurdo bozonazi-fascista ultraliberal


29 de nov de 2018

Em 1 mês de Jair Bolsonaro eleito, ao menos 40 retrocessos e absurdos; veja a lista


Quando tinha se passado apenas uma semaninha desde a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República, contabilizei aqui no blog ao menos 14 medidas anunciadas que significariam grande retrocesso ou que eram simplesmente absurdas. Continuei computando uma a uma (com as devidas atualizações, já que houve também vários recuos, após a péssima repercussão que alguns anúncios tiveram), e hoje divulgo a lista fechada do primeiro mês de Bolsonaro eleito. Cheguei ao número redondo de ao menos 40 retrocessos e absurdos – embora, vendo os parêntesis com links explicativos, o número possa ser bem maior, porque cada uma das coisas tem vários desdobramentos. Isso significa uma média de mais de um por dia. E olha que o novo presidente nem tomou posse ainda. Boa sorte para nós a partir de janeiro!

Dentre as várias coisas escabrosas da lista, destaco as várias imbecilidades no campo diplomático, a começar pela escolha desastrosa de chanceler para o Itamaraty, mas seguindo com a ideia de trocar a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém (comprometendo as relações com os países árabes, sem qualquer vantagem em troca dessa insanidade) e com o colapso do Mais Médicos a partir de fala estabanada do Bolsonaro, colocando em risco o atendimento de milhares de brasileiros.

Mas tem ainda um monte de coisas terríveis, como a investida contra jornais e jornalistas, a perspectiva de rifarem o patrimônio brasileiro para o capital estrangeiro (a começar pelo pré-sal), a escolha de um ministro da Educação que é contra o Enem, é pró-golpe militar e acha que democratizar as universidades é “bobagem”, e a convocação de vários outros nomes esdrúxulos ou corruptos para compor a equipe de transição e os futuros ministérios (que, diga-se de passagem, devem ser 21 ou 22, e não os 15 prometidos em campanha).

Enfim, como muitos de nós temíamos, as perspectivas para o Brasil nos próximos quatro a oito anos não são nada boas.


2. Ministros confirmados incluem Sergio Moro, general Heleno, e o superministro Onyx Lorenzoni, que ocupará a Casa Civil. Onyx foi citado durante a Lava Jato e confessou ter recebido R$ 100 mil de caixa 2 na campanha de 2014.


4. Retirar ensino superior do MEC pode provocar quebra no atual sistema educacional (AQUI, mais sobre as propostas do presidente eleito para a educação, que incluem mensalidades em universidades públicas e ensino à distância desde a infância).


6. Pela primeira vez na História, Congresso veta jornalistas em plenário no primeiro compromisso de Bolsonaro eleito (AQUI, Bolsonaro ameaçou a Folha de S.Paulo; AQUI, ele barrou vários jornais em sua primeira coletiva após eleito; ataques dele à imprensa chegaram a 10 por semana).



9. Bolsonaro não abre mão sobre flexibilização de posse de arma (e AQUI, Eduardo Bolsonaro defende ampliação do acesso a armas por decreto presidencial; lembrando que há mais mortes de crianças por arma de fogo nos EUA em Estados com legislação flexível).



12. Sobre os “guardas da esquina” desde que Bolsonaro foi eleito: além da deputada que quer perseguir professores, temos o estudante que pregou “matar a negraiada“, o homem que foi espancado e morto por oito homens que gritavam o nome de Bolsonaro, os alunos da USP pregando mensagens de ódio às mulheres. Ah, e policial federal manda cinegrafista apagar imagens de Bolsonaro. Não vi nenhuma reação do presidente eleito a esses crimes praticados por apoiadores.

13. Bolsonaro demonstra desconhecimento ao falar sobre cálculo do desemprego no IBGE. (E precisamos ter muito cuidado com manipulação de dados oficiais a partir do ano que vem, hein?)




17. Bolsonaro diz que, em seu governo, “vai tomar conhecimento da prova antes” da realização do Enem pelos estudantes, medida que confronta critérios técnicos e de segurança do exame.


19. O superministro Paulo Guedes já gerou crise com o legislativo, o que deve comprometer a governabilidade do novo presidente. (Sem contar o tanto que demonstrou desconhecimento sobre coisas básicas, como a votação do Orçamento)

20. Bolsonaro gera crise com a China, maior parceiro comercial do Brasil.



23. Alberto Fraga (DEM), que tem áudio gravado pedindo propina, foi convidado (e depois desconvidado, tamanha a repercussão negativa)para fazer parte do governo.

24. Bolsonaro repetiu a mentira do “kit gay”, comprovadamente falso, em entrevistas já como presidente eleito. Ou seja, ele não se importa de mentir MESMO, nem quando a campanha eleitoral já acabou.

25. Joaquim Levy, que falhou no ajuste fiscal como ministro da Fazenda do governo Dilma, é anunciado como presidente do BNDES do novo governo.


27. Bolsonaro dá declarações irresponsáveis sobre Cuba, colapsa o Mais Médicos, irrita prefeitos que dependem do programa para manter a saúde funcionando e ainda pode gerar apagão de atendimentos em pequenas cidades do país. Nada menos que 24 milhões de brasileiros foram prejudicados. (Questionado sobre repercussão, ele encerra coletiva. Fujão.)


29. Equipe de transição já tem racha. Imagina como será quando esse povo todo estiver efetivamente no poder, a partir de janeiro!



32. Bolsonaro discute privatização da Petrobras, nosso maior patrimônio. (Depois o futuro presidente da estatal negou privatização… Mas daí Paulo Guedes diz que vai criar Secretaria de Privatizações. E Futuro chefe da Petrobras já disse que privatização da empresa é “urgente”).

33. Ainda na série “adeus, patrimônio brasileiro”: Paulo Guedes escolhe especialista em privatizações para o comando da Caixa


35. Equipe de transição discute retirar Funai do Ministério da Justiça; temor é que vá parar nas mãos do agronegócio, colocando em risco pelo menos 130 demarcações que ainda dependerão do novo governo.

36. Começou o cabide de emprego, que você também pode chamar de nepotismo: Boslonaro vai voltar Comunicação Social ao status de ministério e quer nomear o filhote que é apenas vereador para o cargo de ministro. Motivo: “ele é fera em redes sociais”. (Depois… adivinha? Ele recuou da ideia)


38. Bolsonaro não decepciona em sua ruindade: depois de quase anunciar Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna e que parecia bastante qualificado para o cargo de ministro da Educação, e depois de o nome de Mozart ter sido vetado pela bancada evangélica (!) por ser, aparentemente, neutro em relação ao Escola Sem Partido, Bolsonaro elege o colombiano Ricardo Vélez Rodríguez para o cargo. Ah sim: Rodríguez foi indicado por Olavo de Carvalho, que já tinha emplacado o chanceler. Impressionante como esse astrólogo e pseudofilósofo tem influência sobre o futuro presidente do país, que horror! O novo ministro da Educação é contra o Enem!!! Ah, e disse que o golpe de 64 tem que ser comemorado!!!

39. Bolsonaro se oferece a Trump como aliado-chave e relança cúpula conservadora latina. Sem comentários. Leiam a reportagem de Afonso Benites no El País e pensem no estrago que isso pode causar ao Brasil.

40. Novo ministro da Educação diz que Bolsonaro poderá ver a prova do Enem antes (o que confronta critérios técnicos e de segurança do exame) e diz ainda que democratização da universidade “é bobagem”. Adeus, alunos mais pobres com ensino superior! Adeus, cotas!

(to be continued… pelos próximos quatro anos!)

Do Kikacastro
No Luíz Müller

Atualizando...

41. Bolsonaro desmente Onyx diante das câmeras e diz que participou de decisão sobre a COP 25



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