sábado, 26 de janeiro de 2019

Deputados e seus assassinatos




Deputados eleitos com doações de mineradoras derrubam legislação mais dura para barragens de rejeito em MG


Apoiado pelo Ministério Público, Ibama e mais de 50 entidades ambientalistas, novo texto para o projeto de lei 3676 foi derrubado pela Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Veja como votou cada deputado e entenda em cinco pontos porque a decisão pode contribuir para uma nova tragédia como a de Mariana.

Nem lembrança dos mortos pela tragédia de Mariana sensibilizou os deputados. Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG

Uma nova lei que não vale para todas as barragens, que não obriga as empresas a usarem tecnologias mais seguras para a disposição de rejeitos e que não garante expressamente a proteção das populações e dos mananciais de abastecimento público situados abaixo deste tipo de estrutura em Minas Gerais. Esta foi a decisão da Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que derrubou, na última segunda-feira (09/07), um novo parecer do deputado João Vitor Xavier apoiado pelo Ministério Público, pelo Ibama e por mais de 50 entidades ambientalistas ligadas à Campanha Mar de Lama Nunca Mais.
A derrubada do novo substitutivo do projeto de lei 3676 – proposto pela Comissão Extraordinária de Barragens da ALMG como resposta à tragédia de Mariana – teve participação direta de deputados que tiveram suas campanhas financiadas por mineradoras. Pelo menos dois deles receberam doações da Mineração Corumbaense Reunidas SA, subsidiária da Vale. Como se sabe, a empresa é uma das controladoras da Samarco, responsável pela tragédia de Mariana em 2015.
Entenda, em cinco pontos, porque a decisão não garante que novas tragédias como a de Mariana não voltem a se repetir. Luta continua na próxima semana, quando o projeto de lei 3676 deve ser avaliado pela Comissão de Administração Pública da ALMG.

O que decidiram os deputados da Comissão de Minas e Energia da ALMG:

1 – A nova legislação não deve valer para todas as barragens de rejeito

O que dizia o texto derrubado na última segunda-feira?
O licenciamento ambiental de três fases deve valer para todas as novas barragens, independentemente do porte poluidor.
O que os deputados da Comissão de Minas e Energia decidiram?
O licenciamento ambiental de três fases deve valer apenas para novas barragens de rejeito que atendam a um dos seguintes critérios: altura maior ou igual a 15 metros, capacidade do reservatório maior ou igual a 3 milhões de m³ ou potencial de dano ambiental médio ou alto.
Por que isso é importante?
Segundo levantamento feito pelo Lei.A, 186 barragens de rejeito que estão operando em Minas ficariam de fora dos critérios da nova lei, ou uma em cada quatro. Deste total, seis estavam em risco de rompimento e 11 não tiveram sua estabilidade assegurada por falta de dados ou documentos técnicos, o que, por si só, demonstra a importância de a nova legislação valer para todo e qualquer tipo de barragem.
Outro temor de ambientalistas com relação ao licenciamento previsto tal como está é que as regras levem os empreendedores a fatiar grandes barragens em outras menores para escapar do rigor da nova legislação. Embora o texto aprovado pelos deputados mencione que “barragens próximas ou contíguas” devem ser alvo da nova legislação caso atinjam os limites estabelecidos pela nova lei, o texto atual abre uma brecha perigosa ao não especificar qual “proximidade” é esta. Saiba mais aqui.

 2. A nova legislação não deve obrigar as empresas a usarem tecnologias alternativas às barragens 

O que dizia o texto derrubado na última segunda-feira? 
Fica proibida a disposição de rejeitos e resíduos industriais ou de mineração em barragens “sempre que houver alternativa técnica”.
O que os deputados da Comissão de Minas e Energia decidiram?
O texto atual fala em “adoção prioritária” de tecnologias alternativas aos tradicionais barramentos, mas permite às empresas alegarem inviabilidade por “razões de ordem econômica” para que possam construir barragens de rejeito mesmo quando houver alternativa técnica disponível. Do ponto de vista tecnológico, o texto proíbe apenas a instalação de barragem de rejeitos pelo método de alteamento a montante (que permite que a barragem seja ampliada para cima quando fica cheia).
Por que isso é importante?
Alegar custos elevados para não utilizar tecnologias e mecanismos de segurança mais avançados do que as barragens de rejeito tem sido, historicamente, a estratégia das mineradoras para evitar a redução de seus lucros. Além disso, a redação do PL 3676, tal como está hoje, viola expressamente as últimas recomendações da ONU sobre segurança de barragens. A primeira e principal delas é a que “reguladores, indústrias e comunidades devem adotar um objetivo comum de falha zero para estruturas de disposição de rejeitos onde atributos de segurança sejam avaliados separadamente de considerações econômicas, sendo que o custo não deve ser o fator determinante”. Saiba mais aqui.

 3 –  A nova lei não deve determinar uma área de segurança para as populações e mananciais de abastecimento público situadas abaixo das novas barragens 

O que dizia o texto derrubado na última segunda-feira?
Fica proibida a concessão de licença ambiental para barragens em cujos estudos de cenários de ruptura seja identificada comunidade na chamada zona de autossalvamento. Segundo a proposta, considera-se zona de autossalvamento a porção do vale abaixo da barragem em que não haja tempo suficiente para uma intervenção da autoridade competente em situação de emergência: 10 km ao longo do curso do vale ou a porção do vale que corresponda ao tempo de chegada da onda de rejeitos em até 30 minutos. 
O que os deputados da Comissão de Minas e Energia decidiram?
Originalmente, o Art. 7º do PL 3676 proibia a instalação de barragem em cuja área a jusante fosse identificada alguma forma de povoamento, reservatório ou manancial destinado ao abastecimento público de água potável. A proposta original também previa que a área a jusante da barragem teria como extensão mínima um raio de 10 km. Contudo, a determinação foi inteiramente suprimida do texto por meio de substitutivo aprovado pela Comissão de Meio Ambiente da própria ALMG, que argumentou que “as variáveis possíveis em cada empreendimento não são passíveis de serem previstas e generalizadas no texto”.
Por que isso é importante?
A brecha na lei é perigosa porque abre a possibilidade de que novas barragens continuem sendo instaladas a montante de comunidades e reservatórios de abastecimento público de água. Deste modo, a menção clara no texto da lei sobre a proibição de instalação de barragem nestas situações pode prevenir que isso aconteça, mesmo que a regulamentação sobre a extensão exata da zona de autossalvamento ocorra depois no processo de licenciamento.

 4 – As empresas não devem fazer o pagamento de uma “caução” antes de iniciar a construção de uma barragem

O que dizia o texto derrubado na última segunda-feira?
O empreendedor deve pagar uma caução ambiental com o propósito de garantir a recuperação socioambiental nos casos de rompimento e desativação da barragem. A reivindicação é que ela fosse feita já no momento em que é concedida a Licença Prévia. Ou seja, logo no início do processo de licenciamento. 
O que os deputados da Comissão de Minas e Energia decidiram?
O empreendedor deve contratar um seguro de responsabilidade civil para garantir a recuperação do meio ambiente degradado “no caso de acidente ou desastre”. Segundo o texto, este seguro deve ser apresentado pelas empresas no momento em que é concedida a Licença de Operação. Ou seja, depois que a Licença Prévia e a Licença de Instalação já tiverem sido concedidas.
Por que isso é importante?
A caução – uma espécie de garantia antecipada – serve de proteção caso a empresa entre em falência ou não tenha como pagar a devida reparação em caso de desastre. Ela aparece como alternativa diante da inexistência hoje, no mercado, de uma modalidade de seguro de responsabilidade civil como a proposta na última versão do texto aprovada pelos deputados de Minas. Deste modo, a caução é uma garantia a mais que haverá dinheiro para a reparação caso o pior aconteça.

5 – A nova lei não deve considerar o risco de terremotos e eventos climáticos extremos

O que dizia o texto derrubado na última segunda-feira?
O texto pedia que as empresas apresentassem estudos de impacto sobre a estabilidade da barragem em casos de sismos e terremotos. Pedia também que fossem apresentados estudos sobre o comportamento hidrogeológico, incluindo projeto de esgotamento de águas pluviais para chuvas excepcionais de, no mínimo, duas vezes a ocorrência máxima centenária no local onde a barragem será construída.
O que os deputados da Comissão de Minas e Energia decidiram?
O risco de terremotos e eventos climáticos extremos não devem aparecer na nova lei
Por que isso é importante?
O princípio da prevenção é um dos pilares da legislação ambiental. Significa que devemos estar preparados para o pior, mesmo que o pior seja pouco provável. O caso das chuvas é especialmente importante, já que os principais desastres ocorridos com barragens em Minas Gerais, inclusive em Mariana, ocorreram no período chuvoso.

Quem votou contra?

O novo texto foi derrubado por três votos a um. Votaram contra os deputados Tadeu Martins Leite (MDB), Thiago Cota (MDB) e Gil Pereira (PP). Os últimos dois receberam recursos de campanha da Mineração Corumbaense Reunidas SA, subsidiária da Vale. Como se sabe, a empresa é uma das controladoras da Samarco, responsável pela tragédia de Mariana em 2015.

E agora?

Por requerimento do deputado Gustavo Correa (DEM), outro parlamentar eleito com doações de mineradoras, o projeto de lei 3676 deixa a Comissão de Minas e Energia por “perda de prazo” e segue para análise da Comissão de Administração Pública da ALMG. A manobra está sendo contestada por entidades ligadas à Campanha Mar de Lama Nunca Mais, que encaminharam ofício contra a decisão ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes (MDB). Veja na íntegra aqui.

Como posso saber mais?

  • Para acessar a nota técnica na qual o Ministério Público de Minas Gerais propõe novas recomendações ao texto do projeto de lei 3676, clique aqui.
  • Para acessar a íntegra do novo texto da lei proposto pelo Ministério Público de Minas Gerais, o Ibama e entidades ligadas à campanha “Mar de Lama Nunca Mais”, clique aqui
  • Para acessar a íntegra da atual versão do projeto de lei 3676 aprovado em primeiro turno pelos deputados da ALMG, clique aqui.
  • Para acessar os pareceres das comissões da Assembleia que já avaliaram o projeto de lei 3676, clique aqui: https://goo.gl/JrDDKs.
  • Para ler a nota técnica na qual o Ministério Público de Minas Gerais destaca as principais divergências entre os projetos de lei 3676 e 3695, de iniciativa popular, clique aqui: goo.gl/c1UadB
  • Para ler todos os conteúdos que o Lei.A já publicou sobre o assunto, acesse nosso blog e clique na aba “Barragens de Rejeito”. O endereço é blog.leia.org.br.
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Privatizar a qualquer custo

[OPINIÃO] "Brasil acima de tudo" e traição a pátria com privatizações


Destruição gigantesca causada pelo rompimento da Barragem de Contenção de Rejeitos da Vale do Rio Doce, em Brumadinho, Minas Gerais
REUTERS/WASHINTON ALVES
O sujeito é brasileiro, se diz nacionalista e grita aos quatro cantos que defende a pátria, porém é o mesmo que defende, com unhas e dentes, privatizar a exploração das reservas naturais brasileiras, telecomunicações, bancos e até a Casa da Moeda.
E isto não é só um discurso absurdamente incoerente. É criminoso.
As tragédias de Mariana, há três anos, e a de Brumadinho, no final da manhã desta sexta-feira, 25, mostram, com clareza, o quanto é irresponsável e criminoso entregar a exploração das reservas naturais do Brasil ao capital exploratório e ganancioso externo.
Qual sentido tem retirar o ferro do subsolo de Minas Gerais/Brasil (isto é o que faz a Vale do Rio Doce, dona da barragem de Mariana e de Brumadinho), deixar um rombo ambiental gigantesco, levar esse ferro para gerar muita renda e empregos em outros países?
O crime absurdo e revoltante contra a economia brasileira acontece quando o capital externo extrai o ferro no Brasil pagando em real, leva bruto para beneficiar e gerar muita renda em outros países, e depois vende o ferro, em dólar, ao Brasil.
O mesmo já está acontecendo com a Petrobras, que tornou o Brasil autossuficiente em petróleo em 2006, no governo do PT. Nesta época fatia da Petrobras já pertencia ao capital externo. Havia sido entregue pelo então governo do PSDB, antes da chegada do PT.
A ideia do governo do PT era instalar refinarias para os tipos de óleos que produzia e construir navios petroleiros no Brasil, gerando milhões de empregos. Mas precisava beneficiar o óleo bruto que já produzia em algum lugar, enquanto instalava as refinarias no Brasil.
Investiu em Pasadena, no EUA, e massivamente nas construções de navios e refinarias no Brasil. Nesta época, a taxa de desemprego no Brasil era de 4,5%, a mais baixa da história. Era o que deveria ser feito com o ferro; fazer siderúrgicas e gerar renda no Brasil.
A quem interessa privatizar (entregar a Petrobras ao capital externo, como fizeram com a Vale) para estes gananciosos extraírem o óleo bruto no Brasil pagando em real, levar para beneficiar no exterior, e vender aos brasileiros a preço da moeda americana?
Certamente a você, leitor, que paga mais de R$ 4 reais num litro de gasolina, não é.
As estatais brasileiras deveriam contribuir com o desenvolvimento do Brasil e não com o aumento dos lucros dos investidores da Bolsa de Nova York, deixando no Brasil um rombo ambiental gigantesco, centenas de mortes e mais de 14 milhões de desempregados.
À parte
O discurso de que se não privatizar as estatais vai está alimentando a corrupção não é só incoerente. É uma confissão de que é incompetente, logo, irresponsável, para não dizer criminoso, considerando o que aconteceu com as barragens de Mariana e de Brumadinho.
Se existe corrupção dentro da estatal, que seja competente enquanto governo no combate a corrupção, e não entregue as reservas naturais brasileiras ao capital exploratório, ganancioso e criminoso de outros países. Isto é traição a pátria o não “Brasil acima de tudo”.

A anticorrupção pró corrupção

Medidas de Bolsonaro para facilitar a corrupção


Na campanha eleitoral, o discurso de Bolsonaro era para acabar com a corrupção, mas na prática está sendo bem diferente. Conheça três medidas de Bolsonaro que facilitam a corrupção:
1. O sigilo de 25 anos a qualquer documento público poderá ser pedido por servidores que ocupem cargos comissionados, na sua maioria por indicação política. Antes do decreto assinado por Mourão nesta semana, somente o presidente, os ministros e autoridades do primeiro escalão, como militares das Forças Armadas, poderiam solicitar que os documentos tivessem o caráter ultrassecreto na Lei de Acesso à Informação.
2. Mesmo depois das revelações do COAF envolvendo Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, o Banco Central pretende elevar o valor mínimo das transações financeiras que devem obrigatoriamente ser comunicadas ao conselho. Passaria dos atuais R$ 10 mil para R$ 50 mil.
3. O Banco Central quer flexibilizar as regras para os bancos deixarem de monitorar de perto as pessoas consideradas politicamente expostas: pais, filhos, companheiros e enteados de políticos. Com isso, essas pessoas deixariam de fazer parte de um grupo de pessoas que são monitoradas de perto pelas autoridades financeiras. De tão absurdo, o governo já está estudando voltar atrás da medida (como fez em muitas decisões até agora, em nem um mês de governo!)

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

FALÁCIAS E FALÁCIAS


O grande engodo: “Reformar a Previdência Social”




Assistimos a cada dia, a cada semana, a cada mês, há mais de dois anos, capítulos de uma novela que não termina, como tantas outras, sobre as mudanças que salvarão o Brasil da miséria, da fome, do desemprego, da violência, do sucateamento da saúde, da precariedade da educação básica e superior, das polícias, dos presídios.
Lamentavelmente as mudanças parecem se resumir em uma só: “Reformar a Previdência Social”.
A declaração é atribuída a entidade fantasma: o mercado, seja os que tem muito dinheiro e aplicam em ações e títulos públicos e privados.
Ora, meus senhores, já vimos esse filme várias vezes, com Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma, Temer e agora Bolsonaro, querendo usar a reforma “Frankenstein” de Michel Temer.
FHC, Lula e Dilma fizeram reformas em nome de reduzir privilégios e déficit e nada disso aconteceu. Só ampliaram o favorecimento de um mercado que não quer saber de programas sociais, só de lucros em aplicações financeiras.
Não há no mundo civilizado uma linha sobre o Brasil, a economia brasileira.
Dizer que as bolsas de Nova Iorque, Paris, Frankfurt, Xangai, Hong Kong, Tóquio, exigem a reforma da Previdência é uma farsa do engodo que dimensiona a tragédia nacional.
Ninguém fala em reduzir a dívida pública que suga a poupança nacional, beneficiando justamente total mercado de um neoliberalismo perverso e não tem paralelo em economias capitalistas modernas.
Ninguém fala que o problema principal da Previdência Pública (RGPS) está no seu financiamento, não fiscalização e cobrança dos que se beneficiam como o agronegócio (que deixa de pagar R$ 100 bilhões/ano), bem como os as renúncias (principalmente de filantrópicas, agronegócio, Supersimples e Mei), as desonerações, os Refis e os subsídios, com contribuição de 50% e benefícios de 100%.
É certo que a Previdência da União, Estados e Municípios (os chamados regimes próprios) está no fundo do poço, mas os militares nunca pagaram. Estados e Municípios recolhem dos servidores e não pagam o INSS, ou transferem por seus fundos.
Preocupo-me, como previdenciário há 40 anos, com o RGPS, com o INSS.
Todos que fizeram a reforma da reforma da Previdência não economizaram um tostão. Pelo contrário, escancararam os ralos com os Refis e mais Refis para honrar seus compromissos com os financiadores de seus partidos e políticos os caloteiros públicos (mais de R$ 100 bilhões para estados e municípios, uns R$ 500 bilhões para indústria, comércio, transformação e serviços, e R$ 20 bilhões para o agronegócio).
O novo ministro fala que a inadimplência é de 40%. Por que não cobra deles, primeiro? Por que não cobra a dívida ativa que cresce exponencialmente e ainda entrega a PGFN, que deveria cobrar a dívida ativa, a parasitas e incompetentes?
O novo ministro fala em 40 milhões de informais. Porque não buscar mecanismos para que paguem corretamente, se sonham em se aposentar? Que paguem 50% e tenham um benefício de 50%. É correto. Não como fizeram Lula e Dilma que em nome da inclusão previdenciária criaram seis novos funrurais que, se não forem revistos com urgência, vão implodir o RGPS mais adiante.
O ministro fala em ralos. Por que que não acabar com renuncias, desonerações, Refis. Benefícios criados sem o devido custeio, para agradar a base política na base do toma lá dá cá?
O modelo previdenciário brasileiro é ímpar no mundo contemporâneo. O ministro não fala nos R$ 1,5 trilhão dos ativos da previdência complementar aberta dos planos e fechada dos fundos. Nenhum país como nosso tem ativos que financiam 100% a dívida pública a paga 31 milhões de aposentados e pensionistas; 4,5 milhões de benefícios assistenciais e financia quase 70% dos municípios e ainda é a maior redistribuidora de renda.
O novo ministro fala em copiar o modelo chileno totalmente falido e com os aposentados na miséria. Modelo criado pelo irmão do atual presidente na ditadura chilena e que ele está revendo. Lembremo-nos que o Chile não tem 20% da população do Brasil (são 18.5 milhões para 205 milhões!).
O novo ministro fala em instituir o regime de capitalização, mas na realidade é instituir a previdência sem contribuição patronal, (sonho de todo empresário é deixar que o trabalho se vire) o que inexiste no mundo. Se existe diga onde.
Fala em mudar o modelo alemão, modelo perverso, um sistema orientado somente pela remuneração, privilegiando somente os de alta remuneração, sem o regime de solidariedade. Os alemães pobres, com remuneração baixa dependem na velhice de ajuda social do governo.
O ministro erra redondamente quando acha que o regime de repartição simples está superado. Nem a Escola de Chicago acha!
O grande engodo foi nos enganar que fariam a reforma necessária, com quem entende de Previdência, os previdenciários, mas me parece que já vem um prato feito e requentado para atender os interesses de banqueiros e de seguradoras e de investidores ávidos e sequiosos pelos rendimentos de ações.
Nosso novo presidente pregou durante sua campanha esperança, mudanças, doa a quem doer, acabar com as desigualdades, acabar com a violência, sem roubar e sem mentiras.
Prefiro admitir que quem mente também rouba, corrompe, pois rouba o direito de se saber a verdade do que está por trás da reforma da Previdência, RGPS e Regimes Próprios.
(*) Paulo César Régis de Souza é vice-presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores Públicos, da Previdência e da Seguridade Social - Anasps.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O HOMEM CRIA VOLUNTÁRIA E CONSCIENTEM SUA AUTODESTRUIÇÃO

Aquecimento global e desinformação – Por José Goldemberg
brasilagro21 de janeiro de 2019 06:13


Questionar a realidade é obscurantismo, como o foi negar que a Terra gira em torno do Sol.

Informação é um elemento essencial para a nossa sobrevivência e a tomada de decisões. É por isso que ninguém se lança de um edifício de dez andares, em lugar de descer as escadas, para ganhar tempo: jamais houve uma violação das leis da gravidade.
O mesmo acontece com tomadas de decisão. Se uma pessoa deseja viajar de avião para Nova York, ela se informa da hora da partida antes de ir ao aeroporto. Caso contrário, corre o risco de perder o voo.
Acontece muitas vezes que a informação não é completa. Nesse caso, o que funciona é saber a probabilidade de ocorrência do evento. Prever quando vai chover é um exemplo. Desde a mais remota Antiguidade a previsão do tempo foi essencial para saber quando plantar e quando colher, e erros graves nestas previsões – que eram frequentes – tiveram sérias consequências.
Nos dias de hoje, com o avanço da tecnologia, as previsões de tempo melhoraram muito e os meteorologistas já são capazes de nos dizer qual a probabilidade de chover amanhã ou no fim de semana, e acertar, na maioria das vezes.
O bom senso comum, que nessas áreas é aceito por todos, não existe, contudo, no tocante a outro problema de grande importância, que é o aquecimento do nosso planeta, que está em curso. A temperatura média já subiu mais de um grau centígrado desde 1800 e provavelmente vai subir mais dois graus até o fim do século 21.
A probabilidade de que a principal causa deste aquecimento seja a emissão dos gases resultantes da queima dos combustíveis fósseis, do desmatamento e de atividades agrícolas é muito grande e essa avaliação decorre de inúmeros estudos científicos. As consequências do aquecimento da Terra são muito sérias e já se manifestam, por exemplo, nos desastres climáticos que se estão tornando cada vez mais frequentes.
Para enfrentar o problema a cooperação internacional é essencial, porque as emissões que causam o aquecimento não respeitam fronteiras. A temperatura na China (o país maior emissor mundial) está subindo por causa de suas próprias emissões, mas também das emissões dos Estados Unidos (o segundo emissor mundial) e vice-versa, bem como das emissões de todos os outros países. O Brasil é responsável por cerca de 3% das emissões mundiais.
Vários acordos foram tentados – desde a Conferência do Rio sobre Mudanças Climáticas, em 1992 – para dividir as responsabilidades entre as nações, como, por exemplo, atribuir aos países cotas para redução das suas emissões. Todos fracassaram porque impunham cortes nas emissões aos países industrializados e isentavam os países em desenvolvimento dessas reduções, o que foi considerado inaceitável para os dois grupos.
O último deles é o Acordo de Paris, adotado em 2015, em que cada um dos países apresentou voluntariamente as reduções que desejava soberanamente fazer. Os países onde o movimento ambientalista é mais atuante apresentaram compromissos mais ambiciosos. É o caso dos países da Europa e dos Estados Unidos (sob a presidência de Barack Obama).
O Brasil, no governo de Dilma Rousseff também apresentou propostas ambiciosas, que foram objeto de amplo debate promovido pela então ministra do Meio Ambiente, Isabella Teixeira. Essas propostas foram convertidas em lei pelo Congresso Nacional. Ninguém forçou o País a adotá-las.
Mais recentemente, o presidente Donald Trump decidiu mudar a posição do seu país, provavelmente para “desconstruir” o legado do presidente Obama, e deixar o Acordo de Paris, que não é mais que a soma dos compromissos voluntários apresentados por cada país. Para não cumprir os compromissos assumidos basta mudá-los unilateralmente, não é preciso “deixá-lo” ou “sair dele”, a não ser por motivos políticos.
É curiosa, portanto, a retórica inicial de alguns dos colaboradores do presidente Bolsonaro de seguir os passos do presidente Trump, que agora, ao que parece, está mudando. Ela nos parece simplesmente fruto de desinformação: não existe a menor dúvida de que a temperatura média do planeta está aumentando e a causa principal é a ação do homem. Quem nega isso são leigos que inventam teorias conspiratórias, setores ligados a interesses contrariados de produtores de carvão e petróleo ou simplesmente desinformados.
Existem outras causas para o aquecimento (e até o resfriamento) da Terra – além das emissões de carbono –, como já aconteceu no passado, como a variação da atividade solar, a inclinação do eixo da Terra, erupções vulcânicas, etc. Mas elas foram todas analisadas pelos cientistas: a ação do homem soma-se a esses eventos naturais e está ocorrendo numa velocidade sem precedentes na história geológica da Terra. Questionar a realidade do problema é uma posição obscurantista, como foi a da Igreja Católica no fim da Idade Média ao negar que a Terra gira em torno do Sol.
Os custos necessários para evitar o aquecimento global são elevados – e para muitos governos há tarefas mais urgentes a realizar –, mas esses custos aumentarão muito se nada for feito agora.
Existem, portanto, razões econômicas e sociais para não enfrentar de imediato esses problemas, caso da indústria do carvão nos Estados Unidos ou dos protestos contra a adoção de uma taxa sobre as emissões de carbono na França.
O Brasil perdeu protagonismo e prestígio internacional nesta questão ao desistir de sediar a Conferência do Clima em 2019 porque ela se realizará no Chile e nossa capacidade de influir nos resultados vai diminuir com possíveis prejuízos para o nosso próprio país.
Mais ainda perder “status” internacional com o argumento de que a conferência teria gastos elevados não é convincente porque o mesmo argumento deveria ter valido para os Jogos Olímpicos que exigiram a construção de inúmeros estádios a alto custo que estão hoje praticamente ociosos (José Goldemberg, Professor Emérito da USP, foi ministro do Meio Ambiente durante a Conferência do Clima no Rio de Janeiro (Rio-92); O Estado de S.Paulo, 21/1/19)

domingo, 20 de janeiro de 2019

TER O POLÍTICO COM UM DEUS

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O QUE SEI...


Sei mais do que digo, penso mais do que falo e percebo mais do que imaginam




Talvez uma das maiores sabedorias consista em percebermos que muitas pessoas não merecem receber o nosso melhor, pois tentarão sempre usar aquilo contra nós. É muito difícil saber em quem confiar, hoje em dia, num mundo em que as aparências são mais valorizadas do que qualquer essência.
Nem tudo o que se sabe deve ser dito. Algumas pessoas não estão prontas para saber a verdade, porque simplesmente se agarram a ilusões, na falsa esperança de manter o que nem se sustenta mais. Tentar argumentar com quem não ouve ninguém além de si mesmo é uma tarefa inglória, que estressa e não traz resultado algum, para ninguém. Deixemos o tempo trazer as verdades, mesmo que já seja tarde demais para consertos ou ajustes.
Da mesma forma, alguns pensamentos devemos guardar para nós mesmos, uma vez que nem sempre estaremos certos. Cada um vive de acordo com as próprias verdades, sejam elas plausíveis ou não, pois dói demais encarar o enfrentamento das ilusões desconstruindo-se à nossa frente. E, caso nossas palavras possam ferir e machucar, sem razão específica, não há por que dizer o que trará dor que não se aproveita. No entanto, se a dor for necessária, escolher as palavras menos doídas será vital.
Muitas vezes, percebemos bem mais do que o outro possa supor, entendendo os comportamentos, olhares, o tom de voz, tudo o que esteja por trás do que se aparenta. Percebemos quando há desinteresse, antipatia, falsidade e segundas intenções ao nosso redor, como se nossos sentidos nos alertassem. Nesses momentos, o mais interessante será nos fingirmos de bobos, para percebermos até que ponto chegará a falsidade alheia. Lembremos que um dia a máscara cairá.
Como se vê, temos que ser prudentes ao compartilharmos o que temos dentro de nós, pois algumas pessoas não merecerão o nosso melhor. Tem gente que não quer dividir, nem somar, sugando e destruindo os caminhos por onde passam. Que sempre caminhemos por entre jardins floridos, com as cores da verdade e o perfume do amor recíproco. Também haverá espinhos, mas a cicatrização será mais rápida. É assim quando se ama.
Prof. Marcel Camargo

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

POSSE DE ARMAS

QUEM GANHA, QUEM PERDE COM A POSSE DE ARMAS

Quem se beneficia com a posse de armas:
- bozo e a bancada da bala política e eleitoralmente.
Um dos objetivos é armar os fazendeiros que poderão ter um arsenal em casa e na fazenda, formar suas milícias e matar índios, posseiros, vizinhos, sem terras...
- fabricantes e vendedores de armas, principalmente nortes americanos;
- os bandidos, as quadrilhas, as facções que terão com mais facilidades acessos as armas.
Quem perde:
- o portador da posse de armas que passa a correr o risco real de ter sua casa assaltada por bandidos, por quadrilhas, por facções em buscas das armas;
- ainda o portador da posse com outro risco real de alguém da casa pegar a arma e acidentalmente atingir outro alguém;
- qualquer pessoa que o bandido pense que tenha armas em casa;
- a esposa que apanha do marido que agora pode ter uma arma e, nos momentos das agressões usar a arma para assassiná-la;
- o vizinho de quem tem a posse de armas;
- motoristas no transito...
- os lares onde passarão a chorar seus entes queridos vitimas de armas...
- a sociedade à beira de uma guerra civil...
- como muito bem destacou lula em sua conta no Twitter: "Era melhor ter armado a população com carteira de trabalho e livros", lembrando o maior problema econômico hoje no País, para o qual o atual governo não apresentou qualquer solução: o desemprego.

E A CULPA NÃO É DE BOLSONARO, A CULPA DE CADA VITIMA, DE CADA MORTE É DE CADA UM QUE NELE VOTOU!!
..........
CULTURA DE TER ARMAS

Cultura de ter armas, duas realidades completamente diferentes.
Todos os nortes americanos são educados desde criança a ter um arsenal de armas em casa para matar não-norte-Americano e, quando não tem não-norte-Americano para matar, matam norte americano mesmo.

No Brasil tem um individuo nazi-fascista na presidência da republica que por decreto permite a partir de hoje (15-01-2019) que cada brasileiro, principalmente os violentos, todos sem formação cultural (sem equilíbrio emocional, psicológico) no uso de armas, se arme para matar brasileiro. É o vizinho armado para atirar no vizinho e esse, armado para atirar no vizinho que se armou para nele atirar. É o motorista no transito armado para atirar no motorista que com ele estar no transito... É o marido violento que bate na esposa e que agora armado pode a qualquer discussão abatê-la com um tiro. E, muito mais deve ir acontecendo...!!

Será o caos, será o inferno de Dante na terra Brasil.

PS.: Quem estar pedindo a providencia, a proteção de Deus, lembre que “Deus acima de todos” estar governando com eles!!