sexta-feira, 2 de agosto de 2019

A DÍVIDA DO MUNDO!!


Notas de dólares norte-americanos

Situação crítica? Bomba de US$ 246 trilhões plantada sob economia global está prestes a explodir

ECONOMIA
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A dívida mundial, estimada em US$ 246 trilhões (R$ 944 trilhões), atingiu seu recorde absoluto. Esse valor representa mais de três vezes o PIB global, ou seja, o preço de todos os produtos e serviços do planeta.
Os economistas alertam que, quando a bomba de vários trilhões de dólares plantada sob a economia mundial explodir, a crise será pior do que em 2008, opina a colunista da Sputnik Natalia Dembinskaya.

Origem da dívida

Segundo um relatório publicado pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF), a maior associação de bancos do mundo, no primeiro trimestre do ano passado, a dívida global aumentou em três trilhões de dólares e bateu outro recorde: US$ 246 trilhões, o que representa quase 320% do PIB mundial.
Nos países desenvolvidos, o volume de empréstimos aumentou em US$ 1,6 trilhão (R$ 6,1 trilhões), para US$ 177 trilhões (R$ 679 trilhões), sendo a principal contribuição a dos EUA, onde a dívida atingiu US$ 69 trilhões (R$ 264 trilhões). Destes, US$ 22 trilhões (R$ 84 trilhões) são empréstimos governamentais, que continuam a acumular-se devido ao apetite irreprimível do governo federal.
Em julho, o Centro de Política Bipartidária (BPC) do EUA lembrou que Washington estava em perigo de inadimplência, previsto para setembro. Devido a isso, os parlamentares aumentaram novamente o teto da dívida, permitindo dessa forma que o governo se endividasse ainda mais.
De acordo com o Departamento do Tesouro dos EUA, os créditos contraídos excederão um trilhão de dólares pelo segundo ano consecutivo.
Na opinião dos analistas do IIF, a enorme e incontrolável dívida é resultado das políticas irresponsáveis dos bancos centrais, que estão viciados em imprimir dinheiro e distribuir empréstimos.

De quem é a culpa?

O instituto financeiro ressalta que os mercados emergentes foram os que mais contribuíram para o aumento da dívida global, cujo valor ultrapassou US$ 69 trilhões, o que corresponde a 216,4% do PIB.
O maior crescimento relativo do endividamento foi registado em países como o Chile, Coreia do Sul, Brasil, África do Sul e Paquistão. Tendo obtido acesso livre aos mercados de capitais, os países em desenvolvimento aumentaram os seus créditos empresariais em 50% ao longo de duas décadas.
"O problema é que este grupo de mutuários não tem experiência suficiente de gestão da dívida ao longo de vários ciclos econômicos. Assim que a recessão começa, as empresas ficam a braços com créditos, que são difíceis de pagar", explica o instituto financeiro.

Dívida chinesa avassaladora

A economia da China tem vindo a desenvolver-se há décadas à custa de novos empréstimos, resultando no aumento da dívida, que quadruplicou para quase 300% do PIB.
O setor corporativo, dominado por empresas estatais, tomou emprestado US$ 21 trilhões (R$ 80 trilhões), 155% do PIB, o que representa quase dois terços da dívida total. Como comparação, a dívida corporativa do Japão é de 100% do PIB, enquanto a dos EUA é de 74%.
Somente em 2018, 18.000 empresas inadimplentes se declararam falidas na China. O nível de inadimplência foi cinco vezes maior do que em 2015, e um novo recorde está previsto para 2019.
Dólar com bandeira dos EUA de fundo
Dólar com bandeira dos EUA de fundo
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já destacou que os altos e voláteis níveis de dívida da China ameaçam causar enormes inadimplências corporativas.
"A desaceleração do crescimento e o aumento dos custos de financiamento estão complicando o serviço da dívida e podem conduzir a incumprimentos. Isto terá um impacto negativo na rentabilidade dos bancos e conduzirá a problemas de liquidez", observou a OCDE.

Crise financeira global

Um quadro semelhante, por exemplo, foi observado na véspera da crise financeira global de 2008. Em algum momento, a economia global simplesmente não será capaz de lidar com a enorme e incontrolável dívida.
A próxima crise, como preveem os financistas, será muito mais grave e levará a empobrecimento em massa, enorme instabilidade geopolítica, agitação social e guerras.

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Infelizmente, é humano desumanizar.

Não, não invoquem a loucura para ocultar a racionalidade forjada em uma sociedade violentamente capitalista, individualista, racista, machista, heteronormativa, de classes, autoritária.

"Não, ele não é um louco. Respeitem a loucura", afirma Doutora em psicologia Cynthia Ciarallo em artigo
GGN1 de agosto de 2019 19:02


do Mídia 4P

por Cynthia ciarallo*

Respeitem a loucura.
Não a ofendam.
Não justifiquem nem reifiquem manicômios por atos vis de um tirano.
Não, ele não é um louco.
Ele não representa a desrazão.
Ao contrário, ele representa uma racionalidade que por pouco tempo, com algum pudor, ocultava-se nas cordialidades cotidianas e, hoje, sente-se livre, sem qualquer controle institucional e/ou moral que interrompa o avanço do seu desprezo à humanidade para além de si e dos seus.
Não, não invoquem a loucura para ocultar a racionalidade forjada em uma sociedade violentamente capitalista, individualista, racista, machista, heteronormativa, de classes, autoritária.
A loucura não pode ser mais uma vez violentada para ser usada como álibi para proteger decisões operadas, na verdade, pela racionalidade da destruição, do extermínio da diferença entre nós para sustentar privilégios.
A elite brasileira encontrou um interlocutor para legitimar suas violências de classe, para sofismar a liberdade de expressão como um recurso legítimo para perpetuar seus mandos históricos e amordaçar vozes que começavam a se emancipar. E esse interlocutor não é um louco. Respeitem a loucura!
Despatologizemos a ausência de reverência a alteridade. Até porque a loucura – enquanto subversão dessa racionalidade historicamente hegemônica – seria amar, solidarizar-se, reconhecer a diversidade de existências e respeitá-la, sacralizar a mãe-terra e seus guardiães, dividir o pão em uma sociedade que faz do mérito a justificativa para a manutenção da desigualdade.
Patologizar os princípios que ancoram o capital é seguir colonizando o imaginário com a falácia de que o desrespeito à alteridade não seria humano. Infelizmente, é humano desumanizar.
Se há um protagonista, há uma trama que o mantém e um público cativo que o financia: a elite brasileira não pode, mais uma vez ser absolvida por seguir aplaudindo o espetáculo. Ela cria loucos para não se ver – nem ser vista – com suas ambiguidades de oportunidade.
Chamá-lo de louco, além de ocultar as razões que operam o jogo de forças em uma sociedade dissimulada na figura do cidadão do bem, é também legitimar a manutenção de manicômios – já nos dizia o alienista machadiano.
O Rei não está louco. Ele está nu e alguém precisa gritar.
*Cynthia Ciarallo é psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia, Professora Universitária e ativista DH. integra Coletivo PsiDF, tendo atuado como Conselheira de Direitos Humanos no DF e na Coordenação de Combate à Tortura na Secretaria de Direitos Humanos.
e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.