quinta-feira, 18 de junho de 2020

Setores das PMs tentam formar milícias pró Bolsonaro

Outras Palavras

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18 de junho de 2020 22:18
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Boletim de atualização nº 1429 - 18/6/2020leia no navegador

Os R$ 600 que podem mudar a face do Brasil

O Auxílio Emergencial pago a 64 milhões de pessoas desde abril está ameaçado pelo governo Bolsonaro-Guedes. Começou uma campanha da sociedade civil para defendê-lo. Parece ser por dinheiro – mas é por um mundo novo. Por isso, vale a pena
Por Antonio Martins
🎙️ TIBUNGO
 

Por que sem Saúde não há Democracia

Nas raízes do SUS, criado em 1988, no pós-ditadura, o entendimento de que o autoritarismo ameaça o público e a Saúde. Com pandemia, debate é retomado -- e mostra que luta para erradicar vírus também passa pela defesa da Constituição
Alcides Miranda em entrevista a Maíra Mathias, no Tibungo

Como a “austeridade” devastou a Saúde inglesa

Sistema público foi desmontado: orçamento reduzido, fragmentação da gestão e cortes em milhares de leitos e postos de trabalho. Conservadores viram, na pandemia, oportunidade para acelerar privatizações -- em contratos suspeitos e sem licitação
Por Felipe Munhoz Martins

Quem tenta ameaçar a democracia no Brasil

Setores das PMs, a partir de seus comandos, flertam com o bolsonarismo. Ultradireitistas de “clube de tiro” tentam formar milícias. Presidente instala militares em 3 mil cargos federais civis. É preciso compreender -- e enfrentar -- riscos autoritários
Por Almir Felitte

As origens e lógicas pouco conhecidas do racismo policial

No início do século XX, elites brancas tramavam abertamente um Brasil sem negros ou mestiços. Como esta obsessão, no fundo uma tentativa de submeter as maiorias de qualquer cor, está entrelaçada aos assassinatos impunes da polícia
Por João Soares, na DW Brasil

Na pandemia, agricultura familiar teme o êxodo

Epidemia afeta 18 milhões de pequenos produtores e extrativistas. Com feiras fechadas, e sem vender para merenda escolar, eles não têm acesso ao auxílio emergencial. Muitos podem deixar o campo. Negligente e pró-agronegócio, governo nega crise
Por Nádia Pontes, na DW Brasil

Edgar Morin e as perguntas sem resposta de nosso labirinto

“Os desconfinados retomarão o ciclo cronometrado, acelerado, egoísta, consumista? Ou haverá um novo renascimento da vida convivial e amorosa rumo a uma civilização na qual se desenvolve a poesia da vida, onde o ‘eu’ floresce em um ‘nós’”?
Por Edgar Morin, traduzido por Edgard Carvalho e Fagner França, no IHU Online

Como a pesquisa nacional poderia combater a pandemia

Fiocruz, Butantã e outros órgãos têm conhecimento, capacidade tecnológica e experiência para produzir em massa testes, vacinas e equipamentos contra a covid-19. Mas ação é minúscula, devido a política negligente do governo diante da ameaça
Por Cátia Guimarães, na EPSJV/Fiocruz
OUTRA SAÚDE
 

Gol contra: o futebol quer voltar, em meio à pandemia

Mesmo com jogadores atingidos pela covid-19, Federação Carioca planeja retorno a seu campeonato e pode carregar resto do país. OMS adverte: contágio pode recrudescer. E mais: militares tentam calar servidores do ministério da Saúde
Por Maíra Mathias Raquel Torres

E o cinema brasileiro dribla a pandemia…

Estreias e filmes inéditos no canal Itaú Play e no Belas Artes Drive-in. Entre elas, o premiadoPiedade, dum Claudio Assis mais sutil e maduro, mas com suas marcas registradas: denúncia das injustiças, olhar amargo e o sexo como força libertária
Por José Geraldo Couto
Em tempos estranhos, apoie um jornalismo incomum
O normal nos levou à catástrofe. Em meio à pandemia, é crucial construir alternativas ao ultraliberalismo -- ou naufragamos. Para que nunca mais voltemos à normalidade que leva à barbárie, sustentamos que o pós-capitalismo é possível -- e você pode ajudar Outras Palavras nessa travessia.

"ACHARAM" O QUEIROZ!!

The Intercept Brasil

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18 de junho de 2020 11:32
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Quinta-feira, 18 de junho de 2020
A casa caiu 🍊

Olá,

A essa altura você já sabe que Fabrício Queiroz, motorista, segurança, estafeta e laranja da família Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta em São Paulo.

Queiroz estava na casa do advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef, aquele que já pediu 9 vezes no Supremo Tribunal Federal a suspensão da investigação do esquema de rachadinha que o Ministério Público do Rio descobriu no gabinete do filho 01.

Intercept teve acesso com exclusividade ao inquérito do MP que corre em sigilo e, em reportagem de Sérgio Ramalho, publicada em abril deste ano, adiantou o que de mais importante os procuradores descobriram nessa investigação.

O inquérito apura fatos de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato (desvio de dinheiro público). Nele, os investigadores chegaram à conclusão de que o esquema ilegal serviu para irrigar o ramo imobiliário da milícia. Os dados mostrariam que o hoje senador receberia o lucro do investimento dos prédios através de repasses feitos pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega – executado em fevereiro – e pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.

Por isso a prisão de Queiroz é tão importante: ele é o elo capaz de revelar como o dinheiro público saía do gabinete de Flávio na Alerj direto para a construtora de uma milícia carioca. Essa é a razão do seu longo sumiço e também do seu esconderijo na casa do advogado que defende o senador na mesma investigação.

Na matéria de abril, recordamos que já havia sido vazado um áudio em que Queiroz afirma que "o MP está preparando uma pica do tamanho de um cometa para empurrar na gente". Ele e a família Bolsonaro sabem o que vem pela frente. O cometa, aparentemente, chegou hoje.

Quando publicamos a matéria, nós esperávamos que essa operação acontecesse em breve. Promotores e investigadores já nos tinham adiantado que estavam aguardando o relaxamento do isolamento para ir às ruas cumprir prisões, medidas cautelares e buscas e apreensões.

O duro golpe de hoje nos negócios ilícitos da primeira-família não se resume à prisão do antigo amigo. A polícia também prendeu a esposa de Queiroz e afastou uma assessora de Flávio de suas funções públicas.

Você leu sobre esses fatos primeiro e com exclusividade no Intercept porque desde outubro de 2018 ampliamos nossa cobertura para fazer reportagens ainda mais contundentes e financiar investigações mais profundas. Abraçamos essa missão com um objetivo específico: esta é a maneira com que podemos contribuir para que a sociedade brasileira reaja às forças de extrema direita que tomaram conta do país.

Este governo, ao longo do tempo, não se mostrou apenas autoritário, violento e disposto a tudo para destruir o Brasil. Trata-se, sejamos diretos, de um governo formado por criminosos ligados a milicianos, grileiros, desmatadores e corruptos. É por isso que não sairemos da cola deles. A família e seus aliados estão na mira do Intercept e você já sabe o que somos capazes de fazer.

Não temos como ir mais longe sozinhos. São nossos leitores que nos protegem, nos ajudam e nos financiam. Chegamos até aqui e expandimos nossa capacidade de trabalho mesmo em meio à pandemia porque milhares abraçaram essa causa. Se você um dia considerou apoiar o jornalismo realmente independente, quero te dizer que esse dia chegou. É hora de colocar força total e ir pra cima deles. A prisão do Queiroz é só a pontinha do cometa. Tem muito mais por vir.

Vamos investigar a sujeira da família Bolsonaro juntos?

VAMOS PRA CIMA DELES →


Um abraço,
 
Paula Bianchi
Editora

quarta-feira, 17 de junho de 2020

As estátuas do nosso desconforto

Outras Palavras

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17 de junho de 2020 20:06
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Boletim de atualização nº 1428 - 17/6/2020leia no navegador

Boaventura: As estátuas do nosso desconforto

Se as derrubamos, não é porque nos incomodem, em si mesmas. Mas por continuarem vivas as três dominações – capitalista, patriarcal e colonial – que as colocaram em seus pedestais, e nos trouxeram a um presente que precisamos superar
Por Boaventura de Sousa Santos

Por que as revoltas antirracistas espalham-se pelo mundo

Nem na morte de Martin Luther King protestos foram tão imensos e globais. Agora, há dois caminhos. Entregar movimento a uma “vanguarda”, o que agradaria Trump; ou lançar, na esteira dos Panteras Negras, um programa de reformas estruturais
Por Italo Jardim

Objetos feitos humanidade e o equívoco de Lenin

No capitalismo, as tecnologias não foram usadas apenas como extensão do corpo humano, mas também para conquistar o outro. Daí a impossível transposição das máquinas em um mundo socialista, como queria líder soviético
Por Ricardo Neder, na série A Gambiarra e o Panóptico

Vem aí a primeira greve nacional dos entregadores

Carregam comida, mas não têm a alimentação garantida. Empresas-aplicativos negam seguro em caso de contaminação. A remuneração é miserável e as reivindicações são censuradas. Em 1º de julho, um sinal da força do precariado
Por Igor Carvalho, no Brasil de Fato

Mansueto Almeida, tecnocrata de mãos sujas

Esteve no alto escalão da Economia desde Temer. Participou ativamente das contrarreformas. No Tesouro, aprofundou a privatização das finanças públicas -- e a promiscuidade com o rentismo. Prevendo hecatombe, abandonou o governo
Por Paulo Kliass

Blábláblá: as palavras vazias tão comuns aos autoritários

Ele fala em "vontade do povo", mas logo cai em contradição. Exalta-se. Perde o controle. Quebra liturgias. Há instabilidade, ruído, vozes dissonantes. Parece 2020, mas é 1968 nas lentes de Andrea Tonacci, um dos maiores cineastas brasileiros
Por Thayla Fernandes

Como o monopólio farmacêutico lucra com a covid

Custo de fabricação do Remdesivir é baixíssimo – R$ 4 por ampola. Mas patente garante que Gilead, corporação que o produz,  imponha R$ 20 mil por tratamento. Famosa por cobrar valores abusivos, empresa recebe milhões dos cofres públicos para pesquisa
Por Diego Junqueira, na Repórter Brasil

Como a pesquisa nacional poderia combater a pandemia

Fiocruz, Butantã e outros órgãos têm conhecimento, capacidade tecnológica e experiência para produzir em massa testes, vacinas e equipamentos contra a covid-19. Mas ação é minúscula, devido a política negligente do governo diante da ameaça
Por Cátia Guimarães, na EPSJV/Fiocruz
OUTRA SAÚDE
 

Pandemia: a esperança é tênue; a ignorância abunda

No Reino Unido, um medicamento promete reduzir (em apenas 1/3)  as mortes dos pacientes já entubados. No Brasil, o General da Saúde quer otimismo, em meio ao agravamento da tragédia. E mais: já temos 30,2% de desempregados ou desalentados
Por Maíra Mathias Raquel Torres
REDE OUTRAS PALAVRAS
 

DE OLHO NOS RURALISTAS | 80 dias para aprovar plano “emergencial” a indígenas e quilombolas

O JOIO E O TRIGO | Ovos “caipiras”: o que as embalagens escondem

OUTROS QUINHENTOS
 

Mulheres, raça e classe

Obra mais importante de Angela Davis se aprofunda nas imbricações entre as lutas feminista, antirracista, antiescravagista e anticapitalista. Temos dois exemplares em sorteio para Outros Quinhentos, em parceria com a Editora Boitempo
Por Simone Paz
Em tempos estranhos, apoie um jornalismo incomum
O normal nos levou à catástrofe. Em meio à pandemia, é crucial construir alternativas ao ultraliberalismo -- ou naufragamos. Para que nunca mais voltemos à normalidade que leva à barbárie, sustentamos que o pós-capitalismo é possível -- e você pode ajudar Outras Palavras nessa travessia.
Participe:

Intelecto dominado pela maldade

(Texto do Dr. Paulo Sadala - cardiologista)

Peço que entrem, arrombem as portas, invadam os hospitais, mas fiquem mais um pouco e assistam o que aí de fora preferem negar.

Vamos começar com a paramentação: tirem suas roupas, coloquem o unissex, lavem as mãos, touca e pro-pré, máscara N95, álcool e gel nas mãos, capote, luvas, Máscara Face Shield - é pesada? É assim mesmo, ao fim do dia você se acostuma. Lembrem-se: sem histeria.

Primeiro invadam as enfermarias e façam companhia à solidão dos que esperam ansiosos a alta, ou a qualquer momento lhes faltar o ar. Talvez vocês consigam os consolar dizendo que afinal todos vão morrer um dia.
Vamos à UTI agora! Primeiro lavem as mãos, novo capote, novas luvas. Fiquem aqui ao meu lado enquanto eu conto a ele que já não há como esperar, que a oxigenação está ruim, é preciso intubar. Enquanto eu organizo tudo, segure a mão dele, enquanto ele implora pela vida - “tenho dois filhos pequenos, não me deixe morrer!”.
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Vamos ali no outro leito. Paciente tem 45 anos, 10 dias de Covid-19, está saturando 66%, temos que intubar. Rápido, organizem tudo!Intubação com sucesso, ajude a fisioterapeuta, ela está dizendo que não consegue ventilar, saturação está caindo. Tubo está correto, mas não ventila, saturação 36%. Aumenta a sedação, bloqueador neuromuscular, vamos ajustar o ventilador...não ventila! Óbito às 02:43h... Agora fiquem mais um pouco, temos um óbito pra informar à família. Será que falamos pra mãe que foi só uma gripezinha?

Console aquela enfermeira que acabou de descobrir que está contaminada, tem 2 filhos pequenos e tem medo de levar a doença aos seus pequenos. Mas e daí, quer que eu faça o que? Não podemos entrar nessa neurose né? Invadam e contem, contem os leitos, contem as altas e contem os óbitos. Espera! Tem mais chegando, contem mais óbitos, mais de 40 mil, e isso mesmo. Continuem contando...42.790.
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Venham, vasculhem e quem sabe encontrem as vagas que há tempos procuramos. Venham vivenciar a dor do outro. Talvez a realidade vos traga alguma sanidade. Porque talvez a única arma para vos tirar a IGNORÂNCIA seja encarar a REALIDADE