quinta-feira, 27 de março de 2014

A Estrada que trilhei e, não sei como, d'ela sai. Não continuei!!

As Palavras Pobres - The Poor Words:
A definição de poesia de Frost  -  O poeta americano Robert Frost (1874-1963), que escreveu "The road not taken", define poesia como: "o que ficou para trás na tradução". Ou seja, quando houver dúvida sobre se um texto é ou não poesia, basta traduzir. O que passou pela tradução é prosa, o que não pôde (e não pode) ser traduzido é poesia.


Robert Frost , The Road not taken  »»»»»»»»»»»»»»»»»  A Estrada não trilhada ou
A Estrada que não tomei

 trad. Carlos Drummond de Andrade                         ...
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Como precisamos CRESCER!!



#Books  ♥
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Que a moda pegue

Se a moda pega... Moradora dá chineladas em prefeito de Nova Friburgo (RJ).http://glo.bo/NZl3AD
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O impecto e a influência da mídina na sociedade


Influência da mídia na sociedade

Por: Raquel, Cícero, Gleison, Clarice, Bruna, Daiane e Luisa.

Novelas
A mídia alcançou um lugar dominante no dia-a-dia da nossa vida. Ela cria as demandas, orienta os costumes e hábitos da sociedade, além de definir estilos, bordões e discussões sociais, são alguns dos itens que novelas levam as ruas do país

Uma pesquisa revelou que a influência das novelas sobre as famílias brasileiras vai muito além, muitas mulheres incorporam o comportamento das personagens em sua própria vida, absorvendo valores e mudando atitudes, sobretudo com relação a casamento e família.

Para a antropóloga Miriam Goldenberg, as mulheres veem nas protagonistas dos folhetins um modelo: “O comportamento que se reproduz na novela é o de mulheres independentes, que se tornam modelo a ser imitado. Se elas aparecem nas novelas com menos filhos, trabalhando, com maridos mais jovens, com vários parceiros, isso vira uma coisa que as pessoas não só aceitam como reproduzem”.

Walcyr Carrasco, autor da Rede Globo, discorda. Para ele, as protagonistas são reflexo da sociedade e não o contrário: “O mundo vem mudando radicalmente em termos de hábitos de comportamento. Vários fatores levam a isso, como a independência econômica da mulher. A figura da mulher conformada com um casamento difícil porque não tem meios de se sustentar sozinha está em extinção”.

Especialista em história da teledramaturgia, Silvia Oroz concorda em parte com o autor: “A mudança de comportamento é um processo lento, mas a novela é uma forma integradora da cultura popular que tem esse objetivo. A novela tem o poder da intimidade, ela consegue moldar qualquer coisa, desde que o público queira. Não é uma perspectiva autoritária.

Moda e Transformação Social
Meias de Lurex ditou a moda no final da década de 70

As novelas podem provocar alterações no comportamento do individuo na sociedade, no entanto, elas possuem o poder de transformar o pensamento das pessoas. No final da década de 70, a novela Dancin Days, de Gilberto Braga, além de lançar o modismo da época, como meias coloridas de lurex, promoveu produtos como água-de-colônia e sandálias de salto fino. Ganhou o exterior e uma reportagem na revista americana Newsweek que destacou a influencia da novela sobre os hábitos de consumo dos telespectadores.

Água viva (1980), de Gilberto Braga e Manoel Braga, abordou um tema polêmico na época: o topless nas praias cariocas.


Heleninha, personagem, de Renata Sorrah, viveu uma alcoólatra em Vale Tudo

No final da década de 80, o Brasil parou para acompanhar Vale Tudo, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, a novela tratava de temas polêmicos, provocando discussões nas ruas, alcoolismo e o homossexualismo eram alguns dos temas que conduziam a drama. O Brasil ficou de olho na telinha no dia 06 de janeiro de 1989 para saber ‘’quem matou Odete Roitman’’, interpretada por Beatriz Segall, Leila (Cássia Kiss) acabou matando Odete, para o publico um final bastante inusitado. No dia da exibição da morte de Odete, em pleno sábado de Natal, a novela registrou 81 pontos no Ibope, com picos de 92. No último capítulo, a novela teve 86 pontos com picos de 94.

Outras novelas de grande repecursão nacional, e fizeram o país a pensar e a discutir:

Barriga de Aluguel (1990), escrita por Gloria Peres, discutiu os limites éticos da inseminação artificial envolvendo mães de aluguel.

O Rei do Gado (1996), escrita por Benedito Rui Barbosa, debatia sobre a luta por posses de terra, através da reforma agrária e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Sua estreou dois meses após a morte de 19 sem-terra em Eldorado dos Carajás (PA).

Acessórios usados em O Clone ganharam o gosto popular em 2001

O Clone (2001), escrita por Gloria Perez, Temas como a cultura árabe, clonagem humana e dependência química deram o tom da novela. Campanhas antidrogas foram desenvolvidas por meios das personagens Mel (Débora Falabella), Nando (Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado) ajudou a desmistificar o perfil do usuário e ampliou o número de dependentes em busca de apoio. O FBI e a Drug Enforcement Administration (DEA), principais órgãos americanos responsáveis pelo controle do trafico de drogas, premiaram Gloria Perez e Jayme Monjardim (Diretor de núcleo) pela iniciativa. A novela também ditou moda, lençóis, véus, bolsas, jóias e até vestidos de noiva usados pelas personagens ganhou as ruas e o gosto popular.


Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores

O The Washington Post, um dos jornais norte-americanos mais respeitados e lidos em todo o mundo, relatou o poder de influencia das novelas na vida dos brasileiros. O artigo Brazil’s Novelas May Affect Viewers’ Lifes(Novelas do Brasil podem afetar as vidas dos telespectadores) mostra como Caminho das Índias, da Globo, influenciou a rotina dos brasileiros e a curiosidade das pessoas sobre os costumes na Índia.
“No Brazil, um país que, na média, assiste mais à televisão que qualquer outro país, exceto o Reino Unido, novelas tem um efeito mais duradouro ao influenciar escolhas no estilo de vida, dizem os pesquisadores. As novelas se tornaram uma parte muito importante na sociedade brasileira”, diz um trecho do artigo.
Em outro momento, o jornal revela como a Globo, emissora que exibiu Caminho das Índias, se tornou uma indústria poderosa, capaz de influenciar toda a sociedade brasileira.
“Dois estudos no ano passado fizeram um link entre o consumo de novelas produzidas pela Rede Globo, a rede que domina a indústria aqui, e o declínio das taxas de fertilidade e aumento dos divórcios no Brasil. […] As novelas retratam ‘a pequena, bonita, branca, rica, urbana, e também as famílias de classes média e pequena”.
A matéria mostra também o que alguns executivos da emissora pensam sobre o assunto.
“Nós sabemos da seriedade dessas pesquisas, mas há um engano ao tornar insignificante a capacidade de livre arbítrio das pessoas, de imaginar que se a novela dita algo, alguém irá seguir”, declarou Luis Erlanger, diretor da Globo.
A reportagem ainda cita Bruno Gagliasso, que com a interpretação de Tarso, alerta os brasileiros sobre a esquizofrenia. E o ator confirma o impacto que as obras da Globo causam nas pessoas.Entrevistado pelo jornal, Gagliasso declarou: “É como se a Globo jogasse a bola e as outras pessoas começassem a jogar”, disse ele, sobre a influência da emissora carioca na vida das pessoas.

Bordões
Sempre que um filme, série ou novela cai no gosto popular e um dos seus personagens diz expressões repetitivas o povo adota tal expressão para situações do cotidiano, os chamados bordões.
Na série norte-americana Os Simpsons, toda vez que o Homer Simpson comete algo estúpido, diz “do’h”! Hoje, milhões de pessoas por lá quando percebe que acabou de fazer uma besteira repete o bordão (do’h).
Quem nunca disse “yabba-dabba do!”? Afinal, o que isso significa? Não há significado, mas expressa a alegria do personagem Fred.
Do que você lembra quando ouve essas expressões: “para o alto e avante!”, “o que é que há, velhinho? “, “to certo ou to errado”? E o que dizer de “você não vai com aminha cara?”? Algumas palavras são simplesmente criadas e ganham vida própria por um tempo… Depois fica apenas na nossa lembrança.
No Brasil, os bordões fazem o maior sucesso, surgem principalmente nas novelas. Em o Clone, Solange Couto que interpretou a Dona Jura ficou famosa por causa dos pastéis e por frases como: "não é brinquedo, não"; Mara Manzan, que interpretou Odete, ficou conhecida por frequentar o piscinão de ramos e pela frase "cada mergulho é um flash".
Em Chocolate com pimenta, Drica Moraes deu vida à personagem Marcia criando a frase que a marcou: "sou chique, bem’’
Maria Clara Gueiros marcou todos os personagens que viveu em Zorra Total. Esses mesmos personagens fazem com que ela seja lembrada até hoje por seus bordões: “chupa essa manga’’, “vuco-vuco’’, “te conheço? ’’. Já Katiuscia Canoro viveu apenas Lady Kate, mas ficou conhecida no Brasil Inteiro pelos bordões: “to paaaganooooo” e “glana eu tenho, só me falta-me o gramur”.

Isabelle Drummond marcou a trama Caras e Bocas pela inesquecível frase: “é a treva”.
Caminho das Índias marcou o horário das 20h por várias frases: “nahim”, “shalon”, “tik-tik”, “are baba”.
Tropa de elite, O Capitão Nascimento ganhou as ruas com as frases “pede pra sair”, "fanfarrão".
Miguel Falabela que já era conhecido pelo personagem Caco Antibes e pela frase: “cala a boca Magda” em Sai de Baixo, ficou ainda mais conhecido em Toma Lá da Cá por seus bordões: “menina do olho junto” e “mal caráter”
Arlete Sales, que viveu a fogosa Copélia criou o famoso bordão: “prefiro não comentar”. E o seu Ladir, Italo Rossi, deixou a sua marca na boca do povo com é “Mara” é até hoje uma marca do ator e um dos bordões mais usados pelo publico. Alessandra Maestrini viveu Bozena, ficou famosa pelo seu jeito engraçado de falar (sotaque paranaense) e pela sua maneira de contar histórias “lá em Pato Branco...”
Filmes
A TV, assim como outros meios de comunicação de massa, é uma grande formadora de opinião e, infelizmente, por algumas vezes essa age como manipuladora da massa. As principais vítimas dessa manipulação estão concentradas nas camadas sociais menos favorecidas e, consequentemente, menor nível de escolaridade.
Para exemplificar a força que possui esse meio de comunicação, vamos tomar por base o filme Jaws (Tubarão), um sucesso colocado em cartaz nos EUA na década de 70, dirigido por Steven Spilberg. Esse sucesso de bilheteria motivou uma verdadeira matança de tubarões sob alegação de que todas as espécies são assassinas.
Tragicamente, o mesmo fenômeno aconteceu na Austrália, após a morte do famoso e polêmico apresentador Steven Irwin, o caçador de crocodilos, atacado no coração por uma arraia, durante as gravações de um programa de TV. O fato é que depois desse acidente, tanto quanto na década de 70, surgiu uma repulsão por esses animas e diversas foram as notícias de matança de arraias no litoral da Austrália gerando certa inquietação na população, em geral.

Filmes influenciam fumo entre adolescentes, mostra pesquisa


Quase 40% dos adolescentes norte-americanos que experimentaram cigarros fizeram isso porque viram nos filmes, afirmou um estudo divulgado em Novembro de 2005.
A pesquisa, descrita como a primeira sondagem nacional sobre a influência do cigarro dos filmes sobre os jovens, exortou Hollywood a diminuir as cenas de fumo ou as imagens de marcas de cigarro. A indústria cinematográfica também deveria considerar uma menção sobre cigarros nos dados de classificação dos filmes, que atualmente alertam sobre sexo explícito, violência e linguagem.
De cada 100 adolescentes que experimentaram cigarros, 38 fizeram isso porque viram gente fumando em filmes, disse o relatório publicado na edição de novembro da Pediatrics, a revista da Academia Americana de Pediatria. Na amostra total, cerca de 10% experimentaram cigarros, de acordo com o estudo pago pelo Instituto Nacional do Câncer.
“A exposição ao cigarro em filmes é tão ampla que seu impacto nesta faixa etária é mais forte que o de amigos ou pais fumantes”, disse James Sargent, professor de pediatria que é o principal autor do estudo.

Reality shows

Nos reality shows o espetáculo da auto-referência chega ao paroxismo. O público é levado a jogar o jogo instituído pela mídia. Nos dias de paredão no Big Brother Brasil, por exemplo, o país fica mobilizado e polarizado em torno de argumentos banais sobre quem deve ser o eliminado.  Cuja votação por telefone rende muitos milhões de reais à Rede Globo.

Essa mistura de fazer com que o público acreditar que pode interagir com o programa e de instigar o instinto das pessoas em observar a privacidade alheia dentro elementos de teledramaturgia, formam um produto pronto para atender as expectativas da sociedade.

Apesar de ser criticadas por muitos, deve-se admitir o sucesso que o programa faz. É uma forma de entretenimento de muito sucesso. Quem nunca se viu espiando a casa e discutindo os temas expostos pelos participantes. Em 2011 a edição trouxe pela primeira vez uma transexual, apesar de ser eliminada na primeira semana, a Ariadna causou nas redes sociais e caiu na boca do povo. Maria, vencedora da 11º edição,contribuiu para que o livro "Deixe os homens aos seus pés", ao qual Maria se apegou para se livrar da sombra de Mauricio dentro da casa, e conquistar o Wesley, se tornasse um dos mais vendidos do país. Escrito pela americana Marie Forleo, O sucesso pós-Maria foi tanto, que a editora Universo dos Livros mandou imprimir mais 80 mil exemplares para atender à demanda.

A Homofobia foi diversas vezes abortada no programa, principalmente nas edições de 2006 e 2010, o primeiro vencido por Jean Willian (homossexual) que travou uma batalha de valores com os demais participantes logo na primeira semana, ao assumir ao vivo sua opção sexual. O segundo foi vencido pelo Marcelo Dourado, apontado pelo publico GLBT como homofóbico, rejeitado no inicio pelos participantes, Dourado conquistou simpatizantes pela sua sinceridade, a edição ficou marcada pelo paredão ‘’Dourado vs Dicesar’’, no qual houve uma grande mobilização do publico, cujo programa obteve a impressionante marca de mais de 125 milhões de votos, que cominou na eliminação do Dicesar  com 58% dos votos


A música como forma de alienação


 A música é uma manifestação artística que se utiliza da palavra e melodias para expressar questionamentos, sentimentos, idéias... Saulo Nagamori Fong, em seu artigo “Músicas: alavancas para o auto-desenvolvimento ou âncoras para a alienação ?” enfatiza que  “As músicas como qualquer outro meio podem ser ferramentas tanto para o desenvolvimento pessoal como para a alienação da consciência. Nossa mente é influenciada por diversos meios, e um deles é através das palavras e seus significados [...]”. Em se tratando da alienação (A indústria musical rotula certos modismos e comportamentos, que são facilmente captados por aqueles que são mais fáceis de serem manipulados ), acrescenta que


“[...] A reflexão e a atenção no ouvir são fundamentais para saber se as músicas que você escuta te levam adiante ou te limitam e alienam  Por exemplo, você já colocou sua atenção nas músicas divulgadas na mídia em geral (novelas, programas de TV, rádio) ? Como você percebe essas músicas afetando o seu dia-a-dia ? Qual a intenção de tais mídias em divulgar certas músicas ? O que cada emissora de rádio ou TV quer realmente? [...]”
 




 REFERÊNCIA


Dra. Kátia: “Lei Anticorrupção foi feita de forma equivocada”

Dra. Kátia Tolentino critica nova Lei

Dra.Kátia Tolentino Gusmão
Dra.Kátia Tolentino Gusmão
A advogada Kátia Tolentino Gusmão, em entrevista exclusiva à nossa reportagem, critica a Lei Anticorrupção aprovada pelo Congresso Nacional. Para ela, a Lei foi criada para ser aplicada às sociedades empresariais e simples, personificadas ou não, bem como às fundações, associações de entidades ou sociedades estrangeiras que tenham sede, filial ou representação no Brasil. A Advogada diz, ainda, que notou que a Lei foi taxativa elencando o rol de pessoas jurídicas de direito privado que ficarão sob a égide da respectiva lei. Dra. Kátia afirma que a Lei se equivocou por não abarcar as empresas individuais, que não são pessoas jurídicas, sendo elaborada especialmente para atingir grandes companhias. Veja a entrevista na íntegra:
Jornal O Impacto: A Lei Anticorrupção foi sancionada de forma equivocada com as empresas individuais? 
Dra. Kátia: Essa Lei abarcou todas as sociedades, como as empresariais em geral, as simples, as associações, as fundações e as empresas estrangeiras com sede no Brasil, sendo filial ou representação. Como a Lei taxou quem estaria sob a égide, eu senti falta da empresa individual. Creio, também, que a Lei não teve interesse em mencionar as cooperativas. Na minha concepção, a empresa individual não é pessoa jurídica. Até porque não há uma separação patrimonial entre o que é da empresa e do empresário individual. Tanto é que a pessoa natural, do empresário individual é que responderá ilimitadamente por aquilo que a empresa for punida. Então, eu não entendo a empresa individual como pessoa jurídica e isso vai trazer polêmicas, quando nos depararmos com um fato concreto. Acredito que ainda é o momento de se fazer algumas alterações com relação a isso. Não vamos esperar que a jurisprudência aplique com analogia o que cabe à sociedade empresarial e a simples, para que o empresário não seja punido de forma equivalente. Acredito que esta situação se deu principalmente porque o foco da Lei é para as grandes empresas e não pensaram nas pequenas e micros empresas. Pela dimensão das multas, a Lei tem por foco atingir as grandes sociedades anônimas.
Jornal O Impacto: O que falta para que essa Lei não complique a situação das pequenas empresas? 
Dra. Kátia: A Lei teria que passar por uma reformulação e ter alterações, mas isso vai ser possível e não trará nenhum tipo de prejuízo, porque o objetivo da Lei é punir as empresas de grande porte. Agora veja bem. O que se cria com o advento dessa Lei Anticorrupção? Se cria a responsabilidade objetiva para as grandes empresas. Ocorre que pela responsabilidade objetiva, as empresas serão punidas independentemente do fator culpa. Isso significa que a Lei não vai perquirir se o administrador ou o subordinado agir com culpa. A empresa por ser uma entidade jurídica e abstrata, pagará pelos atos de seus prepostos.
Jornal O Impacto: A Lei Anticorrupção foi criada especialmente para as grandes companhias?
  Dra. Kátia: Eu penso que ela está focada para as grandes companhias. Então, veja bem. A punição vai ser da seguinte forma: As multas variarão de 0,2% a 20% sobre a renda anual pronta. Então, aquele ano/calendário se apurará até 20% do rendimento bruto da pessoa jurídica, aí a multa incidirá. Estamos lidando com multas pesadíssimas. Eu diria até multas milionárias e, seria talvez a única saída para tentar moralizar os conluios que existem em grandes empresas, principalmente em processos envolvendo licitações e a própria administração pública.
Jornal O Impacto: Além dessas colocações, existem ainda outras questões referentes à Lei, que lhe chamou atenção?
Dra. Kátia: Me chamou atenção no caso, por exemplo, dos municípios, estados e União, as próprias advocacias públicas é que proporão as ações correspondentes. Estados, municípios e União, cada um tem a sua Procuradoria Jurídica, as quais vão fazer com que esses processos administrativos andem e tenham um desfecho. Mas, nos deparamos com outra situação gravíssima, porque além das multas pesadíssimas, recairão sobre essas pessoas jurídicas, que elas também serão processadas pela via judicial. Elas responderão a pena judicialmente. No âmbito judicial, as sanções são terrivelmente pesadas. Uma empresa dessas poderá ter até um fechamento compulsório. Então, vejam a que ponto se chegou. Uma companhia de grande porte vai pensar duas ou três vezes antes de participar desses esquemas que trazem grande prejuízo para toda administração.
Jornal o impacto: Essa Lei poderá provocar impactos na economia dos municípios, estados ou até mesmo da União?    
Dra. Kátia: Impactos na economia não, se todos agirem dentro da legalidade, pelo contrário, com isso toda a sociedade ganha. Em um processo licitatório, por exemplo, todos têm a oportunidade de concorrer com igualdade de condições, sem dar referências, sem pagamento de propina. Porque isso gera prejuízo para o Estado como um todo. Estão moralizando a administração. Então, ganha a administração pública e a sociedade como um todo.
Jornal O impacto: Como a senhora define sociedade simples?
Dra. Kátia: A sociedade simples refere-se a um grupo de pessoas que se unem para a prática de alguma atividade científica, literária ou artística. Por exemplo, um grupo de advogados que se reúnem e criam uma sociedade para o exercício da advocacia. Da mesma forma, um grupo de médicos, contadores, administradores, dentre outros. Desde que não se identifique o elemento de empresa, essa sociedade será considerada simples, cujo registro não será feito na Junta Comercial. As sociedades empresárias são as que exercem atividade econômica organizada para a circulação de bens ou serviços. Aqui aparece o que as identifica que é o elemento de empresa. Exemplificando: Supermercados, magazines, concessionárias de serviços, dentre outros.
Jornal O impacto: Em caso de alteração contratual, o que poderá acontecer com o sucessor de uma determinada empresa?
Dra. Kátia: Outro fator que chama a atenção é que subsistirá a responsabilidade em casos de alteração contratual, cisão, incorporação e fusão, onde o sucessor pagará multa e reparação integral do dano causado, até o limite do patrimônio transferido e, ainda, as sociedades controladoras, controladas, coligadas e consorciadas serão solidariamente responsáveis pelas práticas dos atos previstos na lei. Exemplificando, um grupo econômico que detenha várias empresas, onde o ato ilícito ocorreu apenas em uma das empresas, obrigará que todas as demais respondam solidariamente pelo ato praticado.
Jornal O impacto: De que forma serão aplicadas as multas?
Dra. Kátia: Na esfera administrativa vislumbram-se sanções como a aplicação de multa no valor de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo e quando não for possível apurar a renda bruta, a multa variará de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais), excluindo-se os tributos que nunca serão inferiores à vantagem auferida, quando for possível estimá-la Além disso, haverá uma publicação extraordinária da decisão condenatória. O nome dos punidos passará a constar no CNEP – Cadastro Nacional de Empresas Punidas. No âmbito judicial, as advocacias públicas correspondentes ingressarão com ações com a finalidade de requerer a suspensão ou interdição das atividades dessas pessoas jurídicas de direito privado, bem como a dissolução compulsória dessas, além de proibir que recebam incentivos, subsídios, subvenções, doações e empréstimos de entidades públicas ou financeiras pelo prazo mínimo de 1 ano e máximo de 5 anos. Aplicar-se-á o Acordo de Leniência, caso haja colaboração da pessoa jurídica de direito privado envolvida na corrupção, se dessa colaboração resultar dentre outros, identificação dos demais envolvidos e obtenção de informações e documentos, cujo benefício será o de reduzir em 2/3 o valor da multa aplicada e suspender a proibição de receber incentivos, subsídios ou empréstimos, conforme
Fonte: RG 15/O Impacto

ISSO É O VERDADEIRO PROCESSO DE ENSINO-EDUCAÇÃO

Linette Silva
#CULTURA 

ACHEI ESSA CULTURA BELÍSSIMA!!! NÃO PODERIA DEIXAR DE COMPARTILHAR COM VOCÊS MEUS QUERIDOS AMIGOS!

SAWABONA!!!

Há uma "tribo" africana que tem um costume muito bonito.
Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia. Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas que ele já fez.
A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom. Cada um de nós desejando segurança, amor, paz, felicidade...
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quarta-feira, 26 de março de 2014

Quem escreveu a Bíblia?

A história de Deus foi escrita pelos homens. Mas quem é o autor do livro mais influente de todos os tempos? As respostas são surpreendentes - e vão mudar sua maneira de ver as Escrituras

por Texto José Francisco Botelho

Em algum lugar do Oriente Médio, por volta do século 10 a.C., uma pessoa decidiu escrever um livro. Pegou uma pena, nanquim e folhas de papiro (uma planta importada do Egito) e começou a contar uma história mágica, diferente de tudo o que já havia sido escrito. Era tão forte, mas tão forte, que virou uma obsessão. Durante os 1 000 anos seguintes, outras pessoas continuariam reescrevendo, rasurando e compilando aquele texto, que viria a se tornar o maior best seller de todos os tempos: a Bíblia. Ela apresentou uma teoria para o surgimento do homem, trouxe os fundamentos do judaísmo e do cristianismo, influenciou o surgimento do islã, mudou a história da arte – sem a Bíblia, não existiriam os afrescos de Michelangelo nem os quadros de Leonardo da Vinci – e nos legou noções básicas da vida moderna, como os direitos humanos e o livre-arbítrio. Mas quem escreveu, afinal, o livro mais importante que a humanidade já viu? Quem eram e o que pensavam essas pessoas? Como criaram o enredo, e quem ditou a voz e o estilo de Deus? O que está na Bíblia deve ser levado ao pé da letra, o que até hoje provoca conflitos armados? A resposta tradicional você já conhece: segundo a tradição judaico-cristã, o autor da Bíblia é o próprio Todo-Poderoso. E ponto final. Mas a verdade é um pouco mais complexa que isso.
A própria Igreja admite que a revelação divina só veio até nós por meio de mãos humanas. A palavra do Senhor é sagrada, mas foi escrita por reles mortais. Como não sobraram vestígios nem evidências concretas da maioria deles, a chave para encontrá-los está na própria Bíblia. Mas ela não é um simples livro: imagine as Escrituras como uma biblioteca inteira, que guarda textos montados pelo tempo, pela história e pela fé. Aliás, o termo “Bíblia”, que usamos no singular, vem do plural grego ta biblia ta hagia – “os livros sagrados”. A tradição religiosa sempre sustentou que cada livro bíblico foi escrito por um autor claramente identificável. Os 5 primeiros livros do Antigo Testamento (que no judaísmo se chamam Torá e no catolicismo Pentateuco) teriam sido escritos pelo profeta Moisés por volta de 1200 a.C. Os Salmos seriam obra do rei Davi, o autor de Juízes seria o profeta Samuel, e assim por diante. Hoje, a maioria dos estudiosos acredita que os livros sagrados foram um trabalho coletivo. E há uma boa explicação para isso.
As histórias da Bíblia derivam de lendas surgidas na chamada Terra de Canaã, que hoje corresponde a Líbano, Palestina, Israel e pedaços da Jordânia, do Egito e da Síria. Durante séculos acreditou-se que Canaã fora dominada pelos hebreus. Mas descobertas recentes da arqueologia revelam que, na maior parte do tempo, Canaã não foi um Estado, mas uma terra sem fronteiras habitada por diversos povos – os hebreus eram apenas uma entre muitas tribos que andavam por ali. Por isso, sua cultura e seus escritos foram fortemente influenciadas por vizinhos como os cananeus, que viviam ali desde o ano 5000 a.C. E eles não foram os únicos a influenciar as histórias do livro sagrado.
As raízes da árvore bíblica também remontam aos sumérios, antigos habitantes do atual Iraque, que no 3o milênio a.C. escreveram a Epopéia de Gilgamesh. Essa história, protagonizada pelo semideus Gilgamesh, menciona uma enchente que devasta o mundo (e da qual algumas pessoas se salvam construindo um barco). Notou semelhanças com a Bíblia e seus textos sobre o dilúvio, a arca de Noé, o fato de Cristo ser humano e divino ao mesmo tempo? Não é mera coincidência. “A Bíblia era uma obra aberta, com influências de muitas culturas”, afirma o especialista em história antiga Anderson Zalewsky Vargas, da UFRGS.
Foi entre os séculos 10 e 9 a.C. que os escritores hebreus começaram a colocar essa sopa multicultural no papel. Isso aconteceu após o reinado de Davi, que teria unificado as tribos hebraicas num pequeno e frágil reino por volta do ano 1000 a.C. A primeira versão das Escrituras foi redigida nessa época e corresponde à maior parte do que hoje são o Gênesis e o Êxodo. Nesses livros, o tema principal é a relação passional (e às vezes conflituosa) entre Deus e os homens. Só que, logo no começo da Beeblia, já existiu uma divergência sobre o papel do homem e do Senhor na história toda. Isso porque o personagem principal, Deus, é tratado por dois nomes diferentes.
Em alguns trechos ele é chamado pelo nome próprio, Yahweh – traduzido em português como Javé ou Jeová. É um tratamento informal, como se o autor fosse íntimo de Deus. Em outros pontos, o Todo-Poderoso é chamado de Elohim, um título respeitoso e distante (que pode ser traduzido simplesmente como “Deus”). Como se explica isso? Para os fundamentalistas, não tem conversa: Moisés escreveu tudo sozinho e usou os dois nomes simplesmente porque quis. Só que um trecho desse texto narra a morte do próprio Moisés. Isso indica que ele não é o único autor. Os historiadores e a maioria dos religiosos aceitam outra teoria: esses textos tiveram pelo menos outros dois editores.
Acredita-se que os trechos que falam de Javé sejam os mais antigos, escritos numa época em que a religiosidade era menos formal. Eles contêm uma passagem reveladora: antes da criação do mundo, “Yahweh não derramara chuva sobre a terra, e nem havia homem para lavrar o solo”. Essa frase, “não havia homem para lavrar o solo”, indica que, na primeira versão da Bíblia, o homem não era apenas mais uma criação de Deus – ele desempenha um papel ativo e fundamental na história toda. “Nesse relato, o homem é co-criador do mundo”, diz o teólogo Humberto Gonçalves, do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, no Rio Grande do Sul.
Pelo nome que usa para se referir a Deus (Javé), o autor desses trechos foi apelidado de Javista. Já o outro autor, que teria vivido por volta de 850 a.C., é apelidado de Eloísta. Mais sisudo e religioso, ele compôs uma narrativa bastante diferente. Ao contrário do Deus-Javé, que fez o mundo num único dia, o Deus-Elohim levou 6 (e descansou no 7o). Nessa história, a criação é um ato exclusivo de Deus, e o homem surge apenas no 6o dia, junto aos animais.
Tempos mais tarde, os dois relatos foram misturados por editores anônimos – e a narrativa do Eloísta, mais comportada, foi parar no início das Escrituras. Começando por aquela frase incrivelmente simples e poderosa, notória até entre quem nunca leu a Bíblia: “E, no início, Deus criou o céu e a terra...”
Em 589 a.C., Jerusalém foi arrasada pelos babilônios, e grande parte da população foi aprisionada e levada para o atual Iraque. Décadas depois, os hebreus foram libertados por Ciro, senhor do Império Persa – um conquistador “esclarecido”, que tinha tolerância religiosa. Aos poucos, os hebreus retornaram a Canaã – mas com sua fé transformada. Agora os sacerdotes judaicos rejeitavam o politeísmo e diziam que Javé era o único e absoluto deus do Universo. “O monoteísmo pode ter surgido pelo contato com os persas – a religião deles, o masdeísmo, pregava a existência de um deus bondoso, Ahura Mazda, em constante combate contra um deus maligno, Arimã. Essa noção se reflete até na idéia cristã de um combate entre Deus e o Diabo”, afirma Zalewsky, da UFRGS.
A versão final do Pentateuco surgiu por volta de 389 a.C. Nessa época, um religioso chamado Esdras liderou um grupo de sacerdotes que mudaram radicalmente o judaísmo – a começar por suas escrituras. Eles editaram os livros anteriores e escreveram a maior parte dos livros Deuteronômio, Números, Levítico e também um dos pontos altos da Bíblia: os 10 Mandamentos. Além de afirmar o monoteísmo sem sombra de dúvidas (“amarás a Deus acima de todas as coisas” é o primeiro mandamento), a reforma conduzida por Esdras impunha leis religiosas bem rígidas, como a proibição do casamento entre hebreus e não-hebreus. Algumas das leis encontradas no Levítico se assemelham à ética moderna dos direitos humanos: “Se um estrangeiro vier morar convosco, não o maltrates. Ama-o como se fosse um de vós”.
Outras passagens, no entanto, descrevem um Senhor belicoso, vingativo e sanguinário, que ordena o extermínio de cidades inteiras – mulheres e crianças incluídas. “Se a religião prega a compaixão, por que os textos sagrados têm tanto ódio?”, pergunta a historiadora americana Karen Armstrong, autora de um novo e provocativo estudo sobre a Bíblia. Para os especialistas, a violência do Antigo Testamento é fruto dos séculos de guerras com os assírios e os babilônios. Os autores do livro sagrado foram influenciados por essa atmosfera de ódio, e daí surgiram as histórias em que Deus se mostra bastante violento e até cruel. Os redatores da Bíblia estavam extravasando sua angústia.
Por volta do ano 200 a.C., o cânone (conjunto de livros sagrados) hebraico já estava finalizado e começou a se alastrar pelo Oriente Médio. A primeira tradução completa do Antigo Testamento é dessa época. Ela foi feita a mando do rei Ptolomeu 2o em Alexandria, no Egito, grande centro cultural da época. Segundo uma lenda, essa tradução (de hebraico para grego) foi realizada por 72 sábios judeus. Por isso, o texto é conhecido como Septuaginta. Além da tradução grega, também surgiram versões do Antigo Testamento no idioma aramaico – que era uma espécie de língua franca do Oriente Médio naquela época.
Dois séculos mais tarde, a Bíblia em aramaico estava bombando: ela era a mais lida na Judéia, na Samária e na Galiléia (províncias que formam os atuais territórios de Israel e da Palestina). Foi aí que um jovem judeu, grande personagem desta história, começou a se destacar. Como Sócrates, Buda e outros pensadores que mudaram o mundo, Jesus de Nazaré nada deixou por escrito – os primeiros textos sobre ele foram produzidos décadas após sua morte.
E o cristianismo já nasceu perseguido: por se recusarem a cultuar os deuses oficiais, os cristãos eram considerados subversivos pelo Império Romano, que dominava boa parte do Oriente Médio desde o século 1 a.C. Foi nesse clima de medo que os cristãos passaram a colocar no papel as histórias de Jesus, que circulavam em aramaico e também em coiné – um dialeto grego falado pelos mais pobres. “Os cristãos queriam compreender suas origens e debater seus problemas de identidade”, diz o teólogo Paulo Nogueira, da Universidade Metodista de São Paulo. Para fazer isso, criaram um novo gênero literário: o evangelho. Esse termo, que vem do grego evangélion (“boa-nova”), é um tipo de narrativa religiosa contando os milagres, os ensinamentos e a vida do Messias.
A maioria dos evangelhos escritos nos séculos 1 e 2 desapareceu. Naquela época, um “livro” era um amontoado de papiros avulsos, enrolados em forma de pergaminho, podendo ser facilmente extraviados e perdidos. Mas alguns evangelhos foram copiados e recopiados à mão, por membros da Igreja. Até que, por volta do século 4, tomaram o formato de códice – um conjunto de folhas de couro encadernadas, ancestral do livro moderno. O problema é que, a essa altura do campeonato, gerações e gerações de copiadores já haviam introduzido alterações nos textos originais – seja por descuido, seja de propósito. “Muitos erros foram feitos nas cópias, erros que às vezes mudaram o sentido dos textos. Em certos casos, tais erros foram também propositais, de acordo com a teologia do escrivão”, afirma o padre e teólogo Luigi Schiavo, da Universidade Católica de Goiás. Quer ver um exemplo?
Sabe aquela famosa cena em que Jesus salva uma adúltera prestes a ser apedrejada? De acordo com especialistas, esse trecho foi inserido no Evangelho de João por algum escriba, por volta do século 3. Isso porque, na época, o cristianismo estava cortando seu cordão umbilical com o judaísmo. E apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes-escritores judeus haviam colocado no Pentateuco. A introdução da cena em que Jesus salva a adúltera passa a idéia de que os ensinamentos de Cristo haviam superado a Torá – e, portanto, os cristãos já não precisavam respeitar ao pé da letra todos os ensinamentos judeus.
A julgar pelo último livro da Bíblia cristã, o Apocalipse (que descreve o fim do mundo), o receio de ter suas narrativas “editadas” era comum entre os autores do Novo Testamento. No versículo 18, lê-se uma terrível ameaça: “Se alguém fizer acréscimos às páginas deste livro, Deus o castigará com as pragas descritas aqui”. Essa ameaça reflete bem o clima dos primeiros séculos do cristianismo: uma verdadeira baderna teológica, com montes de seitas defendendo idéias diferentes sobre Deus e o Messias. A seita dos docetas, por exemplo, acreditava que Jesus não teve um corpo físico. Ele seria um espírito, e sua crucificação e morte não passariam – literalmente – de ilusão de ótica. Já os ebionistas acreditavam que Jesus não nascera Filho de Deus, mas fora adotado, já adulto, pelo Senhor. A primeira tentativa de organizar esse caos das Escrituras ocorreu por volta de 142 – e o responsável não foi um clérigo, mas um rico comerciante de navios chamado Marcião.
A Bíblia segundo Marcião
Ele nasceu na atual Turquia, foi para Roma, converteu-se ao cristianismo, virou um teólogo influente e resolveu montar sua própria seleção de textos sagrados. A Bíblia de Marcião era bem diferente da que conhecemos hoje. Isso porque ele simpatizava com uma seita cristã hoje desaparecida, o gnosticismo. Para os gnósticos, o Deus do Velho Testamento não era o mesmo que enviara Jesus – na verdade, as duas divindades seriam inimigas mortais. O Deus hebraico era monstruoso e sanguinário, e controlava apenas o mundo material. Já o universo espiritual seria dominado por um Deus bondoso, o pai de Jesus. A Bíblia editada por Marcião continha apenas o Evangelho de João, 11 cartas de Paulo e nenhuma página do Velho Testamento. Se as idéias de Marcião tivessem triunfado, hoje as histórias de Adão e Eva no paraíso, a arca de Noé e a travessia do mar Vermelho não fariam parte da cultura ocidental. Mas, por volta de 170, o gnosticismo foi declarado proibido pelas autoridades eclesiásticas, e o primeiro editor da Bíblia cristã acabou excomungado.
Roma, até então pior inimiga dos cristãos, ia se rendendo à nova fé. Em 313, o imperador romano Constantino se aliou à Igreja. Ele pretendia usar a força crescente da nova religião para fortalecer seu império. Para isso, no entanto, precisava de uma fé una e sólida. A pressão de Constantino levou os mais influentes bispos cristãos a se reunirem no Concílio de Nicéia, em 325, para colocar ordem na casa de Deus. Ali, surgiu o cânone do cristianismo – a lista oficial de livros que, segundo a Igreja, realmente haviam sido inspirados por Deus.
“A escolha também era política. Um grupo afirmou seu poder e autoridade sobre os outros”, diz o padre Luigi. Esse grupo era o dos cristãos apostólicos, que ganharam poder ao se aliar com o Império Romano. Os apostólicos eram, por assim dizer, o “partido do governo”. E por isso definiram o que iria entrar, ou ser eliminado, das Escrituras.
Eles escolheram os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João para representar a biografia oficial de Cristo, enquanto as invenções dos docetas, dos ebionistas e de outras seitas foram excluídas, e seus autores declarados hereges. Os textos excluídos do cânone ganharam o nome de “apócrifos” – palavra que vem do grego apocrypha, “o que foi ocultado”. A maioria dos apócrifos se perdeu – afinal de contas, os escribas da Igreja não estavam interessados em recopiá-los para a posteridade. Mas, com o surgimento da arqueologia, no século 19, pedaços desses textos foram encontrados nas areias do Oriente Médio. É o caso de um polêmico texto encontrado em 1886 no Egito. Ele é assinado por uma certa “Maria” que muitos acreditam ser a Madalena, discípula de Jesus, presente em vários trechos do Novo Testamento. O evangelho atribuído a ela é bem feminista: Madalena é descrita como uma figura tão importante quanto Pedro e os outros apóstolos. Nos primórdios do cristianismo, as mulheres eram aceitas no clero – e eram, inclusive, consideradas capazes de fazer profecias. Foi só no século 3 que o sacerdócio virou monopólio masculino, o que explicaria a censura da apóstola e seu testemunho. Aliás, tudo indica que Madalena não foi prostituta – idéia que teria surgido por um erro na interpretação do livro sagrado. No ano 591, o papa Gregório fez um sermão dizendo que Madalena e outra mulher, também citada nas Escrituras e essa sim ex-pecadora, na verdade seriam a mesma pessoa (em 1967, o Vaticano desfez o equívoco, limpando a reputação de Maria).
Na evolução da Bíblia, foram aparecendo vários trechos machistas – e suspeitos. É o caso de uma passagem atribuída ao apóstolo Paulo: “A mulher aprenda (...) com toda a sujeição. Não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem (...) porque Adão foi formado primeiro, e depois Eva”. É provável que Paulo jamais tenha escrito essas palavras – porque, na época em que ele viveu, o cristianismo não pregava a submissão da mulher. Acredita-se que essa parte tenha sido adicionada por algum escriba por volta do século 2.
Após a conversão do imperador Constantino, o eixo do cristianismo se deslocou do Oriente Médio para Roma. Só que, para completar a romanização da fé, faltava um passo: traduzir a palavra de Deus para o latim. A missão coube ao teólogo Eusebius Hyeronimus, que mais tarde viria a ser canonizado com o nome de são Jerônimo. Sob ordens do papa Damaso, ele viajou a Jerusalém em 406 para aprender hebraico e traduzir o Antigo e o Novo Testamento. Não foi nada fácil: o trabalho durou 17 anos.
Daí saiu a Vulgata, a Bíblia latina, que até hoje é o texto oficial da Igreja Católica. Essa é a Bíblia que todo mundo conhece. “A Vulgata foi o alicerce da Igreja no Ocidente”, explica o padre Luigi. Ela é tão influente, mas tão influente, que até seus erros de tradução se tornaram clássicos. Ao traduzir uma passagem do Êxodo que descreve o semblante do profeta Moisés, são Jerônimo escreveu em latim: cornuta esse facies sua, ou seja, “sua face tinha chifres”. Esse detalhe esquisito foi levado a sério por artistas como Michelangelo – sua famosa escultura representando Moisés, hoje exposta no Vaticano, está ornada com dois belos corninhos. Tudo porque Jerônimo tropeçou na palavra hebraica karan, que pode significar tanto “chifre” quanto “raio de luz”. A tradução correta está na Septuaginta: o profeta tinha o rosto iluminado, e não chifrudo. Apesar de erros como esse, a Vulgata reinou absoluta ao longo da Idade Média – durante séculos, não houve outras traduções.
O único jeito de disseminar o livro sagrado era copiá-lo à mão, tarefa realizada pelos monges copistas. Eles raramente saíam dos mosteiros e passavam a vida copiando e catalogando manuscritos antigos. Só que, às vezes, também se metiam a fazer o papel de autores.
Após a queda do Império Romano, grande parte da literatura da Antiguidade grega e romana se perdeu – foi graças ao trabalho dos monges copistas que livros como a Ilíada e a Odisséia chegaram até nós. Mas alguns deles eram meio malandros: costumavam interpolar textos nas Escrituras Sagradas para agradar a reis e imperadores. No século 15, por exemplo, monges espanhóis trocaram o termo “babilônios” por “infiéis” no texto do Antigo Testamento – um truque para atacar os muçulmanos, que disputavam com os espanhóis a posse da península Ibérica.
Escrituras em série
Tudo isso mudou após a invenção da imprensa, em 1455. Agora ninguém mais dependia dos copistas para multiplicar os exemplares da Bíblia. Por isso, o grande foco de mudanças no texto sagrado passou a ser outro: as traduções.Em 1522, o pastor Martinho Lutero usou a imprensa para divulgar em massa sua tradução da Bíblia, que tinha feito direto do hebraico e do grego para o alemão. Era a primeira vez que o texto sagrado era vertido numa língua moderna – e a nova versão trouxe várias mudanças, que provocavam a Igreja (veja quadro na pág. 65). Logo depois um britânico, William Tyndale, ousou traduzir a Bíblia para o inglês. No Novo Testamento, ele traduziu a palavra ecclesia por “congregação”, em vez de “igreja”, o termo preferido pelas traduções católicas. A mudança nessa palavrinha era um desafio ao poder dos papas: como era protestante, Tyndale tinha suas diferenças com a Igreja. Resultado? Ele foi queimado como herege em 1536. Mas até hoje seu trabalho é referência para as versões inglesas do livro sagrado.
A Bíblia chegou ao nosso idioma em 1753 – quando foi publicada sua primeira tradução completa para o português, feita pelo protestante João Ferreira de Almeida. Hoje, a tradução considerada oficial é a feita pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e lançada em 2001. Ela é considerada mais simples e coloquial que as traduções anteriores. De lá para cá, a Bíblia ganhou o mundo e as línguas. Já foi vertida para mais de 300 idiomas e continua um dos livros mais influentes do mundo: todos os anos, são publicadas 11 milhões de cópias do texto integral, e 14 milhões só do Novo Testamento.
Depois de tantos séculos de versões e contra-versões, ainda não há consenso sobre a forma certa de traduzi-la. Alguns buscam traduções mais próximas do sentido e da época original – como as passagens traduzidas do hebraico pelo lingüista David Rosenberg na obra O Livro de J, de 1990. Outros acham que a Bíblia deve ser modernizada para atrair leitores. O lingüista Eugene Nida, que verteu a Bíblia na década de 1960, chegou ao extremo de traduzir a palavra “sestércios”, a antiga moeda romana, por “dólares”. Em 2008, duas versões igualmente ousadas estão agitando as Escrituras: a Green Bible (“Bíblia Verde”, ainda sem versão em português), que destaca 1 000 passagens relacionadas à ecologia – como o momento em que Jó fala sobre os animais –, e a Bible Illuminated (‘Bíblia Iluminada”, em inglês), com design ultramoderno e fotos de celebridades como Nelson Mandela e Angelina Jolie.
A Bíblia se transforma, mas uma coisa não muda: cada pessoa, ou grupo de pessoas, a interpreta de uma maneira diferente – às vezes, com propósitos equivocados. Em pleno século 21, pastores fundamentalistas tentam proibir o ensino da Teoria da Evolução nas escolas dos EUA, sendo que a própria Igreja aceita as teorias de Darwin desde a década de 1950. Líderes como o pastor Jerry Falwell defendem o retorno da escravidão e o apedrejamento de adúlteros, e no Oriente Médio rabinos extremistas usam trechos da Torá para justificar a ocupação de terras árabes. Por quê? Porque está na Bíblia, dizem os radicais. Não é nada disso. Hoje, os principais estudiosos afirmam que a Bíblia não deve ser lida como um manual de regras literais – e sim como o relato da jornada, tortuosa e cheia de percalços, do ser humano em busca de Deus. Porque esse é, afinal, o verdadeiro sentido dessa árvore de histórias regada há 3 mil anos por centenas de mãos, cabeças e corações humanos: a crença num sentido transcendente da existência.

Top 5 pragas

I. Quando os hebreus eram escravos no Egito, o Senhor enviou 10 pragas contra os opressores do povo escolhido. A primeira delas foi transformar toda a água do país em sangue (Êxodo 7:21).
II. Como o faraó não libertava os hebreus, o Senhor radicalizou: matou, numa só noite, todos os primogênitos do Egito. “E houve grande clamor no país, pois não havia casa onde não houvesse um morto” (Êxodo 12:30).
III. Desgostoso com os pecados de Sodoma e Gomorra, Deus destruiu as duas cidades com uma chuvarada de fogo e enxofre (Gênesis 19:24).
IV. Para punir as deso­bediências do rei Davi, o Senhor enviou uma doença não identificada, que matou 70 mil homens e 200 mil mulheres e crianças (2 Samuel, 24: 1-13).
V. Quando a nação dos filisteus roubou a arca da Aliança, onde estavam guardados os 10 Mandamentos, o Senhor os castigou com um surto de hemorróidas letais. “Os intestinos lhes saíam para fora e apodreciam” (1 Samuel 5:9) .

Os possíveis autores

1200 a.C. - Moisés
Segundo uma lenda judaica, a Torá (obra precursora da Bíblia) teria sido escrita por ele. Mas há controvérsias, pois existe um trecho da Torá que diz: “Moisés morreu e foi sepultado pelo Senhor próximo a Fegor”. Ora, se Moisés é o autor do texto, como ele poderia ter relatado a própria morte?
1000 a.C. - Javista
Viveu na corte do rei Davi, no antigo reino de Israel, e era um aristocrata. Ou, quem sabe, uma aristocrata: para o crítico Harold Bloom, Javista era mulher. Isso porque os personagens femininos da Bíblia (Eva e Sara, por exemplo) são muito mais elaborados que os masculinos.
Século 4 a.C. - Esdras
Líder religioso que reformou o judaísmo e possível editor do Pentateuco (5 primeiros livros da Bíblia). Vários trechos bíblicos editados por ele pregam a violência: “Derrubareis todos os altares dos povos que ides expropriar, queimareis as casas, e mudareis os nomes desses lugares”.
Século 1 - Paulo
Nunca viu Cristo pessoalmente, mas foi o primeiro a escrever sobre ele. Nascido na Turquia, Paulo viajou e fundou igrejas pelo Oriente Médio. Ele escrevia cartas para essas igrejas, contando a incrível aventura de um tal Jesus – que foi crucificado e ressuscitou.
Século 1 - Maria Madalena
Estava entre os discípulos favoritos de Jesus – e, diferentemente do que o Vaticano sustentou durante séculos, nunca foi prostituta. Pelo contrário: tinha influência no cristianismo e é a suposta autora do Apócrifo de Maria, um livro em que fala sobre sua relação pessoal com Jesus e divulga os ensinamentos dele.
Século 1 - João
Escreveu o 4o evangelho do Novo Testamento (João) e o Livro do Apocalipse, o último da Bíblia. Para ele, Jesus não é apenas um messias – é um ser sobrenatural, a própria encarnação de Deus. Essa interpretação mística marca a ruptura definitiva entre judaísmo e fé cristã.
Século 5 - Jerônimo
Nascido no território da atual Hungria, este padre foi enviado a Jerusalém com uma missão importantíssima: traduzir a Bíblia do grego para o latim. Cometeu alguns erros, como dizer que o profeta Moisés tinha chifres (uma confusão com a palavra hebraica karan, que na verdade significa “raio de luz”).
Século 16 - William Tyndale
Possuir trechos da Bíblia em qualquer idioma que não fosse o latim era crime. O professor Tyndale não quis nem saber, traduziu tudo para o inglês, e acabou na fogueira. Mas seu trabalho foi incrivelmente influente: é a base da chamada “Bíblia do Rei James”, até hoje a tradução mais lida nos países de língua inglesa.

Top 5 matanças

I. Um grupo de meninos malcriados zombou da calvície do profeta Eliseu. Pra quê! Na hora, dois ursos famintos saíram de um bosque e comeram as crianças (2 Reis 2:24).
II. Cercado por um exército de filisteus, o herói Sansão apanhou a mandíbula de um jumento morto. Usando o osso como arma, ele massacrou mil inimigos (Juízes, 15:16).
III. O profeta Elias convidou os sacerdotes do deus Baal para uma competição de orações. Era uma armadilha: Elias incitou o povo, que linchou os pagãos (1 Reis 18:40).
VI. Os judeus haviam perdido a fé e começaram a adorar um bezerro de ouro. Moisés ficou furioso e mandou sacerdotes levitas matar 3 mil infiéis (Êxodo 32:19).
V. A nação dos amalequitas disputava o território de Canaã com os judeus. O Senhor ordena que todos os amalequitas sejam chacinados (1 Samuel 15:18).

Top 5 satanagens

I. Após a destruição de Sodoma, os únicos sobreviventes eram Ló e suas duas filhas. As filhas de Lot embebedaram o pai e tiveram com ele a noite mais incestuosa da Bíblia (Gênesis 19:31).
II. O Cântico dos Cânticos, atribuído ao rei Salomão, é altamente erótico. Um dos trechos: “Teu corpo é como a palmeira, e teus seios, como cachos de uvas” (Cânticos 7:7).
III. Os anjos do Senhor tiveram chamegos ilícitos com mulheres mortais. “Vendo os Filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram-nas como mulheres, tantas quanto desejaram” (Gênesis 6:2).
IV. A Bíblia diz que os antigos egípcios eram muito bem-dotados. Após a fuga para Canaã, a judia Ooliba tem saudades dos tempos em que se prostituía no Egito. Tudo porque “seus amantes (...) ejaculavam como cavalos” (Ezequiel 23:20).
V. O hebreu Onã casou com a viúva de seu irmão, mas não conseguia fazer sexo com ela – preferia o prazer solitário. Do nome dele vem o termo “onanismo”, que significa masturbação (Gênesis 38:9).

As história da história

Como o livro sagrado evoluiu ao longo dos tempos
Tanach - Século 5 a.C.
É a Bíblia judaica, e tem 3 livros: Torá (palavra hebraica que significa “lei”), Nebiim (“profetas”) e Ketuvim (“escritos”). É parecida com a Bíblia atual, pois os católicos copiaram seus escritos. Contém as sementes do monoteísmo e da ética religiosa, mas também pregações de violência. A primeira das bíblias tem trechos ambíguos e misteriosos – algumas passagens dão a entender que Javé não é o único deus do Universo.
Septuaginta - Século 3 a.C.
O Oriente Médio era dominado pelos gregos e pelos macedônios. Muitos judeus viviam em cidades de cultura grega, como Alexandria, e desejavam adaptar sua religião aos novos tempos. Diz a lenda que Ptolomeu, rei do Egito, reuniu um grupo de 72 sábios judeus para traduzir a Tanach – e fizeram tudo em 72 dias. Por isso, o resultado é conhecido como Septuaginta. Inclui textos que não constam da Tanach.
Novo Testamento - Século 1
A língua do Antigo Testamento é o hebraico, mas o Novo Testamento foi escrito num dialeto grego chamado coiné. Contém os relatos sobre vida, milagres, morte e ressurreição de Jesus – os evangelhos. Em alguns trechos, vai deixando evidente a divergência entre cristianismo e judaísmo. É o caso, por exemplo, do Evangelho de João, em que Jesus é descrito como uma encarnação de Deus (coisa na qual os judeus não acreditavam).
Católica - Século 4
Seus autores decidiram incluir 7 livros que os judeus não reconheciam. São os chamados Deuterocanônicos: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, Macabeus 1 e 2 (mais trechos dos livros Daniel e Ester). A Bíblia católica bate na tecla do monoteísmo: a palavra hebraica Elohim, usada na Tanach para designar a divindade, é o plural de El, um deus cananeu. Mas foi traduzida no singular e virou “Senhor”.
Ortodoxa - Por volta do século 4
É baseada na Septuaginta, mas também inclui livros considerados apócrifos por católicos e protestantes: Esdras 1, Macabeus 3 e 4 e o Salmo 151. A tradução é mais exata (nesta Bíblia, Moisés nunca teve chifres, um erro de tradução introduzido pela Bíblia latina), e os escritos não são levados ao pé da letra: para os ortodoxos, o que conta são as interpretações do texto bíblico, feitas por teólogos ao longo dos séculos.
Protestante - Século 16
Ao traduzir a Bíblia para o alemão, Martinho Lutero excluiu os livros Deuterocanônicos e mudou algumas coisas. Um exemplo é a palavra grega metanoia, que na Bíblia católica significa “fazer penitência” – uma referência à confissão dos pecados, um dos sacramentos católicos. Já Lutero traduziu metanoia como “reviravolta”. Para ele, confessar os pecados era inútil. O importante era transformar a vida pela fé.

Top 5 milagres

I. O maior de todos os milagres divinos foi o primeiro: a Criação do mundo, pelo poder da palavra. “E Deus disse: que haja luz. E houve luz” (Gênesis 1:3).
II. Para dar-lhe uma amostra de seus poderes, o Senhor leva Ezequiel a um campo cheio de esqueletos – e os traz de volta à vida. “O vento do Senhor soprou neles, e viveram” (Ezequiel, 37; 1-28).
III. Graças à benção divina, o herói Sansão tinha a força de muitos homens. Certa vez, foi atacado por um leão. “O espírito do Senhor deu-lhe poder, e Sansão destroçou a fera com as próprias mãos, como se matasse um cabrito” (Juízes 14:6).
IV. Josué liderava uma batalha contra os amalequitas, mas o Sol estava se pondo. Como não queria lutar no escuro, o hebreu pediu ajuda divina – e o Sol ficou no céu (Josué 10:13).
V. Para fugir do Egito, os hebreus precisavam atravessar o mar Vermelho. E não tinham navios. Moisés ergueu seu bastão e as águas do mar se dividiram. Após a passagem dos hebreus, o profeta deixou que as ondas se fechassem sobre os exércitos do faraó (Êxodo 14; 21-30).

Para saber mais

A Bíblia: Uma Biografia
Karen Armstrong, Jorge Zahar Editora, 2007.
Who Wrote the Bible?
Richard Elliott Friedman, HarperOne, 1997.