segunda-feira, 23 de março de 2015

PASTORES CAPITALISTAS

Listas de pastores mais ricos do mundo se multiplicam, sendo lideradas por pastores americanos milionários. A Nigéria produziu cinco deles, todos com patrimônio em centenas de milhões de dólares. Mas bilionário até agora só Edir Macedo.

No Brasil, outros bispos de denominações evangélicas seguem o caminho de Macedo. Valdemiro Santiago, ex-protegido de Macedo e hoje inimigo figadal, criou a Igreja Mundial do Poder de Deus. Seu patrimônio é estimado em US$ 220 milhões. Silas Malafaia criou sua própria igreja, Vitória em Cristo, em 1990. Tem bens na ordem de US$ 150 milhões e arrecada contribuições para reunir US$ 500 milhões para criar uma rede mundial de emissoras evangélicas. O pastor R. (Romildo) R. (Ribeiro) Soares acumula US$ 150 milhões em bens, entre eles um jatinho King Air 350, avaliado em US$ 5 milhões.

É preciso separar os líderes das igrejas de seu rebanho. Um quarto dos brasileiros se declara evangélico. São mais de 50 milhões de pessoas. A maioria pobres, com pouca escolaridade.


Líderes religiosos bilionários confirmam poder político e econômico descontrolado

 
Edir Macedo: US$ 1 bilhão de patrimônio, criou agora o pastor online. Foto:Iurd

 A revista norte-americana Forbes divulgou a lista dos mais ricos do mundo. Incluiu entre eles o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. O patrimônio de US$ 1 bilhão coloca Macedo na 1.868ª posição, o último entre os 48 bilionários brasileiros citados.  Aos 70 anos, casado, pai de três filhos, morando em Atlanta (EUA), Macedo é caracterizado como empresário de mídia “self made”. Que se fez por força própria, na expressão americana.
Forbes tenta explicar a origem do dinheiro de Macedo. Lembra que criado como católico, converteu-se à religião evangélica em 1970. Em 1977, fundou sua própria igreja, baseada na “teologia da prosperidade”. Baseia-se na proposta de que a fé e o compromisso de atuação e de contribuições financeiras com a igreja são recompensados ​​com riquezas.
Em julho de 2013, Macedo tornou-se banqueiro ao adquirir 49% do Banco Renner, “que possui uma das mais altas taxas de juros no Brasil”, salientou a revista. “A transação espantou porque o Banco Central do Brasil tratada Macedo como investidor estrangeiro uma vez que ele é baseado em os EUA”, assinalou.
A maior parte da fortuna de Macedo tem origem na Rede Record, a segunda maior emissora do Brasil, adquirida em 1990. “Não está claro como ele conseguiu o financiamento para comprar a empresa: o Ministério Público do Brasil tem sondado a questão há mais de dez anos e produziu relatórios que alegaram que ele usou os fundos da igreja. Macedo se recusou a comentar”.
O império de mídia de Macedo já inclui uma filial Telemundo com sede em Atlanta. Em 2014, Macedo inaugurou uma enorme réplica do Templo de Salomão em São Paulo, com capacidade para 10 mil fiéis. A mega-igreja custou US$ 200 milhões.
Antes de mais nada diga-se que a fé é um negócio mundial. Listas de pastores mais ricos do mundo se multiplicam, sendo lideradas por pastores americanos milionários. A Nigéria produziu cinco deles, todos com patrimônio em centenas de milhões de dólares. Mas bilionário até agora só Macedo.
No Brasil, outros bispos de denominações evangélicas seguem o caminho de Macedo. Valdemiro Santiago, ex-protegido de Macedo e hoje inimigo figadal, criou a Igreja Mundial do Poder de Deus. Seu patrimônio é estimado em US$ 220 milhões. Silas Malafaia criou sua própria igreja, Vitória em Cristo, em 1990. Tem bens na ordem de US$ 150 milhões e arrecada contribuições para reunir US$ 500 milhões para criar uma rede mundial de emissoras evangélicas. O pastor R. (Romildo) R. (Ribeiro) Soares acumula US$ 150 milhões em bens, entre eles um jatinho King Air 350, avaliado em US$ 5 milhões.
 É preciso separar os líderes das igrejas de seu rebanho. Um quarto dos brasileiros se declara evangélico. São mais de 50 milhões de pessoas. A maioria pobres, com pouca escolaridade. Sua fé deve ser respeitada. Há vários estudos que mostram a importância das igrejas evangélicas na melhoria das relações familiares, na redução de vícios e na capacitação e melhoria da força de trabalho. De certa maneira, dedicar-se a uma religião pode mudar vidas desregradas, núcleos familiares conflituosos e estimular o desempenho no trabalho e na criação de negócios. A “teologia da prosperidade” tem fundamento socioeconômico.
A liberdade de escolha de religião é mais sagrada do que o entendimento do papel dela na vida de uma pessoa. Mas, quando os braços de uma determinada religião começam a abarcar causas mais do que terrenas _ adquirindo redes de televisão, aviões, patrocinando campanhas e partidos eleitorais_, qual deve ser o papel do Estado?
Como o Estado deve acompanhar e fiscalizar o enriquecimento de seus líderes, todos voltando os negócios para meios de comunicação que funcionam como concessão pública? As igrejas gozam de isenção de impostos. Diversas investigações mostram operações de compra de emissoras e de bens com dinheiro vindo de contas do exterior por prepostos de igrejas.
O crescimento do poder midiático levou ao crescimento do poder político. Os evangélicos já têm um dos seus na presidência da Câmara dos Deputados. A questão não é a opção individual religiosa. É sim se o Estado omite-se na formação de um poder político financiado por doações crédulas, mas manipulado por interesses estritamente terrenos.
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A pauta das "inguinorãças"

A "grande" mídia apostando na pauta das'inguinorânças', por Luciano Martins Costa



  Há um mito generalizado segundo o qual a imprensa faz a narrativa dos fatos mais relevantes de seu tempo. Essa crença ainda sustenta o poder de influência que tem os profissionais de jornalismo a serviço das empresas de comunicação hegemônicas, e de certa forma explica o fato de a mídia tradicional ainda controlar quase toda a agenda pública. Por esse motivo, análises genéricas, platitudes e mesmo contrafações grosseiras acabam sendo aceitas como verdadeiras por grande parte da população.


ALFABETIZAÇÃO PARA A MÍDIA

A pauta das "inguinorãças"

Por Luciano Martins Costa em 08/10/2014 na edição 819 do Observatório da Imprensa

Há um mito generalizado segundo o qual a imprensa faz a narrativa dos fatos mais relevantes de seu tempo. Essa crença ainda sustenta o poder de influência que tem os profissionais de jornalismo a serviço das empresas de comunicação hegemônicas, e de certa forma explica o fato de a mídia tradicional ainda controlar quase toda a agenda pública. Por esse motivo, análises genéricas, platitudes e mesmo contrafações grosseiras acabam sendo aceitas como verdadeiras por grande parte da população.
Esse efeito é mais perceptível nos grandes aglomerados urbanos, onde uma ideia, por mais estúpida que seja, pode se espalhar e se afirmar como sensata e verdadeira com muita rapidez. No contexto de insegurança e ansiedade em que vivem as populações das grandes cidades, é natural que a visão de mundo seja mais suscetível às pregações negativistas do que às mensagens otimistas. O ambiente opressivo que marca o cotidiano dificulta a percepção de sinais de melhoria no médio e longo prazos e aumenta o peso do mal-estar.
Trata-se de dois aspectos do campo comunicacional que raramente são observados em suas interações: a propensão das pessoas a supervalorizar as dificuldades do dia a dia e a ação manipuladora da mídia diante de fatos que aumentam a ansiedade e a sensação de insegurança. Esses dois elementos, somados e interconectados, explicam em boa parte as reações massivas a determinadas ideias e interpretações superficiais, ou mesmo a manipulações da realidade.
Veja-se, por exemplo, como a defesa da pena de morte predominou na sociedade brasileira durante décadas, alimentada pelo discurso de boa parte da mídia sobre a impossibilidade de recuperação dos delinquentes. A narrativa típica do jornalismo omite dados estatísticos e elementos que permitiriam entender a complexa questão da reincidência e, portanto, impede que a população imagine outras soluções que não a da execução sumária dos suspeitos. O resultado é a popularidade de frases emblemáticas como “a solução é a Rota nas ruas”, que celebrizou o notório deputado Paulo Maluf.
Analfabetismo midiático
A Rota – sigla das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tropa de impacto da Polícia Militar de São Paulo – sempre foi símbolo da truculência policial. São incontáveis as vítimas que seus integrantes produziram na periferia da região metropolitana, entre as quais uma grande porcentagem de jovens sem relação com o crime, executados simplesmente por serem negros ou pardos em circunstância que o arbítrio do policial considerou suspeita.
Com a mesma superficialidade é tratada a questão da maioridade penal, que passou transversalmente pela campanha eleitoral deste ano e, como foi citado neste Observatório, desapareceu subitamente do noticiário. Por quê? Porque aconteceu um assalto na Universidade de São Paulo, do qual participaram algumas crianças, uma delas aparentando nove anos de idade.
Em vez de aprofundar o debate, a imprensa escondeu o assunto, evitando que se questionasse a ideia equivocada, que parece convencer grande número de brasileiros, segundo a qual basta prender adolescentes que os índices de violência vão se reduzir.
A mesma coisa se pode dizer sobre a criminalização do aborto: muitos brasileiros acham que autorizar o procedimento em clínicas regulares, em casos específicos, é o mesmo que apoiar ou estimular o aborto.
Da mesma forma, a superficialidade com que se trata o problema das drogas mantém na agenda uma ideia difusa segundo a qual basta legalizar o comércio de maconha que imediatamente se irá desmanchar o poder das quadrilhas de traficantes.
A lista das platitudes não tem fim e mostra de que maneira a mídia funciona como um entrave ao crescimento da consciência social dos indivíduos. Embora possa parecer leviandade, pode-se demonstrar que o leitor típico de jornais tem todas as características do analfabeto em mídia, ou seja, quanto mais fiel é o leitor, menos capaz ele se torna de ler criticamente o noticiário.
media illiteracy, expressão em inglês utilizada para definir a incapacidade de interpretar a mensagem midiatizada, é uma característica das classes médias urbanas. É nesse terreno de meias-verdades e preconceitos que se concentra o poder da mídia.
Como diria o poeta Manoel de Barros, é preciso encarar as inguinorãças e desinventar a imprensa.

O ato, os golpistas e o torturador

“Vovô Metralha” matava jovens a sangue-frio, sabiam, meninos revoltados?

19 de março de 2015 | 11:16 Autor: Fernando Brito
metralha
Meu bom companheiro Fernando Molica, colunista de O Dia, publicou ontem, em seu blog, um excelente artigo sobre o vídeo que havíamosmostrado aqui, feito pelos jornalistas da revista Trip na manifestação da Avenida Paulista de domingo.
Rerproduzo o artigo ao final, mas peço licença a Molica para trazer logo para o início a ficha do aparentemente inofensivo “Carlinhos Metralha” louvado pelos manifestante e digno até de uma esdrúxula continência por parte de um policial militar.
Carlos Alberto Augusto, vulgo ‘Carteira Preta’ e ‘Carlinhos Metralha’, o ex-delegado do Dops que discursou na manifestação, levou para a Avenida Paulista um cartaz em que dizia querer ser ouvido pela Comissão da Verdade. Pena que só diz isso agora, quando os trabalhos da comissão foram encerrados. O relatório diz que ele foi convocado a depor, mas não foi localizado. Na hora de prestar contas à história, ele tratou de não aparecer. Segue trecho do relatório sobre ele:
Carlos Alberto Augusto (1944-) Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP), sendo conhecido como “Carteira Preta” e “Carlinhos Metralha”. Integrou a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução. Convocado para prestar depoimento à CNV, não foi localizado. Vítimas relacionadas: Carlos Marighella (1969); Eduardo Collen Leite (1970); Antônio Pinheiro Salles e Devanir José de Carvalho (1971); Soledad Barrett Viedma, Pauline Reichstul, Jarbas Pereira Marques, José Manoel da Silva, Eudaldo Gomes, Evaldo Luiz Ferreira de Souza e Edgard de Aquino Duarte (1973).
A Pauline Reichstul, apontada no relatório como uma das vítimas do ‘Carlinhos Metralha’, era irmã de Henri Philippe Reichstul, presidente da Petrobras no governo Fernando Henrique Cardoso.
Retomo: Carlinhos Metralha era um dos agentes do DOPS que “administrava” as delações do famigerado Cabo Anselmo. Pauline e outros cinco jovens foram executados não na “Paulista”, mas em Paulista, Pernambuco, no que ficou conhecido  como “A Chacina da Chácara São Bento”.
Pauline recebeu uma coronhada na cabeça. Os outros cinco, executados a tiros.
26 tiros, relata o jornalista pernambucano Luiz Felipe Campos, que escreveu um livro sobre o episódio: “14 na cabeça e muitos à queima-roupa. Ao cenário brutal, foram adicionadas armas ao redor dos corpos para sugerir um confronto entre guerrilheiros e militares que nunca houve. As fotos, difundindo a versão oficial de que um “congresso de terroristas” havia sido desbaratado, foi estampada nos jornais três dias depois”.
Já mortos, metralhados.
“Com muito prazer”, talvez, como disse no vídeo o “herói da Paulista”.

O ato, os golpistas e o torturador

Fernando Molica
vídeo sobre a manifestação paulistana que foi preparado por equipe da revista ‘Trip’ é assustador demais. Não dá para achar razoável ou tolerável que organizadores de ato que diz defender a democracia aceitem a presença de entusiastas de um golpe militar e até liberem o microfone para um ex-torturador, o delegado aposentado Carlos Alberto Augusto. Admitir a participação desses sujeitos seria o mesmo que aceitar a presença de nazistas numa passeata contra a política externa de Israel. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.
É razoável imaginar que organizadores da manifestação tomassem a iniciativa de expulsar do ato um grupo de petistas que fosse até lá para condenar a roubalheira na Petrobras e, ao mesmo tempo, defender Dilma Rousseff. Não seria absurdo que eles fossem convidados a se retirar de uma passeata que protesta contra o governo. A eventual presença deles poderia até ser vista como provocação.
O problema é que, pelo que vi e li sobre as manifestações de domingo, não houve qualquer tentativa de expulsão dos pregadores do golpe (o vídeo até mostra mulheres que se revoltaram com a histeria militarista, mas, pelo visto, não passou de um protesto isolado).
É simples, ato que inclui defensores da ditadura, torturadores (havia pelo menos um) e pessoas que não admitem a pluralidade (caso dos que revelam intolerância com comunistas e integrantes de outras correntes de esquerda) não pode ser chamado de democrático. Mais: quem defende a ditadura não tem o direito de dizer que é contra a corrupção. Afinal, na ditadura, casos de corrupção eram censurados ou não geravam qualquer consequência – como as mordomias no escalão federal reveladas pelo ‘Estadão’ e a negociata, publicada pela ‘Folha’, que envolveu o grupo Delfin e o Banco Nacional da Habitação (terrenos no valor de Cr$ 10 bilhões quitaram uma dívida de Cr$ 60 bi junto ao BNH). Quem defende a ditadura defende o direito de quem quer roubar sem ser punido.
Vale também ressaltar o absurdo que foi utilizar a belíssima ‘Canção do Expedicionário’ como trilha sonora da manifestação, isto representou uma ofensa aos pracinhas que foram combater ditaduras na Europa. Um combate que, aqui, acabou provocando a queda de um ditador. A ‘Canção’ (“Por mais terras que eu percorra/ Não permita Deus que eu morra/Sem que volte para lá”) é linda, deve ser o único canto de guerra que não fala em destruição, em morte, mas da vitória e da saudade da pátria amada:
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por último, vale registrar: o Carlos Alberto Augusto, vulgo ‘Carteira Preta’ e ‘Carlinhos Metralha’, o ex-delegado do Dops que discursou na manifestação, levou para a Avenida Paulista um cartaz em que dizia querer ser ouvido pela Comissão da Verdade. Pena que só diz isso agora, quando os trabalhos da comissão foram encerrados. O relatório diz que ele foi convocado a depor, mas não foi localizado. Na hora de prestar contas à história, ele tratou de não aparecer. Segue trecho do relatório sobre ele:
Carlos Alberto Augusto (1944-) Delegado de polícia. Serviu no Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS/SP), sendo conhecido como “Carteira Preta” e “Carlinhos Metralha”. Integrou a equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury. Teve participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução. Convocado para prestar depoimento à CNV, não foi localizado. Vítimas relacionadas: Carlos Marighella (1969); Eduardo Collen Leite (1970); Antônio Pinheiro Salles e Devanir José de Carvalho (1971); Soledad Barrett Viedma, Pauline Reichstul, Jarbas Pereira Marques, José Manoel da Silva, Eudaldo Gomes, Evaldo Luiz Ferreira de Souza e Edgard de Aquino Duarte (1973).
A Pauline Reichstul, apontada no relatório como uma das vítimas do ‘Carlinhos Metralha’, era irmã de Henri Philippe Reichstul, presidente da Petrobras no governo Fernando Henrique Cardoso.

QUEM DEVE PAGA E' O ELEITO

Os candidatos do PSDB teriam ficado com mais de dois terços (68,3%) dos R$39,9 milhões que teriam sido distribuídos a 156 políticos por empresas fornecedoras da última grande estatal do ramo elétrico. O PFL fica com um segundo lugar bem distante, 9,3%.
Mas, segundo a “Lista”, o dinheiro do PSDB não teria sido distribuido por igual. O grosso foi para três candidatos, que disputavam os três cargos mais importantes do esquema eleitoral tucano em 2002: José Serra, que pleiteava a Presidência, Geraldo Alckmin, candidato a governador de São Paulo, e Aécio Neves, que concorreu ao governo de Minas.


22/3/2015 14:26

FURNALÃO: LISTA COMPLETA NOME SOBRENOME, GRÁFICO. DOCUMENTADÃO E PERICIADO!



Lista completa aqui:
Relação completa de todos os políticos que fizeram campanha usando caixa dois de FURNAS.

*Quem é quem e quem recebeu quanto na lista do caixa dois de Furnas *

A "Lista de Furnas"

Documento sobre um suposto esquema de caixa dois nas eleições de 2002, cuja autenticidade está sob investigação da Polícia Federal - é essencialmente uma lista tucana.
Confira nos gráficos abaixo.

Os candidatos do PSDB teriam ficado com mais de dois terços (68,3%) dos R$39,9 milhões que teriam sido distribuídos a 156 políticos por empresas fornecedoras da última grande estatal do ramo elétrico. O PFL fica com um segundo lugar bem distante, 9,3%.
Mas, segundo a “Lista”, o dinheiro do PSDB não teria sido distribuido por igual. O grosso foi para três candidatos, que disputavam os três cargos mais importantes do esquema eleitoral tucano em 2002: José Serra, que pleiteava a Presidência, Geraldo Alckmin, candidato a governador de São Paulo, e Aécio Neves, que concorreu ao governo de Minas. Os três, conforme a “Lista”, triam ficado com mais da metade do dinheiro do esquema de Furnas. Os demais 153 políticos que constam na “Lista” teriam dividido os 45,4% que restaram.

*A filiação partidária dos 156*

O PSDB também é o primeiro colocado em número de políticos entre os 156 citados no esquema que seria operado pelo então presidente de Furnas, Dimas Toledo, levado ao cargo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. São 47 tucanos na lista, cinco deles candidatos a cargos majoritários. O PFL comparece com 33 candidatos, apenas um a cargo majoritário (senador).

Veja adistribuição:

Outro modo interessante de ler o documento em exame na PF é comparar os nomes que constam ali com a relação dos membros da CPI dos Correios, que desde junho do ano passado investiga as denúncias de corrupção no Parlamento.



O primeiro destaque é para o deputado ACM Neto (PFL-BA), que tem se salientado pela estridência de seu desempenho na comissão. Ele teria recebido R$ 75 mil do esquema de Furnas. Quanto ao PSDB, constam da “Lista” três dos seus quatro deputados que são titulares ou suplentes da CPI. Figuram também entre os 156 um membro da CPI dos Correios pertencente ao PL e dois dos quadros do PTB.













Cunha ameaça a existência do SUS para atender financiadores de campanha

22/03/2015 - Copyleft

Para atender financiadores de campanha, Cunha ameaça a existência do SUS

Cunha recebeu R$ 250 mil de planos de saúde, engavetou a CPI que investigaria o setor e quer obrigar as empresas a pagarem planos privados aos funcionários


Najla Passos
Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr


Uma proposta de emenda à constituição de autoria do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), se aprovada, poderá significar o mais duro golpe contra uma das maiores conquistas civilizatórias da sociedade brasileira no século XX: o Sistema Único de Saúde (SUS), universal e gratuito, criado para atender aos brasileiros, sem distinção de classe ou categoria profissional. Trata-se da PEC 451/2014, que obriga as empresas a pagarem planos de saúde privados para todos os seus empregados. E, consequentemente, desobriga o Estado a investir para que o SUS garanta atendimento de saúde de qualidade para todos.  

Reconhecido como um dos principais lobistas das empresas de telecomunicações no Congresso após sua atuação veemente contra a aprovação do novo Marco Civil da Internet, Cunha é também um dos mais legítimos representantes dos planos de saúde que, só nas últimas eleições, distribuíram R$ 52 milhões em doações para 131 candidaturas de 23 partidos, em todos os níveis. O presidente da Câmara foi o que recebeu o terceiro maior “incentivo”: R$ 250 mil, repassados à sua campanha pelo Saúde Bradesco.  
 
Em contrapartida, desde mandatos anteriores, faz da sua atuação parlamentar uma verdadeira cruzada em favor dos planos privados. Foi ele o relator de uma emenda à Medida Provisória 653/2014, posteriormente vetada pela presidenta Dilma Rousseff, que anistiava os planos em R$ 2 bilhões em multas. Também foi Cunha que, assim que assumiu a presidência da casa, engavetou o pedido de criação da CPI dos Planos de Saúde, de autoria do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), que já tinha parecer positivo da consultoria da Câmara pela admissibilidade e contava com 201 assinaturas de deputados, 30 a mais do que o mínimo necessário previsto pelo regimento.
 
Com a PEC 461/2014, ele amplia consideravelmente o mercado dos planos privados, que têm crescido de forma vertiginosa e já alcança 50 milhões de usuários, um quarto da população brasileira.  Grosso modo, a matéria legislativa propõe a privatização do sistema de saúde do trabalhador brasileiro, em detrimento de maiores investimentos no SUS, que beneficia não só àqueles que disputam atendimento médico direto, mas também a criança que é vacinada contra a pólio ou mesmo o cidadão que compra um simples pãozinho, que teve sua manufatura antes inspecionada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“O SUS é o grande plano de saúde dos brasileiros. De todos os brasileiros. Nós precisamos fortalecê-lo, aperfeiçoá-lo, discutir seu financiamento e o pacto federativo que o mantém. E não acabar com ele. Isso significa um retrocesso em todos os sentidos, porque reduz direitos”, afirma o médico, professor e deputado Odorico Monteiro (PT-CE), membro titular da Comissão de Saúde e Seguridade Social da Câmara e ex-secretário de Gestão Participativa do Ministério da Saúde, para quem a caminhada civilizatória brasileira já está muito mais avançada do que o debate que o presidente da casa propõe com a PEC 451. 

De acordo com o especialista, o Brasil virou a página do debate sobre a necessidade da implantação de um sistema universal de saúde com a promulgação da Constituição de 1988, que previu a criação do SUS. Ele acrescenta que, ainda que com enorme atraso em relação aos países europeus que investiram nas suas políticas de bem-estar social, o Brasil conseguiu se tornar o único país do mundo com mais de 140 milhões de habitantes a universalizar o atendimento integral à saúde, da prevenção à alta complexidade. “Essa é uma conquista da qual a sociedade não pode prescindir”, defende.

Odorico Monteiro relata que, na Europa, mesmo durante esta última crise econômica, que afetou profundamente muitas economias do continente, o fim dos sistemas universais de proteção à saúde sequer chegou a ser incorporado ao debate, devido à importância que têm. “Na Europa, mesmo durante a crise, não houve nenhum surto privatizador, porque os países entendem a importância dos sistemas universais para a proteção do trabalhador. Nem mesmo na Espanha ou na Grécia. Pelo contrário”, explica.
 
Ele analisa que, caso a PEC de Cunha seja aprovada, o país retrocederá ao que era antes da Constituição de 1988, quando o antigo Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps), criado pela ditadura militar, funcionava como uma federação de planos de saúde das diferentes categorias profissionais, deixando à margem do atendimento um grande número de cidadãos. “Essa PEC tenta criar um grande Inamps privado, com planos de saúde cinco estrelas para alguns e nenhuma atendimento para outros. Isso é retrocesso. O Brasil já virou essa página”, insiste.
 
CPI dos Planos de Saúde 
 
Autor do requerimento para a instalação da CPI dos Planos, o deputado Ivan Valente também critica a postura de Cunha ao apresentar a PEC e operar para beneficiar os planos privados, ao invés do conjunto da sociedade. “Está muito claro que Cunha trabalha para ampliar a oferta de saúde privada, enquanto o que o país precisa é fortalecer o SUS. Nós vamos entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para viabilizar a CPI dos Planos de Saúde que ele engavetou”, afirma.
 
Valente lembra que ingressou com a CPI dos Planos no segundo dia deste período legislativo, antes mesmo da entrada da CPI da Petrobrás, já instalada com o objetivo explícito de desgastar o governo e está em pleno funcionamento. Cunha, entretanto, afirmou que a CPI dos Planos não tinha foco, desconsiderando o parecer da consultoria legislativa da própria casa, que falava que todos os requistos para instalação estavam contemplados. 
 
“Quando nós fomos contestar a decisão dele em plenário, dizendo que ela era política e que o interesse dele na causa era grande, porque tinha recebido R$ 250 mil da Bradesco Saúde, houve um bate boca e meu microfone acabou sendo cortado”, lembra o deputado. Agora, ele está determinado a rever a decisão do presidente no STF.
 
“Nós vamos entrar no STF com base no parecer da consultoria da Câmara, levantando a jurisprudência do própria corte que, por meio de uma outra decisão da ministra Rosa Weber, prevê que a CPI, tendo foco, é um direito inalienável das minorias e, como tal, deve ser instalada”, esclarece.
 
Reforma política já
 
Para Valente, a negativa de Cunha de instalar a CPI dos Planos, somada à sua atuação parlamentar em defesa do setor, mostra o quanto o financiamento de campanha determina os rumos das discussões das políticas públicas no Brasil. “Precisamos denunciar a que interesses ele atende ao tomar esse tipo de medida, que só fortalece a necessidade de uma reforma política que acabe com o financiamento privado de campanha”, aponta o deputado.
 
Odorico Monteiro, que também defende o financiamento público exclusivo das campanhas políticas, ressalta que é lamentável que as discussões de políticas públicas no país se deem sempre sob a tutela dos grandes grupos econômicos.  “Acabar com o financiamento privado das campanhas eleitorais é outra página que precisamos virar na história deste país”, defende.

Créditos da foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / ABr

roubalheira pega os tucanos


segunda-feira, 23 de março de 2015

Melo: roubalheira pega os tucanos. Que bom, né, Gilmar ?

97% dos participantes se declararam a favor de uma Constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político.


De Ricardo Melo, na Fel-lha (ver no ABC do C Af), que se pergunta pela Constituinte.

Lembra, amigo navegante, da Constituinte ?

POR QUE NÃO UMA CONSTITUINTE?



(…)

Um dos alvos da Lava Jato, a Setal, abriu o bico sobre o cartel que cercava a Petrobras. Segundo a empresa, a indústria da fraude vem de longe. Mais precisamente do final dos anos 1990, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. E agora, senador José?


Quase ao mesmo tempo, surge vídeo do processo sigiloso mais vazado da história. O criminoso Alberto Youssef delata, em alto e bom som, que o senador Aécio Neves recebia propinas de uma diretoria de Furnas. Em São Paulo, capitania tucana, avança o processo sobre a roubalheira na CPTM/Metrô; procuradores acham brechas para ressuscitar a Castelo de Areia. (Para quem não se lembra, trata-se de operação sobre negociatas com governos tucanos. Foi impugnada sob o argumento de que os grampos incriminadores eram ilegais… Imagine se o mesmo critério fosse aplicado na Lava Jato.)

Quer mais? Empreiteiros juram de pés juntos que Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB e já morto, embolsou grana pesada para esvaziar investigações na Petrobras. E um novo nome aparece para atormentar vestais de azul: o doleiro Adir Assad, ajudante de ordens de Youssef. 

(…)

… mais de 7 milhões de brasileiros participaram de um plebiscito informal que durou de 1º a 7 de setembro de 2014. Quase 500 entidades organizaram a consulta. Resultado: 97% dos participantes se declararam a favor de uma Constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político. Detalhe: a proposta foi lançada pela própria administração petista pós-junho de 2013. 

(…)

Num país em que um ministro do Supremo se dá o direito imperial de bloquear um mísero projeto de purificação do financiamento eleitoral, e seus colegas de corte se fingem de mortos, qualquer cenário é possível. 



Leia também:



POR QUE GILMAR NÃO DEVOLVE?


Imagem publicada no Twitter do deputado Rogério Correia - PT

publicações censuradas pelo Facebook

Brasileiros podem ter publicações censuradas pelo Facebook, dizem especialistas

REUTERS/Dado Ruvic
Daniella Franco
Os brasileiros podem passar pelo pente fino do Facebook e ter conteúdo censurado com as novas regras anunciadas pela plataforma. O foco da rede social é especialmente barrar a ação de grupos extremistas e postagens que façam apologia ao terrorismo. Mas, conteúdos violentos e de propagação de ódio também estão na mira do Facebook.
Desde a época da campanha presidencial, os ânimos dos brasileiros se acirraram na internet. Conteúdos ofensivos e postagens agressivas vêm ocupando a timeline dos usuários desde então.
O panelaço contra o governo da presidente Dilma Rousseff e as manifestações contra a corrupção do 15 de março, essencialmente organizadas através das redes sociais, também resultaram em um grande número de publicações, nem sempre simpáticas.
No Facebook e no Twitter, fotos e vídeos mostraram situações extremas durante os protestos, como a agressão de participantes que não vestiam as cores verde e amarela, as ofensas misóginas contra Dilma Rousseff ou manifestantes pedindo a volta da ditadura militar. A troca de ofensas entre partidários de diferentes vertentes políticas também se acentuou.
Terra de ninguém
"O que nós vimos no último dia 15 de março foram discursos de ódio. Esse comportamento vem ganhando espaço dentro das redes sociais. Mas o Facebook não funciona desse jeito", observa o professor do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe, Dilton Cândido Santos Maynard, especialista em ativismo cibernético.
Para Maynard, as novas regras contra conteúdos ofensivos da plataforma visam manter a ideia original de uma comunidade onde as pessoas trocam ideias e não ofensas. "O próprio sentido da expressão 'rede social' sugere troca e respeito mútuo. Se esses dias de terra de ninguém nas redes sociais não acabarão a curto prazo, eles não serão mais facilmente tolerados", prevê.
Liberdade tem limites
O professor e pesquisador da Universidade Mackenzie, Celso Figueiredo, especialista em redes sociais, acredita que a internet traz a falta impressão de liberdade plena aos usuários. "Protegido por trás da tela do computador, o usuário tem um sentimento de liberdade que não é real, de publicar e dizer o que quiser. Isso faz com que ele perca a noção do que é público e o que é privado", analisa.
No Brasil, onde os brasileiros estão acordando para uma maior participação política, Figueiredo prevê uma possível revolta dos usuários caso suas postagens forem eventualmente censuradas. "Ao expressar sua emoção com a sensação de proteção de estar por trás da tela do computador, muitas pessoas exageram na expressão de suas emoções. Ao ter seu conteúdo eliminado, esse ódio pode se virar contra o próprio Facebook", diz Figueiredo.
Segurança nacional
Em seu blog, o Facebook anunciou, na semana passada, a série de novas regras que incluem também restrições a nudez e a imposição da utilização do nome e do sobrenome verdadeiros pelos usuários. A plataforma também avisa que, sob encomenda dos governos, continua realizando relatórios sobre os usuários e o conteúdo que publicam, dentro de sua política de proteção e segurança.
Para Maynard, não restam dúvidas que as redes sociais são pressionadas pelos governos para vigiar e repassar conteúdos que façam apologia ao ódio, a violências e ao terrorismo às autoridades. "É evidente que este tipo de decisão não acontece porque o Facebook é clarividente. Os governos acabaram percebendo as ressonâncias destes conteúdos agressivos", ressalta.
Figueiredo defende o fornecimento de informações da plataforma para os governos. "O Facebook é um canal para capturar novos terroristas. É razoável imaginar que os governos queiram essas informações até por uma questão de segurança nacional", conclui.

Facebook atualiza regras para posts a fim de evitar abusos e extremismos

Facebook tenta enquadrar o comportamento dos usuários às regras de combate ao extremismo e a comportamentos abusivos.
Facebook tenta enquadrar o comportamento dos usuários às regras de combate ao extremismo e a comportamentos abusivos.
Pixabay

Nesta segunda-feira (16), a rede social Facebook atualizou e esclareceu aos usuários as novas regras sobre o que é conveniente postar e como tratar assuntos sensíveis como violência, incitação ao ódio e apologia do terrorismo.

Em primeiro lugar, Facebook comunicou que não autoriza mais em sua plataforma a presença de grupos que fazem a apologia "de atividades terroristas, organizações criminosas ou que estimulem o ódio".
Segundo as novas diretrizes colocadas on line no blog oficial da rede, serão retiradas as imagens de compartilhamento de temas ligados ao sadismo ou glorificação da violência.
Monika Bickert, conselheira adjunta do grupo, declarou que essas normas foram concebidas para a criação de um espaço onde as pessoas possam se sentir motivadas e encorajadas a tratar os outros com empatia e respeito. "Enquanto a nossa política e nossas regras não mudaram, sentimos a demanda dos usuários por mais clareza e exemplos, e é o que estamos fazendo com a atualização de hoje".
Basta à nudez
Uma grande novidade nesta busca de mais ética é a proibição da nudez no Facebook, exceto se as imagens forem ligadas ao aleitamento, à arte ou a estudos médicos.
Os usuários também deverão usar o seu nome verdadeiro, uma exigência polêmica que certamente vai desagradar aos que utilizam apelidos na rede.
Numa tentativa de criar normas que correspondam às exigências de uma comunidade internacional e diversificada, Facebook se reserva o direito de apagar conteúdos e fechar as conta consideradas "uma ameaça física ou um risco direto para a segurança pública".
Todas essas medidas também têm uma certa flexibilidade, pois algo que possa parecer desagradável para alguns não é, necessariamente, contra a ética do grupo.
Difícil equilíbrio entre liberdade e radicalismo
O esclarecimento da política editorial do Facebook ocorre em um contexto onde as redes sociais tentam equilibrar a liberdade de expressão e a luta contra os discursos radicais, especialmente os que fazem a apologia dos jihadistas como o grupo Estado Islâmico, por exemplo.
Facebook também publicou seu relatório sobre os pedidos dos governos referentes aos dados dos seus usuários no segundo semestre de 2014; houve uma alta em matéria de pedidos de dados de cidadãos vindos da Índia, e uma baixa relativa aos usuários dos Estados Unidos e Alemanha.
O número de conteúdos bloqueados por infringir a lei americana aumentou 11%, passando de 8.774 casos a 9.707.