sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

A má fé do bozo

Índios, Bolsonaro e seu pecado

Leão Serva

Folha de S.Paulo, 28.dez.2018

Escrevo sentado em uma casinha próxima a uma comunidade de índios de contato recente na Amazônia, os suruwahá. Ao terminar, mando o artigo para o jornal usando a antena local de wi-fi. Entre outras histórias, acompanho o tratamento dentário que foi oferecido a dezenas de pessoas do grupo, cerca de 50 homens e mulheres que receberam próteses produzidas em impressoras 3D.

É possível que nem o dentista do futuro presidente, Jair Bolsonaro, tenha acesso a esse equipamento, ainda raro no país. Mesmo assim, leio no site da Folha o eleito dizer que "os índios querem internet e dentista" e que vai dar isso a eles. Não vai dar, porque eles já têm.

Bolsonaro tem especial predileção para falar de índios. Mas parece que escuta a arara cantar e não sabe onde, como se só os conhecesse dos filmes de Hollywood ou de ouvir falar (mal).

Diz o eleito que os índios precisam empreender. Pois, a esta altura, a lista dos produtos indígenas bem-sucedidos não cabe neste artigo. O chef mais famoso do Brasil, Alex Atala, fez de seus temperos a base de pratos badalados, que rendem mais ao país que muitos hectares de soja.

Em Roraima, índios criam uma em cada dez cabeças de gado; no Acre, constroem uma fábrica de polpa, para otimizar sua produção de frutas, e exportam urucum para multinacional de cosméticos. Mas nesses lugares, elites preconceituosas negam os fatos, para manter o estigma do índio preguiçoso.

O futuro presidente afirma que o turismo pode fazer bem à Amazônia. Mais uma vez, chove no molhado: diversas agências oferecem viagens a terras indígenas.

Em vez de pagar multa por pesca ilegal, Bolsonaro pode ir a uma comunidade, ficar hospedado e fisgar peixe. Tudo perfeitamente legal, ajudando índios empreendedores a manter a floresta de pé.

Sua proposta de arrendar terras de índios já foi tentada no passado. Os conflitos mais tensos que temos foram causados por esse modelo: depois de uma ou duas gerações, os fazendeiros alegam direitos adquiridos e tomam as terras. Foi assim no sul da Bahia, na Raposa Serra do Sol e em Mato Grosso do Sul.

Também a autorização para mineração em áreas indígenas não é novidade. É prevista em lei. Mas precisa ser autorizada pelo Congresso e exige aval das comunidades. A legislação, na Constituição de 1988, não foi obra de "esquerdistas" ou "internacionalistas". Foram os militares que a conceberam.

O autor do texto foi o ex-ministro coronel Jarbas Passarinho, em consenso com indigenistas nacionais. A ideia: as terras são patrimônio inalienável da União, e os índios têm usufruto, ajudando a manter a floresta. As fotos de satélite, produzidas pela elite da aeronáutica (Inpe), provam que o modelo deu certo: o patrimônio da União só é preservado nessas áreas; fora, é grilado, desmatado e queimado.

Bolsonaro precisa conhecer mais a complexa realidade indígena. Se até o rei da Noruega veio ao Brasil se hospedar em uma aldeia, nosso líder também merece. Não precisa de coroa para ter majestade, basta despir-se do orgulho.

Há índios que querem viver isolados, e precisam de proteção; outros cursam as melhores universidades. A Unicamp criou um vestibular para eles; a Federal de São Carlos tem dezenas de alunos, e a de Roraima mantém cursos de temática especializada. E o que dizer dos indígenas do Exército? Alguém acha que vêm do "zoológico"?

Bolsonaro deve entender que, para ser um bom cristão, não basta repetir sempre o mesmo versículo da Bíblia, mas superar o pecado. No seu caso, a soberba.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Juízes cúmplices

A responsabilidade dos juízes na catástrofe que SE anuncia
cartacampinas3 de janeiro de 2019 13:29


Bolsonaro e os juízes, parceiros inseparáveis
.Por Fábio Oliveira Ribeiro.
Durante a campanha eleitoral que levou Dilma Rousseff à presidência pela segunda vez, o TSE fez uma campanha inesquecível. O país era comparado a um ônibus e os eleitores poderiam escolher seu destino. Então o ônibus virava à direita e a propaganda terminava.
(arte sobre foto stf divulgação)
A mensagem do TSE era bem clara. Os juízes tinham escolhido um novo caminho para o país.
A derrota de Aécio Neves deixou os juízes irritados. Quando Dilma Rousseff vetou o aumento salarial que eles desejavam a irritação se transformou em ódio e esse sentimento passou a inspirar decisões judiciais absurdas contra o governo. As manifestações de rua ajudaram a colocar Michel Temer no poder, mas isso só foi possível porque os Tribunais impediram a presidenta de governar. Isso ficou muito nítido quando Lula foi impedido de assumir a Casa Civil através de uma decisão judicial.
Passado e presente se uniram na última eleição. Além de garantir os aumentos salariais e penduricalhos que desejavam sob o desgoverno Michel Temer, os juízes recuperaram todo o poder político que desejavam ao empossar Jair Bolsonaro apesar das fraudes eleitorais que ele cometeu.
Antes da eleição Luiz Fux disse que uma campanha de Fake News poderia levar à anulação do resultado. Componente essencial do golpe de 2016 “com o Supremo com tudo”, a Fake Justice distribuída pelo TSE consolidou a realidade política que os juízes desejavam. Não por acaso Fux esqueceu o que havia dito.
Hoje Bolsonaro tomou várias medidas, dentre as quais gostaria de destacar algumas: perseguição de servidores por razões políticas e ideológicas; eliminação do conselho que defendia alimentação saudável; fixação do Salário Mínimo em valor menor do que o previsto no orçamento; extinção do Ministério da Cultura e do Ministério do Trabalho; adjudicação aos ruralistas do poder de decidir os destinos dos índios; submissão total da política externa do Brasil ao Departamento de Estado norte-americano.
A esquerda reagiu com firmeza às medidas tomadas pelo novo desgoverno. Alguma delas certamente serão questionadas na Justiça. Mas há algo que ninguém deve esquecer.
Bolsonaro não está sozinho. Ele é apenas um agente temporário do sistema de poder que vem sendo construído pelos juízes desde que Luiz Fux, sempre ele, condenou José Dirceu porque o réu não provou sua inocência aplicando o princípio da presunção da culpa (apesar da CF/88 tutelar a presunção de inocência). Não me parece que os juízes estejam especialmente preocupados com o resultado das decisões que foram tomadas pelo tirano que assaltou o poder distribuindo mentiras pelo Facebook, Twitter e Whatsapp.
Não é possível isentar os juízes de culpa pela catástrofe que se anuncia. Eles serão responsáveis pelo assassinato de índios e sem-terras. Eles serão culpados pela distribuição de alimentos envenenados. Eles são os verdadeiros arquitetos dos expurgos políticos e ideológicos que serão promovidos por Bolsonaro. E em algum momento eles terão que pagar pelo que fizeram ao sistema de justiça, ao regime constitucional e aos cidadãos brasileiros.
O Sistema de Justiça brasileiro apodreceu e se tornou genocida. Portanto, quando Bolsonaro sentar no banco dos réus no Tribunal Penal Internacional os juízes terão que estar ao lado dele. Afinal, o tirano só adquiriu o poder de matar porque os seus parceiros inseparáveis revogaram o direito à vida e à saúde de mais da metade da população brasileira. (Do GGN)

Nada bom para o Brasil

[Em seu primeiro dia, Bolsonaro toma 17 medidas que prejudicam o povo; inacreditável!] http://va.topbuzz.com/s/fRQrTcp

Em seu primeiro dia, Bolsonaro toma 17 medidas que prejudicam o povo; inacreditável!

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Menos de 24 horas depois de assumir o comando do país, Jair Bolsonaro já colocou em prática seu projeto de governo que coloca em risco o povo brasileiro, a liberdade da população e a soberania nacional. Da posse até aqui, são ao menos 17 medidas que podem agravar ainda mais a crise iniciada após o golpe de 2016 e aumentar a violência contra pobres, negros e das minorias que tanto atacou durante sua vida parlamentar.

As decisões vão desde a redução do salário mínimo previsto para 2019 até a disposição imediata para curvar-se aos interesses do governo dos EUA.



Confira as 17 medidas de Bolsonaro contra o Brasil:

1) Garfou 8 Reais do salário mínimo aprovado pelo Congresso;

2) Extinguiu Secretaria da Diversidade, Alfabetização e Inclusão do MEC, para reimplantar o preconceito e impedir o ensino crítico;



3) Proibiu a Funai de demarcar áreas indígenas, que agora será feita pelo Ministério do Agronegócio;

4) Anunciou liberação a posse de armas e disse que vai tornar esse “direito” vitalício;

5) Anunciou que vai impor a prisão de condenados em segunda instância, atropelando o STF;

6) Extinguiu os ministérios do Trabalho, da Cultura, das Cidades, Esportes e Integração Racial;

7) Esvaziou a Comissão da Anistia, remetendo-a para o Ministério da Damares;

8) Liberou as chefias do Itamaraty para nomeações políticas, quebrando uma tradição secular da diplomacia profissional brasileira;

9) Anunciou que vai privatizar Eletrobras, apesar do veto do Congresso ao processo de capitalização da estatal;

10) Comprometeu-se com os EUA para atacar Venezuela, Cuba e Nicarágua;

11) Colocou a reforma contra os aposentados no topo da agenda de governo;

12) Confirmou a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, mostrando que é submisso a Trump e ofendendo a comunidade árabe;

13) Reprimiu seus próprios apoiadores na posse e censurou violentamente a cobertura da imprensa;

14) Anunciou demissão sumária de servidores que criticaram suas políticas em redes sociais privadas;

15) Esvaziou o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que orienta o combate à fome e o Bolsa Família;

16) Acabou com o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transportes e tirou do Senado a aprovação dos diretores do DNIT;

17) Fez um acordão com os partidos políticos que ele tanto criticou, para que o PSL apoie a reeleição de Maia e ganhe cargos na Câmara.

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quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Fenômeno devastador previsto para 2019








Inundações provocadas pelo fenômeno El Niño em Palmira, Colômbia, 1 de dezembro de 2010

Fenômeno devastador previsto para 2019 poderá atingir o Brasil


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AP Photo / Christian Escobar Mora

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Os bolsonaros dizem qualquer coisa

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS FRAUDADAS

O estrupador e...

A HISTÓRIA ESTUPRADA DO BRASIL

Corre mata adentro, cansada, ofegante, vencida.
É o bandeirante desbravador estuprando a índia. E é ela a selvagem, claro!
Tapa a boca, escraviza a alma. Chora, vendida.
É o senhor da casa grande, proprietário de carne, estuprando a negra na senzala. E é ela a escória, claro!
É o militar patriota estuprando a comunista subversiva nos porões da ditadura. E é ela a ameaça ao país, claro!
É o policial vestido de hipocrisia que atende a mulher violentada agora a pouco, perguntando que roupa ela usava na hora do ocorrido. E é ela que se veste errado, claro!
É o pai de família que faz sexo com a esposa indisposta. Mas isso não é estupro, é só sexo sem consentimento mútuo, claro!
É o macho alfa que estupra corretivamente a lésbica "mal comida". E é ela a doente que precisa de cura, claro!
É o aluno de medicina, estudante da “melhor universidade da América latina”, que estupra a caloura bêbada. E é a denúncia dela que mancha o nome da Universidade, claro!
É o político defensor dos “bons costumes” que só não estupra a deputada porque ela 'não merece'. Ufa, pelo menos alguém sensato nessa história violentada do Brasil.