sábado, 22 de junho de 2019

Bolsonaro diz ser dono dos índios e de suas terras

Frente pelos Direitos Indígenas reafirma apoio pela demarcação de terras
d24am20 de junho de 2019 20:08


Manaus – “Poderíamos estar discutindo avanços como os povos indígenas podem contribuir com o desenvolvimento sustentável; temos um imenso conhecimento sobre a biodiversidade, mostrando as nossas soluções, mas infelizmente estamos sendo vistos como inimigos por esse governo e a sociedade precisa estar atenta a isso”. A afirmação é da deputada federal Joênia Wapichana (REDE-RR) que esteve em Manaus nesta quinta-feira (20), presente ao encontro com lideranças indígenas do Amazonas, organizado pela Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), no auditório do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo no Amazonas (Sindipetro), na Avenida Bernardo Ramos, no Centro, zona sul de Manaus.
A parlamentar, que preside a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, afirmou que a reedição da Medida Provisória 870, por meio da MP 886, feita na quarta-feira (19), pelo Governo Federal, é inconstitucional. “Já enviamos requerimento ao presidente da Câmara pela devolução da MP. Isso é uma afronta ao Congresso Nacional, ao Direito Constitucional à nossa decisão. Vários parlamentares e partidos, a exemplo da REDE, PSol, PT, PSDB, que integram a Frente, também já entraram com ações para barrar essa medida”, afirmou. Na tarde de quarta-feira (19), o STF recebeu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e um Mandado de Segurança.
A parlamentar afirmou que a reedição da Medida Provisória 870 é inconstitucional (Foto: Divulgação)
“Contra a MP 870, derrubamos dentro da Comissão, decisão que foi validada em plenário, na Câmara,e que o Senado também derrubou, ou seja, o presidente não poderia jamais colocar a uma outra MP com o mesmo teor, é inconstitucional. Ele não desrespeita somente os direitos indígenas, mas todo o Congresso Nacional e a própria Justiça”, completou.
Evento ocorreu na manhã desta quinta-feira (20), em Manaus (Foto: Divulgação)
Na prática, a MP representa a transferência da responsabilidade pela demarcação de terras indígenas para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
“É uma afronta aos direitos já conquistados, previstos em nossa Carta Magna. Precisamos parar de pensar que o Governo pode mudar os direitos a hora que quer. Isso é um dever de Estado. Os povos indígenas são originários que contribuem com toda a população do mundo na proteção dos recursos naturais, das águas, das florestas, com seus conhecimentos tradicionais. Deveriam ser valorizados e a nossa Constituição Federal valorizou isso e destacou que é dever do Governo fazer a demarcação de terras”, completou Joênia Wapichana.
O deputado federal José Ricardo (PT-AM), vice-presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, afirmou que os parlamentares que integram a frente já estão mobilizados para derrubar novamente a medida provisória. Ele também reforçou a necessidade de organização estratégica do movimento indígena para eleger representantes diretos nos poderes legislativos federal, estadual e municipal.
“É uma afronta ao Congresso, à sociedade e aos povos indígenas. Há um conflito de interesses, pois você coloca a demarcação nas mãos de ruralistas que, historicamente, se opõem a esta causa favorecendo a estratégica de não se demarcar. Então pensamos que no Ministério da Justiça teria mais independência, mais condições de conduzir esse processo de garantias dos direitos territoriais dos povos indígenas”, afirmou Chico Loebens, membro do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que integra a Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI). Ele ressaltou ainda a manifestação de repúdio da FAMDDI em relação à medida provisória.
Durante toda a manhã, houve relatos das dificuldades enfrentadas pelas comunidades indígenas principalmente quanto à demarcação de terras, acesso à educação de forma integrada e saúde, levando em consideração os conhecimentos dos povos originários.
“Temos hoje 200 escolas em sistema precário e outras 300 que são casas adaptadas pelas comunidades, sem qualquer condição de aprendizagem. Precisamos também de um hospital indígena no Alto Rio Negro. Além disso, essa região tem sido vista como foco de exploração mineral, ou seja, não estão preocupados com a população local, com suas questões culturais, mas em nos destituir de nossas terras para explorá-las. Nós iniciamos lá o Turismo Ecológico, mas nada disso tem incentivo”, afirmou o presidente da Federação das Organizações Indígenas do Alto Rio Negro (Foirn), Marivelton Barroso, do povo Baré. “Hoje não temos segurança para registrar um Boletim de Ocorrência. Dias atrás precisamos fazer um junto à Polícia Federal, para denunciar invasão de terras indígenas e cheguei a ser intimidade por um delegado de polícia civil”, completou.

Articulação

Para Rosemere Teles, representante da Rede de Mulheres Indígenas do Amazonas Makira Ëta, quando o Governo Federal tem uma visão contrária aos indígenas, quem sofre são os demarcados, os ainda não demarcados e também os indígenas que estão nas cidades por que o território é parte da cultura indígena. Atualmente, essa é a bandeira de luta das mulheres que estarão de 7 a 11 de agosto, discutindo essa temática em um encontro em Manaus.
“Vamos debater também pequenas atividades sustentáveis de geração de renda nesses territórios seja na roça, no extrativismo, seja no artesanato. Temos a visão de trabalhar um plano de gestão econômico dentro das terras, de cada povo. Estamos hoje mais do que integrados na política do Estado brasileiro. Nossos antepassados não falam português; hoje, nós falamos. Nós indígenas estamos nos empoderando dos nossos direitos. Conhecemos a Constituição Federal e exigimos que ela seja respeitada”, afirmou.

Sobre a FAMDDI

Criada em 14 de dezembro de 2018, durante o IV Encontro do Fórum de Educação Escolar Indígena do Amazonas (Foreeia), a FAMDDI reúne entidades indígenas e não indígenas voluntárias como Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Serviço de Cooperação com o Povo Yanomami (Secoya), Associação dos Docentes (ADUA), Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJPAM) e Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental (SARES).

Guerra híbrida por bens estratégicos

Guerra Híbrida e o controle dos bens naturais estratégicos
brasildefato20 de junho de 2019 10:27


Manifestante segura uma placa onde se lê "Atacam por petróleo" durante um protesto em apoio a PDVSA em Caracas. Foto: Ariana Cubillos/AP Pho / Ariana Cubillos/AP Pho
Revoltas sociais e mudanças de regimes no Oriente Médio; na América Latina golpes abertos e suaves (parlamentares); vitórias eleitorais de figuras com um discurso ultraconservador, que flertam com um neofascismo nascente, em diversos países, EUA, Brasil, Filipinas, Turquia e Índia; fortalecimento das guerras comerciais entre grandes potências como China e EUA; um bombardeio de informações e contrainformações com a produção de pós verdades; o cerco político e militar cada vez mais forte aos países que ainda mantém sua soberania como pilar de um desenvolvimento autônomo, como Venezuela e Cuba. Essa série de eventos se encontram em meio a tantos outros em uma conjuntura adversa para a classe trabalhadora.
A crise atual é de dimensões econômicas, sociais, políticas e ambientais em um cenário internacional de reordenamento de forças geopolíticas, com a contestação da hegemonia estadunidense no mundo, ameaçada pelo avanço econômico mundial de outros países, tendo a China como seu principal representante, com ousados projetos como a Nova Rota da Seda.
Uma das saídas do capitalismo à crise é a intensificação de uma nova ofensiva neoliberal, com o objetivo de atender a um novo padrão de acumulação capitalista predatório. A voracidade da disputa pelo controle dos bens comuns da natureza tem a ver com a disputa hegemônica, e a capacidade de cada grupo capitalista de ter acesso aos recursos valiosos e estratégicos. Se vê uma espécie de corrida para ocupar os territórios, as guerras atuais são mecanismos de disciplinamento do capital em função de suas necessidades de acumulação.
Grande parte desses bens estão concentrados na América Latina com uma vasta biodiversidade. Dos dez países com maior concentração de biodiversidade do mundo, sete são latino-americanos e cinco estão concentrados na América do Sul. Devido a tal concentração a região é palco de forte pressão estadunidense, sendo o golpe em Honduras em 2009 um marco da retomada de controle da região pelos EUA.
A Amazônia, um dos territórios mais importantes a nível regional e global, onde se concentram bens naturais, biodiversidade, diversidade cultural e social, é fundamental para a hegemonia dos Estados Unidos no continente Não só pela particularidade natural da região, mas também pela sua extensão por nove países ser uma potencial ligação intercontinental.
Como analisado no Dossiê n°14 do Instituto Tricontinental, desde o golpe no Brasil, em 2016, a ofensiva de empresas mineradoras e do agronegócio sobre o Estado tem pressionado a criação leis e modificações no código da mineração, no acesso e exploração das terras. Tais alterações afetam diretamente a Amazônia e a atuação dessas empresas na região. Diversas medidas para facilitar o licenciamento ambiental, autorizar mineração em terras indígenas e em áreas de fronteira, provocar a estrangeirização de terras, intensificar a exploração e beneficiamento do nióbio e grafeno, que trará consequências para a Amazônia e para todo o país.
Entre os países que compõem a região amazônica está a Venezuela, país chave na ofensiva imperialista, devido as imensas reservas de petróleo e sua posição estratégica. O objetivo estadunidense é recuperar a Venezuela como espaço privilegiado para a produção petroleira, garantindo, inclusive, que a exploração seja feita por empresas norte-americanas, em especial a Exxon e a Chevron, e economizar recursos em transporte, como mencionado no Dossiê nº 17 do Instituto Tricontinental.
Além da biodiversidade amazônica e a importância do Petróleo, o controle das principais regiões que concentram os minerais como ouro, níquel, ferro, diamantes entre outros despertam o interesse dos grandes conglomerados na América Latina e na África. No dossiê nº 16 há uma análise de como a exploração predatória das grandes indústrias extrativas têm mantido o continente africano em condições de pobreza e dependência.
Nesse caso acontece uma força desproporcional das grandes corporações que extraem os minerais e concentram a maior parte da receita. Dados recentes do Banco de Gana apontam como se dá esse processo. Dos 5,2 bilhões de dólares em ouro exportados por empresas de mineração estrangeiras de Gana, o governo recebeu menos de 1,7% dos retornos globais de seu próprio ouro.
Das dez maiores empresas multinacionais que operam no continente uma é do Reino Unido, uma do Brasil, duas da Austrália, três dos EUA e três do Canadá. De todas as empresas de mineração no mundo, 60% delas estão sediadas no Canadá.
O Apontamento n°1 do Instituto Tricontinental mostra como as grandes empresas da mineração atuam nesses continentes utilizando uma repressão política, que inclui estupro de crianças, assassinato e migração forçada, para minar a oposição em relação a infraestruturas e condições de trabalho perigosas. O desmatamento, a contaminação da água, o envenenamento por cianeto e outras infrações ambientais ocorrem simultaneamente com as violações de direitos humanos.
A disputa geopolítica e a guerra híbrida
É fato que o controle desses territórios para o imperialismo sempre foi uma necessidade para a manter os ganhos dos grandes conglomerados a partir da exploração. A América Latina e o Caribe, considerados pela geopolítica estadunidense como “quintal” e “zona natural de influência”, ricos em bens comuns naturais, ocupam um lugar central nessas disputas.
Tão fundamental que na disputa geopolítica mundial as guerras e conflitos estimulados pelo imperialismo se desenvolveram exatamente nos territórios que se encontram as bacias de petróleo. O mapa de atenção prioritária construído pelo Pentágono seguia esse trajeto de todo o campo de petróleo do planeta. As zonas de guerras seguiram a rota do petróleo.
As diversas estratégias de ação do imperialismo têm sido caracterizadas por alguns autores como “guerras híbridas”, uma combinação de guerra não convencional com a insurgência de atores da sociedade civil, tais como as chamadas “revoluções coloridas”, que abarcam assim forças estatais e uma variedade de atores. Essas formas de ingerência também foram consideradas como a aplicação de uma “doutrina de dominação de espectro total”, ou seja, opera sobre todas as esferas da vida social e, particularmente, no domínio dos corpos, corações e mentes da população.
Consideradas como “guerras assimétricas” ou “guerras difusas”, o que implica em intervenção e controle de todas as esferas de reprodução e a organização da vida em uma guerra não declarada, que não reconhece fronteiras e se difunde por todo o corpo social, também são chamadas de “guerras de quinta geração”.
Como analisamos em no Dossiê n° 05 -“Lula e a Batalha pela Democracia” do Instituto Tricontinental, todo processo do golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff e a prisão sem provas do ex-presidente Lula foram orquestrados a partir de métodos de desestabilização política. Uma arquitetura montada com a grande mídia – Grupo Globo –, o Judiciário e os parlamentares de um lado e grupos financiados externamente, criando fake news e insuflando uma classe média não engajada contra um governo democraticamente eleito.
A dinâmica da guerra híbrida promovida pelo império é multidimensional e buscamos apresentar aqui apenas algumas dessas dimensões. No Brasil, o emprego mais utilizado e denunciado foi o conceito Lawfare, que pode ser entendido como uma guerra jurídica, assimétrica, mediante o uso ilegítimo da justiça, com fins econômicos e políticos.
A dimensão econômica também é chave para gerar uma situação de descontentamento que pode levar aos conflitos diretos no território, a economia é uma arma da desumanizante guerra imperial, em seu formato de guerra híbrida.
É o caso da Venezuela, desde o início do governo de Hugo Chávez, com o crescimento do controle das intervenções estrangeiras houve a promoção da saída de capitais, especulação sobre a moeda, instrumentalização de novas travas comerciais e impulsionamento do desabastecimento programado; todas estas formas concretas de intervenção do império nesse plano hibrido. Essa estratégia começou em 2012 e atingiu, em 2017, um maior grau de beligerância e agressividade contra o povo.
Além da guerra econômico-financeira, o desabastecimento e as operações militares, são imprescindíveis a guerra psicológica, cultural e de comunicações, com o objetivo de criminalizar o governo popular através da manipulação de narrativas.
Além das tradicionais corporações midiáticas (televisão, jornais impressos e rádio), a internet ampliou muito essas ferramentas. As redes sociais e ferramentas comunicacionais possibilitam a montagem e manipulação de enormes bancos de dados que recompilam, identificam e classificam opiniões, sentimentos e desejos da população.
Entender o que está em jogo é determinante. Para manter o controle dos territórios estratégicos os EUA precisam destruir todo processo de soberania construído pelos países, onde estão os bens naturais. Os métodos são variados e tem o claro objetivo de alinhar os países aos interesses do imperialismo, sem nenhuma possibilidade de desenvolvimento autônomo e soberano.
Diante disso, a Venezuela é o epicentro dessa guerra no continente. Mas a guerra que se trava não é apenas da Venezuela, mas de toda a América Latina. As disputas e tensões que hoje têm lugar na Venezuela condensam os aspectos-chave da ofensiva neoliberal inclusive devido aos efeitos regionais que teria a frustração e a derrota da experiência bolivariana. Defender essa experiência é um dos desafios das forças progressistas e de esquerda no mundo.
Saber como o imperialismo e seus aliados têm se movimentado é primordial para levantar os desafios que competem as forças populares. Entre os muitos pontos reforçamos a defesa pela soberania que se apresenta como um eixo importante a ser desenvolvido para acumular nesses tempos, contra o entreguismo das classes dominantes as exigências estrangeiras.
Edição: Marina Duarte de Souza

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Como morreram os 12 apóstolos de Jesus?

Sistema de puxar água sem uso de energia.

Cristo entregue como arma antifascista ao comando de Bolsonaro

Para quem Bolsonaro está apontando essa arma?
midianinja21 de junho de 2019 03:41


Foto: Reprodução
Por Rachel Daniel / Mídia NINJA
Esse é o encontro da fé com o fascismo: uma arma na mão, um corpo – preto, LGBT, feminino, diferente – no chão e homens rindo e celebrando sua vitória. Todos uniformizados, levando o nome de Jesus no peito. É justamente para isso que o cristianismo fundamentalista interessa ao desgoverno bolsonarista: eliminar a possibilidade da existência da multiplicidade, do coletivo, da misericórdia, do amor, da justiça e da liberdade. É a aliança que faltava para a consolidação do projeto hegemônico/único/indivisível de sociedade.
Nós que crescemos no ambiente religioso sabemos que o que o fundamentalismo mais teme é a subversão do que eles definiram como “boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. Fora de sua moral e seus costumes, tudo é passível de morte – simbólica e física. Excluem, demonizam, gritam “Comunista”, “gayzista”, “abortista”, “anticristo”.
Dizem que não há de se levantar outra bandeira, se não a de Jesus, a bandeira única que elimina e assassina outras vozes, outros contextos, outras histórias, mesmo sendo o próprio Jesus, na tradição bíblica, que trouxe a luz outras possiblidades de ver e viver a fé.
Se essa fosse uma marcha com Jesus, a quem ele iria de encontro?
A aliança cristofascista não é capaz de se conectar com a premissa do evangelho, mas é capaz de violentar em nome do evangelho. Jesus não os serve para a mutualidade, para a divisão e desapego material, para a misericórdia e para o encontro com o diferente. Jesus só os serve para um projeto de poder, opressão e morte. Não se deixem enganar. O cristofascismo veio para matar, roubar e destruir. A marcha para Jesus nada serve a Cristo, mas a tudo serve para Hernandes, Malafaias, Macedos, Bolsonaros…

Deixo com vocês as palavras do profeta Isaias:

“Grite alto, não se contenha! Levante a voz como trombeta. Anuncie ao meu povo a rebelião dele, e à comunidade de Jacó, os seus pecados. Pois dia a dia me procuram; parecem desejosos de conhecer os meus caminhos, como se fossem uma nação que faz o que é direito e que não abandonou os mandamentos do seu Deus. Pedem-me decisões justas e parecem desejosos de que Deus se aproxime deles. ‘Por que jejuamos’, dizem, ‘e não o viste? Por que nos humilhamos, e não reparaste? ’ Contudo, no dia do seu jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês, e exploram os seus empregados.
Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto.
Será esse o jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor? O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Aí sim, você clamará ao Senhor, e ele responderá; você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. “Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia.

Isaías 58:1-10

Que Ruah tenha misericórdia de nós e nos use para pregar a liberdade e a pluralidade do amor de Deus para os que ainda estão presos nas garras do fundamentalismo.

Bolsonaro e o "Dividir para Governar"


LUTA DE CLASSES https://luizmuller.com/2018/07/22/comunicacao-guerra-semiotica-e-a-maxima-dividir-para-governar/ Comunicação, Guerra Semiótica e a máxima “dividir para governar” Publicado em julho 22, 2018 por LUIZ MÜLLER Deixe um comentário comunicacao-blog-da-qualidadeO Blog Duplo Expresso atacou Rui Falcão, acusando-o de ter se bandeado para o DEM, alguns próceres se mostraram surpresos com o que este blog aqui vem denunciando a muito tempo, e olha que específicamente este Blog já havia feito outros ataquea a lideranças petistas. Não é o único, e nem srá o útlimo. Em tempos de guerra semiótica a esquerda ainda não compreendeu a Comunicação como o campo de disputa da Luta de Classes nos dias de hoje. Mas é bom relembrar a forma pela qual se instalaram as tais “revoluções coloridas” que tiveram na “primavera árabe” seu cartão postal. Depois delas, muitas outras vieram e continuam acontecendo. A similaridade metódica entre a “primavera árabe” e o “junho de 2013” no Brasil este blogueiro já havia denunciado naqueles tristes tempos da intentona globalista contra a nação, mas por que amparados por narrativas de blogs e influencidores digitais do mesmo naipe de Duplo Expresso, pareceram a muitos como uma rebelião democrática autoorganizada. Não foi. Aliás, nestes ultimos dias amesma coisa vem acontecendo na Nicarágua e deixa a esquerda perdida, dividida, ou pior, absolutamente absorta pela narrativa identitária sem nenhum conteúdo de Classe. Estamos falando de narrativa e de conteúdos da mesma. A quem esquece proposital ou incosncientemente o papel dos trabalhadores na Luta de Classes, o discurso de defesa das identidades minoritárias soa como suposto caminho a esquerda, mas que sem o Centro Político dado pela Classe, acaba servindo é para a divisão. Navegando pela internet, encontrei um interessante artigo de Glen Geenwald escrito em 2005. Como e por que um sujeito com tais convicções expressas neste artigo, de repente passa a fazer um outro discurso, aparentemente a esquerda? Pense um pouco caro leitor: Texto de Glenn Greenwald, editor do Intercept, publicado no seu blog em novembro de 2005, durante a visita do então presidente dos EUA George W. Bush à America Latina, que incluiu o Brasil, revela o que ele realmente pensa da Esquerda na América Latina, seus líderes e militantes. ( The reality of Latin American reaction to Bush por Glenn Greenwald – Friday, November 04, 2005 Texto original no blog do Sr.Greenwald (em Inglês) -> http://glenngreenwald.blogspot.com.br/2005/11/reality-of-latin-american-reaction-to.html – Tradução: A verdade sobre a visita de Bush a América Latina por Glenn Greenwald – Sexta-feira, 04 de novembro de 2005 George Bush está na América Latina nesta semana, visitando oBrasil e a Argentina, e a maioria das reportagens na mídia americana estão tentando retratar um pequeno número de “protestos” isolados, organizadas por socialistas infantis, como uma espécie de grande protesto popular contra a visita de Bush, sugerindo, mais uma vez, que as políticas da Administração dele são falhas, porque as pessoas em outros países não gostam do Bush. Como de costume, a realidade é bastante diferente do que a mídia dos EUA está reportando. . É verdade que nesta região (como também nos EUA), ainda existe um pequeno e fervoroso grupo de fanáticos de esquerda que têm uma paixão louca pelas desgastadas políticas socialistas/coletivistas que condenaram milhões e milhões de pessoas na América Latina à pobreza, pobreza inimaginável até mesmo para os americanos mais pobres. Essas tais “manifestações de massa” na Argentina e no Brasil são na realidade nada mais do que alguns incidentes isolados de grafitagem de slogans pacifistas banais em Brasília, e um “rali”, semelhante ao da Cindy Sheehan, de socialistas do núcleo duro na Argentina,liderados por um jogador de futebol gordo e aposentado, venerador do Castro, que encontrou tempo suficiente longe de seu vício de cocaína de dezenas de anos, para aparecer usando uma camiseta tão inteligente com o nome de Bush em cima de uma suástica. Um quadro bastante diferente das demonstrações de massa e revolta popular anti-Bush, descritos pelo New York Times e inúmeros repórters de televisão. Em alguns países, especialmente na Venezuela, essa mania antiquada anti-americana da Esquerda não é pequena, mas predominante, e é o que levou esse país a estar sob o polegar dorepressivo do Hugo Chavez, uma cópia do Fidel Castro, cujo principal objetivo ao participar da cúpula regional Latino-Americana, parece ser atrair Bush e os EUA para uma espécie de jogo de insultos infantis, ao invés de estar fazendo algo construtivo para ajudar o seu empobrecido e instável país. Não é surpresa que o principal aliado de Chávez, que ama atenção,nesses joguinhos, parecem ser os jornalistas e correspondentes americanos que estão reportando a viagem de Bush. Eles instintivamente regurgitam histórias desse suposto enorme sentimento anti-Bush, baseados simplesmente num punhado desocialistas lerdos, que destróem a propriedade pública com clichês anti-guerra e hippies latino-americanos desempregados,reunidos prá cantar uma música, curtir uma celebridades e entoar uns cantos. A mídia americana está acostumada a traduzir esses incidentes isolados de forma equivocada, como se fossem uma representação da opinião pública maior, na viagem com Bush pela América Latina, eles obviamente carregaram na mala a sua preguiça jornalística. É a mesma verdade nos EUA, os agitadores socialistas Latino-Americanos, que captaram a atenção e o carinho dos meios de comunicação americanos, são tão sem substância quanto são inconsequentes. São amantes de Fidel Castro. Eles insistem que a raiz de seus graves problemas econômicos não são suas políticas coletivistas ou de caráter nacionalista, é claro, mas as políticas econômicas malignas dos EUA. Ao mesmo tempo, é claro, que ficam furiosos porque o malvado dos EUA não lhes está fornecemdo uma maior ajuda econômica. Durante o furacão Katrina, os jornais no Brasil foram preenchidos por artigos de colunistas da esquerda e cartas proclamando com a maior seriedade, que Katrina aconteceu porque Bush não assinou o Tratado de Quioto e, como resultado, os americanos estavam recebendo o que mereciam. Esse é o nível intelectual e moral desse pequeno grupo. Não há como negar o fato que grande parte do mundo se opõe àguerra no Iraque e a América Latina não é exceção. Isso não é uma surpresa. Seja qual for a opinião sobre a guerra no Iraque, é sempre o caso que as ameaças à segurança nacional de um país só sãolevadas à sério pelas pessoas daquele próprio país, e são levadas menos a sério pelas pessoas de outros países. Os ataques de 11 de setembro não ocorreram em São Paulo e aAl Qaeda não está declarando guerra aos peruanos. Portanto, é perfeitamente compreensível, mas igualmente irrelevante, que os latino-americanos não percebam como é fundamental e urgente a necessidade de mudar o Oriente Médio, da mesma forma que os americanos percebem que isso precisa acontecer.. Deveria ser óbvio que os riscos colocados à segurança nacional americana serão melhor compreendidos e apreciados pelos americanos e não por aqueles em outros países. E no entanto, a mídia americana se recusa a entender o que os cidadãos americanos entendem perfeitamente bem: especialmente quanto à questões de segurança nacional americana: o fato das pessoas em outros países se oporem ao que estamos fazendo, não significa que o quê estamos fazendo é equivocado ou errado. Isso parece ser uma idéia simples de entender, mas mesmo assim o argumento central da mídia americana, bastante refletido na viagem latino-americana de Bush, é que “as pessoas em outros países não gostam de Bush, portanto ele é um presidente ruim”. A grande maioria das pessoas aqui no Brasil, e em toda a América Latina, não estão grafitando muros, ou abandonando os seus empregos e filhos para ir participar de uma manifestação anti-Bush.Apenas um pequeno número de adoradores do Che Guevaraestão fazendo isso. Mas nada disso impedirá a mídia americana de descrever a realidade aqui de forma muito diferente, porque os comícios anti-Bush em larga escala são excitantes, divertidos e consistentes com sua ideologia. UPDATE: Enterrado no relato do “protesto” do New York Times nesta manhã, submerso embaixo dos parágrafos iniciais e típicos que descrevem este protesto depravado como prova de que “os problemas de Bush o perseguiram até uma reunião cumbre internacional aqui” – é essa passagem, que realmente diz tudo o que você precisa saber sobre os manifestantes e os sentimentos que os motivam: Como o Sr. Chávez falou, ele foi interrompido por cânticos da multidão zombando de Bush.Todas as menções de Fidel Castro, em contraste, foram animadas, assim como referências frequentes do Sr. Chávez ao desejo de unir toda a América Latina em uma nova onda de socialismo. . . . . Os milhares de manifestantes levaram bandeiras chamando o Sr. Bush de “fascista”, “assassino infantil” ou “besta genocida”, alguns com os “s” em seu nome substituídos por um sinal de dólar ou uma suástica. Fidel Castro foi um dos ditadores mais repressivos e assassinos do mundo nos últimos 40 anos. Será que é realmente um “problema” para Bush ter uma multidão que adora Castro estar protestando contra ele? Somente nos olhos de repórteres preguiçosos e estúpdos, essa multidão afirmativamente pró-Castro e seu comportamento seriam vistos como algo significativo, com credibilidade e nobre. UPDATE II: As fotografias da manifestação dizem muito sobre o quê realmente aconteceu e sobre a verdadeira natureza odiosa e os pontos de vista autoritários desses “manifestantes”. publicado por Glenn Greenwald | 11:57 Sexta-feira, 04 de novembro de 2005 Texto original do Sr. Greenwald (em Inglês): http://glenngreenwald.blogspot.com.br/2005/11/reality-of-latin-american-reaction-to.html Dica do texto do Sr. Greenwald me foi enviada pelo escritor e jornalista da Carta Capital Antonio Luiz M.C.Costa (@AluizCosta) – grata pela dica. Tradução e postagem por Isabel Monteiro Grifos/bold texto e highlights foram por mim adicionados Isabel Monteiro: (https://en.wikipedia.org/wiki/Drugstore_%28band%29) aka (também conhecida como) Gringa Brazilien (@GringaBrazilien) Reprodução: material público para livre distribuição São Paulo, 28 de janeiro de 2018 O que é Semiótica: Semiótica é o estudo dos signos, que consistem em todos os elementos que representam algum significado e sentido para o ser humano, abrangendo as linguagens verbais e não-verbais. A semiótica busca entender como o ser humano consegue interpretar as coisas, principalmente o ambiente que o envolve. Desta forma, estuda como o indivíduo atribui significado a tudo o que está ao seu redor. Os objetos de estudo da semiótica são extremamente amplos, consistindo em qualquer tipo de signo social, por exemplo, seja no âmbito das artes visuais, música, cinema, fotografia, gestos, religião, moda, etc. Em suma, quase tudo o que existe pode ser analisado a partir da semiótica, visto que para que algo exista na mente humana, esta coisa precisa ter uma representação mental do objeto real. Esta condição já faz de tal objeto, por exemplo, um signo que pode ser interpretado semioticamente. Leia também aqui no Blog: Comunicação e Redes Sociais: Ou a esquerda acorda ou terá um “Déjà vu” de 2013 Fonte: https://luizmuller.com/2018/07/22/comunicacao-guerra-semiotica-e-a-maxima-dividir-para-governar/

Legislar sem o congresso. Pode?!

'Bolsonaro fecha Congresso com a caneta e institui República Bolsonariana', diz Padilha


Da Rede Brasil Atual - Com as atenções voltadas para o depoimento do ministro da Justiça, Sergio Moro, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, ao longo do dia de hoje (19), o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para enviar ao Congresso a Medida Provisória 886. O texto altera diversas leis para fazer mudanças na “organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios”. Ou seja, a MP 886 veta as modificações feitas pelos parlamentares em outra MP de seu governo, a de número 870, editada logo no seu primeiro dia de governo. Entre os atos da medida, retira novamente da Funai, vinculada ao Ministério da Justiça, a competência pela demarcação de terras indígenas, entregando novamente para o Ministério da Agricultura, conduzido pela ruralista Tereza Cristina.
“Algo muito grave para a democracia brasileira aconteceu hoje. Bolsonaro simplesmente vetou, com a caneta dele, todas as mudanças feitas na MP 870. Ele vetou a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Ele vetou que as terras indígenas continuem com o Ministério da Justiça. Vetou o tema do registro sindical. Com a sua caneta simplesmente desrespeitou o que foi debatido pelo sociedade e aprovado pelo congresso nacional”, alertou o deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP).
Segundo o parlamentar, embora o presidente tenha sofrido derrota no Senado quanto ao decreto de posse e porte de armas, “na prática está fechando o Congresso Nacional”. “Quer governar só com medida provisória. Está instituindo a República Bolsonariana. Governar por decreto e medida provisória. Bolsonaro quer fechar o Congresso”, disse, lembrando que esta semana o presidente vetou a gratuidade da em voos nacionais.

De volta ao Executivo

O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), conversou nesta manhã por telefone com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre a MP 886. Na conversa, Molon expressou que a medida afronta recente decisão do Congresso, que recentemente decidiu devolver a demarcação de terras indígenas à Funai. E pediu ao presidente do Senado que devolva a MP ao Executivo em um gesto de defesa da Constituição, da separação de poderes e das atribuições do Congresso Nacional.
“A cada nova ação, Bolsonaro deixa claro que não respeita as atribuições do Congresso Nacional”, afirma Molon. “No mesmo dia em que sancionou a lei que devolvia a demarcação de terras indígenas e quilombolas ao Ministério da Justiça, em função do resultado da votação da MP 870 pelo Congresso, publicou nova Medida Provisória (886) devolvendo ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) aquela atividade. É uma afronta ao Parlamento e à Constituição.”
Na avaliação do parlamentar, “Bolsonaro parece fazer questão de dobrar a aposta no confronto institucional, sempre piorando as relações entre os poderes”. “Por isso, defendo que a MP seja devolvida pelo Congresso e declarada inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal), ao qual estamos recorrendo hoje”, disse, referindo-se a um aditamento à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6.062, da transferência da demarcação para o Ministério da Agricultura.
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

Conheça a TV 247

"Algo muito grave para a democracia brasileira aconteceu hoje. Bolsonaro simplesmente vetou, com a caneta dele, todas as mudanças feitas na MP 870", disse o ex-ministro Alexandre Padilha

Em sendo verdade...

Procuradores estão destruindo provas que os incriminam


"O teatro do absurdo do regime de exceção alcançou o apogeu", diz o colunista Jeferson Miola, após o escândalos da Lava Jato envolvendo Sérgio Moro e o MPF-PR; "Procuradores da república e juízes envolvidos em denúncias aterradoras, como práticas ilícitas e associação mafiosa, continuam nos respectivos cargos públicos e, para espanto geral, livres de qualquer investigação"
O teatro do absurdo do regime de exceção alcançou o apogeu.
Agora chegamos a um ponto em que esses procuradores, assomados por um sentimento de proteção das instituições e de impunidade, se dão ao luxo de comunicar, por meio de nota oficial da repartição pública da qual deveriam ter sido afastados há pelo menos 10 dias, que estão destruindo provas que os incriminam.
Às 18:35h desta quarta-feira, 19/6, véspera de feriado, enquanto Moro prestava depoimento no Senado, a força-tarefa da Lava Jato divulgou comunicado [aqui] para informar que “os procuradores descontinuaram o uso e desativaram as contas do aplicativo ‘Telegram’ nos celulares, com a exclusão do histórico de mensagens tanto no celular como na nuvem. Houve reativação de contas para evitar sequestros de identidade virtual, o que não resgata o histórico de conversas excluídas”.
Em português claro, excluir “mensagens tanto no celular como na nuvem” e não resgatar “o histórico de conversas excluídas” significa apagar e eliminar, talvez para sempre e de modo dificilmente recuperável, o conteúdo probatório que estava armazenado nos celulares funcionais dos procuradores ou em depósito virtual [na “nuvem”].
A destruição de documentos públicos armazenados em celulares funcionaisé mais um ardil dos procuradores na luta desesperada de sobrevivência e na guerra contra a verdade.
Ao dar sumiço nas provas, eles ingenuamente pretendem impedir a eventual auditoria e a comparação dos conteúdos oficiais com aqueles já revelados e com os que ainda serão revelados pelo Intercept.
A estratégia de defesa da Lava Jato, coordenada com a Rede Globo, está clara. Por um lado, inventaram uma falsa invasão por hacker [aqui] e criminalizaram a fonte de informação do Intercept para tentar anular o conteúdo que comprova as práticas criminosas continuadas de Moro, Dallagnol e de outros agentes públicos e privados.
Por outro lado, ao destruir os documentos públicos para dificultar a comprovação material da autenticidade dos conteúdos revelados pelo Intercept, o comando Globo-Lava Jato passará a sustentar outra farsa: a de que os diálogos mantidos entre Moro, Dallagnol e interlocutores são falsos, foram adulterados, ou, mais absurdo, que sequer existiram [sic].
Esse ardil, entretanto, é insustentável. Isso porque, quando das primeiras revelações, tanto Moro como Dallagnol reconheceram e confirmaram a autenticidade das mensagens. Além disso, a autenticidade pode ser atestada por outros métodos e técnicas que não a confrontação com os originais.
O procedimento dos procuradores se enquadra como crime de supressão de documento público tipificado no artigo 305 do Código Penal: “Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor”. A pena, neste crime, é de 2 a 6 anos.
Não é crível que procuradores continuem ocupando os mesmos cargos que usaram para perpetrar crimes e que Moro continue se desempenhando como ministro da justiça e chefe direto da Polícia Federal, a polícia judiciária que, em tese, deveria investigar as denúncias.
Indiscutivelmente estamos diante daquilo que o ministro do STF Gilmar Mendes nomeou como uma organização criminosa. Essa organização está incrustada no aparelho de Estado brasileiro e perpetrando, com a mais absoluta consciência e liberdade de agir, crimes continuados contra o Estado de Direito e a democracia.
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

Conheça a TV 247

"O teatro do absurdo do regime de exceção alcançou o apogeu", diz o colunista Jeferson Miola, após o escândalos da Lava Jato envolvendo Sérgio Moro e o MPF-PR; "Procuradores da república e juízes...

Na terra ou nas nuvens. Tanto faz...

Carta de Berlim: A defesa de Moro, vista de longe: elogio da mediocridade
cartamaior20 de junho de 2019 15:18


Créditos da foto: O ministro Sergio Moro fala sobre as mensagens vazadas pelo 'The Intercept' à CCJ do Senado, em Brasília, nesta quarta-feira (Evaristo Sá/AFP)

A Informação não

é mercadoria,
é um bem público.
Venha se somar aos mais de 100.000 leitores cadastrados.
O ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro escolheu o pior caminho para se defender na audiência de ontem na Comissão do Senado que o recebeu: o de se dirigir à idiotice de quem o ouvia, fosse na plateia imediata, presente, fosse na virtual, televisiva ou internauta.
O argumento de Moro, cansativamente repetido ao longo das nove horas de seu depoimento, pode ser resumido assim:
1 - Eu nego a autenticidade das conversas apresentadas.
2 - Elas “podem” ter sido adulteradas.
3 - Não me lembro delas.
4 - Não existem mais os originais.
5 - Eu as deletei de meu celular.
6 - E assim elas foram automaticamente deletadas na nuvem de que faziam parte, no Telegram.
7 - Somos, eu e a Lava Jato, vítimas de uma ação persecutória.
8 - Quem me acusa de ilícitos quer proteger os corruptos que condenamos.
9 - Tudo o que fiz foi legal.
10 - Se provarem que fiz algo ilegal, eu renuncio.
Rebato, de trás pra diante:
1 - Moro não vai renunciar. Se largar o osso, perde o filé, que é sua virtual candidatura à presidência, ou desiste do contra-filé, que é sua nomeação para o Supremo. É um blefe, no melhor estilo de seu agora Guru protetor, Bolsonaro. Acontece que Bolsonaro é um craque da empulhação. Moro tenta imita-lo, mas é um craque da mediocridade. Até em empilhar ele é medíocre. Bolsonaro tenta imitar Trump: ora diz, ora desdiz, ora recua, ora repete as mesmas estratégias. Moro, agora, tenta imitar Bolsonaro. É a meta-imitação. Com pouco sucesso.
2 - Moro desconhece a lei sobre o comportamento de juízes. Seja por ignorância, seja por tentativa de esperteza, mostra sua incapacidade para o cargo, e para o de ministro. Eu diria até que para juiz de futebol de várzea.
3 - Ninguém que acusa Moro de ilegalidades está querendo proteger outras ilegalidades. Este é um argumento, da parte dele, destinado a desviar o foco da questão. É uma falácia clássica, atribuindo a outrem o que este não disse.
4 - A Lava-Jato não e vítima de uma açanã persecutória. Ela é objeto de uma devassa, sobre seus métodos, suas práticas, seus objetivos reais e seus resultados, sendo que um dos principais destes é a condenação de alguém sem provas para alija-lo de uma disputa política, visando favorecer uma corrente política, a direita, e obter benesses por parte do vencedor do pleito, combinadas de antemão.
5 – 6 – 7 - O procurador Dallagnol disse recentemente que também deletou tudo. Desculpem: juízes e procuradores que deletam conversas de um dos processos mais importantes de suas vidas e do país, parecem o quê? Anjos? Além disto, a afirmação de que que se elas, as conversas, foram deletadas dos respectivos celulares, então “não existem mais” , é, para dizer o mínimo, ingênua ou idiota. É confiar demais do mundo da Telegram, da inteligência e contra-inteligência informativa. Entre eles, com estas afirmações frívolas e tolas, e o The Intercept, só há uma possibilidade. Confiar neste último. As conversas devem estar armazenadas até na CIA. Ou na ex-KGB.
8 - Moro deferia ganhar o prêmio Alzheimer do ano. Ou o Esclerose Cerebral.
9 - São ínfimas as possibilidades. Os Lava-Jatos, os jornalistas e senadores lava-jateiros não têm a menor ideia de com quem estão lidando. Falam para a sua corte. Glenn Greenwald, prêmio Pulitzer e mais outros sete prêmios de relevância internacional, é citado como um dos 50 ou mesmo dos 25 colunistas mais influentes nos Estados Unidos.
10 - Se negam a autenticidade das conversas apresentadas, devem apresentar as “autênticas”. Eliminaram? Isto pode ser considerado eliminação de provas. Crime.
Algo que ficou evidente nas nove horas de depoimento é o medo que bajuladores e críticos sentem diante de Moro e da Lava Jato. Indevido? Sim, indevido. Mas dá para entender diante de uma equipe de juízes e procuradores que fizeram da chantagem seu principal estilo de atuação.
Moro se diz discípulo da Mani Puliti italiana. Esta foi um desastre, ajudando a produzir Berlusconi e agora, a longo prazo, o Movimento 5 Estrelas e Matteo Salvini, o homem forte da Lega, ex-Nord. Mas as poucos vai parecendo sua real linhagem: a de Carl Schmitt, o jurista teórico do nazismo, que dizia ser o verdadeiro jurista de tempos excepcionais aquele que faz suas próprias leis. E o DNA de seu comportamento de ser juiz de instrução e ao mesmo tempo de condenação é o dos juízes da Inquisição, de Roland Freisler, o favorito do nazismo, Andrey Vychinsky, o favorito de Stalin, e Joe Mcarthy, o ed-juiz e senador que condenou todo mundo.
De todo modo, o depoimento de Moro foi o elogio da sua mediocridade. E mostra o clima insalubre do corporativismo jurídico brasileiro.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Como governa os homicidas

Teopolítica fundamentalista neoliberal: assim governam os perversos
domtotal20 de junho de 2019 06:39


Na 'teopolítica neoliberal', a religião e a economia se fundem no político. (Marcos Corrêa/ PR)
Por Élio Gasda*
O fundamentalismo parte de uma afirmação absoluta a respeito de sua própria verdade e rejeita os argumentos discordantes, considerando-os falsos. A aliança de dois fundamentalismos em torno do bolsonarismo desequilibrou a esfera política brasileira: fundamentalismo econômico e fundamentalismo religioso.
No fundamentalismo econômico, a existência humana gira em torno do dinheiro. A acumulação privada e ilimitada de riqueza é o eixo. Alguns sinais do neoliberalismo como fundamentalismo econômico: a imposição de uma verdade como absoluta, apoiada por uma ciência econômica como único caminho para o conhecimento da realidade e a intervenção sobre ela; a economia, como ciência exata, sobreposta à política; o pluralismo teórico e prático resignando-se à verdade das soluções econômicas; individualismo radical.
O sequestro da política é concretizado no papel do complexo transnacional financeiro/empresarial nas decisões do governo. O sequestro da política é traduzido por influência política desproporcional em relação a outros atores sociais. Segurança social, saúde, educação, são transformadas em fontes de acumulação de riqueza. O capital não tem função social.
O fundamentalismo religioso é constituído por uma mistura de moralismo (comportamento), tradicionalismo e meritocracia (teologia da prosperidade). A divindade se submete às ambições humanas. Deus é usado como elemento do discurso político. A "bandeira" política é identificada como vontade de Deus. Decisões políticas são "obras do Senhor". A ação política, as instituições públicas e os políticos devem ser guiados pelas verdades da religião. Os adversários ideológicos são inimigos de Deus. Na Igreja Católica, o fundamentalismo se transforma em movimentos neoconservadores que rejeitam o Concílio Vaticano II. No neopentecostalismo, por uma aliança do espiritual com o dinheiro e com o poder político. Teologia da prosperidade aplicada ao mercado (riqueza) e à política (conquista do poder).
Jair Messias Bolsonaro é o primeiro presidente com discurso evangélico neopentecostal. Em sua mensagem de vitória (28/11/18) citou Deus várias vezes e afirmou: “nosso lema fui procurá-lo no que muitos chamam de uma caixa de ferramentas para corrigir homens e mulheres, que é a Bíblia Sagrada”. Seu lema: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Bolsonaro invoca a nação e o nome de Deus, colocando ambos na arena política ao lado de seu nome. Quem ataca Bolsonaro é um inimigo “da pátria” e de Deus. Deus, Brasil e Bolsonaro são um trio com uma mesma missão.
Bolsonarismo é a adesão à figura de Bolsonaro, “mito” para fiéis seus seguidores. Bolsocrentes, acreditam e defendem o modo de pensar e agir “bolsonariano”. O repertório varia de ataques à mendigos, indígenas, mulheres, negros e homossexuais a discursos fascistas, como o apoio a torturadores, militares e incitação à violência. O bolsonarismo estimula violações à Constituição e ao Estado de Direito.
Uma das primeiras regras da política de extrema direita é demonizar seu inimigo. Conta com aliados delinquentes no poder judiciário para fazer o trabalho sujo. Munido de um exército de robôs, o bolsonarismo invade perfis do Facebook, compra disparos no whatsapp, e abusa de fakes. As redes sociais são sua base de apoio. No Brasil, os jovens gastam, em média, mais de nove horas por dia navegando na Internet (Digital Global 2018). Isso é o dobro do tempo que passam na escola. Eles consomem informações através de mídias sociais. Qual é o impacto das grandes plataformas que dominam aplicativos de internet (Google/YouTube, Facebook/WhatsApp, Twitter) na política? O termo "seguidor" não tem nada de inocente. A fidelidade faz do “seguidor” um crente discípulo de figuras inqualificáveis tipo Olavo de Carvalho.
A aliança entre fundamentalismo econômico e fundamentalismo religioso reconfigura o cenário político. Nele, o "escolhido" Bolsonaro tem uma missão recebida de Deus e do mercado. Nessa "teopolítica neoliberal", a religião e a economia se fundem no político. Representantes de igrejas e do mercado são nomeados para funções executivas em todas as esferas do poder público. Mais preocupado com a tomada de três pinos, o bolsonarismo não tem nenhum projeto para combater a pobreza e o desemprego. A economia brasileira é administrada por operadores de sistemas financeiros sem qualquer visão de políticas públicas. Com o apoio da mídia, o plano é “uma economia para 30 milhões”. É um neoliberalismo radical que ignora as políticas sociais e favorece o aumento das desigualdades a níveis intoleráveis. A distância entre ricos e pobres está se movendo para novos extremos. O Brasil tem 52,2 milhões de pessoas vivendo na pobreza. Os 8% mais ricos têm 87% da riqueza. 30 milhões de trabalhadores não têm emprego.
Em meio a tudo isso, o bolsonarismo não esconde seu desprezo pela democracia. “Queremos jovens que não se interessem pela política” (Jair Bolsonaro). Obscurantismo é o alto preço da ignorância. Nada mais contrário à vontade de Deus: “Árvore má não produz fruto bom. É impossível colher figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas. Uma pessoa boa produz o bem do bom tesouro do seu coração. Uma pessoa má produz todo tipo de coisas ruins a partir do mal que habita seu interior” (Lc 6, 43-45). O país está sob o desgoverno dos perversos. Qual será a sua próxima maldade?