quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Agora, o invasor é o indígena!!

Praticamos o crime de invasão das terras indígenas e agora o invasor é o indígena!!




Política
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Mais sobre minha posição em relação ao tal "criacionismo", uma aberração teológica dos fundamentalistas

Mais sobre minha posição em relação ao tal "criacionismo", uma aberração teológica dos fundamentalistas

Lava jato a serviço dos EE.UU

Os Estados Unidos usaram a Lava Jato para atingir um “objetivo da política externa, que era se livrar de Lula e Dilma Rousseff e avançar um pouco mais no processo de “demolir” a independência dos países latino-americanos que não estão alinhados com o governo norte-americano.


Mark Weisbrot: EUA usaram Lava Jato para fins de política externa, e Moro ajudou no processo
GGN3 de fevereiro de 2020 22:47


Jornal GGN – Os Estados Unidos usaram a Lava Jato para atingir um “objetivo da política externa, que era se livrar de Lula e Dilma Rousseff e avançar um pouco mais no processo de “demolir” a independência dos países latino-americanos que não estão alinhados com o governo norte-americano. É o que avalia o economista e pesquisador norte-americano Mark Weisbrot.
Em entrevista a André Neves Sampaio, colaborador do GGN nos Estados Unidos, Weisbrot falou sobre as relações do Departamento de Justiça norte-americano com a Lava Jato, os interesses geopolíticos por trás da operação, a participação de Sergio Moro no processo e do alinhamento de Jair Bolsonaro ao governo Trump.
Segundo ele, há evidências claras de que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está “envolvido nesse crime” [uso da Lava Jato para fins geopolíticos], inclusive convergindo com os interesses políticos “do seu amigo [Sergio] Moro”.
De acordo com Weisbrot, a meta principal dos EUA na América Latina sempre foi a de ter países alinhados à sua política externa. “É com isso que eles mais se preocupam agora.”
Com o golpe em Dilma e a condenação e inviabilidade eleitoral de Lula – ações patrocinadas por Moro e Lava Jato – os EUA progrediram um pouco mais com o plano de “demolir” a independência na região. “Acho que é disso que eles mais queriam se livrar.”
***
André Sampaio: Você acha que o Departamento de Justiça dos EUA tem alguma influência na Lava Jato?
Mark Weisbrot: Sim, não há dúvida de que o Departamento de Justiça – como sabemos por seus próprios discursos e documentos – está pesadamente envolvido nessa investigação. Eu acho que pode até ter tido alguma influência política também.
Um número de membros do Congresso dos EUA e da Casa de Representantes, um mês atrás, escreveu ao Departamento de Justiça e fez várias perguntas, e expressou preocupação. Eles escreveram uma carta, liderados por Hank Johnson, que é membro do Comitê Judiciário, que tem papel de supervisionar o Departamento de Justiça, que terá de responder essas perguntas.
Eles dizem na carta que estão muito preocupados com as notícias de ações em conluio entre o ex-juiz Moro e os procuradores do caso, que se basearam em evidências fracas. Que as crenças dos procuradores eram insuficientes para uma condenação, e que Lula não teve um julgamento imparcial. Isso deveria ser uma preocupação para o Departamento de Justiça.
E eles [parlamentes] perguntam o que eles [Departamento de Justiça] realmente sabem disso. Se eles [DOJ] sabiam desse conluio. Qual foi seu papel. Perguntam detalhes do que eles fizeram. Então, espero que em breve teremos mais informações sobre o que o Departamento de Justiça fez. Mas me parece que, esmagadoramente, foi politizado, exatamente como a operação em si.
AS: Depois do impeachment de Dilma, Aloysio Nunes, na época em que ele era presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, viajou aos EUA para uma reunião com Tom Shannon. E no mesmo período, houve uma coletiva de imprensa com José Serra e John Kerry, no Brasil, durante o impeachment. E Serra disse nessa coletiva que estava buscando melhor relacionamento com os EUA. Você acha que os EUA também influenciaram o processo democrático no Brasil?
MW: Sim, os EUA tiveram um papel muito importante em legitimar e apoiar o golpe contra Dilma. E todo o caminho até a prisão de Lula, eles estavam apoiando através do Departamento de Justiça e outras agências dos EUA. Mas o golpe em si foi muito apoiado.
Um dos grandes sinais foi quando, um ou dois dias depois que o Congresso votou pelo impeachment de Dilma, o senador Aloysio Nunes, que comandava a comissão de Relações Exteriores no Senado, veio para os EUA e se encontrou com Tom Shannon, que era o número 3 do Departamento de Estado na época, e alguém que se envolveu em muitas atividades terríveis ao longo de sua carreira. Ele se aposentou alguns meses atrás.
Este encontro foi um meio dos EUA demostrarem de maneira muito clara, para aqueles que estavam prestando atenção, que o País estava apoiando o golpe. Porque a votação do impeachment no domingo antes de Nunes encontrar com Shannon foi vista ao redor do mundo como um espetáculo. Na verdade, foi uma vergonha, que afetou a cobertura da imprensa aqui, que era majoritariamente a favor do processo de impeachment, mas começou a hesitar depois que viu o que os senadores estavam dizendo.
Shannon teve um papel crucial. Todo mundo sabe quem ele é. É um ex-embaixador no Brasil e, como disse, o terceiro no comando do Departamento de Estado na época. Ele se encontrar com Nunes, quando não precisava se encontrar, foi uma tentativa de mostrar o apoio dos Estados Unidos ao golpe. E foi muito inteligente, porque a maioria da mídia ignorou, mas todos no Brasil, toda a classe política no mundo, todos que entendem de diplomacia sabiam que isso era uma maneira de mostrar apoio ao golpe.
E como se não fosse suficiente, em agosto, John Kerry foi ao Brasil e falou em frente da embaixada dos Estados Unidos com José Serra – que na época era o ministro das Relações Exteriores do governo golpista, se assim quiser chamar – e deu todo o apoio ao novo governo. Disseram que iriam trabalhar juntos. Pouco antes disso, o Senado estava votando e preferiram não condenar Dilma [à perda dos direitos político]. Foi sem erro uma demonstração do apoio dos EUA não só ao impeachment, mas para se livrar de Dilma. Todo mundo que prestou atenção entendeu, embora tenha sido ignorado pela mídia.
AS: Como você analisa o relacionamento entre Bolsonaro e Trump, considerando que durante o governo Lula, o Brasil teve outro tipo de relacionamento com os EUA, tentando estreitar o bloco econômico na América do Sul e também se posicionamento contra a guerra no Iraque, por exemplo, e agora Bolsonaro parece fazer tudo o que Trump quer. Como você vê esse relacionamento?
MW: Não há nenhuma dúvida de que o governo Trump está muito feliz com Bolsonaro e o apoia fortemente ou vai tentar apoiá-lo de toda maneira que puder. Isto é porque eles unificaram a política externa. É por esse motivo também que os EUA quiseram se livrar do antigo governo brasileiro, assim como outros governos de esquerda que foram eleitos no século XXI. Não há diferença, e eles tiveram sucesso em se livrar de alguns deles. Mas eles contribuíram, claro, como disse, para se livrar de Dilma e Lula, e agora eles podem ter o que querem. Especialmente Trump. Porque ele é um extremista e eles [Trump e Bolsonaro] compartilham muita ideologia em comum. Você ainda tem nos Estados Unidos toda uma política externa, um establishment – que inclui arma de indução de pânico, o Departamento de Estado, Conselho de Segurança Nacional, as comissões de relações exteriores do Congresso, e o departamento de Defesa. Todos eles têm uma estratégia em comum, e essa estratégia é não ter governos independentes na América Latina. E se livrar daqueles que foram eleitos e das instituições que eles construíram para a independência regional, como por exemplo a Unasur [União de Nações Sul-Americanas] ou CELAC [Comunidade das Nações Latino-Americanas e Caribe]. Eles realmente não querem nenhuma dessas coisas. A transformação da América Latina no século XXI foi a primeira vez em 500 anos que a região teve tanta independência. E, desde o começo do século, a estratégia tem sido de limitar e reverter [o crescimento], mais ou menos como na Guerra Fria contra a União Soviética. Mas eles realmente querem se livrar. E agora eles têm o que querem. De novo: Trump e Bolsonaro têm uma conexão ainda mais especial por sua ideologia racista e de extrema-direita.
AS: Qual é a importância do Brasil, como o maior País da América do Sul, para a política externa dos Estados Unidos?
MW: O Brasil tem sido o grande prêmio para eles. Eles perderam o Brasil depois de 2002 até 2016. Não tinham o País no bolso. O Brasil é mais difícil do que estes outros países [da América do Sul] para os EUA conseguirem se aproximar, porque ele tem uma longa tradição de independência – mesmo na ditadura militar, que foi relativamente independente dos Estados Unidos, ou mais independente do que os Estados Unidos esperavam quando apoiaram o golpe.
Quando essa história for finalmente escrita, eu acho que o golpe contra Dilma, Lula e o PT será visto como um dos mais importantes apoios dos Estados Unidos, em grande escala, a um golpe na América Latina.
AS: Como você vê o juiz Sergio Moro? Ele foi o cara que primeiro condenou Lula e agora é ministro de Justiça de Jair Bolsonaro.
MS: Moro é claramente um líder disso. Ele tinha os olhos o tempo todo em cima do golpe. Ele teve de pedir desculpas à Suprema Corte por grampear Lula, sua esposa e Dilma, e criou esse grande espetáculo prendendo Lula com todos esses policiais, quando Lula se voluntariou para responder perguntas. Então ele fez todas essas coisas, e claro, fez coisas que descobrimos depois, como colaborar com os procuradores, que é antiético e ilegal.
E ele era muito próximo dos Estados Unidos. Ele já veio aqui, ele tinha contatos aqui. Na verdade, esteve aqui recentemente com Jair Bolsonaro e teve encontros em uma desses centros de fusão dos Estados Unidos.
Então acho que ele teve um papel chave. Ele fez tudo ser tão óbvio ao se tornar ministro da Justiça depois de ter entregado a eleição para Bolsonaro prendendo Lula, que teria vencido a eleição de acordo com todas as pesquisas. Acho que esse foi o papel dele e como ele será lembrado.
AS: Você acha que a trama principal da Lava Jato era finalmente tirar Lula da eleição? Acha que Lula na prisão era o principal objetivo dessa operação?
MW: Sim, acho que era o que eles mais queriam: por Lula na cadeia e impedi-lo de disputar a eleição. Você pode ver isso. No julgamento em que ele foi condenado e enviado à cadeia, não havia evidência material. Tudo foi baseado no testemunho de um executivo que não só tinha um acordo de delação, mas como a Folha de S. Paulo publicou, seu acordo foi interrompido e paralisado, até que ele mudasse sua história, porque a história original não implicava Lula, então ela foi cortada desse acordo que poderia salvá-lo de uma temporada na prisão, até que ele dissesse o que queriam.
Essa era praticamente a única evidência que eles tinham, porque Lula nunca comprou esse apartamento, nunca ficou nele. Não havia nada além desse cara e sua delação. Então, estava muito claro o que eles queriam fazer: tirar Lula do jogo. E eles fizeram tudo, até mesmo de maneira subsequente, para assegurar que isso aconteceria.
AS: O que você acha que a Operação Lava Jato significa para o Departamento de Justiça dos Estados Unidos?
MW: É algo muito desagradável. E acho que por isso esses membros do Congresso escreveram essa carta. É uma carta sem precedentes. Eu não consigo lembrar de nada assim. Claro que o Congresso tem discordâncias com o Departamento de Justiça sobre direitos civis ou sobre a presidência, mas eu não acho que alguma vez [congressistas] já foram atrás deles [DOJ] por algo que fizeram no exterior, em outro país.
Isso realmente esclarece para todos que estão olhando que o Departamento de Justiça tinha um papel importante, e um papel político. Estava perseguindo um objetivo da política externa, que era se livrar do governo do Partido dos Trabalhadores. Claro, estou dizendo isso com base nas evidências que existem agora, a maioria circunstancial, mas espero que teremos evidências mais fortes.
Esse é um dos problemas da mídia aqui, é que eles tem esse padrão. Sempre que os Estados Unidos fazem algo em outro País que é imoral ou ilegal, eles usam o que chamamos de estratégia de cortina de fumaça. Sabe? No sistema judicial, no sistema criminal, nós temos esse padrão que chamamos de evidências “além da dúvida razoável”, ou nos casos civis chamamos de “preponderâncias das evidências”.
A cortina de fumaça é algo que a mídia só parece usar para coisas que os Estados Unidos fizeram, mesmo sabendo que é obvio para qualquer observador. Mesmo os depoimentos que o Departamento de Justiça, oficialmente, já fez sobre esse caso, [mostram que] havia elementos, havia motivação, havia oportunidade, e eles estavam envolvidos nesse crime de um jeito que estava diretamente voltado para os mesmos fins políticos que seu amigo Moro estava direcionado.
AS: Por que os Estados Unidos e Departamento de Justiça quiseram se livrar de Lula e seu partido político?
MW: Toda a operação por parte dos Estados Unidos, toda a operação contra Lula e seu partido político… A propósito, não foi a primeira vez, devo dizer. Em 2006, temos documentos, há um artigo na Folha de S. Paulo sobre isso, mostrando que os Estados Unidos intervieram para tentar enfraquecer o PT naquela época. Eles estavam pressionando por uma legislação que poderia enfraquecer o PT e o governo naquela época. Eles sempre quiseram se livrar desse governo. Por que isso?
A meta principal na América Latina, desde sempre, foi ter países alinhados completamente, ou pelo menos alinhados à política externa dos Estados Unidos. É com isso que eles mais se preocupam agora. Talvez, 30 anos atrás, eles se preocupassem mais com interesses corporativos. Mas agora, na última década ou duas, a preocupação tem sido a política externa. Eles derrubaram o governo do Haiti duas vezes desde 1991. O que o Haiti tem? Nada. Eles fizeram isso porque as pessoas elegeram alguém que não estava alinhada com a política externa. E é um país pequeno. Pense no Brasil.
Brasil quis contrariar a política externa dos Estados Unidos, quis negociar com Irã, Turquia, Rússia por um acordo de troca de combustível nuclear, por exemplo, em 2010. Isso, como vimos na mídia, foi como um ponto de virada. E outra coisa que fizeram, obviamente como líder do movimento de independência da América do Sul, do século XXI, ajudaram a estabelecer a Unasur, CELAC, todos esses outros governos de esquerda, na Bolívia, Equador, Venezuela, Uruguai, Paraguai, Honduras, até o governo dos Estados Unidos vetar estes governos.
Então foi um preço alto [pago pelo Brasil] que sempre esteve presente. Obviamente, é o maior País da região e a maior economia. Eles queriam demolir essa mudança institucional que ocorreu no século XXI e deu à América Latina uma voz independente no cenário mundial. Acho que é disso que eles mais queriam se livrar.
e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

As mentiras não são mais mentiras

Uma prática comum da extrema direita consiste em alterar a percepção que temos do verdadeiro e do falso, promovendo o sentimento generalizado de insegurança, confusão em relação aos fatos, medo do futuro, enquanto direitos básicos são retirados.


As sete mentiras da extrema-direita
altamiroborges2 de fevereiro de 2020 13:22


Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:
Uma prática comum da extrema direita consiste em alterar a percepção que temos do verdadeiro e do falso, promovendo o sentimento generalizado de insegurança, confusão em relação aos fatos, medo do futuro, enquanto direitos básicos são retirados.
A angústia que vivemos, espécie de atordoamento, ante o desmoronar de setores como engenharia nacional, petróleo, educação, ciência e tecnologia (Embraer vendida etc.) expressa não apenas a indignação que comungamos frente à canalhice toda, mas o fato de termos voltado ao Estado mínimo.
E brutalmente mínimo: Teto de Gastos, privatizações, mudanças na Previdência, cortes de direitos sociais, concentração brutal da renda, venda do patrimônio público (que pertence aos nossos filhos e netos), ausência de regulação das atividades das corporações internacionais e por aí vai.
Apenas mentiras e dissimulações são capazes de sustentar a política assassina de Temer e, agora, a do pinochetista Paulo Guedes. E como são várias mentiras, propomos pequenas reflexões sobre apenas sete, cada vez mais naturalizadas na fala cotidiana das pessoas.
1 - A eleição de 2018
Muitas dúvidas giram em torno da vitória de Bolsonaro em 2018. Não nos referimos à facada – aliás, parece-nos estranho que Adélio Bispo, no meio daquela multidão de anjinhos, tenha saído com vida após o atentado... –, mas ao uso escancarado da mentira naquela eleição, através da massificação de desinformação, do engodo e da calúnia para milhares de pessoas. Em junho de 2019, reportagem de Patrícia Campos Mello na Folha, revelava que empresas pró-Bolsonaro desembolsaram até R$ 12 milhões para garantir centenas de milhões de disparos nas redes sociais (em especial o WhatsApp) contra o PT. A questão é que além de pessoas terem sido enganadas com conteúdo veiculado (mamadeira de piroca, kit gay etc...), a proibição do financiamento público de campanha foi burlado por essas empresas que pagaram diretamente os disparos aos fornecedores, sem nada declarar à Justiça Eleitoral. Uma malandragem do poder econômico trapaceando quatro décadas de reconstrução democrática. A mensagem das eleições para a população é clara: não importam os meios para se chegar aos fins. Vale tudo.
2 - A eleição de 2016
Essa eleição suja que vimos ocorrer no país traz a marca de Steve Bannon, o espertalhão todo-poderoso de Trump, estrategista-chefe de seu governo em 2017, envolvido nas trapaças da Cambridge Analytica, reveladas no Guardian e New York Times, envolvendo a compra, análise e segmentação de dados publicados no Facebook por 80 milhões de usuários. Esse mapeamento possibilitou uma estratégia de direcionamento de conteúdo produzido extremamente eficaz. Não é o que explica, naturalmente, mas nos ajuda a compreender fenômenos bizarros como o Brexit na Inglaterra, a vitória de Trump nos Estados Unidos, ambos em 2016.
3 - A recuperação da economia
Enquanto a Globo blinda Paulo Guedes, é cada vez mais evidente a artificialidade da tese sobre a volta da confiança e o retorno dos investimentos nos Brasil. Os números do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), divulgados em 17.01.2020 e relativos a novembro de 2019, atestam declínio de - 1,2% na indústria, “um dos seus piores resultados, atingindo a maioria dos seus ramos, mostrando também disseminação do ponto de vista geográfico”. Segundo do IBGE, “71% dos parques regionais da indústria ficaram no vermelho, não poupando praticamente nenhum dos principais polos do setor”. A indústria em São Paulo registrou - 2,6% de atividade industrial, queda duas vezes mais intensa que o total do Brasil e seu pior resultado da série. No Rio Grande do Sul a queda foi de - 1,5%; e em MG de - 3,4% . Apesar disso, a imprensa vem batendo tambor a Guedes, sem questionar a quem interessa essa política. Algo que os nossos economistas em 2016 já questionavam no livro “Austeridade para quem?” (leia aqui a íntegra).
4 - Guerra contra o Irã
Cavando sua reeleição neste 2020, Donald Trump vem promovendo sua guerra particular no Irã, após o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani. Conforme aponta Karen De Young, essa guerra nasce sob a suspeição de 73% dos norte-americanos preocupados com a possibilidade de envolvimento dos EUA em uma guerra de larga escala com o Irã. No Brasil, entretanto, assim que noticiada, a possibilidade de guerra ganhou apoio de Bolsonaro, num primeiro momento, eufórico com a oportunidade de exibir sua subserviência ao Império; depois, o presidente amansou, e ouviu a manifestação de espanto, inclusive de generais, contrários à ação norte-americana no Oriente Médio. Nesta quarta-feira, 29.01, o Governo brasileiro, ignorando as resoluções internacionais, exaltou o plano dos Estados Unidos para a região, afirmando que o plano “contempla as aspirações de palestinos e de israelenses”. Um verdadeiro escárnio.
5 - Briga entre Globo e Bolsonaro
Primeiro ponto a considerarmos nessa briga: a Rede Globo não age motivada por empatias ou antipatias, mas sob profundo espírito de classe, buscando assegurar privilégios e as negociações de sempre. Além disso, seu DNA nunca foi democrático. A Globo é autoritária e nunca respeitou a democracia neste país. Segundo ponto: não podemos dissociar (como eles querem que façamos) o autoritarismo do atual governo da agenda econômica, uma das mais violentas desde a redemocratização, chancelada pela Globo e pelas mídias responsáveis pelo golpe em 2016. Basta ligar a televisão, dia após dia, a imprensa brasileira enfia goela abaixo da população, tão marcada por carências básicas, a dramática redução de direitos afirmando que isso é o certo, o único caminho, a saída depois do descalabro dos governos petistas. Quer violência maior do que tirar a aposentadoria das pessoas, obrigando-as a trabalhar até os 70 anos de idade? Confinar a população a salários não corrigidos pela inflação e sem direitos trabalhistas? Qualquer imprensa que se nomeie imprensa sabe muito bem como é sólido o casamento entre esses veículos de comunicação e o autoritarismo. Enquanto servir, Bolsonaro está no páreo. Simples assim.
6 - Normalidade do Judiciário
Acompanhamos estarrecidos desde 2005, para nos situarmos apenas neste século, a contínua perseguição promovida por setores do Judiciário contra os governos do PT e suas principais lideranças. Perseguição que culminou no golpe de 2016, com participação central do sistema de Justiça do Brasil – seja pela omissão (em vários momentos o STF lavou as mãos, simplesmente), seja pela perseguição propriamente dita, com todo seu aparato ideológico garantindo os abusos que vimos e denunciamos. Ao mesmo tempo, essa mesma Justiça, movida pelo racismo institucionalizado quando não mata, condena milhares de jovens, contribuindo com verdadeira chacina da juventude negra das periferias. E estamos dando dois exemplos, poderíamos elencar vários outros, que revelam o quanto o nosso Judiciário, apesar da Constituição de 1988, vem garantindo a exploração do pobre pelo rico, do negro pelo branco, da mulher pelo homem.
7 - Vivemos numa democracia
Por fim, a mentira de que vivemos em normalidade democrática. E darei aqui apenas um exemplo, porque jamais poderá ser democrático um país que impede a ascensão de sua juventude à universidade pública, como estamos vendo, estarrecidos, na tentativa de desmonte do ENEM, SISU, Prouni... Além de antidemocrático é desumano impedir a ascensão do povo ao que lhe é de direito: a educação superior. E não tenhamos dúvidas, isso é parte de um projeto de privatização massiva no país – envolvendo setores cruciais como Educação, Saúde, Segurança Pública - e que jamais poderia ser verbalizado, porque se fosse, fora os malucos de plantão, ninguém teria votado em Jair Bolsonaro e no seu séquito de ministros assassinos de futuros, de sonhos, de oportunidades. E ainda se dizem defensores da família brasileira.
É muita hipocrisia. Cabe a cada um de nós desmascará-la.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

Acesso ao comum à maioria




Comum. É um conceito recente, porém cada vez mais debatido na Sociologia, na Filosofia e em especial na Política, quando se fala nas alternativas contemporâneas à exploração das maiorias.
Não se trata mais, como nos séculos passados, de “socializar os meios de produção”, de colocar as fábricas nas mãos de um Estado supostamente operário. O centro da produção, neste século, já não são as fábricas. Os trabalhadores já não estão concentrados em grandes unidades de produção: não batem cartão, não têm chefes, sequer recebem salários. Agora, constituem o grande precariado. Estão dispersos pelas ruas, carregando mochilas nas costas, obrigados a trabalhar em dois ou três empregos e principalmente a ser empresários de si mesmos – e a adotar as atitudes correspondentes a esta condição: trabalhar sem limites, competir entre si mesmos, saber que nada está garantido, ter medo (muito medo) do futuro.

Comuns, a essência do Pós-Capitalismo
outraspalavras31 de janeiro de 2020 22:12

Resgatar a esquerda social brasileira da maré de pessimismo em que mergulhou desde 2016 é árduo, mas indispensável. Em textos anteriores, vimos o avanço de Bernie Sanders, candidato declaradamente socialista, nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Ao fazê-lo, mostramos que há espaço para conter o avanço da ultradireita, quando se dialoga com as angústias da maioria (inclusive o descrédito com a velha política) e se exploram as novas possibilidades de construir sociedades mais igualitárias e mais democráticas, nas condições totalmente novas do século XXI. Depois, numa edição intitulada “Decifrando Bolsonaro”, expusemos como funciona, no governo brasileiro atual, a aliança entre o ultracapitalismo dos punhos de renda (o de Paulo Guedes), e o protofascismo do porrete (o do próprio Bolsonaro, de seus filhos, dos ministros patéticos). Naquele programa, demonstramos que a fórmula só funciona porque falta oposição. Perdem-se, todas as semanas, dezenas de oportunidades, tanto de denunciar os efeitos perversos das medidas do governo quanto – ainda mais importante – de propor uma agenda de transformações, de imaginar outro futuro e sua construção, de mostrar que há vida além do labirinto em que nos perdemos.
Mas é necessário também tratar mais especificamente deste futuro. Mostraremos que a ultradireita atual, assim como o fascismo, há cem anos, é impotente e infértil – no sentido de não expressar um projeto novo, mas a reação desesperada do capitalismo a uma realidade que surgiu e que o desafia. Para isso, iremos nos apoiar na ideia do Comum. É um conceito recente, porém cada vez mais debatido na Sociologia, na Filosofia e em especial na Política, quando se fala nas alternativas contemporâneas à exploração das maiorias.
Não se trata mais, como nos séculos passados, de “socializar os meios de produção”, de colocar as fábricas nas mãos de um Estado supostamente operário. O centro da produção, neste século, já não são as fábricas. Os trabalhadores já não estão concentrados em grandes unidades de produção: não batem cartão, não têm chefes, sequer recebem salários. Agora, constituem o grande precariado. Estão dispersos pelas ruas, carregando mochilas nas costas, obrigados a trabalhar em dois ou três empregos e principalmente a ser empresários de si mesmos – e a adotar as atitudes correspondentes a esta condição: trabalhar sem limites, competir entre si mesmos, saber que nada está garantido, ter medo (muito medo) do futuro.
O Comum representa, para esta nova realidade, o que a luta salarial significava para os trabalhadores dos séculos anteriores. Ele materializa as ideias da igualdade e da democracia econômica. Permite tirá-las do terreno das quimeras e transformá-las em conquistas reais, contra os donos do mundo. Permite, em especial, transformar um cenário adverso, e aparentemente sem saída, num terreno de lutas e de possibilidades. Pense nos operários ingleses, que sofriam como escravos em jornadas de 18 horas, no final do século XVIII, início da Revolução Industrial. Pense em como, algumas décadas depois, o Manifesto Comunista lhes oferecia tanto um guia para as lutas mais imediatas quanto um horizonte histórico, um futuro totalmente distinto do pesadelo que viviam.
Hoje, o Comum remete às imensas riquezas produzidas pelo Conhecimento, pela Cultura, pela Comunicação – e capturadas pelas mega-corporações e pelos bilionários do planeta. O Comum são as florestas, sua biodiversidade, os saberes ancestrais e contemporâneos que permitem aproveitá-las. O Comum é a Água, que as multinacionais querem controlar em toda parte (neste exato momento, no Brasil) e que gera revoltas populares como a pioneira, em Cochabamba, na Bolívia, já nos anos 1990. Comuns são a Saúde igual para todos, a Educação de excelência e inovadora, a Habitação e o Transporte públicos e gratuitos – como se reivindicava nas ruas do Brasil em 2013. O Comum é o emprego garantido para todos que o desejem – e voltado, por exemplo, para a transição energética, a construção de redes de metrôs ou ferrovias ou a despoluição dos rios. O Comum é a Renda da Cidadania, assegurada incondicionalmente a todos os cidadãos, independente de contrapartida em trabalho. Todas estas dimensões não são apenas abstrações teóricas. Correspondem a lutas sociais que estão se dando há anos, e neste exato momento, em diversas partes do mundo. Pense, por exemplo, nas propostas da insurreição que desmascarou, há poucos meses, o neoliberalismo no Chile. O que falta é uma construção, teórica e política, que converta os Comuns em motivo geral de luta – mais ou menos como foi com a jornada de 8 horas diárias de trabalho, há cerca de 150 anos.
Mas há uma outra dimensão menos conhecida e igualmente crucial para superar o capitalismo. É o Modo de Produção do Comum – ou seja, novas formas de organizar o trabalho coletivo, de rever as hierarquias, de repartir o que é produzido, de difundir esta produção pelo mundo. Estas relações já existem, de modo embrionário porém efetivo, na vida real. Convivem com as relações capitalistas, que evidentemente são hegemônicas. Buscam ampliar seu espaço, reproduzir-se. São combatidas ferozmente pelo sistema atual, que procura a todo custo inviabilizá-las. Para começar a examinar estas relações, um excelente começo é o ensaio How to Create a Thriving Global Commons Economy, ou Como criar uma economia florecente de Comuns Globais, do pesquisador belga Michel Bawens, fundador do Fundação Peer to Peer e um dos grandes estudiosos dos Comuns contemporâneos.
A produção segundo a lógica do Comum, explica Bawens no texto, tem origens pré-capitalistas. O cercamento das terras comuns, na fase final do feudalismo, impulsionou a Revolução Industrial, e a transição ao sistema hoje dominante, ao obrigar os camponeses a migrar em massa para as cidades e aceitar a condição de assalariados as fábricas nascentes. Mas as raízes são ainda mais remotas. O Comum era a base da organização produtiva, por exemplo, das sociedades tribais antigas, da maior parte dos povos americanos, quando da chegada dos europeus, ou de muitas das nações indígenas do Brasil contemporâneo. Algumas das características destes processos do passado são resgatadas e ressignificadas na produção do Comum contemporâneo, mostra o ensaio.
Bawens refere-se a ferramentas que você certamente já empregou: a Wikipedia, construída colaborativamente por milhões de voluntários. Mas também coletivos menores, cujos membros vivem do trabalho que realizam. Entre muitos outros, programa Apache, base de grande maioria dos servidores onde estão instalados todos os sites da internet. O sistema operacional Linux, coração do Android, presente na maior parte dos celulares do planeta. O WordPress, a partir do qual são construídos milhões de publicações como Outras Palavras. O Libre Office, que produz editores de texto e planilhas e outros produtos de escritório tão potentes e constantemente atualizados quanto os da Windows. O Firefox, usado por cerca de 10% dos internautas para se movimentar na internet e mesmo o Chromium, base do Chrome, da Google, o mais popular de todos os navegadores.
Todos estes projetos, explica o artigo, são construídos por comunidades que reúnem milhares de pessoas, e funcionam segundo a lógica da Produção por Pares baseada no Comum (CBPP, no acrônimo em inglês). Algumas de suas características centrais são claramente pós-capitalistas. As instituições encarregadas da produção não são empresas de propriedade privada, mas organizações semelhantes a cooperativas. Não há objetivo de lucro, muito menos apropriação individual deste (pode haver acumulação de recursos, investidos para ampliar as ações da comunidade). As hierarquias são fluidas: o trabalho coletivo é estruturado de forma que cada programador contribua com o desenvolvimento de partes específicas de um dado projeto, segundo sua aptidão. Há, é claro, coordenação e controle de qualidade – mas não subordinação. O assalariamento é residual. Não há alienação: cada um contribui apenas com os projetos que julga merecerem seu empenho pessoal. Buscam-se formas igualitárias de distribuir as receitas entre os que trabalham.
Como vivemos sob hegemonia do capitalismo, frisa Bawens, não é possível evitar de todo as relações mercantis. A Apache oferece seus programas no mercado. O Wordpress, o Firefox, as múltiplas “distribuições” (versões) do Linux e o Libre Office são gratuitos. As instituições que os produzem financiam-se vendendo programas e desenvolvimento de nicho, para clientes empresariais, ou buscando outras formas de captação de recursos. Todas estas comunidades também compram, no mercado, os insumos para seu trabalho – os computadores, os escritórios, a eletricidade, o material de consumo etc etc etc.
O ponto principal do ensaio é demonstrar que o Comum, visto principalmente como um conceito útil para pensar a distribuição de riquezas, pode ser também um modo de produção. Para isso, destaca Bawens, são necessárias mudanças sociais muito mais profundas – e, é claro, exteriores às comunidades que hoje produzem segundo a nova lógica. A instituição de uma Renda da Cidadania suficiente para assegurar a todos uma vida digna, por exemplo, é crucial, porque livra a população do trabalho obrigatório e alienado e libera cada pessoa a empregar uma parcela muito maior de seu tempo nas tarefas que julgar mais relevantes para si mesma, a sociedade e o planeta. A garantia de serviços públicos de excelência gratuitos – Saúde, Educação, Habitação e Transportes –, também, porque acaba com o tormento de ter de comprar, incessantemente, a própria vida.
Bawens destaca, no artigo, dois aspectos que reforçam a potência do Comum como alternativa pós-capitalista. Uma parcela cada vez mais importante da produção de riquezas está concentrada no imaterial – ou seja, nos chamados bens não rivais, que podem ser distribuídos infinitamente com custo quase zero. Pense nos livros, na música, nas obras de arte, mas também no design de uma roupa, uma bolsa, uma bicicleta ou um relógio. O imaterial é hoje o terreno em que as grandes corporações mais geram valor, lançando produtos distintivos, que segregam os indivídios e, ao fim das contas, definem o status que a sociedade dará a eles. Este mesmo imaterial pode ser o espaço da igualdade e, num certo sentido, do que Caetano Veloso uma vez chamou de “luxo para todos”.
E aqui voltamos ao caráter e papel do protofascismo contemporâneo, dos Trump, Boris Johnson, Salvini, Duterte e Bolsonaro. Todas as novas relações sociais elencadas há pouco são materialmente possíveis. O que as bloqueia é um sistema que sucumbiria diante delas – porque não há capitalismo sem que as maiorias sejam obrigadas ao trabalho submisso e em condições de abundância que tornem sem sentido a competição entre os seres humanos.
As últimas hipóteses desta análise, portanto, são: a) O que chamamos de ofensiva da ultradireita é, na verdade, uma tentativa desesperada de defesa. O capitalismo já não é capaz de oferecer vida digna – como mostram, por exemplo, a concentração indecente de riquezas ou a redução da expectativa de vida mesmo nos Estados Unidos, centro do sistema. Além disso, está acossado pela emergência de novas relações – inclusive de produção – que ameaçam as bases em que se assenta. É para assegurar sua sobrevivência recorre, com frequência cada vez maior, à vigilância obsessiva, aos golpes, às guerras, aos assassinatos de inimigos, a políticos grotescos.
São, de fato, muito perigosos. Enfrentá-los exigirá enorme esforço. Mas é importantíssimo saber que eles só existem porque surgiram condições reais para superar o capitalismo. Descobrir os caminhos para isso é algo que já começa a ser feito, em diversas pares do mundo. O Brasil pode e precisa fazê-lo também. A única condição para tanto é uma esquerda que olhe para frente, ao invés de se voltar, melancólica, para um passado que não voltará.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Quem sofreu bombardeio dos EE.UU

*Países que foram bombardeados pelos EUA de 1945 a 2018:*

1945-1946 CHINA
1950-1953 CORÉIA
1950-1953 CHINA
1954 GUATEMALA
1958 INDONÉSIA
1959-1960 CUBA
1960 GUATEMALA
1965-1966 REPÚBLICA DOMINICANA
1965 PERU
1964-1973 LAOS
1961-1973 VIETNÃ
1969-1970 CAMBOJA
1967-1969 GUATEMALA
1982-1984 LÍBANO
1983-1984 GRANADA
1986 LÍBIA
1981-1992 EL SALVADOR
1981-1990 NICARÁGUA
1987-1988 IRÃ
1989 LÍBIA
1989-1990 PANAMÁ
1991 IRAQUE
1991 KUWAIT
1992-1994 SOMÁLIA
1995 BÓSNIA
1988 IRÃ
1998 SUDÃO
1998 AFEGANISTÃO
1999 SÉRVIA
2001 AFEGANISTÃO
2003 IRAQUE
2011 LÍBIA
2011 UCRÂNIA
2013-2016-2018 SÍRIA


*Essa é a "democracia" Americana*

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Guedes diz em Davos que a educação no Brasil será privatizada

Guedes acaba de anunciar em Davos o início massivo da privatização da educação infantil com um megaprograma de vouchers. A ideia é livrar-se da educação e tratá-la como uma atividade de mercado. E como a crença no livre mercado é uma crença, é fé, a ciência não conta, mesmo estando disponíveis os pífios resultados dos vouchers e das escolas charters.


Guedes dita a "nova" política educacional para o Brasil e anuncia privatização em massa no Ensino Básico
luizmuller23 de janeiro de 2020 14:19


Velez e depois Weintraub, ambos ministros fracos e sem lastro na educação, não são um acidente. Representam a “política educacional” em curso.
O MEC é o que é, hoje, porque é assim que deve ser – paulatinamente eliminado ou restrito a um mínimo, de preferência uma “agência reguladora da Educação” que aos poucos desaparece dando lugar a um pleno livre mercado educacional global (que se internacionaliza, com se constata com a recente promessa de abrir as aquisições do Estado à participação de empresas estrangeiras).
Como já dissemos, as principais ações educacionais, em termos de políticas, não virão do Ministério da Educação, mas de ministérios adjacentes (Família, no caso de Homescholling; Economia no caso da privatização).
Guedes acaba de anunciar em Davos o início massivo da privatização da educação infantil com um megaprograma de vouchers. A ideia é livrar-se da educação e tratá-la como uma atividade de mercado. E como a crença no livre mercado é uma crença, é fé, a ciência não conta, mesmo estando disponíveis os pífios resultados dos vouchers e das escolas charters.
A ideia é destruir o Estado e com isso a própria escola pública – o que nos levará também à destruição da democracia liberal e ao retrocesso, já que como alerta Brown (2019), é o Estado e suas instituições que têm procurado promover a cidadania liberal, nos limites das contradições do capitalismo.
“O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou ontem uma das apostas do governo para a educação: o uso de “vouchers”, política em que as famílias recebem dinheiro para decidir, entre opções do setor privado, onde matricular seus filhos. Porém, a experiência internacional mostra resultados controversos desse tipo de iniciativa, defendida por Guedes para reduzir as desigualdades de oportunidade na primeira infância.
“Precisamos investir na educação e, quanto mais cedo, melhor”, disse Guedes, em Davos, após citar Japão e Coreia do Sul como exemplos de países que prosperaram a partir de grandes investimentos em educação e tecnologia. “Então, vamos apoiar um gigantesco [programa de] ‘vouchers’ para educação nos primeiros estágios”, afirmou.
Embora não tenha citado o termo “creche”, Guedes confirmou o andamento de uma ideia que é estudada desde a campanha presidencial. O programa tem sido costurado entre a Economia e a Casa Civil, reforçando um cenário de baixo protagonismo do Ministério da Educação (MEC) na definição das principais políticas educacionais.”
Leia na íntegra: Valor Econômico
Até quando os liberais vão silenciar?

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

BOLSONARO INOCENTA LULA E DILMA

Desde a campanha presidencial Jair Bolsonaro prometia abrir a caixa preta do BNDES, segundo o presidente havia irregularidades e os governo petistas teriam entupido ditaduras com dinheiro público, após abrir a tal caixa preta o resultado seria trágico se não fosse tão cômico, isso por que o resultado frustou Bolsonaro, sua base e inocentou definitivamente seus desafetos Lula e Dilma.



Bndes: bolsonaro gastou 48 milhões em investigação que inocentou petistas!
Ceilândia em Alerta21 de janeiro de 2020 13:13




Desde a campanha presidencial Jair Bolsonaro prometia abrir a caixa preta do BNDES, segundo o presidente havia irregularidades e os governo petistas teriam entupido ditaduras com dinheiro público, após abrir a tal caixa preta o resultado seria trágico se não fosse tão cômico, isso por que o resultado frustou Bolsonaro, sua base e inocentou definitivamente seus desafetos Lula e Dilma. O presidente então contratou uma auditoria e gastou 48 milhões segundo o jornal Estadão, Bolsonaro dava como certo que seria encontrada irregularidades, mas, conforme nosso blog adiantou no dia 18 de dezembro de 2019 na reportagem BOLSONARO ABRIU CAIXA PRETA DO BNDES QUE INOCENTOU PETISTAS!
O Relatório final da auditória do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgado no fim do ano passado, nesta segunda-feira (20), revela que a tentativa de o governo Bolsonaro de criminalizar o Partido dos Trabalhadores, a partir das operações financeiras realizadas pelo BNDES, caiu por terra.
Segundo o relatório, não houve nenhuma irregularidade nos contratos firmados com a JBS, o grupo Bertin e a Eldorado Brasil Celulose, realizadas entre 2005 e 2018. “Os documentos da época e as entrevistas realizadas não indicaram que as operações tenham sido motivadas por influência indevida sobre o banco, nem por corrupção ou pressão para conceder tratamento preferencial à JBS, à Bertin e à Eldorado”, diz trecho do relatório de oito páginas.
Nada consta também na CPI do BNDES que teve como foco as supostas irregularidades no banco que nos governos do PT financiou políticas de apoio a empresas nacionais, promovendo o crescimento econômico no País, com geração de empregos e renda e tão pouco foram encontradas irregularidades nos “supostos empréstimos irregulares para ditaduras”, o que foi encontrado foram operações de crédito para empresas que trabalharam em obras nesses países, com os mesmos mecanismos usados por bancos de desenvolvimento internacionais e apontados no relatório como lucrativos para o BNDES.O mesmo já havia sido comprovado na gestão do governo golpista de Temer foi publicado o livro Verde do BNDES (balanço da atuação do banco entre 2001 e 2016), realizado durante a gestão de Paulo Rabelo de Castro, presidente da instituição, que trazia informações relevantes, “mostrando inclusive, não só a rigidez, a sanidade de todas as ações do banco como ainda demonstrando que o BNDES era extremamente lucrativo e imprescindível ao desenvolvimento brasileiro”.No final a peça de campanha difamatória de Bolsonaro contra o PT era Fake. E ele fez o banco gastar R$ 48 milhões para descobrir mais uma mentira, frustrar bolsonaristas, inocentar petistas e fazer a militância de esquerda cair na risada.Texto: Ana FernandesEdição: Pedro OliveiraInformações: O Estadão e site do PTSiga nossas redes sociaisSite: https://www.ceilandiaemalerta.com.br/Site: https://jornaltaguacei.com.br/Página no Facebook: https://www.facebook.com/CeilandiaEmAlerta/Página no Facebook: https://www.facebook.com/jtaguacei/Facebook: https://www.facebook.com/jeova.rodriguesneveswiter: https://twitter.com/JTaguaceiInstagram: https://www.instagram.com/p/B7dbhdLH46R/?igshid=1xg5rkqaqkuka

O FIM DA ILHA E DO RIO


https://altairsalesbarbosa.blogspot.com/2020/01/a-ilha-do-bananal-nao-existe-mais.html?m=1&fbclid=IwAR3rzxMmY_F178d0_jF5uGm8qZa7NQjmYdVvYNlrdg92caLkvqxHQhecCLE

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

A ILHA DO BANANAL NÃO EXISTE MAIS




Altair Sales Barbosa

Desde dos meus tempos de estudante do antigo ensino primário e ginasial que aprendi lendo os livros de geografia e também com os meus professores, que o Brasil possuía a maior ilha fluvial do mundo. A Ilha do Bananal, formada pela bifurcação do rio Araguaia que mantinha seu braço esquerdo com o nome de Araguaia e o braço direito com o nome de Javaé, denominação tomada emprestada dos índios Javaé, pertencentes ao mesmo grupo linguístico da nação Karajá. Estes últimos, habitam mais às margens do Araguaia, enquanto que os Javaé estão mais nos domínios das águas do rio Javaé.

A junção dos dois braços, ocorre próximo à cidade de Formoso, hoje Estado do Tocantins. Por força da minha formação universitária, por várias vezes fazia visita regular a então Ilha do Bananal para estudos antropológicos e geológicos. Era comum adentrar à ilha pelo Javaé, para isto atravessávamos nossos carros em balsas, com capacidade de transportar até três caminhões.

O tempo foi passando e trouxe para a realidade novos projetos, com base em novas tecnologias, fato que foi acompanhado de grandes transformações ambientais e sociais em todo vale do rio Araguaia e adjacências. Segundo o geólogo Maximiliano Bayer da UFG, a cada ano o rio Araguaia fica mais largo e menos profundo, consequência das grandes modificações ocorridas no vale.

Com o incremento desses grandes projetos e a criação do estado do Tocantins, que transformou o Projeto Rio Formoso no maior projeto de irrigação do estado, para produção de grãos e melancia, caracterizado pela implantação de barramentos, em áreas sem aptidões para tal, a introdução de pastagens exóticas no interior da Ilha para o sustento do agora já grande pastoreio, todas essas ações foram minando as águas do Javaé até chegar a situação atual, que causou o desaparecimento do braço direito do Araguaia e como consequência a extinção da maior ilha fluvial do mundo. Entretanto, para que possamos entender esse processo, torna-se necessário alargarmos um pouco o horizonte e compreendermos a sub- bacia hidrográfica do Araguaia como um todo.

A noção de que “rio novo” seja aquele que ainda esteja definindo o seu leito principal não é correta. Calcular a idade de um rio, tomando como base a quantidade de sedimentos que transporta, ou simplesmente atribuir o seu período de existência, associando-o a origem geológica dos terrenos percorridos por suas águas, não são parâmetros seguros, nem podem ser generalizados.

Meandros abandonados, ao invés de significarem indícios juvenis, podem significar indícios de longevidade. Devem ser vistos como capítulos da história evolutiva de um rio. O transporte e o depósito de sedimentos dependem das formações geológicas regionais e das feições geomorfológicas. Se a idade geológica dos terrenos fosse também o único padrão utilizado para determinar a idade de um rio causaria uma extrema confusão.

O rio Araguaia, percorre terrenos Paleozóicos com milhões de anos, como também percorre terrenos bem recentes, que ele próprio formou pelo transporte de sedimentos, que às vezes não atingem o tempo de um século.

O tempo de vida de um rio pode ser definido por vários fatores, como largura e extensão da bacia hidrográfica, pelos fenômenos geológicos ocorridos regionalmente, pela história evolutiva que possibilitou a formação das paisagens etc. Entretanto, nada disso é compreensível, se não tivermos em mente que um rio não cresce para baixo, mas para cima, sempre à montante.

Nesta perspectiva, o rio Araguaia pode ser considerado como um dos mais antigos da história hidrográfica moderna da América do Sul. Teve suas origens associadas aos fenômenos de ordem geológico, climático e geomorfológicos, que formaram as paisagens modernas do Planeta, ou seja, as paisagens que existem atualmente e que tiveram seu início no alvorecer da Era Cenozóica, por volta de 65 milhões de anos antes do presente. Esta idade, refere-se apenas a uma fração de tempo, em relação às primeiras paisagens da Terra que datam de 4 bilhões e 600 milhões de anos, mas, por outro lado é o mais antigo capitulo evolutivo da história recente do planeta Terra. 

A história do rio Araguaia está associada aos fenômenos que contribuíram para a consolidação do Sistema Biogeográfico do Cerrado. Os movimentos epirogenéticos ou subida lenta de grandes áreas que formaram o Planalto Central Brasileiro, mudaram a direção de alguns cursos d’água que hoje correm para o Araguaia e possibilitaram que o próprio rio Araguaia começasse uma trajetória que o levasse através do Tocantins/Amazonas até o oceano Atlântico.

O rio Araguaia nasce em território goiano, na borda norte de uma extensão de área sedimentar de idades que vem desde a Era Paleozóica. Área esta, denominada geologicamente de Bacia Sedimentar do Paraná, em cotas próximas a 900 m, na região do entorno do Parque Nacional das Emas, no Município de Mineiros.

No curso de seus primeiros 300 km, o rio Araguaia corre em rochas sedimentares, com seu vale bem encaixado, seguindo a estrutura dessas rochas, até atingir a planície do Bananal. A principal feição geológica nesse trecho é o Domo do Araguainha, estrutura de impacto de meteoro, que embora tenha seu núcleo em Mato Grosso na cidade de Araguainha, possui grande influencia na geomorfologia do curso superior do Araguaia.
No início da planície do Bananal, afloram rochas gnáissico-granítica e vulcano sedimentares de idade Pré-Cambriana, que formam, geologicamente falando, o embasamento ou substrato da grande bacia sedimentar do Paraná.

Desde sua nascente, até a planície do Bananal, o rio Araguaia desce de cotas de 900 m. para cotas próximas de 300 m, adquirindo feições de rio juvenil encaixado, passando, a partir da planície, a desenvolver seu percurso sinuosamente em meandros, evidenciando assim formas geomorfológicas com características de rio de curso normal. A partir da planície, também podem ser observados afloramentos de rochas Quaternárias de deposição recente em contato sobreposto às rochas Pré-Cambrianas.

A planície do Bananal é uma extensa fossa tectônica em atividade, que tem o seu fundo, já subsidio em aproximadamente 5.000 m. desde o período Cretáceo e continua neste processo dinâmico de movimento descente.

O comportamento dessa fossa tectônica termina na sua ponta norte, já no Estado do Tocantins, extremo norte da Ilha do Bananal. A partir deste ponto o rio adquire uma nova feição juvenil, encaixado em rochas estritamente Pré-Cambrianas até sua barra no rio Tocantins, junto à cidade de Marabá, na região conhecida como Bico do Papagaio.

O rio Araguaia é alimentado no seu curso superior por águas do aquífero Guarani, associado às formações geológicas Botucatu e Bauru, a partir do seu curso médio os aquíferos Urucuia e Bambuí são responsáveis maiores pela sua alimentação. A recarga desses aquíferos depende da água da chuva que cai nos chapadões e sua absorção pela vegetação nativa do cerrado. Todavia, esses aquíferos se encontram em situações melindrosas, porque não estão sendo recarregados o suficiente, para manter a perenidade e o fluxo d’água, para as nascentes, córregos e afluentes que alimentam o Araguaia.

Diante do exposto, pode-se colocar a seguinte indagação: Por que o rio Araguaia ainda não desapareceu? Felizmente conhecemos algumas respostas. A principal se refere aos níveis dos lençóis freáticos, que são aqueles depósitos acumulados durante os dois últimos períodos chuvosos. A água destes lençóis, em função da declividade do terreno escorre direto para a calha do grande rio. Estes lençóis ainda se encontram em condições razoáveis de preservação, tendo em vista as condições pluviométricas que se tem mantido constante e a condição dos ambientes ciliares, razoavelmente preservados.

Com a possibilidade de redução dos ambientes ciliares, pelas mudanças propostas para o Código Florestal Brasileiro, grande parte do lençol freático, será inevitavelmente afetada ao longo do rio, o que resultará numa diminuição drástica do seu volume de água, num processo crescente, até afetar a vida do próprio rio.

Diferentemente dos sólidos, a água não possui força de resistência, fluindo em qualquer tipo de declividade. O escoamento das águas pluviais depende da capacidade de infiltração. Se a água da chuva encontra um solo desprotegido, sem vegetação original, a infiltração diminui acentuadamente aumentando a velocidade do escoamento superficial, causando erosões e assoreamento.

Correntes fluviais recebem água de vários pontos, incluindo o fluxo laminar e chuva que cai diretamente nos canais. Entretanto, o fluxo de canal proveniente das chuvas, é um fenômeno efêmero. O que mantém a perenidade de um rio é a água fornecida pela umidade do solo e pelos aquíferos. Em ambos os casos a retirada da cobertura vegetal reduz a umidade do solo e a reserva de água nos aquíferos, fatores que afetam diretamente a vida de um rio.

O rio Araguaia em função de sua história evolutiva, e, também porque já atingiu seu estágio de equilíbrio, num tempo mais curto que possamos imaginar se transformará num ambiente desolador, triste e sem vida, se as modificações ambientais na sua sub-bacia continuarem crescendo no ritmo em que se encontra.

Infelizmente, o progresso em ciência não é fácil. Os argumentos que, finalmente, levam a ciência a avançar são muitas vezes desagradáveis. Nós pesquisadores, não temos ainda total domínio de tecnologias eficazes para recuperação de áreas com degradação acentuada. Portanto, se quisermos evitar um desastre ambiental e uma convulsão social futura, o melhor caminho é a preservação.

Voltando aos parâmetros específicos da Ilha, esta foi descoberta em julho de 1773 pelo sertanista José Pinto Fonseca. Inicialmente recebeu o nome de ilha de Santana. O nome Bananal surge em virtude da grande quantidade de pacova existente no seu interior. Trata-se de uma planta cujas folhas se assemelham a bananeira, originária da Índia.

A Ilha do Bananal sempre foi considerada um laboratório vivo, tanto do ponto de vista da geologia, como da vida silvestre e da antropologia. É reserva ambiental brasileira desde 1959 e considerada reserva da biosfera pela Unesco desde 1993. Na realidade dentro dos limites da antiga Ilha do Bananal existem 4 unidades de conservação. Na parte sul se encontra a Terra Indígena Parque do Araguaia, ao norte está o Parque Nacional do Araguaia, ao qual se sobrepõe a Terra Indígena Iñawébohona, a nordeste e a Terra Indígena Wyhyna/Iròdu Irana ao norte.

Entretanto a Ilha do Bananal, também foi vista como área estratégica para conquista dos Sertões de Dentro. E, nesta perspectiva Getúlio Vargas, então presidente do Brasil a visita em 1940 para sedimentar a partir de então o grandioso empreendimento denominado Marcha para o Oeste, com o objetivo de contactar índios arredios e estabelecer um plano para o povoamento do interior do Brasil.  As idéias de Vargas são retomadas por Juscelino Kubitschek, que chega a ordenar a construção de um hotel na Ilha, com talheres em prata e taças de cristal, para incrementar o turismo. E através da Fundação Brasil Central, Cria a Operação Bananal para com a ocupação da Ilha, também ocupar de forma intensiva o centro do Brasil. Todas essas iniciativas trouxeram heranças ruins para Ilha tais como: A criação de estradas e a introdução da criação do gado bovino.

A Ilha do Bananal desde tempos remotos foi o paraíso dos índios Karajá, cuja grande nação se divide em Javaé que habitam as margens do rio Javaé, dentro da ilha, e grupos menores como os Karajá de Aruanã e os Xambioá ambos habitantes do Vale do Araguaia. Mais recentemente outros grupos indígenas fazem incursões até a Ilha, como é o caso dos Tapirapé e dos Xerente. No final do século XX, um pequeno grupo de Avá-Canoeiro habita áreas do Parque Nacional do Araguaia, levados até aí por Apoena Meirelles.

Como já foi dito, a Ilha do Bananal sempre foi o paraíso dos Karajá e nesse ambiente esta Etnia criou toda uma cosmogênese recheada com elementos que a compõem, inclusive o mito das suas origens, que diz terem surgido das profundezas das águas. Imagino a força do impacto nas mentes dessas populações ao olharem para suas lagoas, seus rios interiores e o próprio Javaé e verem como também sentirem todos agonizando em meio a tanta penúria.



4 comentários:

  1. Parabéns pelo artigo. expõe críticas contundentes ao "desenvolvimentismo" sem base que o sustente, o principal motivo dos problemas terríveis causados pela falta de ponderação de todos os governantes brasileiros. Não foi sem motivo que há cem ou mais anos não vieram mais comissões científicas ao país, com o apoio e incentivo governamental.
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    1. O seu artigo tinha que ser mais teórico e não científicamente para quem tem conhecimento .
  2. Sou morador da região e sempre visito o rio Javaé, é desolador, triste e lamentável vê-lo sua situação atual. E pelos os conhecimentos do nobre pesquisador, a situação tende
    à agravar e, infelizmente, é isso mesmo que vemos ano após ano, suas águas bem reduzidas e suas grandes cheias já não existem mais.
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  3. Uma pena essa realidade, a alteração não natural do ambiente e suas consequências. É parece não haver uma comoção maior por isso.
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