terça-feira, 10 de março de 2015

Medo. Alimento financeiro dos industriais de medicamentos

publicação em Psicologia

Medo: matéria-prima da indústria farmacêutica

by psicomarcosmarinho
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Como os laboratórios globais manipulam insegurança e desemparo quotidianos para multiplicar vendas — desrespeitando, se necessário, a saúde dos pacientes
Por Martha Rosenberg, no Alternet | Imagem: Hónoré Daumier, O Doente Imaginário (1856)
Muito antes da internet e da publicidade direta ao consumidor, a profissão médica tentava tranquilizar as pessoas sobre suas preocupações de saúde. Claro, fadiga e dores de cabeça poderiam ser sintoma de um tumor cerebral; certo, tosse poderia ser um sintoma de câncer de pulmão. Mas a maioria dos médicos tentava atenuar o medo – ao invés de semeá-lo. Lembra do “tome duas aspirinas e me ligue pela manhã?”
Projetemos isso para os “guias de sintomas” online de hoje, testes para ver se você tem uma determinada doença e exortações para que vá a seu médico, mesmo que se sinta bem. Desde que a indústria farmacêutica descobriu que medo de doenças e até a hipocondria vendem drogas, as novas doenças, sintomas e riscos com que as pessoas precisam se preocupar parecem não ter fim.
Vender sintomas para pessoas sugestionáveis tem sido uma mina de ouro para as grandes transnacionais farmacêuticas desde que começaram a fazer propaganda diretamente ao consumidor, no final dos anos 1990. Graças a tal marketing, que na verdade “vende” doenças para construir a demanda, milhões de pessoas que já estiveram muito bem têm agora alergias de estação, Gerd (Doença do refluxo gastroesofágico), distúrbio de atenção, distúrbio de dor e outras “doenças”.
Não se trata de ignorar sofrimento legítimo. Mas para muita gente, a relação com os medicamentos prescritos é melhor expressa na camiseta que diz “Tomo aspirina para a dor de cabeça causada pelo Zyrtec, que uso contra a rinite alérgica que adquiri com o Relenza para a dor de estômago da Ritalina que eu tomo para o déficit de atenção causado pelo Scopoderm, que uso para o enjôo que me dá o Lomotil, que tomo para a diarréia causada pelo Xenical que tomo para perder o peso ganho com o Paxil que tomo para a ansiedade que me dá o Zocor, que uso para o colesterol alto, porque praticar exercício, boa dieta e tratamento quiroprático regularmente dão muito trabalho” (uma camiseta que nem pode ser vestida por gente que usa números pequenos…)
Eis algumas das estratégias que a indústria farmacêutica usa para manter o público comprando drogas.
1. Medo de envelhecer e perder o apetite sexual
As terapias de de reposição hormonal (TRH), que milhões de mulheres fizeram até cerca de dez anos atrás, eram oficialmente vendidas para acabar com as ondas de calor e manter os ossos fortes. Mas, extraoficialmente, era difundidas como um modo de manter-se jovem e sexy. Anúncios publicitários de terapia de reposição hormonal precoce diziam às mulheres que elas tinham “sobrevivido aos seus ovários” e não se mantinham à altura de seus maridos, que queriam mulheres com aparência mais jovem. Quando descobriu-se que TRH aumentava o risco de ataque do coração e câncer (“sentimos muito por isso”), as drogas para fortalecer os ossos assumiram o papel de portadoras mensagem da indústria farmacêutica (“não fique velha!”) para as mulheres. Agora a indústria está dizendo aos homens que eles também necessitam de terapia de reposição hormonal para sua “baixa testosterona” e para manter sua potência sexual. A TRH masculina não parece mais segura que a feminina.
 
2. Medo de sintomas que parecem benignos
Antigamente, pessoas com azia tomavam Eno, Alka Seltzer ou Sonrisal e juravam não comer muito. Não se preocupavam se tinham refluxo gastroesofágico (Gerd), estavam a caminho de um câncer do esôfago; nem tomavam inibidores de bomba de prótons para o resto de suas vidas. Da mesma forma, embora a depressão possa causar um sofrimento inimaginável, é também verdade que a tristeza ocasional – a dor causada por problemas no casamento, na família, no trabalho, pela situação financeira ou mesmo a perda de alguém amado – faz parte da vida. Mas o marketing das grandes farmacêuticas sugerem que você deveria ir correndo ao médico, no instante que sentir-se mal; e se pendurar em “pílulas da felicidade” por uma década ou mais. Claro que o grande sucesso da indústria ao produzir medo em torno de sintomas benignos está convencendo pais e professores de que crianças saudáveis e muito ativas estão sofrendo de ADHD (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade).
 
3. Medo de novas doenças
Quem se lembra da Síndrome do Atraso das Fases do Sono, ou da Síndrome das 24 Horas em dormir, diagnosticadas para pessoas que provavelmente não dormiam suficientemente? Doenças obscuras sobre as quais a indústria farmacêutica “aumenta o alerta” não são inventadas – mas elas são tão raras que não seriam jamais tratadas em publicidade, a menos que a indústria estivesse tentando criar “demanda” para medicamentos caros – inclusive porque não há exame de sangue ou de laboratório confirmando um diagnóstico. Há pouco, a AbbVie, uma empresa farmacêutica norte-americana, lançou duas campanhas, promovendo drogas de alto custo, para convencer pessoas com dor nas costas que eles tinham espondilite anquilosante; as pessoas com diarreia de que tinham insuficiência pancreática exócrina., replete de sites ajudando-as a discernir que têm a doença por seus sintomas. Será que as pessoas com sintomas ou doenças realmente precisam que a indústria farmacêutica lhes diga quando ir ao médico e o que elas têm?
 
4. Medo de que seus filhos não sejam normais
O ADHD (“transtorno do déficit de atenção com hiperatividade”) não é a única receita da indústria farmacêutica para medicalizar e monetizar a infância. As birras são agora chamadas “Transtornos de Humor”. Graças à “psicofarmacologia pediátrica”, as crianças estão cada vez mais diagnosticadas com transtorno desafiador opositivo (DDO), manias mistas, fobias sociais, distúrbios bipolares, transtornos de conduta, depressão e transtornos do “espectro”. Por que a indústria gosta de crianças? Crianças são pacientes submissos que farão o que seus pais, professores e médicos mandarem, diz o ex-promotor de vendas da indústria farmacêutica Gwen Olsen, autor de Confessions of an Rx Drug Pusher [“Confissões de um Vendedor de Drogas”]. Eles são os “tipos de paciente ideal porque representam prescrição contínua, obediente e longeva. “Em outras palavras, eles vão ser pacientes ao longo da vida e renovar o estoque de clientes para a indústria. Não é exagero. Além disso, além de consumirem drogas pesadas e desnecessárias, muita crianças apresentarão reações que exigirão mais drogas, para tratar dos efeitos colaterais.

5. Medo de que sua droga deixe de produzir efeitos
Desde que as grandes indústrias farmacêuticas descobriram que era fácil acrescentar mais drogas a uma droga original — seja para crianças ou pessoas com doenças mentais –, começou a era das drogas “agregadas” e das condições “resistentes a tratamento”. Seu remédio pode não funcionar, dizem novas campanhas do Alility ou Seroquel, porque você precisa de uma segunda droga para ativar a primeira e torná-la mais efetiva. A redefinição da depressão, para vender medicamentos, foi particularmente furtiva. Médicos financiados pela indústria reclassificaram a doença como uma condição para a vida toda, que requer uso permanente de drogas. E há mais! Quase sem evidência médica alguma, a depressão foi considerada “progressiva” — o que, é claro, ampliou seu potencial de produzir medo. “À medida em que o número de grandes episódios depressivos aumento, o risco de episódios subsequentes é previsível”, alertava um artigo denominado “Neurobiology of Depression: Major Depressive Disorder as a Progressive Illness” [“Neurobiologia da Depressão: o Grande Distúrbio Depressivo como Doença Progressiva”], publicado no site médico Medscape, e ladeado por anúncios do antidepressivo Pristiq.
 
6. Medo de doenças silenciosas
E se você não apresentar sintomas e estiver se sentindo bem? Isso não significa que você não sofre de condições silenciosas, que podem estar ameaçando sua saída sem que você saiba. Nenhuma pílula, na história, foi tão bem sucedida como a estatina Lipitor, com sua campanha de TV “Know Your Numbers” [“Conheça seus Números”] e o medo crescente de ataques cardíacos relacionados ao colesterol. Milhões de pessoas usam estatinas para proteger contra o medo de doenças cardíacas silenciosas, embora recentemente, em alguns estudos, o colesterol tenha sido excluído, como risco central de doença cardíaca (ainda bem que a patente do Lipitor expirou…). Também as campanhas da indústria farmacêutica que amedrontam as mulheres sobre perda silenciosa de ossos venderam drogas anti-oesteosporose como Fosamax, Boniva e Prolia, ao convencerem mulheres que algum dia, sem nenhum aviso, seus ossos em processo de enfraquecimento irão se partir. A previsão era verdadeira, com um pequeno detalhe: algumas das mulheres cujos ossos estalaram estavam usando drogas anti-osteosporose, cujos efeitos colaterais passaram a incluir fraturas.
psicomarcosmarinho | 10/03/2015 às 12:49 | Tags: industria farmaceutica, MEDO, saúde | Categorias: psicologia | URL: http://wp.me/p2NsmY-oj
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MANIPULAR - EIS A SAIDA...



MANIPULAÇÃO

Apresento como um dos exemplos clássicos de manipulação ao povo no Brasil, por quem tem seus interesses pessoais ameaçados, e’ a revolta contra uma campanha de vacinação, em 1904. Quando ‘estudada’ nos livros… nas escolas… não e’ devidamente esclarecida… a não ser dizer que houve uma ‘revolta da vacina’. Assim como a ‘revolta da chibata’ a revolta da cachaça’ a revolta da lâmpada’ etc etc etc…

Na verdade, vacina, cachaça, chibata, lâmpada… não se revolta‼ as pessoas, SIM‼

Um caso recente foi terem especulado, por todo o pais, que as vacinas para os ‘velhos’ se protegerem da gripe, na verdade seria para mata-los para o governo economizar na aposentadoria paga a eles. E muita gente embarcou na manipulação‼

Leia uma das versões que se dizem mais coerentes…, e que não tem coerência… sobre o assunto.


 
http://www.historiadobrasil.net/resumos/revolta_da_vacina.htm
Revolta da Vacina - Resumo, Causas


Resumo Sobre a Revolta da Vacina, Causas e Consequências, O Que Foi e o Que Aconteceu Durante A Revolta
Bonde virado por populares durante a Revolta da Vacina

Bonde virado por populares durante a Revolta da Vacina


O que foi

A Revolta da Vacina foi uma revolta popular ocorrida na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904. Ocorreram vários conflitos urbanos violentos entre populares e forças do governo (policiais e militares).

Causas principais

- A principal causa foi a campanha de vacinação obrigatória contra a varíola, realizada pelo governo brasileiro e comandada pelo médico sanitarista Dr. Oswaldo Cruz. A grande maioria da população, formada por pessoas pobres e desinformadas, não conheciam o funcionamento de uma vacina e seus efeitos positivos. Logo, não queriam tomar a vacina.

- O clima de descontentamento popular com outras medidas tomadas pelo governo federal, que afetaram principalmente as pessoas mais pobres. Entre estas medidas, podemos destacar a reforma urbana da cidade do Rio de Janeiro (então capital do Brasil), que desalojou milhares de pessoas para que cortiços e habitações populares fossem colocados abaixo para a construção de avenidas, jardins e edifícios mais modernos.

O que aconteceu durante a revolta 

-  Muitas pessoas se negavam a receber a visita dos agentes públicos que deviam aplicar a vacina, reagindo, muitas vezes, com violência.

- Prédios públicos e lojas foram atacados e depredados;

- Trilhos foram retirados e bondes (principal sistema de transporte da época) foram virados.

Reação do governo e consequências

- O governo federal suspendeu temporariamente a vacinação obrigatória.

- O governo federal decretou estado de sítio na cidade (suspensão temporária de direitos e garantias constitucionais).

- Com força policial, a revolta foi controlada com várias pessoas presas e deportadas para o estado do Acre. Houve também cerca de 30 mortes e 100 feridos durante os conflitos entre populares e forças do governo.

- Controlada a situação, a campanha de vacinação obrigatória teve prosseguimento. Em pouco tempo, a epidemia de varíola foi erradicada da cidade do Rio de Janeiro. 

Bibliografia indicada:

- A Revolta da Vacina
  Autor: Sevcenko, Nicolau
  Editora: Cosac Naify
  Tema: História do Brasil, Revoltas Populares

___________
Comentário:
Essa sempre foi a versão dos que estiveram por trás das manipulações `as populações desinformadas cultural e escolarmente `a época, antes…, agora e, possivelmente, por muito tempo ainda

Na verdade, políticos, empresários, comerciantes… sentindo-se prejudicados em seus interesses [a partir dos pessoais] aproveita-se de circunstâncias… para manipular de modo favorável aos seus interesses.
[Professor Negreiros]

RACISMO - CARTA ABERTA

Tania Jandira Rodrigues Ferreira

Círculos estendidos
 
Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da OEA, receberá Carta aberta contra os Gladiadores do Altar
Nesta manhã de segunda-feira, dia 09 de março, não por coincidência, dia em que a Casa de Oxumarê presta sua reverência anual a divindade da comunicação e dos caminhos, o Orixá Exu, foi confiado ao CEN dar encaminhamento da Carta aberta contra os “Gladiadores do Altar” da Igreja Universal do Reino de Deus.
A carta será protocolada na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA); no escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos da ONU; no Ministério da Justiça; na Secretária Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República; na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal e na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.
A coordenadora nacional de religiosidade do CEN, Mãe Jaciara, sentiu-se honrada com a designação, e destacou: “Por muitos anos está referida igreja vem ferindo e deixando profundas cicatrizes nos religiosos e comunidades de matrizes africanas. Esta luta é nossa, do povo negro. Temos o dever de proteger nossa ancestralidade e cultura”.
Coletivo de Entidades Negras foi criteriosamente escolhido em virtude do comprometimento histórico na luta por políticas voltadas à defesa e promoção da liberdade religiosa e a alta credibilidade na área dos Direitos Humanos e o desenvolvimento de ações com repercussão internacional. Para o Babalorixá Pecê esta missão foi confiada ao CEN pelos próprios Orixás, concluindo a reunião rogando que as divindades os protejam nesta jornada.
http://racismoambiental.net.br/2015/03/08/carta-aberta-as-autoridades-brasileiras-protecao-das-religioes-de-matriz-africana-contra-os-gladiadores-do-altar/


Imagem capturada de vídeo

Carta Aberta às Autoridades Brasileiras: Proteção das Religiões de Matriz Africana contra os “Gladiadores do Altar”

Por décadas a Igreja Universal do Reino de Deus – IURD promove um massacre cultural e religioso contra as Religiões Tradicionais de Matriz Africana, perpetrando uma contínua, incansável, declarada e brutal perseguição através dos meios de comunicação social. A IURD promove o ódio religioso e através da bancada evangélica no Congresso Nacional estimula o fundamentalismo nas instâncias legislativas de nosso país, atentando contra o princípio constitucional que garante a laicidade do Estado.
Os principais alvos da IURD são o Candomblé e a Umbanda, religiões brasileiras edificadas com base nas tradições milenares de culto aos Orixás, N’kisis e Voduns, responsáveis pela preservação e difusão da cultura africana no país. Religiões estas que serviram de instrumentos de resistência para o povo negro e contribuíram de forma significativa para a cultura e identidade do Brasil. No entanto, o prejuízo vai muito além da desvalorização cultural e religiosa deixada pelos africanos no país. Para as comunidades tradicionais de matriz africana, os danos causados são incalculáveis, atingindo desde os seus espaços sagrados, que são destruídos e fechados, até a processos criminais, como o repercutido caso que levou a óbito a Ialorixá Gildásia dos Santos e Santos, em 1999, e tantos outros frequentemente noticiados em jornais.
As comunidades tradicionais de matriz africana não revidam estes ataques com base nos seus próprios dogmas de respeito a vida e à convicção de que a paz, a fraternidade, a irmandade e o amor nos garantem estar de fato ligados em harmonia com o poder superior. Acreditamos ainda que compartilhamos a crença em um mesmo Deus, único e onipotente, senhor de todo universo, porém, por uma diferença cultural, o chamamos de Olodumare, e isto igualmente nos faz irmãos na fé.
De forma pacífica, na tentativa de coibir os ataques da IURD contra os Povos de Santo, reivindicamos diariamente o direito constitucional da liberdade religiosa, lutamos por políticas públicas e buscamos o diálogo inter-religioso, contudo sem lograr o devido êxito. A IURD continua oprimindo as Religiões de Matriz Africana, munida de uma imensa fortuna, de poder político e agora de um exército, que poderá levar a Umbanda e o Candomblé a vivenciar uma releitura da santa inquisição.
Nos últimos dias, foram publicados vídeos de uma recente iniciativa da IURD, os Gladiadores do Altar. Em meio a pregações lotadas, adentram ao culto dezenas de rapazes, trajados uniformemente, marchando e repetindo palavras de ordem, com evidente inspiração militar. Segundo informações da própria IURD, os Gladiadores existem há somente dois meses – desde janeiro deste ano – e nesse curto período, já agregaram mais de 4 mil jovens. Se as cenas do “exército de evangelizadores” já são assustadoras no ambiente controlado das igrejas, há que se imaginar o que esses “soldados da fé” podem fazer nas ruas, longe da vigília de seus “comandantes-pastores”. A mistura explosiva entre fé e força produz resultados imponderáveis.
O Povo de Santo, vitimado por tantos atos de violência perpetrados por pastores da IURD e seus fiéis, não tem condições de “pagar para ver”, até porque, são obviamente previsíveis os desdobramentos dessa iniciativa irresponsável: o fortalecimento de um ideário de ódio contra tudo e todos que não se conformam à pregação estreita da IURD – nas quais se enquadram também outras religiões, os povos indígenas, a população LGBT e grupos com ideologias libertárias.
No plano internacional o tema da intolerância religiosa não poderia ser mais atual. O mundo assiste atônito à escalada de movimentos paraestatais militarizados criados a partir de leituras fundamentalistas de textos religiosos. É este o caso do Boko Haram, na Nigéria, e do Estado Islâmico, na Síria. Supostamente seguindo mandamentos religiosos, esses grupos sequestram, matam e torturam quem não se converte à sua fé, numa estratégia de expansão religiosa fundada na violência e no mais completo e sórdido desrespeito à diversidade. Muitos poderão dizer que exageramos ao comparar os tais “Gladiadores” com extremistas islâmicos, mas e resposta é simples: não é exagero. Trata-se de uma preocupação fundada em experiências reais que demonstram que o fundamentalismo religioso, quando aliado simbólica ou objetivamente a um ideário de violência, pode despertar uma energia incontrolável e destruidora, intransigente e emburrecedora.
Assim, não podemos permitir que essa iniciativa se expanda e se consolide. A liberdade de consciência e de crença, garantida em nossa Constituição, não pode servir de guarida para atos de intolerância e de violência, e, no caso concreto, nos parece que esse direito fundamental colide com outro dispositivo elencado no mesmo artigo 5º da Carta Magna – a vedação de organização paramilitar, que configura crime previsto em nosso Código Penal (art. 288-A).
A conceituação de organização paramilitar pode ser depreendida de julgados e da doutrina jurídica, embora não haja uma definição legal clara. Podemos defini-la como associações de civis armados, organizadas a partir de ideologia política, ideológica ou religiosa, com estrutura semelhante à militar. O comportamento e uniformização dos Gladiadores revela, de forma evidente e alarmante, a estruturação de um embrião paramilitar. É certo que até agora não há evidências de que disponham de armamentos, mas igualmente não há evidências de que não os tenham. É possível que entre esses 4 mil jovens se encontrem pessoas com treinamento militar prévio, ou mesmo pessoas com porte de arma de fogo e outros tipos de armas.
Diante de tamanha incerteza sobre os objetivos dessa organização, sobre a sua natureza, o real controle que a Igreja conseguirá exercer sobre esses jovens e da possibilidade palpável de que essa alegoria se converta em ódio e violência real, CONCLAMAMOS os líderes religiosos de todas as tradições, a sociedade civil organizada, a classe política, as instituições democráticas e todos aqueles comprometidos com a consolidação do Estado Laico a se manifestarem veementemente contra a manutenção das atividades dos “Gladiadores da Fé”, organização que abertamente atenta contra o Estado Democrático de Direito e que deve ser suprimida antes que se torne uma força incontrolável, que produza agressão, dor e morte.
“Senhor, tu que és autor da vida e consumador da fé, guia-nos em nossa jornada, e nos ajuda a ficar de pé, combater o bom combate, completar a carreira e guardar a nossa fé. Diante das nossas dificuldades, não nos deixe esmorecer. Somos homens de caráter, escolhidos pelo senhor, para dar vida em favor dos perdidos e façamos com amor. Temos força, coragem e determinação para nunca fracassar no cumprimento da nossa missão. Graças ao senhor, hoje estamos aqui, prontos para batalha, e decididos a te servir, somos gladiadores do teu altar, isso é uma decisão, todos os dias enfrentamos o inferno, confiantes na tua santa proteção. Eterno é o senhor que nos ama, e a ti pertence o sucesso de nosso trabalho, pois teu é o reino, o poder, a honra e a glória para sempre, amém” – Oração proferida pelos Gladiadores do Altar, da IURD
Diante do sofrimento que vivemos, do contexto brasileiro permeado de intolerância religiosa, da herança execrada do período escravocrata e do preconceito racial, rogamos às Autoridades Brasileiras um maior direcionamento de políticas públicas para assegurar os nossos direitos enquanto comunidades religiosas e tradicionais, assim como o reconhecimento das nossas contribuições para a formação cultural do Brasil, como a efetiva implementação da Lei 10.639/03. Do mesmo modo, diante das evidências aqui apresentadas, solicitamos ao Governo Brasileiro que tome as providências necessárias para investigar rigorosamente como, por que e com qual finalidade os Gladiadores do Altar foram criados. E, caso seja constatada a incitação ao ódio e à violência física, psicológica e moral, pedimos que seja minucioso e criterioso na aplicação da Lei.
Salvador, 7 de março de 2015.
Sivanilton Encarnação da Mata
Babalorixá da Casa de Oxumarê
***
Vídeo disponibilizado no Youtube:
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Destaque: Imagem capturada de vídeo
Informação enviada para Combate Racismo Ambiental por Janete Melo.


RACISMO, PRECONCEITO, NADA MAIS JUSTO COMBATER.....

Universidade de Oklahoma expulsa fraternidade por canção racista
Vídeo divulgado mostrava alunos cantando música com tom racista. 'Comportamento é contrário aos nossos valores', diz diretor da universidade. Da France Presse O presidente da Universidade de Oklahoma, David Boren, fala com alunos durante protesto contra víd...
A Universidade de Oklahoma, no sul dos Estados Unidos, decidiu nesta segunda-feira (9) expulsar de seu campus uma de suas maiores fraternidades após a divulgação de um vídeo no qual seus membros cantam uma música com forte conteúdo racista.

Universidade de Oklahoma expulsa fraternidade por canção racista

Vídeo divulgado mostrava alunos cantando música com tom racista.

'Comportamento é contrário aos nossos valores', diz diretor da universidade.
Da France Presse
O presidente da Universidade de Oklahoma, David Boren, fala com alunos durante protesto contra vídeo racista de fraternidade (Foto: Steve Sisney/AP)
A Universidade de Oklahoma, no sul dos Estados Unidos, decidiu nesta segunda-feira (9) expulsar de seu campus uma de suas maiores fraternidades após a divulgação de um vídeo no qual seus membros cantam uma música com forte carga racista.
A decisão da administração ocorre dois dias após a celebração dos 50 anos da marcha pelos direitos civis em Selma, Alabama.
Estudantes da Universidade de Oklahoma protestam contra comentários racistas em um vídeo da fratenidade Sigma Alpha Epsilon (Foto: Steve Sisney/AP)
No vídeo, os estudantes entoam letras muito ofensivas contra os negros e afirmam que a sua fraternidade, Sigma Alpha Epsilon, jamais admitirá um membro negro.
A direção da Sigma Alpha Epsilon, com 15 mil membros nos Estados Unidos e presente em dezenas de universidades, pediu desculpas e classificou esta música de inaceitável.
"Este tipo de comportamento é contrário a todos os nossos valores", declarou, por sua vez, o presidente da universidade de Oklahoma, David Boren.
Segundo a rede de televisão local KOCO, os membros da fraternidade deverão abandonar o campus até a meia-noite desta segunda-feira.
Protesto de alunos da Universidade de Oklahoma (Foto: Steve Sisney/AP)
O vídeo foi divulgado na noite de domingo através do YouTube pela Unheard Movement, uma associação afroamericana da universidade.
O vídeo, que dura nove segundos e parece ter sido produzido em um ônibus, mostra jovens vestidos de smoking e uma mulher loira cantando. No entanto, não se sabe quando ele foi feito.
Fonte: G1

Ele compra escravas sexuais...

Ele compra escravas sexuais no Iraque para devolvê-las às suas casas

Publicado por em março 6, 2015 as 4:00 pm 
 
escravas-sexuais-interna
 
Publicado no Hypeness
O tráfico sexual de mulheres acontece em todas as partes do mundo e é um assunto triste e preocupante que pouco aparece nos holofotes da mídia e das autoridades. No Iraque, os soldados extremistas do Estado Islâmico (EI) têm justificado o sequestro de crianças e mulheres, principalmente para serem escravas sexuais, usando o argumento de que elas não são fieis à ideologia. Mas para a sorte de algumas dessas vítimas, um iraquiano herói tem conduzido uma nobre batalha para resgatá-las.
Anônimo por óbvias questões de segurança, o homem entra em territórios controlados e participa de leilões para comprar essas moças – cristãs, muçulmanas e yezidis são capturadas e, quanto mais novas, maior é o preço. Mas em vez de abusar delas, o homem age como uma espécie de Moisés, procura suas famílias e as leva de volta às suas casas.
Recentemente, um vídeo em que o homem aparece devolvendo uma garota yezidi para o pai foi divulgado na internet e já foi visto por milhares de pessoas. Este homem, que arrisca sua vida para salvar garotas desconhecidas é um grande exemplo de coragem em meio ao medo e à opressão da guerra. Assista ao vídeo e mantenha sua fé no ser humano:
escravas-sexuais1
escravas-sexuais2
escravas-sexuais3
Todas as fotos: BBC UK
Todas as fotos: BBC UK
dica do Rogério Moreira
 

a reciprocidade

vivendo a reciprocidade da inconsequência

vivendo a reciprocidade da inconsequência


Hoje, mais do que nunca, o humanóide saboreia a "consequência de sua inconsequência", o efeito de suas causas, o resultado direto e indireto de suas ações em cadeia e amplificadas pela ação coletiva de centenas de milhões de outros humanoides. Os resultados se fazem sentir ao seu redor, a começar pelo ar que respira, pelo alimento que ingere, pela água que bebe, pelo clima maluco que nos enlouquece... abusamos e deterioramos recursos vitais essenciais em um ritmo muito além do razoável... 
temos agido como macacos soltos numa loja de louças e cristais...
mas é preciso olhos para ver... do contrário, vai continuar achando que tudo não passa de mera teoria da conspiração... que não há nada de errado com o clima, ou nossa maquinaria em nada afeta nosso ambiente...   

Abaixo, reproduzo artigo do "portal do meio ambiente", versando sobre a mais recente estiagem generalizada que está atingindo o nosso Estado de São Paulo, publicada antes na revista superinteressante. 

silvio mmax.




A falta d'água se alastrou pelo país, sintoma das mudanças climáticas e do desmatamento na Amazônia, cada vez mais debilitada. 
Nos aproximamos de um futuro desértico — e a culpa é toda nossa

por Camila Almeida







Em 2014, não choveu. Pelo menos não quanto deveria. Os índices de chuvas apresentam déficit, os reservatórios minguaram a percentuais críticos, a nascente do Rio São Francisco secou pela primeira vez na história. Esses eventos extremos estavam previstos pelos estudiosos das mudanças climáticas, causadas quase exclusivamente pela atividade humana, especialmente pela queima de combustíveis fósseis. Mas outro fator está agravando esse quadro: o desmatamento. A Amazônia é a responsável por manter úmido todo o continente, e sua depredação influencia diretamente no clima.

A floresta funciona como uma fábrica de chuvas. Por cima das nossas cabeças, há imensos rios seguindo seu curso, levando nuvens carregadas por onde passam. São os rios voadores, que começaram a ser estudados em 2006, numa parceria entre o aviador francês Gérard Moss e o engenheiro agrônomo Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Sobrevoando a Amazônia, eles descobriram todo o seu potencial de bombeamento de água e traçaram o curso que os rios voadores seguem pelo País. Esta capacidade da floresta de exportar umidade é um dos cinco segredos da floresta, poeticamente explicados no relatório O Futuro Climático da Amazônia, publicado recentemente por Nobre.


Nossa água vem da Amazônia
Entenda o processo de transpiração da floresta e a formação das nuvens sobre ela. Ao lado, conheça o percurso dos rios voadores e como eles levam chuvas por todo o continente.
O fluxo dos rios voadores é mais intenso no verão, estação em que chove na maior parte do País. Isso acontece graças à inclinação da Terra nesta época do ano, que favorece a entrada dos ventos marítimos na América do Sul. Mas há mais uma vantagem geográfica que garante esse circuito: a Cordilheira dos Andes, localizada a oeste da floresta. O imenso paredão faz com que os ventos não passem direto e deixem o resto do Brasil sem umidade. De acordo com o físico Philip Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), é no começo do ano que os rios voadores reabastecem as fontes de água e reservatórios brasileiros. Ao se chocarem contra a Serra da Mantiqueira e da Canastra, no Sudeste, enchem a nascente de vários rios importantes, como o São Francisco. "Esta região é a caixa d’água do Brasil", avalia Fearnside. "Se não chover na época em que tem que chover, os reservatórios não serão recarregados ao longo do ano", completa. Esse tem sido o drama em 2014.

Desmatamento que vai, volta
Poder contar com a maior floresta tropical do mundo, inclusive em relação aos recursos hídricos, é um privilégio. Pouquíssimo valorizado. Nos últimos 40 anos, derrubamos 42 bilhões de árvores. Além disso, devido às queimadas, existe mais de 1 milhão de km² de floresta morta, degradada. O que não se imaginava é que uma revanche em forma de seca chegaria tão rápido. "Hoje, estamos vivendo a reciprocidade da inconsequência", atesta Nobre. Há mais de 20 anos, estudos alertavam para esse perigo. Em 1991, o climatologista Carlos Nobre, irmão de Antonio e também do INPE, comandou uma simulação para avaliar os impactos no clima da mudança do uso da terra. Constataram que, se a floresta fosse substituída por plantações ou pastagens, a temperatura média da superfície aumentaria cerca de 2,5 ºC, a evapotranspiração das plantas diminuiria 30% e as chuvas cairiam 20%. Também se previa uma ampliação das estações secas na área amazônica. Hoje, com quase metade da floresta original danificada, tais efeitos parecem ter vindo à tona.
"O desmatamento zero é para ontem. Chegamos a níveis climáticos críticos. Precisamos começar a replantar o que já perdemos", aponta Antonio Nobre.

 Apesar da urgência, as perspectivas não são animadoras. Só na região amazônica, há mais de 40 projetos do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal só no quesito geração de energia. São usinas, barragens e outras medidas que causam inundações e corte de árvores e que afetam diretamente populações indígenas. Os projetos de estradas também são preocupantes. A recuperação da Rodovia Manaus-Porto Velho (BR-319), abandonada desde a década de 1980 por falta de manuntenção, também consta no PAC. De acordo com Philip Fearnside, o projeto é um risco para a Amazônia. "Uma estrada valoriza demais a terra, e especulação gera desmatamento e favorece a grilagem", explica. O mesmo acontece com a Rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), com mais de 1.700 km de extensão.
"A estrada vai ser recuperada para facilitar o transporte da soja produzida no Mato Grosso", aponta Fearnside, sobre uma das áreas amazônicas que mais sofrem com o agronegócio. "A terra valoriza tanto que pecuaristas estão vendendo suas terras para produtores de soja do Sul. Por sua vez, isso tem aumentado muito o desmatamento no Pará, com a liberação de terrenos para a criação de gado desses pecuaristas", critica o especialista. Ele também destaca o fortalecimento da bancada ruralista no Congresso, após as eleições deste ano.


Desmatamento e degradação:
Clima em crise
Neste verão, os rios voadores não avançaram sobre o Sudeste; tampouco as frentes frias. A ilha de calor instalada sobre a região, característica de uma urbanização extrema, cria bloqueios que afastam as chuvas. Por isso, a água esborrou na borda dessa bolha quente, gerando chuvas acima da média no Sul e países vizinhos. Hoje, há registros de seca em todos os Estados brasileiros. Em alguns deles, a seca é "excepcional", ainda mais grave do que a "extrema". O quadro já era grave no ano passado, quando o Nordeste viveu a pior seca dos últimos 50 anos, inserindo o Brasil no mapa de eventos climáticos extremos, da Organização Mundial de Meteorologia.
De acordo com o físico especialista em ciências atmosféricas Alexandre Araújo Costa, da Universidade Estadual do Ceará, o agravamento de secas e das cheias está relacionado ao aumento da temperatura na atmosfera. Aquecida, ela se expande, fazendo com que seja necessário reunir mais vapor d’água para formar nuvens. "Esse processo demanda mais tempo, portanto tende a prolongar os períodos de estiagem. Por outro lado, as nuvens se formam a partir de uma quantidade maior de vapor d’água, fazendo com que os eventos de precipitações se tornem mais intensos. Um planeta mais quente é um planeta de extremos", explica.
Para a filósofa e ecologista Déborah Danowski, que lançou recentemente o livro Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins, com seu marido e antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, entramos num caminho sem volta. "A crise climática não pode mais ser evitada. Se cortássemos agora as emissões de CO₂, a Terra ainda iria se aquecer aproximadamente 1 ºC. Isso porque já jogamos no ar uma quantidade tão grande, que muito dele ainda nem foi absorvido", aponta. O que não quer dizer que não haja muito o que fazer. Para ela, o primeiro passo é repensar os modelos econômicos de crescimento e consumo. "O que nos cabe é tentar mitigar as causas que levam ao aprofundamento das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, nos adaptar à vida em um mundo mais difícil ecologicamente."

Estamos todos ilhados
Seja pelo excesso de calor ou pelas enchentes. Mais filosoficamente: não temos saída para o clima. Os eventos extremos parecem estar se tornando uma realidade no Brasil.
Fonte: Super Interessante.
http://super.abril.com.br/ecologia/brasil-secou-817598.shtml