sábado, 21 de março de 2015

Energia e a crise no Brasil - Dossiê

Revista Galileu

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Dossiê: energia e a crise no Brasil http://ow.ly/KByvt
 

Dossiê: energia e a crise no Brasil

17/03/2015 - 13H03/ atualizado 13H0303 / por Thiago Tanji
 (Foto: Revista Galileu)
O ano começou com um susto para boa parte do país: na tarde do dia 19 de janeiro, uma falha desligou parcialmente a energia em regiões de 11 estados e no Distrito Federal. Não se sabe ao certo o total de pessoas que ficaram às escuras, mas só em São Paulo pelo menos 2 milhões foram afetados. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), responsável por coordenar a transmissão elétrica em território nacional, problemas na transferência de energia das regiões nordeste e norte para o sudeste obrigaram o órgão a realizar cortes controlados para não agravar a situação. Apesar de os técnicos garantirem que se tratou apenas de um erro pontual, a falta de energia é apontada como uma das questões mais delicadas para 2015.
É bem verdade que muita coisa mudou desde 2001, ano em que o país viveu a pior crise energética de sua história, motivada pela falta de água nos reservatórios das usinas hidrelétricas e, principalmente, pela diminuição nos investimentos na infraestrutura de distribuição de energia. Para tentar contornar o problema e evitar um apagão nas cidades, o governo de Fernando Henrique Cardoso obrigou a população a reduzir em 20% os gastos da conta de luz, com multa em caso de não cumprimento da determinação. “Havia a crença de que o planejamento do Estado não era importante e de que o mercado resolveria as coisas, mas isso não deu certo”, afirma Sérgio Bajay, professor do departamento de energia da Unicamp, que na época assumiu um cargo na direção do Ministério de Minas e Energia para contornar a crise.
Após 2003, parte dos problemas no setor foi amenizada com a expansão das linhas de transmissão de energia pelo território nacional, além da diminuição da dependência brasileira das hidrelétricas com a construção de novas usinas termelétricas, que produzem calor para gerar energia a partir de combustíveis fósseis, recursos orgânicos e processos nucleares. Um novo período de estiagem registrado nos últimos meses, no entanto, recolocou o sistema em alerta. Os reservatórios de água que alimentam as usinas hidrelétricas do sistema sudeste/centro-oeste registravam pouco menos de 17% de sua capacidade no final de janeiro de 2015, cenário bem pior que o de 2001, quando o nível era superior a 31%. “Enquanto na região sul as médias históricas de chuva estão sendo superadas, no sudeste passamos o final da primavera e começo do verão com pouca chuva, sobretudo nas cabeceiras que abastecem os reservatórios”, diz Luiz Cavalcanti, chefe do Centro de Análise de Previsão do Tempo do Instituto Nacional de Meteorologia.
Para compensar a escassez da água (responsável por acionar as turbinas das hidrelétricas, que respondem por uma parte expressiva da energia produzida no país), o governo teve de contratar termelétricas, que geram energia a um preço superior — em alguns casos até oito vezes maior.
“A questão não é só a possibilidade de racionamento, mas o alto custo de operação das termelétricas, que acaba acumulando uma dívida a ser paga pelos consumidores”, afirma Roberto d’Araújo, professor do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ. Em 2014, houve a injeção de cerca de R$ 20 bilhões no setor, conta que será paga pelos bancos estatais e pelo consumidor, com reajustes médios na conta de luz estimados em 40%.
Apesar de o Ministério de Minas e Energia descartar a possibilidade de racionamento para este ano, ainda não é possível ter certeza do cenário para os próximos meses devido ao regime de chuvas. “No início de 2014 também se falava de racionamento, mas não se pode tirar nenhuma conclusão até abril, quando se encerra o período úmido”, afir­ma Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, órgão vinculado ao ministério. A possibilidade de um novo apagão só evidencia a importância de acelerar obras de infraestrutura e da busca por energias alternativas, para que não precisemos viver, literalmente, no escuro.
SISTEMA INTEGRADO
Quase todo o território nacional é atendido por rede interligada de energia
Especialistas no setor elétrico não têm dúvida ao afirmar que a falta de investimentos em infraestrutura foi a principal causa da crise elétrica de 2001, fato potencializado pela escassez de chuvas no período. Desde então, o país passou por uma expansão: se em 2001 a capacidade energética instalada correspondia a 75 mil megawatts, em 2014 esse número saltou para quase 134 mil megawatts. Para fazer essa energia abastecer residências e todo o setor econômico, o país conta com o Sistema Interligado Nacional (SIN), responsável por cobrir mais de 98% do território nacional com linhas de transmissão que distribuem a energia elétrica de acordo com a demanda das regiões.
Operado pela ONS, o SIN conta com extensão superior a 110 mil quilômetros, distância equivalente a quase três vezes a circunferência da Terra. “Com uma rede interligada, é possível ter a complementação de diferentes fornecedores de energia. Além disso, em uma situação de emergência energética, é possível buscar auxílio em outra região do país”, afirma o professor Sérgio Bajay.
Ainda assim, o modelo de leilões que privilegia a contratação de energia elétrica para as grandes empresas e a falta de planejamento a longo prazo para buscar alternativas mais eficientes e baratas ainda são questões não resolvidas pelo atual modelo adotado no país. “Temos recursos tecnológicos, naturais e humanos para fazer um sistema robusto que não sofrerá danos mesmo nas piores circunstâncias hidrológicas”, diz o professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Eletrônica e Energia da USP. “Com a tarifa que o povo paga, temos capacidade de fazer mais e melhor.”
 (Foto: Revista Galileu)

O FUTURO ESTÁ NO VENTO
Energia eólica é a principal aposta do país para os próximos anos
Cata-vento:  o Rio Grande do Sul e o nordeste são os locais mais favoráveis para a instalação de parques eólicos com alto índice de produtividade (Foto: Divulgação)
Se há pouco tempo a energia eólica era considerada uma utopia ecológica, hoje sua viabilidade econômica já a coloca como alternativa real para abastecer o planeta nas próximas décadas. Até quem é considerada uma das maiores poluidoras aderiu à nova fonte de energia: sedenta por encontrar alternativas viáveis para manter seu crescimento econômico, a China lidera a produção eólica mundial, com capacidade instalada de mais de 75 mil megawatts e planos para atingir 220 mil megawatts até 2020. “Com a melhora da tecnologia, que aumentou a produtividade das máquinas e diminuiu o preço, a fonte eólica se tornou muito competitiva, além de ser limpa e renovável”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica.
Os parques eólicos, construídos de acordo com a potencialidade do regime de ventos em determinada região, operam por meio de máquinas que parecem grandes cata-ventos. A partir do movimento de suas pás, um gerador consegue produzir energia elétrica, distribuída para a rede a partir de uma central de transmissão. No Brasil, a participação dessa fonte corresponde a mais de 3% da matriz elétrica, com produção de 6 mil megawatts de energia.
Os principais parques eólicos do Brasil, localizados no Rio Grande do Sul e principalmente na região nordeste, têm potencial para produzir muito mais energia do que atual­mente, resolvendo a dependência nacional da energia hidrelétrica, além de frear o custo das termelétricas. “Com o dinheiro gasto em termelétricas, seria possível construir 15 mil megawatts de usinas eólicas, que seriam operadas nos próximos anos a um custo muito reduzido”, diz o professor Ildo Sauer. Com 242 usinas instaladas no país, a expectativa do governo é que o país alcance a sétima colocação na produção eólica mundial em 2015 e que, em oito anos, essa fonte de energia corresponda a 11% da matriz energética.
 (Foto: Revista Galileu)

DO SOL AO LIXO
Produção de energia alternativa quer mostrar-se como opção viável
A China — quem diria — é mais uma vez citada como exemplo mundial para a produção de energia alternativa em larga escala. Em 2014, o país contava com 33 mil megawatts de energia solar instalada, número dez vezes superior a sua produção em 2010. Com o barateamento das placas responsáveis por captar a energia do Sol e transformá-la em eletricidade, o Brasil finalmente despertou para essa opção em outubro do ano passado, quando um leilão disponibilizou 890 megawatts para empresas interessadas. “O governo só esperava utilizar a matriz solar daqui a muitos anos, mas as empresas entenderam que é possível produzir a preços competitivos”, afirma Mauro Passos, presidente do Instituto de Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina.
Outra opção para gerar energia a partir de fontes alternativas parece insólita, mas também desponta como possibilidade para ser utilizada em larga escala: com mais de 28 milhões de toneladas de lixo, o aterro sanitário paulistano São João tornou-se desde 2008 um produtor de energia a partir da produção natural de biogás dos detritos. “Além de ser um negócio viável, você deixa de lançar um gás tóxico na atmosfera, o metano, para transformá-lo em energia”, diz Douglas Ramponi, gerente operacional da usina. Por meio de tubulações, o gás gerado pela decomposição do lixo é levado para motores responsáveis por movimentar o gerador de energia, produzindo eletricidade para uma população estimada em mais de 200 mil habitantes.

PARA TODOS
Vitrine do governo, programa de acesso à energia beneficiou 15 milhões de pessoas
O Censo realizado no ano 2000 pelo IBGE revelou um número alarmante: mais de 2 milhões de famílias em ­áreas rurais do Brasil não possuíam energia elétrica. Para combater esse problema, desde 2003 o governo conta com o programa Luz para Todos, que prevê a instalação gratuita da rede elétrica na moradia que solicita o atendimento, além do recebimento de um kit composto por até três lâmpadas e duas tomadas. “O Luz para Todos traz a questão do direito de acesso à distribuição de energia elétrica”, diz Ednaldo José da Silva Camargo, que fez sua dissertação de mestrado na USP sobre o tema. Até agora, mais de 15 milhões de pessoas foram beneficiadas, com investimentos estimados em R$ 23 milhões. O encerramento do programa, inicialmente previsto para o ano passado, foi estendido pela presidente Dilma Rousseff até 2018, com o objetivo de atender às 228 mil famílias em áreas rurais que ainda não têm acesso a energia. “Há uma comunidade remanescente de quilombolas no município de Iporanga, no Vale do Ribeira. É necessário ir de barco e depois caminhar para chegar até lá”, diz Camargo. “Amplie esta realidade para as comunidades localizadas entre rios e florestas no país, e teremos ideia do desafio desse programa.”

PASSAPORTE CARIMBADO?
Com alto custo de extração, lucros do pré-sal dependem das variações do mercado
Desde 2007, quando a Petrobras anunciou a descoberta de uma área em alto-mar capaz de abrigar, no mínimo, 35 bilhões de barris de petróleo, lançou-se a ideia de que essa nova fonte de recursos seria um  "passaporte para o futuro",  beneficiando o país com investimentos em saúde e educação. Mas retirar aquele petróleo não é uma tarefa fácil: localizado a até 300 quilômetros de distância da terra firme, as reservas estão a quase sete quilômetros de profundidade, com uma camada de até 2 quilômetros de sal que precisa ser perfurada. Toda essa operação envolve um alto custo de pesquisa e desenvolvimento na hora da extração, com investimentos estimados em US$ 102 bilhões até 2018.
No entanto, a crise econômica na Europa, a desaceleração do crescimento chinês e uma manobra política da Arábia Saudita para desestabilizar adversários fizeram o preço dos barris de petróleo despencar 60% em sete meses, chegando a US$ 45 no início de janeiro. O preço fixado do barril deveria estar na casa dos US$ 60 para que a extração do pré-sal fosse considerada lucrativa. Ainda assim, de acordo com especialistas, seria um erro deixar de investir nessa operação. “É necessário olhar para o mercado como um maratonista, e não como um fundista”, afirma Alexandre Szklo, professor do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ. “A Petrobras precisa realizar uma análise capaz de observar a longo prazo: nos anos 1980 e 1990 o preço do petróleo esteve a preços moderados e não se interrompeu o programa porque foi possível atingir uma viabilidade econômica adequada.” Até agora, 500 mil barris associados ao pré-sal são extraídos todos os dias, representando um quarto da produção nacional de petróleo.
CANTEIRO DE OBRAS
Depois de muito atraso, megaconstruções serão entregues nos próximos anos
Usina da discórdia:  ao custo de R$ 30 bilhões, Belo Monte é contestada por ambientalistas e movimentos sociais  por seu impacto na região do rio Xingu, no Pará  (Foto: PAulo Santos/ Reuters)

Entre as dez maiores obras do PAC 2, segunda parte do programa econômico de aceleração do crescimento implantado pelo governo federal em 2010, quatro dizem respeito à produção de energia elétrica no país. Duas delas, as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, já entraram parcialmente em operação, enquanto a hidrelétrica de Belo Monte e a nuclear Angra 3 ainda estão longe de ter suas obras concluídas. Além da demora, causada pelo cenário econômico adverso, a construção de megaprojetos como Belo Monte desperta a preocupação de ambientalistas e movimentos sociais por causa do alagamento de áreas para a construção de reservatórios de água, que provoca a destruição de florestas e o deslocamento das populações locais da região do rio Xingu, no Pará. Com custo estimado em R$ 30 bilhões, a usina produzirá mais de 11 mil megawatts de eletricidade, tornando-se a terceira maior hidrelétrica do mundo. A previsão é que Belo Monte entre em operação parcial ainda este ano, mas só tenha suas obras completamente concluídas em 2019.
Outra grande obra ligada à produção de energia também gera polêmica. Após a construção das usinas nucleares Angra 1 e 2, no sul do Rio de Janeiro, uma nova unidade capaz de gerar 1,4 mil megawatts de energia está prevista para ser finalizada até 2018. Ao custo de R$ 14,9 bilhões, o projeto ainda faz parte do acordo assinado entre Brasil e Alemanha em 1975, quando o governo militar começou a elaborar um programa nuclear no país. Apesar de esse tipo de energia despertar apreensão por causa do risco de acidentes, os executivos da usina garantem que, assim como nas outras unidades de Angra, a nova construção possuirá sistema de segurança capaz de resfriar o núcleo do reator e os geradores de vapor, garantindo um desligamento seguro em caso de emergência. Atualmente, 71 reatores nucleares estão em construção no mundo, com capacidade instalada total de mais de 68 mil megawatts.
 (Foto: Revista Galileu)


ENERGIA INTELIGENTE
Por meio de redes IP, distribuição de energia será mais eficiente

O desenvolvimento de redes elétricas capazes de tomar decisões autônomas sem a necessidade de intervenções humanas é a aposta para os próximos anos. Isso permite que falhas sejam identificadas com mais agilidade, além de contribuir para maior eficiência na distribuição de energia entre as regiões de acordo com a avaliação da demanda. Empresas de tecnologia já desenvolvem redes inteligentes que se conectam por IP e permitem a integração das diferentes cadeias de transmissão da eletricidade. “Os medidores residenciais realizarão checagens a cada 15 minutos, permitindo a visualização on-line do consumo de energia de nossas residências”, afirma Severiano Macedo Júnior, gerente de desenvolvimento de negócios da norte-americana Cisco. Em novembro do ano passado, a companhia fechou uma parceria com a Eletropaulo para a instalação de uma rede inteligente em Barueri, na Grande São Paulo. Com investimentos estimados em 75 milhões, o projeto instalará 62 mil medidores, que funcionarão por meio de uma rede sem fio, além de permitir que a transmissão de dados seja realizada pelo próprio cabo de eletricidade.
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sexta-feira, 20 de março de 2015

A INTOLERÂNCIA OCUPOU A AVENIDA PAULISTA

 
As manifestações do domingo, dia 15 de março, tiveram o dom de revelar o DNA da elite brasileira. Os cartazes nas ruas, a forma como os manifestantes lidaram com as divergências, a rebeldia contra o resultado de eleições livres, limpas e populares revelam mais do que uma crise de poder. O Brasil vive uma quase crise civilizatória.

As pessoas que foram para as ruas no domingo não eram homogeneamente de direita, ou de extrema direita. Eram majoritariamente eleitores da oposição: segundo o Instituto Datafolha, 82% dos entrevistados na avenida Paulista, no dia do ato, votaram em Aécio Neves (PSDB) e 37% revelaram simpatia pelo partido tucano. Na sexta-feira, no ato promovido por movimentos sociais e sindicais em defesa da Petrobras e da democracia, 74% dos entrevistados revelaram ter votado na presidenta Dilma Rousseff, nas eleições de novembro.

Votar na oposição é do jogo. Arrepender-se de ter votado em um determinado candidato é do jogo. Ir para as ruas protestar contra o governo é do jogo. O que não é do jogo, e pode ter passado desapercebido para uma parcela que protesta contra os erros do governo mas não contra a democracia, é que o ódio às instituições democráticas contaminou as multidões.

Nem todos os manifestantes empunharam cartazes contra a democracia ou pediram a volta dos militares – justo no aniversário de 30 anos do fim do regime militar –, mas o fato é que a intolerância com a diversidade de opiniões, a indisfarçada ignorância a princípios de respeito à diversidade social, de gênero ou cor e a violência contra opositores políticos foram legitimadas pelos que agiram de forma antidemocrática, e também pelos que foram indiferentes a isso. A agressividade não apenas foi tolerada pela multidão, mas grassou livremente pelos quarteirões da avenida Paulista livre, leve e solto, como se não existisse amanhã.

O ambiente cultural em que essas manifestações ocorrem, principalmente em São Paulo, onde se concentra boa parte da elite brasileira, é de coação. O ódio – expresso em vulgaridades como a de ofender a honra de uma presidenta da República legitimamente investida na sua função com palavras de baixo calão, ou na agressão física contra opositores, ou no pedido aberto para que as Forças Armadas intervenham no processo democrático – é taticamente investido de alta agressividade, para inibir reações contrárias. É um ambiente extremado, criado para obrigar os que se opõem a isso a aceitarem passivamente, por exemplo, os aplausos recebidos por um torturador da ditadura na avenida, ou a agressão física cometida por um homem adulto, acompanhado de um filho pequeno, a um adolescente de 16 anos que, num vagão do Metrô, cometeu a “imprudência” de vestir uma camiseta vermelha.

Isso não é um fato isolado na história, mas a semelhança com outros momentos dá um frio na barriga. Os golpes reacionários normalmente são precedidos de momentos em que os grupos à frente dos ataques a instituições passam a achar que suas razões são universais, e jamais passíveis de questionamentos. Os argumentos para a ódio são de ordem quase pessoal – o “meu” direito, o imposto que “eu pago”, o ódio pelo desfavorecido (“aquele vagabundo”) que está sendo amparado pelo Estado às custas do “meu” dinheiro – mas as razões individuais são jogadas como responsabilidade coletiva. Nessa situação, a reação dirigida ao que pensa diferente é a coação física ou moral.

Olhar para as ruas, enxergar a realidade e partir para uma contraofensiva capaz de afastar os riscos de retrocesso democrático é parte da missão civilizatória das forças democráticas brasileiras, nesse momento nebuloso da vida brasileira.

O rompimento cultural com a lógica que se forma nas ruas, desde as eleições passadas, tem que se dar pela coragem. Não existe outra forma de confrontar a agressão. Dilma Rousseff usou dessa lógica quando, muito jovem, optou por uma oposição radical ao governo militar, num cenário de radicalismo de direita.

A reação dos que se sentem coagidos nas ruas pela extrema-direita é a de não se deixar coagir. É prestar a sua homenagem à democracia, às urnas e ao voto. A resposta ao 15 de março é um grande viva à democracia.
 
As manifestações do domingo, dia 15 de março, tiveram o dom de revelar o DNA da elite brasileira. Os cartazes nas ruas, a forma como os manifestantes lidaram com as divergências, a rebeldia contra o resultado de eleições livres, limpas e populares revelam mais do que uma crise de poder. O Brasil vive uma quase crise civilizatória.

As pessoas que foram para as ruas no domingo não eram homogeneamente de direita, ou de extrema direita. Eram majoritariamente eleitores da oposição: segundo o Instituto Datafolha, 82% dos entrevistados na avenida Paulista, no dia do ato, votaram em Aécio Neves (PSDB) e 37% revelaram simpatia pelo partido tucano. Na sexta-feira, no ato promovido por movimentos sociais e sindicais em defesa da Petrobras e da democracia, 74% dos entrevistados revelaram ter votado na presidenta Dilma Rousseff, nas eleições de novembro.

Votar na oposição é do jogo. Arrepender-se de ter votado em um determinado candidato é do jogo. Ir para as ruas protestar contra o governo é do jogo. O que não é do jogo, e pode ter passado desapercebido para uma parcela que protesta contra os erros do governo mas não contra a democracia, é que o ódio às instituições democráticas contaminou as multidões.

Nem todos os manifestantes empunharam cartazes contra a democracia ou pediram a volta dos militares – justo no aniversário de 30 anos do fim do regime militar –, mas o fato é que a intolerância com a diversidade de opiniões, a indisfarçada ignorância a princípios de respeito à diversidade social, de gênero ou cor e a violência contra opositores políticos foram legitimadas pelos que agiram de forma antidemocrática, e também pelos que foram indiferentes a isso. A agressividade não apenas foi tolerada pela multidão, mas grassou livremente pelos quarteirões da avenida Paulista livre, leve e solto, como se não existisse amanhã.

O ambiente cultural em que essas manifestações ocorrem, principalmente em São Paulo, onde se concentra boa parte da elite brasileira, é de coação. O ódio – expresso em vulgaridades como a de ofender a honra de uma presidenta da República legitimamente investida na sua função com palavras de baixo calão, ou na agressão física contra opositores, ou no pedido aberto para que as Forças Armadas intervenham no processo democrático – é taticamente investido de alta agressividade, para inibir reações contrárias. É um ambiente extremado, criado para obrigar os que se opõem a isso a aceitarem passivamente, por exemplo, os aplausos recebidos por um torturador da ditadura na avenida, ou a agressão física cometida por um homem adulto, acompanhado de um filho pequeno, a um adolescente de 16 anos que, num vagão do Metrô, cometeu a “imprudência” de vestir uma camiseta vermelha.

Isso não é um fato isolado na história, mas a semelhança com outros momentos dá um frio na barriga. Os golpes reacionários normalmente são precedidos de momentos em que os grupos à frente dos ataques a instituições passam a achar que suas razões são universais, e jamais passíveis de questionamentos. Os argumentos para a ódio são de ordem quase pessoal – o “meu” direito, o imposto que “eu pago”, o ódio pelo desfavorecido (“aquele vagabundo”) que está sendo amparado pelo Estado às custas do “meu” dinheiro – mas as razões individuais são jogadas como responsabilidade coletiva. Nessa situação, a reação dirigida ao que pensa diferente é a coação física ou moral.

Olhar para as ruas, enxergar a realidade e partir para uma contraofensiva capaz de afastar os riscos de retrocesso democrático é parte da missão civilizatória das forças democráticas brasileiras, nesse momento nebuloso da vida brasileira.

O rompimento cultural com a lógica que se forma nas ruas, desde as eleições passadas, tem que se dar pela coragem. Não existe outra forma de confrontar a agressão. Dilma Rousseff usou dessa lógica quando, muito jovem, optou por uma oposição radical ao governo militar, num cenário de radicalismo de direita.

A reação dos que se sentem coagidos nas ruas pela extrema-direita é a de não se deixar coagir. É prestar a sua homenagem à democracia, às urnas e ao voto. A resposta ao 15 de março é um grande viva à democracia.

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Doleiro diz que pagou propina a Eduardo Cunha

Doleiro diz que pagou propina de R$ 2 mi que seria destinada a Eduardo Cunha

O doleiro Alberto Youssef, personagem central da Operação Lava Jato, declarou à força tarefa do Ministério Público Federal que o lobista Julio Camargo pediu propina que seria destinada ao deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), presidente da Câmara. Em depoimento gravado em vídeo o doleiro afirmou que a propina teve origem em um contrato de locação de sondas para a Petrobras do qual Camargo participou. Ele disse que o dinheiro foi entregue diretamente ao lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, suposto operador do PMDB na estatal petrolífera e muito próximo ao presidente da Câmara.

O deputado Eduardo Cunha tem reiterado que jamais recebeu dinheiro ilícito de negócios de empreiteiras com a Petrobras. O peemedebista disse que conhece Fernando Baiano, mas que nunca trataram de pagamento de propinas. Cunha afirma que o Ministério Público Federal "selecionou" quem deve ser investigado no âmbito da Operação Lava Jato.

"Eu não tive contato com Eduardo Cunha, eu não mandei recurso diretamente ao Eduardo Cunha", declarou Youssef, que atribuiu ao lobista Julio Camargo a citação ao nome do presidente da Câmara.

Julio Camargo representava uma empreiteira na Petrobras. Ele também fez delação premiada e apontou como operava o esquema de corrupção na estatal. "Ele (Julio Camargo) me relatou que, em determinado momento, a Samsung deixou de pagar ele e ele deixou de passar esses valores ao Fernando Soares", disse o doleiro no depoimento gravado.
"Por conta disso, tinha sobrado um saldo. E o Fernando Soares, para pressionar a pagar, colocou no caso o Eduardo Cunha para que fizesse uma representação perante uma comissão da Câmara, pedindo informações da vida inteira do Julio Camargo, da Toyo, que ele representava, e da Mitsui na Petrobras. E que eu ajudasse ele a resolver o problema com o Fernando Soares."

Youssef disse ter ouvido que o presidente da Câmara "estaria pressionando via Câmara, via Comissão". Dois deputados do PMDB queriam feito esse pedido sobre a Petrobras perante a Câmara. Youssef disse que "o Julio saiu pedindo ajuda para todo mundo".

Nesse trecho de seu relato, o doleiro citou o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e João Cláudio Genu, ex-assessor do ex-deputado José Janene (PP/PR), que morreu em 2010.

"(O Julio) pediu ajuda para mim, para o Paulo Roberto. O Paulo Roberto, inclusive, pedia para que eu cobrasse o Julio, referente a essas sondas, US$ 1,5 milhão, que o Julio tinha ficado devendo a ele. E também o Genu pedia que eu cobrasse o Julio Camargo US$ 500 mil pelo aluguel dessa sonda, que também o Julio tinha ficado devendo a eles."

Youssef contou que este assunto "é um dos motivos da sua discórdia com a declaração nos termos (depoimentos da delação) do Julio Camargo". "Ele diz que repassou a mim R$ 11,3 milhões para que eu repassasse esse valor ao Fernando Soares imediatamente. Não foi isso que aconteceu. Aconteceu, sim, um pagamento ao Fernando Soares, mas foi US$ 2 milhões, que ele (Julio Camargo) me depositou. Eu fiz esse pagamento diretamente ao Fernando Soares, no escritório do Fernando Soares."

"Determinado dia, o Julio Camargo me telefona pedindo que eu fosse ao escritório dele, que ele precisava ter uma conversa comigo. Eu fui e quando eu cheguei no escritório eu até estranhei porque o doutor Julio dá aquele chá de banco na gente de 1 hora, 2 horas pra você ser atendido, quando não era de interesse dele. Como era de interesse dele, ele estava me aguardando e me atendeu de prontidão."

O doleiro declarou: "Ele (Julio Camargo) me relatou, eu estou dizendo da boca dele, por isso eu não posso afirmar. Eu não tive contato com Eduardo Cunha, eu não mandei recurso diretamente ao Eduardo Cunha. Eu vou reportar o que o Julio Camargo me passou. Ele tinha feito um aluguel de sondas. O Paulo Roberto Costa participou, o João Genu participou, o Fernando Soares participou, entre Samsung, Mitsui e a área internacional da Petrobras."

Cartel

Alberto Youssef apontou algumas empreiteiras, como a OAS e a UTC, sob suspeita de integrarem o cartel da Petrobras. "Eu fazia caixa 2 tanto da OAS quanto da UTC. Não na totalidade, mas alguns valores. Muitas vezes a OAS ou a UTC mandavam dinheiro para o Rio de Janeiro, para entregar em alguns endereços. Eu repassava esses endereços ao Jayme ou ao Rafael ou ao Adarico (Jayme Careca, agente da Polícia Federal, Rafael Ângulo e Adarico Negromonte são apontados como carregadores de malas do doleiro). Nesses endereços nunca foi especificado que valores era para entregar a Eduardo Cunha ou alguém ligado a ele. O Jayme (Careca), quando esteve preso aqui na carceragem perguntou para mim se eu lembrava dele ter entregue algum dinheiro ao Eduardo Cunha. Eu disse que não, que quem tinha de saber era ele. Quem ia nos endereços era ele (Jayme Careca). Ele me perguntou se uma casa amarela assim, assim, era do Eduardo Cunha. Eu falei: 'não sei'. Não sei se ele mora numa casa amarela, num condomínio. Quem tem que saber é você. Antes de dar qualquer declaração, ir lá no endereço, na portaria do condomínio, se certificar de quem é a casa e depois dar a declaração."

A Floresta Amazônica tem diminuído sua capacidade de absorver carbono da atmosfera

Amazônia perde capacidade de absorver carbono, diz estudo



A Floresta Amazônica tem diminuído sua capacidade de absorver carbono da atmosfera, de acordo com um novo estudo publicado nesta quarta-feira, 18, na revista Nature. Segundo a pesquisa, a captação de dióxido de carbono pode ter caído à metade, em relação aos 2 bilhões de toneladas do composto que a floresta absorvia anualmente na década de 1990. Para os autores, o aumento da mortalidade de árvores é considerada a principal causa da queda observada na capacidade da floresta para absorção de carbono.

Realizado ao longo de 30 anos, o trabalho é a mais extensa pesquisa terrestre já feita na Amazônia e envolveu uma equipe internacional de quase 100 cientistas, incluindo brasileiros. A coordenação do trabalho foi feita pela Universidade de Leeds, no Reino Unido.

Segundo os autores, as florestas tropicais absorvem e armazenam grandes quantidades de dióxido de carbono e, graças a essa propriedade, têm um papel importante na regulação do clima global. A redução na capacidade de armazenamento de carbono observada na Amazônia, de acordo com eles, pode ter consequências para os futuros níveis de CO2 na atmosfera e, por isso, deveria ser levada em conta pelos modelos matemáticos que são usados para prever mudanças no clima global.

'Sumidouro de carbono'
Nas últimas décadas, a floresta tem sido considerada como um gigantesco "sumidouro de carbono" - por absorver da atmosfera uma quantidade de carbono maior que a liberada -, ajudando a frear as mudanças climáticas. A nova análise da dinâmica da floresta mostra que o balanço de carbono pode ter sido afetado negativamente por uma grande mortalidade de árvores.

De acordo com um dos autores, o brasileiro Niro Higuchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o crescimento registrado da mortalidade de árvores tem relação com três eventos climáticos extremos ocorridos em 2005 e em 2010. Segundo ele, em janeiro de 2005, uma grande tempestade varreu a Amazônia em uma linha diagonal - do Acre e Rondônia até o Oceano Atlântico -, em uma faixa de 200 quilômetros de largura, devastando milhões de árvores.

"A nossa estimativa é de que essa tempestade, que chamamos de chuva convectiva, tenha matado mais de 500 milhões de árvores com troncos maiores que 10 centímetros", disse Higuchi. Depois, secas de severidade incomum castigaram a região no segundo semestre de 2005 e em 2010. "Após esses eventos, com a morte de tantas árvores, tivemos um balanço de carbono negativo", afirmou.

Para Higuchi, no entanto, a capacidade da floresta para absorver carbono não está irremediavelmente comprometida. Se a perda de árvores em grande escala tornou o balanço negativo, as árvores que continuam vivas, segundo ele, seguem absorvendo e armazenando o carbono da atmosfera.

"O desequilíbrio no balanço de carbono foi registrado principalmente após esses eventos extremos. Mas a floresta tem uma capacidade incrível de regeneração e sabemos que as árvores mais novas, que nasceram depois daqueles eventos, têm capacidade maior de armazenamento", disse o especialista.

Segundo Higuchi, o estudo considerou apenas a mortalidade de árvores causada por eventos climáticos extremos, mas não a que está ligada ao desmatamento. Os resultados, de acordo com ele, revelam os impactos das mudanças climáticas nas funções da floresta.

"Esses eventos como tempestades convectivas e secas sempre ocorreram na Amazônia, mas não com a intensidade extrema e a frequência que temos visto. As mudanças climáticas tendem a tornar esse tipo de eventos extremos cada vez mais comuns", afirmou Higuchi.

Excesso de otimismo
De acordo com autor principal do estudo, Roel Brienen, da Escola de Geografia da Universidade de Leeds, os dados mostram que a mortalidade de árvores cresceu mais de um terço desde a metade da década de 1980. "Isso está afetando a capacidade de armazenamento de carbono da floresta Amazônica", disse.

Segundo ele, além dos eventos extremos, o próprio excesso de CO2 no ar pode aumentar a longo prazo a mortalidade de árvores. O dióxido de carbono é fundamental para a fotossíntese e o aumento do composto na atmosfera, inicialmente, leva a um aumento da taxa de crescimento das árvores. Mas, depois de algum tempo, esse estímulo extra ao crescimento afeta todo o sistema florestal, levando as árvores a ter uma vida mais rápido, morrendo mais jovens.

Para Briennen, seja qual for a causa por trás dessa grande mortalidade - impacto do CO2 ou eventos extremos -, o estudo indica que há um excesso de otimismo nas previsões que indicam uma crescente capacidade de armazenamento de carbono das florestas tropicais.

"Os modelos climáticos que incluem as respostas da vegetação pressupõem que a Amazônia continuará a acumular carbono, à medida que os níveis de dióxido de carbono continuam a crescer. Nosso estudo mostra que isso pode não estar certo e que os processos de mortalidade de árvores são um fator crítico nesse sistema", afirmou Briennen.

A fim de calcular as mudanças na capacidade de armazenar carbono, os cientistas examinaram 321 pontos diferentes nos 6 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal, identificando e medindo 200 mil árvores. Além da morte de árvores, eles registraram o crescimento de novas árvores desde a década de 1980.

VIDAS CEIFADAS NO GOVERNO FHC/PSDB/AÉCIO


“Eu me disponho a fazer uma acareação com Aécio Neves”

NOTA À IMPRENSA DO DEPUTADO ESTADUAL ROGÉRIO CORREIA

Ou como diriam os mineiros: pó pará, Aécio, pó pará!

Na defensiva, vem novamente o senador Aécio Neves tentar desqualificar a Lista de Furnas, que o coloca no centro da Operação Lava Jato, a partir da delação de Alberto Youssef.

Vamos relembrar o roteiro do processo de reconhecimento da autenticidade da Lista:

1. LAUDO DE EXAME DOCUMENTOSCÓPICO (mecânico e grafotécnico) nº 1097/2006, elaborado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Diretoria Técnico-Científica, do Departamento de Polícia Federal, Ministério da Justiça. Nesse laudo, a equipe de peritos analisou o documento original denominado Lista de Furnas, concluindo que não houve montagem, fraude ou qualquer outro tipo de manipulação.

2. O apresentante do documento original, sr. Nilton Monteiro, foi processado pelo deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) em 2006. Em 2009 ele foi inocentado, por unanimidade, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em sentença proferida pela então juíza Maria Luiza de Marilac Alvarenga Araújo (hoje, desembargadora). A razão para negar provimento à ação do deputado Aleluia está escrita lá: a lista é autêntica.

3. No dia 25 de Janeiro de 2012, a procuradora federal (MPF-RJ), Andrea Bayão, ofereceu denúncia contra vários operadores do esquema de Furnas, à época de FHC. Não por coincidência estavam lá as empresas Bauruense e Toshiba, mencionadas por Youssef, junto com o nome de Andréa Neves, no esquema de propinas que teria beneficiado o senador tucano. Dimas Toledo, denunciado pelo MPF nessa ação, foi indicado por Aécio Neves para a diretoria de Furnas. Youssef cita um diretor que seria apadrinhado pelo PP e por Aécio: só pode ser ele.

4. Lembremo-nos que o Diretório Nacional do PSDB contratou um perito americano, Larry F. Stewart, por R$ 200.000,00, para produzir um laudo sobre cópias xerox da Lista de Furnas. Duas lambanças. Primeiro, ao usar cópias xerox para desqualificar a autenticidade da lista original. Segundo contratar um perito que já fora preso em flagrante em um tribunal dos EUA, exatamente por falso testemunho acerca da autenticidade de documentos em outros processos.

5. O Diretório Estadual tucano tentou cassar meu mandato, solicitando ao Ministério Público Estadual a abertura de inquérito para apurar se eu teria participação no suposto ato de falsificação da afamada Lista de Furnas e se eu tinha usado a estrutura de meu gabinete parlamentar para isso. Foi aberto inquérito, pela Drª Raquel Pacheco Ribeiro Souza, para apurar a denúncia do PSDB. Fracassaram. O MPMG considerou, inclusive submetido ao seu Conselho Superior, após exaustivas apurações, que não se justificava o prosseguimento das investigações, nem o ajuizamento de Ação Civil Pública contra mim, impondo-se o arquivamento do Inquérito aberto. As razões: a Lista de Furnas era autêntica, inclusive sendo usada para inocentar Nilton Monteiro em outro processo e tinha o aval do INC da Polícia Federal; e, examinado o uso das verbas de meu gabinete, não restou provada qualquer participação minha em atos de improbidade administrativa. Segue, em PDF, a decisão do MPMG.

Enfim, compreendo o desespero do senador Aécio Neves. Em qualquer sistema de buscas na internet, com as palavras-chaves apropriadas, qualquer leitor pode conferir as informações acima. Desde 2011, Aécio Neves tenta cassar meu mandato parlamentar e persegue quem ousou denunciá-lo, como é o caso de Nilton Monteiro e Marco Aurélio Carone, que chegaram a ser presos ilegalmente para evitar que atrapalhassem sua campanha. Eu fui investigado à exaustão e nunca me opus a qualquer apuração. Agora é a sua vez, Aécio. Por que não se coloca à disposição da justiça? Eu me coloco à disposição para ir ao Senado e fazer uma acareação com V. EXa. Isso é muito mais consistente do que mandar notinhas inverídicas aos jornais!



No Viomundo


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Só quem não tem consciência deseja o retrocesso do nosso País!
 
.36 COLEGAS DO BANCO DO BRASIL E 22 DO BNB TIRARAM SUAS PRÓPRIAS VIDAS NO GOVERNO FHC/PSDB/AÉCIO. PRESENCIEI TODA ESSA TRAGÉDIA QUANDO FUI DIRETOR DO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO CEARÁ. GENTE, SÓ DEUS SABE O QUE SOFREMOS COM O TERRORISMO IMPLANTADO POR AQUELES NAZISTAS. FORAM ELES QUE CRIARAM OS PDV,S (Programa de Demissão (in)Voluntária), NUMA ÉPOCA QUE NÃO HAVIA EMPREGO PRA NINGUÉM, NUMA ÉPOCA QUE MUITA GENTE ESTAVA QUEBRANDO, MILHÕES DE CHEQUES SEM FUNDOS VOLTAVAM DIARIAMENTE, JUROS ALTÍSSIMOS. NÃO, NÃO DÁ MESMO, ESSA TURMA REPRESENTA O RETROCESSO E O QUE HÁ DE MAIS CRUEL CONTRA A DIGNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA DESTE PAÍS. RETROCESSO, NUNCA MAIS! ====VOTO DILMA.
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Robôs politicos e propagandistas

Ana Clara Otoni 20.03.2015 07h00m
O documento de análise interna do Palácio do Planalto que admite erros na comunicação do governo cita o uso de robôs multiplicadores de conteúdo pelo PSDB e pelo PT durante a campanha Presidencial. Essa ferramenta teria sido usada com "invejável profissionalismo" pelos tucanos, segundo o texto do Planalto, pois mesmo após a derrota eleitoral, o PSDB teria continuado a operar os cerca de 50 robôs usados na campanha de Aécio. Segundo o Planalto, " isso significou um fluxo contínuo de material anti-Dilma". Em nota, o PSDB negou ter feito uso da prática e mas disse que o documento oficial da Secretaria de Comunicação da Presidência "revelou mais uma mentira eleitoral, ao confirmar denúncias feitas à época sobre uso de robôs durante a campanha".

Segundo o professor Fabrício Benevenuto da UFMG, essas plataformas de distribuição de conteúdo são programas básicos que permitem propagar informações automaticamente a partir de regras pré-definidas.

— É um programa simples, que não passa de 100 linhas de código de programação. Qualquer aluno da graduação de engenharia da computação consegue fazer sem dificuldade. Eles funcionam a partir da chamada API, que é um conjunto de comandos/chamadas determinados para se obter informações. Pode-se criar um robô para ler tuítes, para retuitar um usuário específico ou postar todas as notícias que tenham uma palavra específica.

Embora em sua raiz um robô possa ser simples, há também criações sofisticadas. Os bots podem ser criados para ter um padrão aleatório, e, assim, de difícil identificação, como explica Benevenuto.

— É fácil criar algo difícil de ser detectado. Há robôs que se comportam como usuários reais e até "dormem" oito horas por noite. Existe um desafio na Inteligência Artificial chamado teste de Turing, no qual você testa um robô para saber se ele é mesmo um robô. É muito difícil passar neste teste, mas com um socialbot é cada mais fácil, porque você pode ter um robô que "fale" gírias, que dê RTs no que as pessoas falam, que compartilhem notícias, ou que simplesmente copie tuítes de outras pessoas como se fossem seus.

OS 'SPAMS DOS TRENDING TOPICS'
Para Benevenuto, o uso de robôs tem a intenção de criar uma sensação nas pessoas nas redes. Eles seriam os "spams dos Trending Topics".

— Os robôs estão ali apenas para distorcer estatísticas. Com eles, é fácil criar uma sensação de que há um grupo muito grande insatifeito com alguma coisa. Isso é parte de um objetivo político e mesmo comercial, quando, por exemplo, uma empresa lança um carro e a concorrente cria um robô para atacar o carro do outro. Se eu quero comprar aquele carro e uso o Twitter para me informar e vejo esses posts de "pessoas" reclamando do carro eu não vou comprá-lo. As pessoas tendem a acreditar demais no que veem na internet, mesmo que aquilo não seja verdade.

Há robôs que são usados para o "bem" ou que não necessariamente tenham a intenção de criar distorções. É o caso, por exemplo, de robôs que utilizam o sistema de RSS, publicando automaticamente tudo o que é postado em um blog, site ou portal de notícias. Segundo Benevenuto, as plataformas sociais não têm como banir certos robôs:

— Primeiro porque não dá para saber claramente se um perfil trata-se de um robô. Você pode desconfiar, mas não vai banir ele por isso. Mas é claro que se o Twitter, por exemplo, percebe que há um perfil postando mais de mil tweets por minuto, ele vai ter certeza que aquilo é um fake. Nenhum humano tem capacidade de fazer isso. Geralmente, bane-se um perfil suspeito quando ele apresenta um padrão de postagem que não condiz com o de uma pessoa real. Na Coreia do Sul, por exemplo, há uma rede social que exige o número de identificação, como se fosse um CPF, para que a pessoa possa logar. Isso reduz o uso desses robôs.

ROBÔS GRATUITOS
Há sites que disponibilizam gratuitamenbte códigos prontos para se criar um robô multiplicador de conteúdo. Segundo Benevenuto, há também pessoas que comercializam esse tipo de serviço. O documento do Planalto diz que "em estimativas iniciais, a manutenção dos robôs do PSDB, a geração de conteúdo nos sites pró-impeachment e o pagamento pelo envio de Whatsapp significaram um gasto de quase R$ 10 milhões entre novembro e março".

O professor ficou espantado com os valores:

— Seria preciso ter um batalhão de robôs para se gastar tudo isso, mas talvez esse número inclua também os serviços de Whatsapp que podem funcionar de um modo diferente, mais manual.

Sobre os valores citados no documento oficial, o PSDB disse, em nota, que "o texto acusa de forma superficial e indistinta o PSDB e usuários das redes sociais críticos ao governo de terem feito gastos milionários na internet" e que "tal afirmação reflete a permanente dificuldade do governo em reconhecer e respeitar o tamanho das ações espontâneas que ocorrem nas redes sociais em oposição a administração petista".
(Por @anaclaraotoni)

Foto meramente ilustrativa/Reprodução/Eu, Robô

'PSDB, Doutor... exigiu R$ 10 milhões para não ter CPI em 2010'

20/03/2015 - Copyleft

Delator da Lava Jato: 'PSDB, Doutor... exigiu R$ 10 milhões para não ter CPI em 2010'

Delator Paulo Roberto Costa detalha as negociações e afirma incisivo: a iniciativa de propor o pagamento de propina partiu do Presidente do PSDB na época.


da Redação Jefferson Rudy/Agência Senado
A presidência do PSDB, através de seu titular, o senador por Pernambuco, Sergio Guerra, já falecido, exigiu um total de R$ 10 milhões como propina, ao diretor da Petrobras e atual delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa, para sabotar uma CPI que investigaria a Petrobras já em 2010.


A denúncia do delator consta de um vídeo gravado em fevereiro deste ano pela Procuradoria Geral da República e só agora liberado. Ou pelo menos só agora divulgado pela mídia conservadora. Ainda não está claro quem segurou essa filmagem até agora.


Nela, o delator Paulo Roberto Costa, até agora tratado com deferência de estadista pelo colunismo conservador, detalha as negociações e afirma incisivo:  a iniciativa de propor o pagamento da robusta soma em propina partiu do Presidente do PSDB. O dinheiro foi repassado ao partido tucano por meio do empresário lldefonso Colares, da empreiteira Queiroz Galvão -- com sede no mesmo Estado do senador Sergio Guerra, Pernambuco.


"'Serviço realizado; a CPI não foi feita", afirmou Costa.


Irônico, voltando-se para seu advogado, o ex-diretor afirmou:


"PSDB, doutor..."


Segundo Costa, a negociação com a presidênia do PSDB aconteceu em um hotel no Rio de Janeiro.


Um dos focos alegados da CPI abortada era a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, sob investigação do TCU.


Nenhum dos empreiteiros que participaram das obras foi ouvido na comissão.


O delator da Lava Jato afirma desconhecer detalhes de como o dinheiro foi pago ao PSDB, se em caixa dois ou em doações eleitorais oficiais.

Nas eleições de 2010, empresas do grupo Queiroz Galvão doaram um total de R$ 11,6 milhões para o PSDB.

Naquele ano, Sérgio Guerra era o presidente nacional do PSDB. No mesmo ano, a construtora repassou R$ 13,5 milhões a diretórios nacionais e estaduais do PT.

Abaixo, trechos do relato gravado em vídeo pela PGR, do Rio de Janeiro e só agora divulgado.


Paulo Roberto Costa: Eduardo da Fonte pediu para conversar comigo num hotel lá na Barra da Tijuca. Eu já conhecia Eduardo da Fonte, PP, aquele negócio todo. Cheguei lá no hotel, vai no apartamento --acho que era no Sheraton ali da Barra-- vai no apartamento tal. Para surpresa minha, quem que tava no apartamento? Eduardo da Fonte e Sérgio Guerra. Os dois no apartamento...


Procurador: É hotel Sheraton?


Costa: É. Se não me engano era o Sheraton da Barra.


Procurador: É um perto do outro. Era Sheraton e tem um depoimento que era Windsor, é um dos dois, é um perto do hotel, agora tem que checar.


Costa: Muito bem, um do lado do outro.


Procurador: Parece que teve uma reunião no Sheraton e outro no Windsor sobre esse tema?


Costa: Foi mais de uma reunião, mas agora não posso te precisar, acho que foi uma reunião em um hotel e outra em outro. [...] Eduardo da Fonte junto com Sérgio Guerra. Fonte era PP e Sérgio Guerra era PSDB.


Procurador: Era senador?


Costa: Senador e presidente do partido, acho que na época era presidente do partido. [Falou] 'Paulo, nós estamos aqui para discutir um assunto que é interesse da Petrobras e tal, não sei o quê'. [Eu disse] 'Qual é o assunto?'. 'Não, temos a possibilidade de não efetivar a CPI da Petrobras'. Lá em 2009, 2010. Eu falei 'mas como é que isso?' 'Não, se tiver uma recompensa aí a gente...' Isso dito pelo S...


Procurador: Isso quem falou foi Dudu da Fonte ou o Sérgio Guerra?


Costa: Não, Sérgio Guerra. Porque ele é que tinha força para isso. O Dudu da Fonte aí foi um intermediário. Eu falei: 'Eu não posso lhe dar essa resposta de bate-pronto, não tenho como te responder. Vou dar uma pensada, vamos conversar e tal'.


Procurador: Ele já falou o valor nessa ocasião?


Costa: Não, na primeira vez acho que não falou o valor. Aí voltamos, depois teve outra reunião, onde foi conversado o valor, aí ele colocou esse valor na mesa. Essa outra reunião, mesma coisa, Dudu da Fonte e Sérgio Guerra. [...] No meu conhecimento, Ciro Nogueira não participou dessa reunião-podia estar por trás-mas não participou dessa reunião.


Procurador: Esse "analisar a situação" envolve conversar com alguém, pedir autorização?


[...]

Costa: É. Eu cheguei a levar esse assunto para o chefe de gabinete do presidente da Petrobras, do presidente [José Sérgio] Gabrielli. [...] Levei esse assunto para ele e falei "está acontecendo isso e isso". Ele falou "Paulo, era bom que resolvesse, né". Eu falei: "É, era bom, né, era bom". [risos]

[...]

Procurador: "Sim, seria bom que isso foi resolvido", ele falou aí?

Costa: Ninguém queria que tivesse uma CPI da Petrobras naquele momento.

Procurador: Ele falou isso e falou o quê, "vou conversar com o presidente"?

Costa: Não, não falou nada. Falou só que seria bom que fosse resolvido. Obviamente que ele deve ter conversado com o presidente, mas eu não tive uma resposta dele nesse sentido, ele não me falou nesse sentido.

Procurador: Ao falar isso, o senhor entendeu que era para seguir adiante, né?

Costa: Claro, claro, lógico. Tivemos a segunda reunião, onde foi colocado então o valor de R$ 10 milhões pelo Sérgio Guerra.

Procurador: O chefe de gabinete chegou a perguntar qual...?

Costa: Não, quando eu falei com ele não tinha o valor ainda.

Procurador: Mas o chefe de gabinete chegou a perguntar "quanto é eles estão querendo"?

Costa: Não, que eu me lembre não, falou só que era bom resolver. Armando Trípodi era o nome dele! Pode pôr aí. Armando Trípodi.

[...]

Costa: [voltando-se para seu advogado] "PSDB, doutor!"

Advogado: Mudam as siglas mas não mudam os homens.

Costa: [concordando] Não mudam os homens.

Advogado: Os homens mudam de siglas como mudam de camisa.

[...]

Costa: Em cima disso eu procurei o Ildefonso Colares, que era da Queiroz Galvão, que tinha contratos muito grandes lá na Rnest [refinaria Abreu e Lima da Petrobras] de Pernambuco. Por que Queiroz Galvão? Porque Sérgio Guerra era pernambucano. Então seria mais fácil Pernambuco com Pernambuco. Procurei a Queiroz Galvão, o Ildefonso, e pedi para que ele fizesse essa transação. Obviamente que isso ele tirou isso do caixa do PP. Do que seria de comissão para o PP, obviamente que ele tirou.

Procurador: Uma curiosidade, quando tira assim do caixa como é que fica para pagar aquelas despesas correntes, o mensalão dos deputados? Porque é uma despesa extraordinária, não prevista, tem que explica isso para todos os deputados?

Costa: Mas todos eles tinham interesse de que não tivesse CPI da Petrobras naquele momento.

Procurador: Mas é isso que estou perguntando, avisava que 'nós próximos meses não vai ter porque usamos lá para barrar'...

Costa: Sim, sim, sim.

[..]

Costa: [voltando-se para seu advogado] E dessa maneira a CPI de 2010 não foi feita. Não aconteceu. [risos] Isso vai para o livro, vai para o livro!

[...]

Procurador: E o senhor sabe como é que foi pago?

Costa: Também não. Eu...

Procurador: O senhor só acionou o Ildefonso?

Costa: O Ildefonso acionei e ele fez o pagamento e a CPI não ocorreu.

Procurador: E ele avisou depois o senhor quando ele fez?

Costa: 'Serviço realizado'. Sim. E a CPI não foi feita.





Créditos da foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Miriam Leitão bate em Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino M

Miriam Leitão detona Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino: "representantes da direita hidrófoba que emburrecem o Brasil"

reinaldo azevedo constantino
Reinaldo Azevedo (esq.) e Rodrigo Constantino (divulgação)
A jornalista Miriam Leitão, colunista do Globo, publicou um artigo no último domingo sobre a “miséria do debate” brasileiro.
No texto, ela bate duro em dois representantes da “direita hidrófoba” brasileira: o colunista Reinaldo Azevedo, de Veja e Folha, e o economista Rodrigo Constantino, que tem colunas em Veja e no próprio Globo.
“Os epítetos ‘petralha’ e ‘privataria’ se igualam na estupidez reducionista. São ofensas desqualificadoras que nada acrescentam ao debate”, diz a jornalista.
Dizendo-se alvo dos dois lados, de quem a critica pela esquerda e pela direita, Miriam passou a tratar então de Reinaldo Azevedo. “Recentemente, Suzana Singer foi muito feliz ao definir como um ‘rottweiler um recém-contratado pela Folha de S. Paulo (…) ele já rosnou para mim várias vezes, depois se cansou como fazem os que ladram atrás das caravanas”.
Miriam resgatou ainda um texto revelador, em que Reinaldo cobrava dela um pedido de desculpas ao senador corrupto Demóstenes Torres.
Depois de tratar de Reinaldo, Miriam saltou para Rodrigo Constantino, o mais caricato personagem da nova direita brasileira, que, segundo a jornalista do Globo, produz “indigências mentais”. Miriam se refere à resposta agressiva que recebeu quando defendeu a nomeação de Janet Yellen para o Federal Reserve, o banco central americano. “O que importa o que a liderança do Fed tem entre as pernas?”, perguntou Constantino em Veja.
Miriam conclui seu texto afirmando que tais tipos de desqualificação são apenas “lixo”. Nada mais.
Leia abaixo a íntegra do texto.
MISÉRIA DO DEBATE
O Brasil não está ficando burro. Mas parece, pela indigência de certos debatedores que transformaram a ofensa e as agressões espetaculosas em argumentos. Por falta de argumentos. Esses seres surgem na suposta esquerda, muito bem patrocinada pelos anúncios de estatais, ou na direita hidrófoba que ganha cada vez mais espaço nos grandes jornais.

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É tão falso achar que todo o mal está no PT quanto o pensamento que demoniza o PSDB. O PT tem defeitos que ficaram mais evidentes depois de dez anos de poder, mas adotou políticas sociais que ajudam o país a atenuar velhas perversidades. O PSDB não é neoliberal, basta entender o que a expressão significa para concluir isso.
A ele, o Brasil deve a estabilização e conquistas institucionais inegáveis. A privatização teve defeitos pontuais, mas, no geral, permitiu progressos consideráveis no país e é uma política vencedora, tanto que continuou sendo usada pelo governo petista. O PT não se resume ao mensalão, ainda que as tramas de alguns de seus dirigentes tenham que ser punidas para haver alguma chance na luta contra a corrupção. Um dos grandes ganhos do governo do Partido dos Trabalhadores foi mirar no ataque à pobreza e à pobreza extrema.
Os epítetos “petralhas” e “privataria” se igualam na estupidez reducionista. São ofensas desqualificadoras que nada acrescentam ao debate. São maniqueísmos que não veem nuances e complexidades. São emburrecedores, mas rendem aos seus inventores a notoriedade que buscam. Ou algo bem mais sonante. Tenho sido alvo dos dois lados e, em geral, eu os ignoro por dois motivos: o que dizem não é instigante o suficiente para merecer resposta e acho que jornalismo é aquilo que a gente faz para os leitores, ouvintes, telespectadores e não para o outro jornalista. Ou protojornalista. Desta vez, abrirei uma exceção, apenas para ilustrar nossa conversa.
Recentemente, Suzana Singer foi muito feliz ao definir como “rottweiller” um recém- contratado pela “Folha de S.Paulo” para escrever uma coluna semanal. A ombudsman usou essa expressão forte porque o jornalista em questão escolheu esse estilo. Ele já rosnou para mim várias vezes, depois se cansou, como fazem os que ladram atrás das caravanas.
Certa vez, escreveu uma coluna em que concluía: “Desculpe-se com o senador, Miriam”. O senador ao qual eu devia um pedido de desculpas, na opinião dele, era Demóstenes Torres. Não costumo ler indigências mentais, porque há sempre muita leitura relevante para escolher, mas outro dia uma amiga me enviou o texto de um desses articulistas que buscam a fama. Ele escreveu contra uma coluna em que eu comemorava o fato de que, um século depois de criado, o Fed terá uma mulher no comando.
Além de exibir um constrangedor desconhecimento do pensamento econômico contemporâneo, ele escreveu uma grosseria: “O que importa o que a liderança do Fed tem entre as pernas?” Mostrou que nada tem na cabeça. Não acho que sou importante a ponto de ser tema de artigos. Cito esses casos apenas para ilustrar o que me incomoda: o debate tem emburrecido no Brasil. Bom é quando os jornalistas divergem e ficam no campo das ideias: com dados, fatos e argumentos.
Isso ajuda o leitor a pensar, escolher, refutar, acrescentar, formar seu próprio pensamento, que pode ser equidistante dos dois lados. O que tem feito falta no Brasil é a contundência culta e a ironia fina. Uma boa polêmica sempre enriquece o debate. Mas pensamentos rasteiros, argumentos desqualificadores, ofensas pessoais, de nada servem. São lixo, mas muito rentável para quem o produz.
Brasil 247

Especialistas acham que a crise da água em São Paulo pode estar só no começo

45 gatos camuflados que estão ganhando no esconde-esconde

Link to HypeScience

Posted: 19 Mar 2015 12:59 PM PDT

Como você já sabe, gatos são ninjas, e uma parte importante do seu arsenal é uma camuflagem perfeita Continua...
Posted: 19 Mar 2015 12:37 PM PDT

O Brasil tem um oitavo de toda a água doce do mundo. E, ainda assim, na maior cidade do país, as torneiras estão ficando secas. Como chegamos a esse ponto? Continua...
Posted: 19 Mar 2015 12:24 PM PDT

A composição da recém-descoberta Reticulum 2, uma pequena galáxia que fica além da Via Láctea, pode conter os segredos para desvendarmos a matéria escura Continua...
Posted: 19 Mar 2015 06:57 AM PDT

Se você já tem medo de aranhas, nem chegue perto desse texto. Você não precisa de mais seis razões para temer esses bichinhos Continua...
Posted: 19 Mar 2015 06:56 AM PDT

Quase não dá pra ver, de tão pequenas que as luas de Saturno são! Eu quase achei que era um pixel sobrando na foto. Continua...
Posted: 19 Mar 2015 06:45 AM PDT

Nova impressora 3D faz matérias a partir de líquidos, e não em camadas, como estamos “acostumados” a ver. Clique e saiba mais! Continua...
Posted: 19 Mar 2015 06:08 AM PDT

A imortalidade é um sonho da humanidade desde os tempos mais primórdios, mas até agora falhamos miseravelmente nesta busca. Veja 7 casos de pessoas que morreram tentando viver para sempre Continua...