domingo, 22 de março de 2015

"Ao expor a maneira de ser e agir de parte do Congresso, Cid Gomes foi a voz popular que Aécio e Cunha não podem ser"


Por Helena Sthephanowitz, para a Rede Brasil Atual
Numa semana em que a mídia tradicional turbinou a repercussão das manifestações "contra a corrupção" de domingo passado, o fato político realmente relevante aconteceu dentro do plenário da Câmara, quando o agora ex-ministro da Educação, Cid Gomes (Pros), disse em alto e bom som que aquela Casa Legislativa abriga "achacadores" – gente que só pensa em vantagem pessoal e partidária em vez de atuar republicanamente na construção de uma sociedade equilibrada e de um país que tenha como meta e missão a erradicação de toda forma de injustiça.
As declarações de Cid Gomes mostram que a oposição ao governo federal também vive seu inferno astral, em franca crise política, por escolher o caminho do quanto pior, melhor. Éinegável que a imagem dos parlamentares cronicamente opositores está desgastada.
Mais além: ficou claro que Cid Gomes disse mais em um minuto de sua fala na Câmara dos Deputados do que o senador e candidato derrotado à Presidência, Aécio Neves deveria dizer como oposição, mas nunca poderá nem conseguirá dizer.
O povo não entende a atuação dúbia do PSDB de atacar só o PT e poupar partidos da base governista como o PP e o PMDB. O povo enxerga jogo de cena, acordos velados de bastidores e um velho jeito de fazer política voltado a preservar privilégios só para os "amigos". Privilégios que chegam à impunidade.
No fundo, Cid Gomes falou o que líderes da oposição, da qual Aécio é a face mais midiática, teriam obrigação de dizer e, se dissessem até poderiam melhorar suas chances nas urnas. Mas nunca veremos, ao fim dos oito anos de mandato como senador que o tucano tem até 2018, ele fazer um discurso como o de Cid, simplesmente porque tem "rabo preso", por puro interesse político eleitoreiro.
A parte do PMDB e do PP que Cid Gomes classificou como de achacadores é aquela que apoiou Aécio em 2014. Alguns ostensivamente e outros, veladamente.
O episódio, que pode ter criado um embaraço para o Executivo, mas escancarou à população com que tipo de gente a presidenta Dilma está sendo obrigada a lidar, com o Congresso eleito pelo voto em outubro passado, começou com mais um fato ampliado pela mídia em sua ofensiva golpista.
Cid Gomes havia feito uma avaliação em ambiente restrito criticando a parcela de deputados que, segundo ele, usava seus mandatos para emparedar o governo e obrigando-o a acatar suas demandas, desejos e vaidades, ainda que em prejuízo do país e da sociedade brasileira.
A declaração vazou para a imprensa, tornou-se pública, gerou editoriais e bravatas, abriu uma crise entre o então ministro e a Câmara dos Deputados, que o convocou para "explicar-se", em mais um evento que se previa um espetáculo para a televisão.
Cid Gomes, porém, disse respeitar o Parlamento, mas repetiu, agora publicamente, todas as críticas aos que se aproveitam de compor a base aliada do governo, com seus partidos nomeando ministros e secretários, mas agem como oposição.
Disse muito claramente que os partidos que desejam fazer oposição deveriam "largar o osso". Chegou a dirigir-se diretamente ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), respondendo que preferia ser chamado de mal-educado do que de "achacador", como Cunha estava aparecendo nas manchetes dos jornais.
A confusão foi grande com deputados que vestiram a carapuça e usaram termos ofensivos contra o ex-ministro. Cunha, com sua aversão crônica pela democracia, cortou o microfone de Cid, que retirou-se da Casa. Ao sair, em entrevista, reiterou o que havia dito e defendeu os esforços da presidenta Dilma para tentar qualificar a política e da árdua luta para a combater a corrupção em ambiente adverso.
Em seguida pediu demissão pelo "sincericídio", pois é óbvio que, por mais que muita gente pense igual à ele, é impossível ter responsabilidade de governar e, ao mesmo tempo, declarar guerra aberta e pública à boa parte de base governista na Câmara.
Cid Gomes vocalizou o que a base eleitoral de Dilma Rousseff nas ruas e nos lares brasileiros vive. A sensação de que o Congresso, de forma generalizada, está pouco ou nada se importando com o eleitorado. E que nada barrará a oposição capitaneada por PSDB e DEM para atingir seus objetivos políticos.

SOCIOPATA

O QUE É UM (A) SOCIOPATA?


O que é um (a) Sociopata?
Sociopata é uma palavra usada para descrever uma pessoa que sofre de sociopatia, uma psicopatologiaque provoca um comportamento impulsivo, hostil e anti social.
@ sociopatia é classificada como um transtorno de personalidade que é caracterizado por um egocentrismo exacerbado, que leva a uma desconsideração em relação aos sentimentos e opiniões dos outros.
Um sociopata não tem apego aos valores morais e é capaz de simular sentimentos, para conseguir manipular outras pessoas. Além disso, a sua incapacidade de controlar as suas emoções negativas torna muito difícil estabelecer um relacionamento estável com outras pessoas.
A sociopatia não tem cura, no entanto, os seus efeitos podem ser mitigados através da psicoterapia e da prescrição de medicamentos. A expressão sociopata funcional indica uma pessoa que apesar de sofrer de uma sociopatia, tem essa situação sob controle, ou seja, os efeitos da sociopatia não afetam muito a sua interação com outras pessoas.
Diferença entre sociopata e psicopata
Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, tanto a psicopatia como a sociopatia são considerados como transtornos antissociais, e têm muitas características semelhantes, o que explica o fato de muitas vezes serem vistos como sinônimos.
Há muitos traços em comum, como a desconsideração por leis, normas sociais e direitos de outras pessoas; falta de sentimento de culpa e comportamento violento.
Uma das principais diferenças é que frequentemente os psicopatas são pessoas encantadoras e populares, que muitas vezes exercem cargos de liderança e que conseguem atrair pessoas para elas próprias.
Um sociopata não é muito bom em contextos sociais, sendo muitas vezes classificado como uma pessoa antissocial. Apesar disso, o sociopata é capaz de fingir ou forçar sentimentos, parecendo estar à vontade ou contente quando na realidade não está. Por outro lado, o psicopata muitas vezes se sente confortável em grupos, vendo essa situação como uma oportunidade para manipular os outros para o seu próprio benefício.
Sociopata - Sem Censura - Ana Beatriz Silva - Pt.1/2
https://www.youtube.com/watch?v=1wq49iB3tjg
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Sociopata - Sem Censura - Ana Beatriz Silva - Pt. 2/2
https://www.youtube.com/watch?v=reFkbHdYW5k
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Sociopatas Famosos
https://www.youtube.com/watch?v=eO6nAwB5Ajo

Lista do HSBC inclui doadores de campanha eleitoral de 2014


SwissLeaks: Lista do HSBC inclui doadores de campanha eleitoral de 2014

Políticos de doze partidos receberam doações de envolvidos no caso durante a campanha de 2014

postado em 19/03/2015 14:48
Agência Brasil
Na sequência da série de matérias do jornal O Globo e o portal UOL, sobre as contas secretas mantidas na Suíça, no banco HSBC, entre 2006 e 2007, foram divulgados hoje (19/3) os nomes de 16 pessoas que doaram dinheiro para a campanha eleitoral de 2014. Elas doaram mais de R$ 5 milhões para políticos de 12 partidos.

Os dados foram levantados a partir de cruzamento feito pelo jornal, em parceria com o portal UOL, entre as pessoas físicas que mais doaram às campanhas com os registros do HSBC vazados por um ex-técnico de informática do banco.

A investigação jornalística sobre o caso, conhecida como SwissLeaks, é comandada pelo ICIJ, sigla em inglês para Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos. As investigações dão conta, até o momento, de que houve sonegação e evasão fiscal por parte do banco e de alguns correntistas.

Na lista das pessoas que aparecem com contas secretas no HSBC no período investigado estão 8.667 brasileiros. Ter uma conta numerada no exterior não pressupõe necessariamente crime e implica declaração dos valores à Receita Federal e ao Banco Central.

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Na Receita, está em andamento uma investigação de brasileiros com indícios de movimentação financeira no Banco HSBC na Suíça, com base em lista divulgada pelo consórcio de jornalistas. As denúncias também serão investigadas por uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado.

Os 16 nomes de doadores de campanha encontrados pelo jornal O Globo e o portal UOL, que também aparecem nas planilhas do SwissLeaks, são: Alceu Elias Feldmann (Grupo Fertipar); Armínio Fraga Neto (Gávea Investimentos); Benjamin Steinbruch (CSN); Carlos Roberto Massa, o Ratinho, do SBT; Cesar Ades (Banco Rendimento); Cláudio Szajman (Grupo VR); Edmundo Rossi Cuppoloni (da incorporadora 5S); Fábio Roberto Chimenti Auriemo (empreiteira JHSF); Francisco Humberto Bezerra (ex-sócio do BicBanco); Gabriel Gananian (Steco Construtora); Hilda Diruhy Burmaian (Banco Sofisa); Jacks Rabinovich (CSN); José Antonio de Magalhães Lins (Axelpar); Miguel Ricardo Gatti Calmon Nogueira da Gama (advogado); Paulo Roberto Cesso (Colégio Torricelli); e Roberto Balls Sallouti (BTG Pactual).

Segundo a reportagem, as doações foram destinadas a candidatos de vários partidos: PSDB, PT, PSDC, PV, PMDB, PSC, DEM, PROS, PTB, PSB, PRB e PP. Dez dos 16 doadores analisados têm relação com empresas abertas em paraísos fiscais. Ainda dentro dessa lista, dez ainda tinham contas abertas e em operação no período 2006/2007 pouco antes de os dados serem vazados.

Quatorze desses doadores disseram ao Globo e ao UOL que não são donos de contas numeradas, que não estão envolvidos em irregularidades ou preferiram não comentar o caso. Dois deles não retornaram à reportagem de o Globo. Os políticos que receberam dinheiro para campanhas disseram, ao jornal, que o financiamento foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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Assassinato Econômico

Assassinato Econômico - a fragilização de um país a partir de interesses externos como a gênese de todos os Golpes, em vídeo


  Segue um trecho em vídeo do documentário Zeitgeist Addendum, em que o ex-agente da CIA, John Perkins, discorre como o terrorismo e o assassinato econômico, especialmente os patrocinados pelos Estados Unidos, formam a gênese calculada de todos os Golpes:

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=vO8vPa_H71g


Um comentário:

Diante disso tudo, da ganância avassaladora e impiedosa dessa gente do mal, só nos resta meditar e aguardar que as forças de luz do bem venham nos proteger já, urgente, ainda que tardio!
Responder

a crise da água veio para ficar, com ela, as guerras!!

Países amazônicos devem evitar conflitos por água, diz OTCA

Getty Images
Água na Amazônia
Água na Amazônia: populações já sentem os efeitos da mudança climática, que se expressa nas fortes inundações e secas
Eduardo Davis, da EFE



Brasília - Os países amazônicos, que "guardam" 20% da água doce do mundo, devem continuar "atuando juntos" para impedir que essas reservas sejam motivo de futuros conflitos, afirma a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
"Na medida em que os países amazônicos continuem atuando juntos, isso poderá ser evitado", disse em entrevista para a Agência Efe o diplomata boliviano Mauricio Dorfler, diretor-executivo da OTCA, a organização regional integrada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.
A ONU já alertou que a água pode ser objeto de grandes conflitos no século XXI e um relatório divulgado pela Unesco nesta semana, como parte das comemorações pelo Dia Internacional de Água neste domingo, reafirmou essa tese, ao advertir que o planeta pode ter um déficit hídrico de 40% em 2030 se não houver mudanças no atual modelo de consumo e preservação.
Para Dorfler, há um consenso entre os países amazônicos de que a gestão da água é parte de uma "agenda comum", que inclui outros fenômenos que podem afetar essas reservas, como o desmatamento e o mercúrio despejado nos rios pela mineração ilegal.
Dorfler destacou que esse consenso dentro da OTCA foi alcançado "inclusive com as diferenças políticas" que existem entre os países da região amazônica, que souberam deixar de lado as divergências para trabalhar em favor da preservação.
Nesse sentido, o diplomata boliviano citou como exemplo um projeto regional sobre o uso sustentável dos recursos hídricos além das fronteiras ao longo de toda a bacia amazônica, que nasce nos Andes e desagua no Atlântico, na região norte do Brasil.
Esse projeto se complementa com um plano para fortalecer os marcos constitucionais nacionais em relação à gestão da água e ao desenvolvimento de iniciativas conjuntas para a criação de um ambiente de cooperação, nas áreas social e econômica, em toda a Amazônia.
"Na região amazônica, vivem cerca de 40 milhões de pessoas que não podem permanecer à margem do desenvolvimento", disse Dorfler, que acrescentou que essas populações já sentem os efeitos da mudança climática, que se expressa nas fortes inundações e secas registradas nos últimos anos em diversas regiões amazônicas.
Nesse contexto, o diplomata relatou que a OTCA começou a colaborar com comunidades que residem na fronteira entre Brasil e Peru, onde se executa um projeto para a implantação de hortas em plataformas elevadas a cerca de dois metros do solo.
Essas plataformas têm aproximadamente 100 metros quadrados e permitem manter o cultivo de diversos produtos agrícolas durante as inundações, com os quais as populações ribeirinhas podem continuar gerando receitas mesmo quando suas terras tenham se transformado em pântanos.
Esse projeto demandou até agora um investimento aproximado de US$ 200 mil e favoreceu cerca de 22 mil pessoas das regiões de Nauta, no Peru, e de Tapará Grande, Urucurituba e Igarapé da Costa, no Brasil.
No entanto, se trata somente de um projeto piloto que será ampliado no futuro para outras regiões amazônicas que sofrem a cada ano com as cheias dos rios.
A OTCA também tem em seus planos a instalação de um Observatório Ambiental e quer fortalecer seus programas para a formação de profissionais nas ciências da natureza, que são escassos nos oito países da organização.
Segundo dados da OTCA, a Amazônia abriga pelo menos 32 mil espécies diferentes de plantas vasculares e o país da região que mais possui doutores em botânica é o Brasil, onde não passam de uma dezena.
Por outro lado, 70% dos estudos sobre a região são realizados por especialistas de Estados Unidos e Europa, e dos 30% restantes, 80% são feitos no Brasil, que possui quase dois terços do território amazônico.
Tópicos: Amazônia, Guerras, Água


Mundo terá déficit de 40% de água em 2030 se consumo não mudar http://ow.ly/KBwxZ

 (Foto: wikimedia commons)
O planeta terá um déficit de água de 40% em 2030 se a forma atual de consumo não mudar, alertou um relatório publicado nesta sexta-feira pela Unesco, que pede que a melhor gestão deste recurso faça parte dos objetivos do planeta da ONU.
O estudo, elaborado por 31 órgãos da ONU sob o guarda-chuva da Unesco, estabeleceu que nos últimos anos houve avanços no acesso à água e ao saneamento no mundo, mas a tensão persiste e será mais evidente por causa do crescimento demográfico.
Por isso, considerou que os objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 2016-2030, que devem substituir os Objetivos do Milênio (2001-2015) precisam ser mais ambiciosos na proteção dos recursos hídricos.
Atualmente o plano da ONU só destaca o acesso à água e ao saneamento.
O relatório da Agência da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) pediu que sejam incluídos também a administração dos recursos hídricos, a qualidade de água, a gestão das águas residuais e a prevenção de catástrofes naturais causadas pela água.
A água é fonte de desenvolvimento econômico, que frequentemente precisa de grandes volumes, assim como a agricultura e a produção energética, e precisam de "equilíbrio", explicou o principal autor do relatório, Richard Connor.
Ainda existem no mundo 748 milhões de pessoas que não têm acesso a água livre de contaminação e as primeiras vítimas são os pobres, os marginalizados e as mulheres, segundo o estudo.
Os autores assinalaram que o setor agrícola, que consome mais quantidade, terá que aumentar sua produção em 60% até 2050, o que provocará mais tensão no acesso à água.
A demanda de produtos manufaturados também crescerá e o relatório assinalou que suas necessidades de água aumentarão 400% nesse período.
A esse aumento da demanda se soma uma gestão defeituosa, que faz com que persista a irrigação intensiva e que muitas águas fiquem contaminadas por causa de pesticidas e produtos químicos perto de leitos fluviais.
Segundo o relatório, 20% das águas subterrâneas do planeta estão sendo exploradas de forma abusiva.
O elemento também sofre com o aquecimento climático, na forma de maior evaporação causada pelo aumento da temperatura, e pela alta do nível do mar que pode afetar reservatórios aqüíferos de água doce.
Todas estas pressões "podem desembocar em uma competição pela água entre diferentes setores econômicos, regiões ou países".
O relatório também apontou uma "gestão deficiente que, com frequência, cobra um preço inferior ao seu valor real e que não é levada em conta na hora de adotar decisões no setor energético ou industrial".
"Os esforços realizados por alguns países indicam que é possível conseguir uma melhor gestão e uma utilização mais escrupulosa dos recursos hídricos, inclusive nos países em vias de desenvolvimento", assinalou o relatório.
Um dos fatores de economia de água preconizados no estudo é o fomento das energias renováveis em vez das centrais térmicas, grandes consumidoras de água e que produzem atualmente 80% da eletricidade do mundo.
Para tomar este tipo de decisão, assinalaram os autores, é preciso que "os poderes públicos possam influenciar nas decisões estratégicas que têm repercussões determinantes na perdurabilidade dos recursos hídricos".
Outro dos métodos de economia pode ser o subsídio para que a agricultura invista em sistemas de irrigação eficientes, o que atacaria outra das principais fontes de desperdício de água.
 

 

O DESMATAMENTO EM TODA A AMAZÔNIA NUNCA DECLINOU OU ESTABILIZOU-SE

Desmatamento aumentou 282% na Amazônia Legal em fevereiro

Yasuyoshi Chiba/AFP
Região desmatada da Amazônia no estado do Pará
Região desmatada da Amazônia: o desmatamento se concentrou em Mato Grosso (37%) 
Fábio de Castro, do Estadão Conteúd




São Paulo - O desmatamento da Amazônia foi de 42 quilômetros quadrados em fevereiro de 2015, um aumento de 282% em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando foram devastados 11 quilômetros quadrados.
Os números são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), mantido pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
O SAD produz um monitoramento não oficial da Amazônia Legal - área que se estende por mais de 5 milhões de quilômetros quadrados em 9 Estados - e tem seus dados divulgados mensalmente.
De acordo com o boletim do Imazon, em fevereiro o desmatamento se concentrou em Mato Grosso (37%), Roraima (28%), Amazonas (16%), Pará (14%) e Rondônia (5%). Os municípios mais desmatados foram Porto dos Gaúchos (MT) e Vitória do Xingu (PA).
A maior parte da destruição ocorreu em áreas privadas: 79%. O restante foi registrado em assentamentos de reforma agrária (18%), unidades de conservação (2%) e terras indígenas (1%).
A devastação acumulada nos sete primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento - entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015 - chegou a 1.702 quilômetros quadrados.
O aumento foi de 215% no período anterior, quando foram desmatados 540 quilômetros quadrados.
Entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015, o Mato Grosso desmatou 595 quilômetros quadrados, o que corresponde a 35% de toda a área devastada.
O Pará desmatou 433 e Rondônia 342 quilômetros quadrados, o que corresponde, respectivamente, a 25% e 20% da área florestal destruída.
Além dos dados sobre o corte raso, o boletim inclui os números sobre florestas degradadas - aquelas que não foram inteiramente suprimidas, mas foram intensamente exploradas ou atingida por queimadas.
Em fevereiro, as florestas degradadas somaram 49 quilômetros quadrados - o que representa uma redução de 2% em relação a fevereiro de 2014, quando foram registrados 50 quilômetros quadrados de florestas degradadas.
Os dados obtidos pelo SAD em fevereiro têm limitações, já que mais da metade da área florestal da Amazônia Legal (59%) estava coberta por nuvens e, portanto, fora do alcance dos satélites. Em fevereiro de 2014, a cobertura de nuvens foi ainda maior, deixando 69% da área inacessível ao monitoramento.
O boletim do Imazon destaca que, por causa dessas condições, os dados de desmatamento e degradação florestal para fevereiro podem estar subestimados.
O SAD utiliza imagens dos mesmos sensor e satélite empregados pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que fornece ao governo federal as informações sobre as novas áreas de desmatamento na Amazônia.
As metodologias utilizadas pelo Inpe e pelo Imazon, porém, são diferentes - o que explica eventuais disparidades entre os resultados dos dois sistemas.

Tópicos: Amazônia, Desmatamentos


WWF: Desmatamento da Amazônia nos países andinos é alarmante

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Desmatamento da Amazônia liberou 51 milhões de toneladas de CO² entre agosto e janeiro passados
O desmatamento ainda é, erroneamente, visto por muitos como um simples problema de cunho ambiental quando, na verdade, é um assunto intimamente ligado ao ordenamento do uso do território e à economia
Paula Laboissière, da AGÊNCIA BRASI


Brasília - Nos últimos dez anos, o Brasil tem dedicado esforços contra o desmatamento na Amazônia, com avanços em políticas públicas, mecanismos e sistemas de proteção da floresta tropical. Entretanto, permanecem alarmantes o desmatamento e a degradação florestal em países vizinhos que compartilham o bioma, como Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, de acordo com alerta da WWF Brasil.
Em relatório divulgado hoje (9), a organização não governamental destaca que foram identificadas 25 frentes de desmatamento na região, com aumento da perda florestal nos países andinos. Enquanto, em 2001, o desmatamento no Brasil representou 81% do total desmatado no bioma, em 2012 a proporção caiu para 44%.
"Deste modo, os avanços brasileiros, no que se refere à queda do desmatamento de florestas da Amazônia, foram perversamente compensados pelo crescimento da destruição das florestas amazônicas em outros países", apontou o documento.
A WWF ressaltou, porém, que apesar da redução significativa, o Brasil ainda figura no topo do ranking de desmatamento no mundo, com a supressão de 4.571 km² de florestas em 2012, que aumentaram para 5.891 km² em 2013. "A indicação de uma retomada da elevação das taxas de desmatamento, em 2014, exige atenção ainda maior para o assunto", acrescenta o relatório.
O coordenador do Programa Amazônia WWF Brasil, Marco Lentini, lembrou que o desmatamento ainda é visto por muitos como um simples problema de cunho ambiental quando, na verdade, é um assunto intimamente ligado ao ordenamento do uso do território e à economia, por exemplo.
“O desmatamento na Amazônia teve dois picos importantes, em 1995 e 2004. Perdemos algo em torno de 400 mil km² desmatados desde 1988. É uma grande mazela brasileira, já que perdemos pelo menos 19% da Amazônia”, disse. “Tivemos redução muito significativa, mas ainda temos grandes desafios”, ressaltou Lentini.
Das recomendações do relatório, ele destacou que as prioridades são manter a atenção e estimular a vontade política de combate e prevenção ao desmatamento; enfrentar o desafio, incentivar e promover as integrações; e investigar e decifrar as cadeias de relações causais de desmatamento para orientar o planejamento, conforme situações específicas de prevenção e combate.
A WWF Brasil também recomenda incentivar a legalidade e combater as fragilidades institucionais e normativas que abrem espaço para a impunidade; incentivar e intensificar a formação e consolidação de cadeias produtivas sustentáveis; e implementar e buscar aprimoramento de sistemas de monitoramento da cobertura florestal.
Para André Dias, da Iniciativa Amazônia Viva, o documento deve servir de estímulo e oportunidade para que os demais países que abrigam a Amazônia possam instituir e fortalecer políticas públicas de controle do desmatamento.
Tópicos: Amazônia, Desmatamentos, Meio ambiente
 

Cacique leva ao mundo luta contra desmatamento na Amazônia

JOEL SAGET/AFP
Almir Suruí (D) entre outros líderes indígenas em Paris
Almir Suruí (D) entre outros líderes indígenas em Paris: "a gente sempre tem a esperança de vencer", diz
Catherine Hours, da AFP


Paris - O emblemático cacique amazônico Almir Narayamoga Suruí mobilizou o Google, lançou um plano de gestão florestal, deu a volta ao mundo.... E, apesar disso, a cada dia saem de seu território 40 caminhões carregados de madeira cortada ilegalmente.
"A pressão é muito grande. Agora é complicado preservar a floresta", explica Suruí, que já sofreu ameaças de morte de empresários do setor florestal, mas garante não desanimar: "A gente sempre tem a esperança de vencer".
Em seu livro, "Salvar o planeta", uma espécie de testemunho para seus filhos, o líder indígena brasileiro conta como decidiu, há 25 anos, trabalhar para defender seu povo, protegendo a floresta.
"Temos uma mensagem", explicou à AFP, em sua passagem pela Feira do Livro de Paris. "É possível desenvolver-se de forma sustentável, em benefício de todos".
O primeiro contato do povo suruí com os brancos remonta a 1969. Três anos depois, a população de 5.000 pessoas caiu para 240, dizimada pelas epidemias.
Quando Almir nasceu, em 1974, a tribo viu seu hábitat encolher com a chegada de novos povoados, pequenos fazendeiros, especuladores. Seu território mudou com a construção de rodovias e o aparecimento da agricultura.
"A floresta sempre nos ensinou a nos adaptar, dizia o meu pai. Vamos sobreviver!", escreve.
O jovem Almir foi o primeiro de sua tribo a estudar. Ele cursou biologia. Chefe de seu clã aos 17 anos e da tribo aos 26, tem uma mente criativa que lhe rendeu o apelido de "índio high tech".
'Projeto carbono suruí'
Suruí chega, por exemplo, a um acordo com o Google Earth, que permite mapear as parcelas e ver onde acontecem os cortes ilegais. "Precisamos de tecnologia para nos defender e nos comunicar", resume. "No Brasil, muitas pessoas têm medo de que os povos indígenas consigam sua autonomia".
A comunidade, composta hoje por 1.400 pessoas, espera a chegada da internet.
Os suruís também propõem um plano de gestão dos recursos que prevê, entre outras coisas, replantar um milhão de árvores.
Com a ajuda de organizações internacionais, eles lançaram um regime de compensação de carbono: as empresas compram créditos dos suruís e eles, em troca, protegem a floresta.
A etapa seguinte consiste em transmitir esse modelo às 180 tribos da Amazônia brasileira. Umas 50 já responderam. "A ideia consiste em deixar de sermos só vítimas", afirma.
A tarefa, no entanto, é complicada. O desmatamento avança em seu território, uma área 20 vezes maior do que a cidade de Paris.
Almir Suruí critica com firmeza o governo federal. "As políticas públicas querem um desenvolvimento a qualquer preço", condena.
Um quinto da floresta amazônica, a maior do mundo, desapareceu devido ao avanço da pecuária extensiva, do plantio de soja, do consumo de madeira legal, das grandes infraestruturas...
O que vai acontecer em 50 anos?, pergunta-se Almir, que também se preocupa com a seca e a falta de bambu que usava, até pouco tempo atrás, para fazer suas flechas...
"A destruição da floresta é responsabilidade do governo", afirma, denunciando medidas como a Portaria 303, que limita o uso de terras pelos indígenas.
"As questões indígenas e ambientais não são prioridade para o governo. Nossa estratégia consiste em mostrar que nossos territórios são importantes para o Brasil, também economicamente. O Brasil poderia ser o líder em desenvolvimento sustentável", diz o líder indígena.
Entre outras de suas ideias está, por exemplo, a de criar uma universidade indígena "para que os brancos aprendam a conhecer o patrimônio suruí" e um centro de estudos da biodiversidade.
Tópicos: Amazônia, Desmatamentos, Meio ambiente


Amazônia perde capacidade de absorver carbono, diz estudo

Hebert Rondon/Ibama
Desmatamento na Amazônia
Desmatamento na Amazônia: o aumento da mortalidade de árvores é considerada a principal causa da queda
Fábio de Castro, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A Floresta Amazônica tem diminuído sua capacidade de absorver carbono da atmosfera, de acordo com um novo estudo publicado nesta quarta-feira, 18, na revista Nature.
Segundo a pesquisa, a captação de dióxido de carbono pode ter caído à metade, em relação aos 2 bilhões de toneladas do composto que a floresta absorvia anualmente na década de 1990.
Para os autores, o aumento da mortalidade de árvores é considerada a principal causa da queda observada na capacidade da floresta para absorção de carbono.
Realizado ao longo de 30 anos, o trabalho é a mais extensa pesquisa terrestre já feita na Amazônia e envolveu uma equipe internacional de quase 100 cientistas, incluindo brasileiros. A coordenação do trabalho foi feita pela Universidade de Leeds, no Reino Unido.
Segundo os autores, as florestas tropicais absorvem e armazenam grandes quantidades de dióxido de carbono e, graças a essa propriedade, têm um papel importante na regulação do clima global.
A redução na capacidade de armazenamento de carbono observada na Amazônia, de acordo com eles, pode ter consequências para os futuros níveis de CO2 na atmosfera e, por isso, deveria ser levada em conta pelos modelos matemáticos que são usados para prever mudanças no clima global.
'Sumidouro de carbono'
Nas últimas décadas, a floresta tem sido considerada como um gigantesco "sumidouro de carbono" - por absorver da atmosfera uma quantidade de carbono maior que a liberada -, ajudando a frear as mudanças climáticas. A nova análise da dinâmica da floresta mostra que o balanço de carbono pode ter sido afetado negativamente por uma grande mortalidade de árvores.
De acordo com um dos autores, o brasileiro Niro Higuchi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o crescimento registrado da mortalidade de árvores tem relação com três eventos climáticos extremos ocorridos em 2005 e em 2010.
Segundo ele, em janeiro de 2005, uma grande tempestade varreu a Amazônia em uma linha diagonal - do Acre e Rondônia até o Oceano Atlântico -, em uma faixa de 200 quilômetros de largura, devastando milhões de árvores.
"A nossa estimativa é de que essa tempestade, que chamamos de chuva convectiva, tenha matado mais de 500 milhões de árvores com troncos maiores que 10 centímetros", disse Higuchi.
Depois, secas de severidade incomum castigaram a região no segundo semestre de 2005 e em 2010. "Após esses eventos, com a morte de tantas árvores, tivemos um balanço de carbono negativo", afirmou.
Para Higuchi, no entanto, a capacidade da floresta para absorver carbono não está irremediavelmente comprometida. Se a perda de árvores em grande escala tornou o balanço negativo, as árvores que continuam vivas, segundo ele, seguem absorvendo e armazenando o carbono da atmosfera.
"O desequilíbrio no balanço de carbono foi registrado principalmente após esses eventos extremos. Mas a floresta tem uma capacidade incrível de regeneração e sabemos que as árvores mais novas, que nasceram depois daqueles eventos, têm capacidade maior de armazenamento", disse o especialista.
Segundo Higuchi, o estudo considerou apenas a mortalidade de árvores causada por eventos climáticos extremos, mas não a que está ligada ao desmatamento. Os resultados, de acordo com ele, revelam os impactos das mudanças climáticas nas funções da floresta.
"Esses eventos como tempestades convectivas e secas sempre ocorreram na Amazônia, mas não com a intensidade extrema e a frequência que temos visto. As mudanças climáticas tendem a tornar esse tipo de eventos extremos cada vez mais comuns", afirmou Higuchi.
Excesso de otimismo
De acordo com autor principal do estudo, Roel Brienen, da Escola de Geografia da Universidade de Leeds, os dados mostram que a mortalidade de árvores cresceu mais de um terço desde a metade da década de 1980.
"Isso está afetando a capacidade de armazenamento de carbono da floresta Amazônica", disse.
Segundo ele, além dos eventos extremos, o próprio excesso de CO2 no ar pode aumentar a longo prazo a mortalidade de árvores. O dióxido de carbono é fundamental para a fotossíntese e o aumento do composto na atmosfera, inicialmente, leva a um aumento da taxa de crescimento das árvores.
Mas, depois de algum tempo, esse estímulo extra ao crescimento afeta todo o sistema florestal, levando as árvores a ter uma vida mais rápido, morrendo mais jovens.
Para Briennen, seja qual for a causa por trás dessa grande mortalidade - impacto do CO2 ou eventos extremos -, o estudo indica que há um excesso de otimismo nas previsões que indicam uma crescente capacidade de armazenamento de carbono das florestas tropicais.
"Os modelos climáticos que incluem as respostas da vegetação pressupõem que a Amazônia continuará a acumular carbono, à medida que os níveis de dióxido de carbono continuam a crescer. Nosso estudo mostra que isso pode não estar certo e que os processos de mortalidade de árvores são um fator crítico nesse sistema", afirmou Briennen.
A fim de calcular as mudanças na capacidade de armazenar carbono, os cientistas examinaram 321 pontos diferentes nos 6 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Legal, identificando e medindo 200 mil árvores.
Além da morte de árvores, eles registraram o crescimento de novas árvores desde a década de 1980.
Tópicos: Amazônia, Desmatamentos, Florestas


 
Ontem foi dia internacional das florestas, hoje dia da água. E temos ainda menos o que comemorar, afinal a crise hídrica que estamos passando no Brasil está a cada dia pior. E para piorar, nossos governantes não estão se importando com todo esse problema. Temos que agir e para isso precisamos de você para continuarmos a fazer ações para chamar a atenção da população e governo: http://bit.ly/1CFDti1 #JunteSe

Meu Comentário:

POSSO GARANTIR QUE ISSO E' PURA VERDADE!! ENTRA GOVERNO, SAI GOVERNO E O DESMATAMENTO EM TODA A AMAZÔNIA NUNCA DECLINOU OU ESTABILIZOU-SE. QUEM AFIRMA ISSO E' UM VIAJANTE PELA A AMAZÔNIA DESDE 1970 ATE' O MOMENTO. SOU EU ESSE VIAJANTE.