quinta-feira, 26 de março de 2015

no noticiário das grandes empresas jornalísticas o Brasil pare em estado terminal

A Standard & Poor destruiu o discurso apocalítico da mídia ao trazer ao debate uma coisa: a verdade.

Se você acreditou na Empiricus e se encheu de dólar, más notícias
Se você acreditou na Empiricus e se encheu de dólar, más notícias
Não há muito tempo, o Brasil parecia em estado terminal, no noticiário das grandes empresas jornalísticas.
Com evidente alegria, os editores e comentaristas empilhavam previsões apocalípticas.
O G1 – cujo chefe, Erick Bretas, conclamou os seguidores no Facebook a bater pernas no protesto de 15 de março – lutava para dar o furo do fim do mundo, ou especificamente do Brasil.

Na manchete, várias vezes, você tinha no G1, em tempo real, a marcha do dólar.
A consultoria de investimentos Empiricus contribuía para a atmosfera fúnebre. Anúncios seus espalhados pela internet traziam um título assustador: “O dólar a 4”.
Dentro desse clima, lances teatrais espoucavam aqui e ali. Num deles, um colunista econômico avisou que estava deixando o Brasil. Miami o chamava.
Era um Bolsa Patroa. Sua mulher ganhara uma bolsa e ele pegou carona. Mas, para todos os efeitos, o bilhete aéreo do colunista sugeria o começo de um êxodo dos melhores cérebros nacionais.
Alguns imaginaram: agora até o Lobão vai embora.
Para os que torcem pelo pior, como a mídia, tudo corria bem – até que uma coisa se impôs.
A verdade.
Ela apareceu numa análise que nenhum jornalista da grande mídia tem competência ou coragem para contestar.
Quem a produziu foi a agência de análise de risco S&P. Os colunistas brasileiros podem errar quanto quiserem, desde que seja contra o PT. Não acontece nada.
Mas cabeças rolam na S&P caso as previsões sejam erradas, porque há muito dinheiro em jogo. Se os investidores colocarem recursos em países ou empresas que tenham a chancela de uma agência e se derem mal, as consequências imediatamente se manifestam.
E a S&P disse o seguinte sobre 2015, em linhas básicas: a economia do Brasil deve recuar 1%, para crescer 2% em 2016.
O dólar médio deve ficar em 3,1 reais. (O que quer dizer que quem acreditou na Empiricus e se abarrotou de dólares pode já pensar na hipótese de processá-la.)
Para chancelar essa visão, a S&P manteve a classificação do Brasil como um bom lugar para investir.
Para quem acompanha – e acredita – nas colunas econômicas da imprensa, foi uma surpresa formidável.
Como assim? Quero bater panelas.
A Petrobras, que a mídia transformou num cadáver, recebeu um voto de confiança expressivo da agência. Manteve sua boa classificação.
Como assim? Quero gritar que o patrimônio nacional foi dilapidado e ir para as ruas com a roupa da seleção.
Todo o drama que a mídia anunciava foi pulverizado com uma simples análise de quem é do ramo.
O quadro é aquele para o ano. Uma queda de 1% na economia não deve ser comemorada com champanha, naturalmente, mas está longe de ser um desastre.
Se administrada de tal forma que os mais humildes sejam poupados, sai na urina, como dizia minha Tia Zete.
Sem se dar conta, a S&P tirou a voz dos profetas do apocalipse. Caso insista em dar o dólar em tempo real na primeira página, o G1 vai ficar até dezembro girando pateticamente em torno de 3,1 reais.
Os comentaristas se recolheram, prudentemente.
Sobraram no palco os tolos, como o senador Aécio Aeroporto Neves. Aécio disse que Dilma deve desculpas por tirar perspectiva de futuro melhor para os brasileiros.
Ora, sabemos todos como seriam as “medidas impopulares” que Aécio prometeu à plutocracia que adotaria caso se elegesse.
Sabemos também quem mereceria sua atenção como presidente – ela mesma, a plutocracia que tanto lutou para levá-lo ao Planalto.
Tudo isso posto, quem acredita que os brasileiros se dariam melhor com Aécio acredita em tudo, como disse Wellington.
A S&P reduziu ao silêncio o tom dos gerentes gerais da catástrofe alojados na mídia.
Falta Aécio cair na real.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

'Quem defende ditadura deve ser preso por apologia ao crime'


247, com Rede Brasil Atual – O professor de Filosofia da USP, Vladimir Safatle, afirma que aqueles que defendem a volta da ditadura militar deveriam ser presos por apologia ao crime.
"Quem tá pedindo golpe militar, pede tortura, pede terrorismo de Estado, pede assassinato, pede censura, quem quer as causas quer as consequências. Não existe isso. Você naturalizou essa coisa num nível absolutamente estrondoso. Essas pessoas não deveriam estar na rua, deveriam estar na cadeia respondendo processo", disse, em entrevista à TVT, reproduzida.
Quem pede impeachment, segundo ele, "pede muito pouco", pois quem viabilizaria o processo seria o Congresso, cujas casas são presididas por dois parlamentares envolvidos no mesmo caso de corrupção que o governo, assim como a oposição.
Sobre a cobertura da mídia em relação à manifestação do último dia 15, Safatle afirma que foi a mais anunciada da história da República, um ato construído pelos meios de comunicação. O professor considerou esse engajamento medonho.
Ouça aqui a entrevista.

TUCANO E' UMA QUE PRATICA CANIBALISMO... O HOMÔNIMO CANIBALIZOU O BRASIL

FHC: FMI E BANCO MUNDIAL AFIRMAM QUE ESSE TUCANOIDE ARREBENTOU COM O PAÍS 

Dados do Banco Mundial e do FMI mostram que foi no governo de FHC que a renda per capita e o PIB caíram e a dívida pública líquida quase dobrou, o que esvazia argumentos de que governo atual está quebrando o país

Dados do Banco Mundial e do FMI mostram que foi no governo de FHC que a renda per capita e o PIB caíram e a dívida pública líquida quase dobrou, o que esvazia argumentos de que governo atual está quebrando o país

Segundo os chamamentos que estão sendo feitos neste momento, no WhatsApp e nas redes sociais, pessoas irão sair às ruas, no domingo, porque acusam o governo de ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país.

Se estes brasileiros, antes de ficar repetindo sempre os mesmos comentários dos portais e redes sociais, procurassem fontes internacionais em que o mercado financeiro normalmente confia para tomar suas decisões, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, veriam que a história é bem diferente, e que o PIB e a renda per capita caíram, e a dívida pública líquida praticamente dobrou, foi no governo Fernando Henrique Cardoso.

Segundo o Banco Mundial, o PIB do Brasil, que era de US$ 534 bilhões, em 1994, caiu para US$ 504 bilhões quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois.

Para subir, extraordinariamente, destes US$ 504 bilhões, em 2002, para US$ 2 trilhões, US$ 300 bilhões, em 2013, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400% em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder.

E isso, apesar de o senhor Fernando Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas brasileiras, muitas delas estratégicas, como a Telebras, a Vale do Rio Doce e parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de “moedas podres”, com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país.

Com a renda per capita ocorreu a mesma coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população brasileira, também segundo o Banco Mundial, caiu de US$ 3.426, em 1994, no início do governo, para US$ 2.810, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002. E aumentou, também, em mais de 400%, de US$ 2.810, para US$ 11.208, também segundo o World Bank, depois que o PT chegou ao poder.

O salário mínimo, que em 1994, no final do governo Itamar Franco, valia US$ 108, caiu 23%, para US$ 81, no final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de US$ 250, hoje, também depois que o PT chegou ao poder.

As reservas monetárias internacionais – o dinheiro que o país possui em moeda forte – que eram de US$ 31,746 bilhões, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para US$ 37.832 bilhões nos oito anos do governo FHC.

Nessa época, elas eram de fato, negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma dívida de US$ 40 bilhões com o FMI.

Depois, elas se multiplicaram para US$ 358,816 bilhões em 2013, e para US$ 369,803 bilhões, em dados de ontem, transformando o Brasil de devedor em credor, depois do pagamento da dívida com o FMI em 2005, e de emprestarmos dinheiro para a instituição, quando do pacote de ajuda à Grécia em 2008.

E, também, no quarto maior credor individual externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site oficial do tesouro norte-americano. –(http://www.treasury.gov/ticdata/Publish/mfh.txt).

O Investimento Estrangeiro Direto (IED), que foi de US$ 16,590 bilhões, em 2002, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, também subiu mais de quase 400%, para US$ 80,842 bilhões, em 2013, depois que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial, passando de aproximadamente US$ 175 bilhões nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões em venda de empresas nacionais) para US$ 440 bilhões depois que o PT chegou ao poder.

A dívida pública líquida (o que o país deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou no Governo Fernando Henrique, para quase 60%, caiu para 35%, agora, 11 anos depois do PT chegar ao poder.

Quanto à questão fiscal, não custa nada lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os 3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superavit primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de 2003 e 2013 – segundo Ipeadata e o Banco Central – nos governos do PT.

E, ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida pública, em situação muito melhor do que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha – cujos jornais adoram ficar nos ditando regras e “conselhos” – ou o Canadá.

Também ao contrário do que muita gente pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo o Banco Mundial, de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos depois, e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais baixa, depois da China, entre os países do G20.

Não dá, para, em perfeito juízo, acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas, empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, há poucos dias, acreditem mais nos boatos das redes sociais, do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido “aparelhadas” pelo governo brasileiro e seus seguidores.

Considerando-se estas informações, que estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos jornalistas, economistas, e “analistas”, ouvidos a todo momento, por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para tirar, como se extrai um coelho da cartola – ou da "cachola" – o absurdo paradigma, que vêm defendendo há anos, de que o Governo Fernando Henrique foi um tremendo sucesso econômico, e de que deixou “de presente” para a administração seguinte, um país econômica e financeiramente bem-sucedido.

Nefasto paradigma, este, que abriu caminho, pela repetição, para outra teoria tão frágil quanto mentirosa, na qual acreditam piamente muitos dos cidadãos que vão sair às ruas no próximo domingo: a de que o PT estaria, agora, jogando pela janela, essa – supostamente maravilhosa – “herança” de Fernando Henrique Cardoso, colocando em risco as conquistas de seu governo.

O pior cego é o que não quer ver, o pior surdo, o que não quer ouvir.

Está certo que não podemos ficar apenas olhando para o passado, que temos de enfrentar os desafios do presente, fruto de uma crise que é internacional, que faz com que estejamos crescendo pouco, embora haja diversos países ditos “desenvolvidos” que estejam muito mais endividados e crescendo menos do que nós.

Assim como também é verdade que esse governo não é perfeito, e que se cometeram vários erros na economia, que poderiam ter sido evitados, principalmente nos últimos anos.

Mas, pelo amor de Deus, não venham nos impingir nenhuma dessas duas fantasias, que estão empurrando muita gente a sair às ruas para se manifestar: nem Fernando Henrique salvou o Brasil, nem o PT está quebrando um país que em 2002 era a 14ª maior economia do mundo, e que hoje já ocupa o sétimo lugar.

Em pleno bombardeio institucional – Dilma Rousseff foi vaiada em uma feira de construção em São Paulo, apesar de seu governo ter financiado a edificação de dois milhões de casas populares – e às vésperas da realização de manifestações pedindo o impeachment da Presidenta da República, sua assessoria preparou um discurso, para a sua estreia em rede nacional de rádio e televisão, no segundo mandato, rico em lero-lero e pobre em informações.

O grande dado econômico dos “anos PT” não são os US$ 370 bilhões de reservas monetárias, que deveriam, sim, ter sido mencionados, ao lado do fato de que eles substituem, hoje, os 18 bilhões que havia no final do governo FHC, exclusivamente, por obra e graça de um empréstimo de 40 bilhões do FMI, que foi pago em 2005 pelo governo Lula.

Nem mesmo a condição que o Brasil ocupa, agora, segundo o próprio site oficial do tesouro norte-americano, de quarto maior credor individual externo dos Estados Unidos.

Mas o fato de que o PIB, apesar de ter ficado praticamente estagnado em 2014, saiu de US$ 504 bilhões em 2002, para US$ 2 trilhões e 300 bilhões, em 2013, com um crescimento de mais de 400% em 11 anos, performance que talvez só tenha sido ultrapassada, nesse período, pela China.

E, isso, conforme, não, o IPTE – como está sendo apelidado o IBGE pelos hitlernautas de plantão nas redes sociais – mas segundo estatísticas da série histórica do site oficial do Banco Mundial. Faltou também dizer que não houve troca de dívida pública externa por interna, já que, no período, a dívida pública líquida caiu de quase 60% do PIB, em 2002, para aproximadamente 35%, agora, depois de ter praticamente duplicado no governo Fernando Henrique, com relação ao final do governo Itamar Franco.

Há outros dados que poderiam negar a tese de que o país inviabilizou-se, economicamente, nos últimos anos, como o aumento do salário mínimo de US$ 50 para mais de US$ 250 em menos de 12 anos, ou a produção de grãos e de automóveis ter praticamente duplicado no período.

É claro que o PT cometeu erros graves, como estimular a venda de carros sem garantir a existência de fontes nacionais de combustíveis, gastando bilhões de dólares no exterior na compra de gasolina, quando poderia ter subsidiado, em reais, a venda de etanol nacional no mercado interno, diminuindo a oferta de açúcar no mercado internacional, enxugando a disponibilidade e aumentando os ganhos com a exportação do produto.

Ou o de dar início a grandes obras de infraestrutura – de resto absolutamente necessárias – sem se assegurar, antes, por meio de rigoroso planejamento e negociação, que elas não seriam interrompidas dezenas de vezes, como foram.

Quem quiser, pode encontrar outros equívocos, que ocorreram nestes anos, e que poderiam ter sido corrigidos com a participação de outros partidos, até mesmo da base "aliada", se sua "colaboração" não se limitasse ao interesse mútuo na época das campanhas eleitorais, e à chantagem e ao jogo de pressões propiciados pelos vícios de um sistema político que precisa ser urgente e efetivamente reformado.

Mas o antipetismo prefere se apoiar, como Goebbels, na evangelização de parte da opinião pública com mentiras, a apontar os erros reais que foram cometidos, e debruçar-se na apresentação de alternativas que partam do patamar em que o país se encontra historicamente, agora.

Soluções que extrapolem a surrada e permanente promoção de receitas neoliberais que se mostraram abjetas, nefastas e indefensáveis no passado, e a apologia da entrega, direta e indireta, do país e de nossas empresas, aos interesses e ditames estrangeiros. No discurso do governo – súbita e tardiamente levado a reagir, atabalhoadamente, pela pressão das circunstâncias – continua sobrando "nhenhenhém" e faltando dados, principalmente aqueles que podem ser respaldados com a citação de fontes internacionais, teoricamente acima de qualquer suspeita, do ponto de vista dos "analistas" do "mercado". Isso, quando o seu conteúdo – em benefício, principalmente, do debate – deveria ser exatamente o contrário.

SOMOS TODOS CORRUPTOS ATE PROVA EM CONTRARIO

Fraude de R$ 19 bilhões contra o Fisco beneficiou 70 empresas, diz PF


A Polícia Federal afirmou na manhã desta quinta-feira (26) que menos 70 empresas – dos ramos bancário, siderúrgico, automobilístico e da construção civil – são investigadas no esquema que pode ter dadio prejuízo de R$ 19 bilhões à Receita Federal a partir da anulação ou redução indevida de multas aplicadas pelo órgão. Os nomes das empresas suspeitas de envolvimento na fraude não foram divulgados.
Durante a operação nesta manhã, os agentes apreenderam R$ 1,3 milhão em dinheiro nas casas de suspeitos de envolvimento no esquema . Carros de luxo também foram apreendidos. A fraude ocorria no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o órgão do Ministério da Fazenda responsável por analisar em segunda instância as autuações promovidas pela Receita.
A corregedora-geral do Ministério da Fazenda, Fabiana Lima, afirmou que vai pedir a nulidade das ações onde foram encontradas irregularidades. Em dos casos identificados pela PF, uma multa de R$ 150 milhões aplicada a uma empresa havia sido cancelada.
Pelo menos um dos 216 atuais membros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão do Ministério da Fazenda responsável por analisar em segunda instância as autuações promovidas pelo Fisco, vai ser afastado por suposto envolvimento com o crime, segundo a Polícia Federal.
O diretor de Combate ao Crime Organizado da PF, Oslain Campos Santana, afirmou considerar a Operação Zelotes "tão grande" quanto a Operação Lava Jato por causa da extensão do prejuízo aos cofres públicos, estimado em R$ 19 bilhões, e a quantidade de envolvidos. "Até agora não foi identificada grandes correlações entre essa operação e a Lava Jato, fora, óbvio, ter processos administrativos", completou.
As investigações começaram em 2013 e consideram processos que tramitam desde 2005. De acordo com a PF, uma organização criminosa manipulava o trâmite dos recursos administrativos que chegavam ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. O objetivo dela era anular ou diminuir o valor das multas aplicadas.
Nove ex-conselheiros e um atual estão entre os suspeitos de participar do esquema. O número total de envolvidos está sob sigilo. Ainda segundo a polícia, os servidores repassavam informações privilegiadas para escritórios de assessoria, consultoria ou advocacia nas três unidades da federação. Esses locais usariam os dados para captar novos clientes, diz a polícia. A entidade afirma ainda que há constatação de tráfico de influência.
Dinheiro apreendido
A PF estima cumprir 41 mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo e Ceará ao longo do dia. Não há informações sobre prisões. Até as 11h30, policiais haviam apreendido mais de R$ 1,3 milhão em espécie em três locais, além de carros de luxo. Desse valor, R$ 800 mil estavam em um cofre e R$ 312 mil em uma sacola. O recolhimento ocorreu no DF e em SP.
A PF afirmou que já foi comprovado prejuízo de R$ 5,7 bilhões. Os investigados vão responder pelo crime de advocacia administrativa fazendária, tráfico de influência, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas ultrapassam 50 anos de prisão.
A ação foi batizada de Operação Zelotes, que significa "falso cuidado" ou "cuidado fingido", de acordo com a Polícia Federal. Além de 180 policiais federais, 60 fiscais da Receita Federal e 3 servidores da Corregedoria Geral do Ministério Fazenda participaram da operação.
Informações O Globo
Por: Helena - do blog Os Amigos do Presidente Lula

Meu comentário
OLHA ATE AONDE JÁ CHEGAMOS NATURALIZANDO E BANALIZANDO O CRIME… – AOS OLHOS DA LEI SOMOS TODOS INOCENTES ATE PROVA EM CONTRARIO . MAS NA INVERSÃO DO QUE DIZ A LEI, INICIANDO COM O POLÍTICO QUE VEMOS HOJE COMO CORRUPTO, JUNTANDO-SE A ELE O FUNCIONÁRIO PUBLICO E, MAIS GRAVE, NO PENSAMENTO DO POVO, SOMOS TODOS CORRUPTOS ATE PROVA EM CONTRARIO. ISSO E’ SENSO COMUM, ISSO E’ FATO‼

O rei mundial das privatizações gratuitas

publicação em andradetalis

O rei mundial das privatizações e o preço mais do que doce da Vale

by Talis Andrade
FHC borboleta
Franklin Tavares, no Facebook, apresenta uma lista de escândalos do governo Fernando Henrique.
Acredito que o maior roubo da História Mundial foi a simulação da venda da empresa do povo brasileiro Vale do Rio Doce (compreendendo campos de minérios, latifúndios, ferrovias, portos) por apenas 2 bilhões e 200 milhões.
Um negócio mais do que doce para os piratas. A Vale vale trilhões. Opera em 13 estados brasileiros e nos cinco continentes, e possui mais de dez mil quilômetros de malha ferroviária e nove terminais portuários.
É a maior produtora de minério de ferro do mundo, e a segunda de níquel. A Vale destaca-se ainda na produção de manganês, cobre, carvão, cobalto, pelotas, ferroligas, fertilizantes como os fosfatados (TSP e DCP) e nitrogenados (ureia e amônia).
Explora nossos diamantes.
Todo esse patrimônio, imensurável riqueza, vendido por 2 bilhões e 200 milhões. O preço de dois estádios da Copa do Mundo: o de Brasília e a reforma do Maracanã.
Para outra comparação. Foi vendida por um preço que não construiria uma refinaria de petróleo. Quanto investiram na Abreu e Lima, em Suape, Pernambuco?
Quanto custa um terminal portuário? A Vale tem nove.
Quanto custa um mil quilômetros de malha ferroviária? A Vale tem dez mil.
Quanto custa uma mina?
Até hoje ninguém contou quantas minas tem a Vale. São minas gerais espalhadas por treze estados brasileiros. É uma imensidão de terras e de botijas, inclusive de ouro e prata e diamantes.
Para leiloar, FHC avaliou em quantas moedas este prédio? Trinta moedas?
Para leiloar, FHC avaliou em quantas moedas este prédio? Trinta moedas?
Toda essa riqueza, o doutor honoris causa e professor Fernando Henrique vendeu, em um leilão fajuto, por 2 bilhões e 200 milhões. Uma verdadeira quermesse.
Tem brasileiro safado que avalia a Vale foi negociada por um preço mais do que justo. Um grande negócio para o Brasil. Quando foi uma transa-ção promovida pela máfia das privatizações. Um grande assalto. O maior roubo da História. Um crime de traição à Pátria.
Coisa de quem foi acusado, mais de uma vez, de ser espião de nação estrangeira.
O Brasil um país que entrega os mais altos cargos a agentes estrangeiros e indivíduos que possuem dupla nacionalidade.
Tais pessoas, nos Estados Unidos, pegariam prisão perpétua ou cadeira elétrica. Na China, seriam fuziladas.
No Brasil, criminosos são endeusados por uma imprensa vendida, e colecionam processos engavetados. Ou são julgadas pela justiça secreta do foro especial, uma lei de anistia tucana criada por Fernando Henrique, no último mês do oitavo ano terminal do seu governo.
vale última 1
Comentário    Ver todos os comentários

ISSO E' VERDADE

Empreiteiras já roubavam na ditadura

Quem faz o orçamento são as empreiteiras – Adib Jatene.


O professor Pedro Henrique Pedreira Campos. / UFRRJ
Numa singela colaboração ao implacável Dr Moro, aquele que que só pega tucano morto, amiga navegante Marília sugere a leitura dessa importante entrevista:

“PAGAMENTO DE PROPINA NA PETROBRAS TRANSCENDE O PT E O PSDB”


Nem durante o Governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, como disse a presidenta Dilma, nem no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, como afirmou o delator da Lava Jato Pedro Barusco. Nenhum dos dois partidos foi pioneiro quando o assunto é corrupção na Petrobras, segundo Pedro Henrique Pedreira Campos, professor do departamento de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).


Campos é autor do livro ‘Estranhas Catedrais – As Empreiteiras Brasileiras e a Ditadura Civil-Militar’ (Editora da UFF, 2014), que mostra como as mesmas construtoras que hoje estão no banco dos réus da operação Lava Jato já pagavam propinas e se organizavam em cartéis durante o regime militar. E até antes.

O título, ele explica, é uma referência a “Vai Passar”, gravada por Chico Buarque em 1994, que cita as “estranhas catedrais” erguidas no país das “tenebrosas transações”.


Pergunta. Com a Lava Jato há um debate sobre a origem da corrupção na Petrobras. Quando começou a corrupção na estatal?
Resposta. Existe um jogo de empurra para ver de quem é a culpa, e isso fica muito à mercê dos conflitos políticos atuais. O problema transcende as principais siglas partidárias, PSDB e PT. A prática de pagamento de propina na Petrobras vai além disso. Pode ser que tenha surgido no governo do FHC e do Lula um esquema para financiamento de campanha. Este tipo específico de procedimento talvez tenha sido criado nestes governos, com o envolvimento de diretores da estatal e repasse para partidos. Mas isso é apenas um indicativo de quão incrustadas na Petrobras estão estas construtoras. Muitas dessas empresas prestam serviço para a estatal desde 1953, e existem registros de que essas práticas ilegais já existiam nesta época.


P. A corrupção é a exceção ou a regra no mercado das construtoras?
R. A impressão que tenho, e temos indícios disso, é de que a prática de cartel é institucionalizada no mercado de obras públicas. As vezes existem conflitos, mas o que impera é o acordo, os empresários não querem uma luta fratricida, porque isso reduziria as taxas de lucro deles, então eles tentam dividir os serviços. E isso remonta há muito tempo, desde a década de 50, quando o mercado de obras publicas no Brasil começa a se firmar.


P. Qual era a situação das grandes construtoras antes ditadura?
R. Na segunda metade da década de 50, com a construção de Brasília no Governo de Juscelino Kubitschek e a as obras de infraestrutura rodoviária, as empresas começaram a prosperar. Antes de JK elas tinham apenas alcance local e regional: eram empreiteiras mineiras, paulistas e cariocas que realizavam obras em seus respectivos Estados. Naquele período elas não tinham sequer o domínio sobre técnicas para obras hidrelétricas, por exemplo.


P. Como era a relação das empreiteiras com os militares?
R. Elas foram sócias da ditadura. Nisso a Camargo Corrêa se destaca. O dono era muito próximo do regime, e ela financiou a Operação Bandeirante, que perseguiu militantes de esquerda no país. As empreiteiras tiveram uma participação importante no golpe de 1964, que foi um golpe civil-militar. Várias associações de empresários foram antessalas do golpe, que contou com uma participação intensa do setor de construção. E depois elas colheram os frutos deste apoio.


P. Qual construtora que mais cresceu durante a ditadura?
R. A Odebrecht, que hoje é uma gigante do mercado, era muito periférica antes da ditadura. Era uma pequena empreiteira nordestina, bastante secundária. Não participou das obras do plano de metas do JK, nem das rodovias, mas ela cresce de maneira impressionante durante o período de exceção. Em grande parte porque ela tinha uma presença muito forte junto à Petrobras, que na época tinha muitas obras no Nordeste. Quando a estatal começou a crescer, a Odebrecht foi junto. E à partir daí ela conseguiu o contrato do aeroporto do Galeão (RJ).


P. O que deu força às empreiteiras brasileiras na ditadura?
R. O decreto presidencial 64.345 de 1969 estabeleceu uma reserva de mercado paras empresas brasileiras, que caiu como uma luva para elas, que não tinham como concorrer com as estrangeiras. [Segundo o texto, “só poderão contratar a prestação de serviços de consultoria técnica e de Engenharia com empresas estrangeiras nos casos em que não houver empresa nacional devidamente capacitada”] O decreto facilita a formação de cartel entre elas, a aumentou muito o volume de recursos e obras que as construtoras passaram a obter de contatos públicos. Com esse dinheiro elas vão adquirir tecnologia para realizar outras obras, como aeroportos supersônicos, as usinas nucleares, etc. Com o decreto elas passaram a tocar as obras do chamado ‘milagre econômico’ da ditadura, o que permitiu que elas obtivessem lucros altíssimos e aprofundassem as práticas de cartel e corrupção no Governo.


P. Não havia investigação destas práticas irregulares na ditadura?
R. [Essas práticas] não eram coibidas. Muitas vezes obras eram contratadas sem concorrência, isso era muito comum na época. As investigações sobre práticas de cartel eram raras, os mecanismos de controle estavam amordaçados, não havia Ministério Público e a imprensa era censurada.


P. Existe algum indício de que durante a ditadura haviam pagamentos de propina?
R. Naquele período vinham menos denúncias a público, mas isso não quer dizer que não houvesse corrupção. Há indícios que havia um sistema de propina institucionalizado naquela época. Documentos do Serviço Nacional de Informação indicam que haviam pagamentos irregulares, e que alguns agentes públicos seriam notórios recebedores de propina e comissões. Isso era muito comum e corriqueiro no período. Com o fim da ditadura isso passa a vir mais a público.

P. Com a democratização, o modus operandi das empreiteiras mudou?
R. Houve uma mudança bastante pronunciada, que segue a mudança da organização do Estado. Durante a ditadura as atenções das empreiteiras estavam voltadas para o poder Executivo – ministérios e empresas estatais, principalmente. E quando o país se abre para a democracia a correlação de forças muda, e elas tentam se adaptar. Elas passam a atuar junto às bancadas e aos partidos políticos, porque o Legislativo ganha força. Elas passam a ser ativas para obter emendas parlamentares e verba para obras. Existe inclusive no Congresso uma bancada da infraestrutura, e eles são bastante afinados com o desenvolvimento das empresas.


P. Existe um mito de que durante a ditadura a corrupção era menor. Isso se comprova factualmente?
R. Eu diria que a corrupção era mais difundida e generalizada, pela falta de mecanismos fortes de fiscalização.


P. As empreiteiras ainda influenciam as decisões do Estado?
R. Acho que sim, elas são muito poderosas. Estamos vivendo um momento singular, elas estão bastante acuadas, mas elas são muito importantes no Parlamento, no processo eleitoral e para pautar as políticas públicas. Vimos no governo Lula a retomada de vários projetos que foram concebidos durante a ditadura, como a transposição do rio São Francisco e a construção de Belo Monte, por exemplo. E isso remete ao poder que esses empresários continuam tendo no Governo. “Quem faz o orçamento da republica são as empreiteiras”, disso o então ministro da Saúde Adib Jatene em 1993. O fato é que os empresários fizeram uma transicão de muito sucesso para a democracia. Elas haviam se apropriado de parte do Estado durante a ditadura, e continuam lá na democracia.

P. Os acordos de leniência que o Governo quer assinar com as empresas da Lava Jato são uma ferramenta que pode mudar a maneira das empreiteiras atuarem?
R. Historicamente elas já estiveram envolvidas em vários escândalos. E a lógica da política brasileira é colocar panos quentes e continuar adiante. A linha do governo é clara: estão na defesa declarada dessas empresas. Para mudar a relação do Estado com as empresas no Brasil seria preciso uma mudança profunda, repensando o sistema de financiamento eleitoral, e criando alternativas às empreiteiras privadas no país.

do Conversa Afiada

“Pela primeira vez, os corruptores estão pagando”

Sebastião Salgado: “Pela 1ª vez, os que estão no governo não são os mesmos que dominam os meios de comunicação”

março 25, 2015 09:35
Sebastião Salgado: “Pela 1ª vez, os que estão no governo não são os mesmos que dominam os meios de comunicação”
Para o fotógrafo, esse é o motivo pelo qual hoje há informações sobre corrupção; “Pela primeira vez, os corruptores estão pagando”
Por Redação
Pouco antes de uma palestra em Belo Horizonte no início deste mês, o fotógrafo Sebastião Salgado, de 71 anos, afirmou que os casos de corrupção que estão vindo à tona nos últimos tempos se devem ao fato de que o governo federal não é mais comandado por pessoas ligadas aos monopólios de comunicação. As informações são da CartaCapital.
“Pela primeira vez, os que estão no governo não são os mesmos que dominam os meios de comunicação e por isso há informação sobre corrupção. Pela primeira vez, os corruptores estão pagando. Antes, só alguns intermediários eram acusados de corrupção”, falou em entrevista, momentos antes de participar do projeto Sempre um Papo, que leva escritores e artistas para conversarem com o público na capital mineira.
“O Brasil já é um grande País e está cada vez mais sério”, completou.
No encontro, Salgado, que com sua esposa mantêm o Instituto Terra – responsável pelo plantio de mais 2 milhões de árvores em Aimorés, no interior de Minas Gerais – falou também sobre a questão ambiental no país.
“Matamos os nossos rios e as nossas florestas, e não há partido ou político que vá resolver isso sozinho”, afirmou, explicando ainda os motivos que, na sua opinião, levaram à situação atual de falta d’água.
“Depois do segundo governo do PT, há um acesso de 40 milhões de pessoas à classe média. Isso nunca aconteceu e é positivo, mas gera demanda de água”, analisou.
Foto: Cristine Rochol/PMPA

Os norte-americanos agem na Venezuela de acordo com sua estratégia de 'mudança de regime'

Por trás das sanções da Casa Branca contra a Venezuela

Os norte-americanos agem na Venezuela de acordo com sua estratégia de 'mudança de regime', que não passa necessariamente pela via eleitoral...
A fação que tenta impedir a normalização das relações entre Washington e Caracas tem poder no Departamento de Estado e no Pentágono, afirma Mark Weisbrot. Foto US Army/Flickr
Desde que o Governo Obama decidiu impor novas sanções à Venezuela, muitas pessoas, incluindo jornalistas, perguntam-se sobre o que teria motivado Washington a tomar tal atitude. Alguns estão intrigados com a aparente incongruência entre este movimento e a decisão da Casa Branca, em dezembro, de iniciar o processo de normalização das relações com Cuba. Outros perguntam-se por que o governo americano faria algo que obviamente enfraquece a oposição na Venezuela, pelo menos no curto prazo. O principal grupo de oposição, a Mesa da União Democrática (MUD), emitiu um comunicado em que afirma não apoiar as sanções: "A Venezuela não é uma ameaça para ninguém", dizia, em resposta à afirmação absurda da Casa Branca de que a Venezuela representava uma "ameaça extraordinária" à segurança nacional dos EUA. Finalmente, há o problema do isolamento de Washington no hemisfério, que certamente só se agrava com esta última decisão.

A contradição entre as sanções à Venezuela e a abertura a Cuba é, provavelmente, mais aparente do que real. A maior parte dos principais atores da política externa dos EUA queria normalizar as relações com Cuba desde, pelo menos, a década de 1990. Tanto pelo dinheiro que se pode ganhar lá, como pelo facto de que a maioria dos interessados em livrar-se do governo cubano acredita – com ou sem razão – que a tarefa será mais fácil com as relações comerciais com os EUA restabelecidas. Assim, a retoma das relações com Cuba é, de forma geral, coerente com a estratégia mais ampla de oposição à Venezuela e a outros governos de esquerda que vêm sendo eleitos e reeleitos desde 1998.
As sanções só parecerão incoerentes para quem enxergar na abertura a Cuba o início de uma mudança na estratégia global dos EUA para a região, que procure aceitar a enorme mudança política hemisférica que ocorreu no século XXI – às vezes chamada de "segunda independência" da América Latina. O presidente Rafael Correa, do Equador, expressou sucintamente a desaprovação dos governos regionais com as últimas sanções, afirmando que estas "nos lembram dos momentos mais sombrios de nossa América, quando fomos invadidos tivemos ditaduras impostas pelos imperialistas." Em seguida, perguntou: "Será que não percebem que a América Latina mudou?" A resposta curta para a pergunta é não. Washington ainda está a uma longa distância de algo equivalente no hemisfério ao que representou a viagem de Nixon à China em 1972, que não marcou apenas o início de um processo de abertura de relações diplomáticas ou comerciais, mas a aceitação de que uma "China comunista" e independente era uma realidade nova, mas permanente.
Mesmo com o processo de normalização das relações com Cuba, a Casa Branca planeia continuar a financiar programas de "promoção da democracia" no país – assim como em muitos outros na região.
A explicação sobre o que a Casa Branca – ou quem quer que os tenha influenciado – espera destas sanções é menos óbvia. Durante a presidência de Obama, tem havido desacordo sobre a política do país para a América Latina entre diversos setores do governo. Por exemplo, quando o presidente Obama quis restabelecer relações diplomáticas com a Venezuela em 2010, foi sabotado por congressistas da direita e, provavelmente, os aliados destes no Departamento de Estado. Em meados do ano passado, o governo deu um passo em direção ao estabelecimento de plenas relações diplomáticas com a Venezuela ao receber um adido comercial da embaixada venezuelana – um degrau abaixo do embaixador. O encontro também foi recebido com alguma resistência e tentativas da direita de prejudicar as relações, a fim de dinamitar o progresso natural em direção às plenas relações diplomáticas.
"As sanções representam a vitória da fação política que quer impedir a normalização das relações diplomáticas com a Venezuela. Embora a opinião mais audível deste setor venha da extrema direita do Congresso – como Marco Rubio no Senado ou Ed Royce na Câmara dos Deputados – há importantes aliados dentro do próprio governo, em lugares como o Departamento de Estado e o Pentágono."
É sob esta luz que devem ser analisadas tanto as últimas sanções como aquelas aprovadas em dezembro. Elas representam a vitória da fação política que quer impedir a normalização das relações diplomáticas com a Venezuela. Embora a opinião mais audível deste setor venha da extrema direita do Congresso – como Marco Rubio no Senado ou Ed Royce na Câmara dos Deputados – há importantes aliados dentro do próprio governo, em lugares como o Departamento de Estado e o Pentágono. O apoio de Washington ao golpe militar de 2009 em Honduras foi, talvez, o mais importante dos muitos exemplos desta força, pois não resultou de pressão da direita no Congresso, tendo vindo, ao contrário, de dentro da administração Obama.
Estes setores jogam um jogo de longo prazo, e parecem dispostos a sacrificar algum capital político (em Caracas bem como Washington), a fim de tentar deslegitimar o governo da Venezuela. Assim como boa parte da oposição local, não estão comprometidos com a via eleitoral do poder. Embora a Venezuela esteja enfrentando problemas económicos agora, ninguém sabe quando os preços do petróleo irão recuperar, ou quando o governo poderá corrigir os seus mais importantes problemas económicos. Mesmo que a oposição ganhasse a maioria nas eleições legislativas nacionais, em dezembro, isto não daria a ela o controle do governo, da mesma forma que o controle atual do Congresso pelos republicanos nos EUA não os permite controlar o governo americano. Por isso, a linha dura quer agir agora, na esperança de fazer avançar sua estratégia de "mudança de regime".
Os governos latino-americanos compreenderam esta estratégia, vista como uma grave ameaça à democracia na região; daí a resposta rápida e a feroz oposição às sanções. Assim como os republicanos pensaram que eram gestos inteligentes convidar o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu para discursar no Congresso americano ou enviar uma carta do Senado americano ao governo do Irão, os arquitetos desta nova política de sanções descobrirão, em breve, os seus erros de cálculo.

Mark Weisbrot é economista, codiretor do Center for Economic and Policy Research, em Washington, e presidente do Just Foreign Policy. Publicado no portal CounterPunchTradução de Clarisse Meireles para o portal Carta Maior.