sexta-feira, 21 de junho de 2019

Cristo entregue como arma antifascista ao comando de Bolsonaro

Para quem Bolsonaro está apontando essa arma?
midianinja21 de junho de 2019 03:41


Foto: Reprodução
Por Rachel Daniel / Mídia NINJA
Esse é o encontro da fé com o fascismo: uma arma na mão, um corpo – preto, LGBT, feminino, diferente – no chão e homens rindo e celebrando sua vitória. Todos uniformizados, levando o nome de Jesus no peito. É justamente para isso que o cristianismo fundamentalista interessa ao desgoverno bolsonarista: eliminar a possibilidade da existência da multiplicidade, do coletivo, da misericórdia, do amor, da justiça e da liberdade. É a aliança que faltava para a consolidação do projeto hegemônico/único/indivisível de sociedade.
Nós que crescemos no ambiente religioso sabemos que o que o fundamentalismo mais teme é a subversão do que eles definiram como “boa, perfeita e agradável vontade de Deus”. Fora de sua moral e seus costumes, tudo é passível de morte – simbólica e física. Excluem, demonizam, gritam “Comunista”, “gayzista”, “abortista”, “anticristo”.
Dizem que não há de se levantar outra bandeira, se não a de Jesus, a bandeira única que elimina e assassina outras vozes, outros contextos, outras histórias, mesmo sendo o próprio Jesus, na tradição bíblica, que trouxe a luz outras possiblidades de ver e viver a fé.
Se essa fosse uma marcha com Jesus, a quem ele iria de encontro?
A aliança cristofascista não é capaz de se conectar com a premissa do evangelho, mas é capaz de violentar em nome do evangelho. Jesus não os serve para a mutualidade, para a divisão e desapego material, para a misericórdia e para o encontro com o diferente. Jesus só os serve para um projeto de poder, opressão e morte. Não se deixem enganar. O cristofascismo veio para matar, roubar e destruir. A marcha para Jesus nada serve a Cristo, mas a tudo serve para Hernandes, Malafaias, Macedos, Bolsonaros…

Deixo com vocês as palavras do profeta Isaias:

“Grite alto, não se contenha! Levante a voz como trombeta. Anuncie ao meu povo a rebelião dele, e à comunidade de Jacó, os seus pecados. Pois dia a dia me procuram; parecem desejosos de conhecer os meus caminhos, como se fossem uma nação que faz o que é direito e que não abandonou os mandamentos do seu Deus. Pedem-me decisões justas e parecem desejosos de que Deus se aproxime deles. ‘Por que jejuamos’, dizem, ‘e não o viste? Por que nos humilhamos, e não reparaste? ’ Contudo, no dia do seu jejum vocês fazem o que é do agrado de vocês, e exploram os seus empregados.
Seu jejum termina em discussão e rixa, e em brigas de socos brutais. Vocês não podem jejuar como fazem hoje e esperar que a sua voz seja ouvida no alto.
Será esse o jejum que escolhi, que apenas um dia o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e se deite sobre pano de saco e cinzas? É isso que vocês chamam jejum, um dia aceitável ao Senhor? O jejum que desejo não é este: soltar as correntes da injustiça, desatar as cordas do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e romper todo jugo? Não é partilhar sua comida com o faminto, abrigar o pobre desamparado, vestir o nu que você encontrou, e não recusar ajuda ao próximo? Aí sim, a sua luz irromperá como a alvorada, e prontamente surgirá a sua cura; a sua retidão irá adiante de você, e a glória do Senhor estará na sua retaguarda. Aí sim, você clamará ao Senhor, e ele responderá; você gritará por socorro, e ele dirá: Aqui estou. “Se você eliminar do seu meio o jugo opressor, o dedo acusador e a falsidade do falar; se com renúncia própria você beneficiar os famintos e satisfizer o anseio dos aflitos, então a sua luz despontará nas trevas, e a sua noite será como o meio-dia.

Isaías 58:1-10

Que Ruah tenha misericórdia de nós e nos use para pregar a liberdade e a pluralidade do amor de Deus para os que ainda estão presos nas garras do fundamentalismo.

Bolsonaro e o "Dividir para Governar"


LUTA DE CLASSES https://luizmuller.com/2018/07/22/comunicacao-guerra-semiotica-e-a-maxima-dividir-para-governar/ Comunicação, Guerra Semiótica e a máxima “dividir para governar” Publicado em julho 22, 2018 por LUIZ MÜLLER Deixe um comentário comunicacao-blog-da-qualidadeO Blog Duplo Expresso atacou Rui Falcão, acusando-o de ter se bandeado para o DEM, alguns próceres se mostraram surpresos com o que este blog aqui vem denunciando a muito tempo, e olha que específicamente este Blog já havia feito outros ataquea a lideranças petistas. Não é o único, e nem srá o útlimo. Em tempos de guerra semiótica a esquerda ainda não compreendeu a Comunicação como o campo de disputa da Luta de Classes nos dias de hoje. Mas é bom relembrar a forma pela qual se instalaram as tais “revoluções coloridas” que tiveram na “primavera árabe” seu cartão postal. Depois delas, muitas outras vieram e continuam acontecendo. A similaridade metódica entre a “primavera árabe” e o “junho de 2013” no Brasil este blogueiro já havia denunciado naqueles tristes tempos da intentona globalista contra a nação, mas por que amparados por narrativas de blogs e influencidores digitais do mesmo naipe de Duplo Expresso, pareceram a muitos como uma rebelião democrática autoorganizada. Não foi. Aliás, nestes ultimos dias amesma coisa vem acontecendo na Nicarágua e deixa a esquerda perdida, dividida, ou pior, absolutamente absorta pela narrativa identitária sem nenhum conteúdo de Classe. Estamos falando de narrativa e de conteúdos da mesma. A quem esquece proposital ou incosncientemente o papel dos trabalhadores na Luta de Classes, o discurso de defesa das identidades minoritárias soa como suposto caminho a esquerda, mas que sem o Centro Político dado pela Classe, acaba servindo é para a divisão. Navegando pela internet, encontrei um interessante artigo de Glen Geenwald escrito em 2005. Como e por que um sujeito com tais convicções expressas neste artigo, de repente passa a fazer um outro discurso, aparentemente a esquerda? Pense um pouco caro leitor: Texto de Glenn Greenwald, editor do Intercept, publicado no seu blog em novembro de 2005, durante a visita do então presidente dos EUA George W. Bush à America Latina, que incluiu o Brasil, revela o que ele realmente pensa da Esquerda na América Latina, seus líderes e militantes. ( The reality of Latin American reaction to Bush por Glenn Greenwald – Friday, November 04, 2005 Texto original no blog do Sr.Greenwald (em Inglês) -> http://glenngreenwald.blogspot.com.br/2005/11/reality-of-latin-american-reaction-to.html – Tradução: A verdade sobre a visita de Bush a América Latina por Glenn Greenwald – Sexta-feira, 04 de novembro de 2005 George Bush está na América Latina nesta semana, visitando oBrasil e a Argentina, e a maioria das reportagens na mídia americana estão tentando retratar um pequeno número de “protestos” isolados, organizadas por socialistas infantis, como uma espécie de grande protesto popular contra a visita de Bush, sugerindo, mais uma vez, que as políticas da Administração dele são falhas, porque as pessoas em outros países não gostam do Bush. Como de costume, a realidade é bastante diferente do que a mídia dos EUA está reportando. . É verdade que nesta região (como também nos EUA), ainda existe um pequeno e fervoroso grupo de fanáticos de esquerda que têm uma paixão louca pelas desgastadas políticas socialistas/coletivistas que condenaram milhões e milhões de pessoas na América Latina à pobreza, pobreza inimaginável até mesmo para os americanos mais pobres. Essas tais “manifestações de massa” na Argentina e no Brasil são na realidade nada mais do que alguns incidentes isolados de grafitagem de slogans pacifistas banais em Brasília, e um “rali”, semelhante ao da Cindy Sheehan, de socialistas do núcleo duro na Argentina,liderados por um jogador de futebol gordo e aposentado, venerador do Castro, que encontrou tempo suficiente longe de seu vício de cocaína de dezenas de anos, para aparecer usando uma camiseta tão inteligente com o nome de Bush em cima de uma suástica. Um quadro bastante diferente das demonstrações de massa e revolta popular anti-Bush, descritos pelo New York Times e inúmeros repórters de televisão. Em alguns países, especialmente na Venezuela, essa mania antiquada anti-americana da Esquerda não é pequena, mas predominante, e é o que levou esse país a estar sob o polegar dorepressivo do Hugo Chavez, uma cópia do Fidel Castro, cujo principal objetivo ao participar da cúpula regional Latino-Americana, parece ser atrair Bush e os EUA para uma espécie de jogo de insultos infantis, ao invés de estar fazendo algo construtivo para ajudar o seu empobrecido e instável país. Não é surpresa que o principal aliado de Chávez, que ama atenção,nesses joguinhos, parecem ser os jornalistas e correspondentes americanos que estão reportando a viagem de Bush. Eles instintivamente regurgitam histórias desse suposto enorme sentimento anti-Bush, baseados simplesmente num punhado desocialistas lerdos, que destróem a propriedade pública com clichês anti-guerra e hippies latino-americanos desempregados,reunidos prá cantar uma música, curtir uma celebridades e entoar uns cantos. A mídia americana está acostumada a traduzir esses incidentes isolados de forma equivocada, como se fossem uma representação da opinião pública maior, na viagem com Bush pela América Latina, eles obviamente carregaram na mala a sua preguiça jornalística. É a mesma verdade nos EUA, os agitadores socialistas Latino-Americanos, que captaram a atenção e o carinho dos meios de comunicação americanos, são tão sem substância quanto são inconsequentes. São amantes de Fidel Castro. Eles insistem que a raiz de seus graves problemas econômicos não são suas políticas coletivistas ou de caráter nacionalista, é claro, mas as políticas econômicas malignas dos EUA. Ao mesmo tempo, é claro, que ficam furiosos porque o malvado dos EUA não lhes está fornecemdo uma maior ajuda econômica. Durante o furacão Katrina, os jornais no Brasil foram preenchidos por artigos de colunistas da esquerda e cartas proclamando com a maior seriedade, que Katrina aconteceu porque Bush não assinou o Tratado de Quioto e, como resultado, os americanos estavam recebendo o que mereciam. Esse é o nível intelectual e moral desse pequeno grupo. Não há como negar o fato que grande parte do mundo se opõe àguerra no Iraque e a América Latina não é exceção. Isso não é uma surpresa. Seja qual for a opinião sobre a guerra no Iraque, é sempre o caso que as ameaças à segurança nacional de um país só sãolevadas à sério pelas pessoas daquele próprio país, e são levadas menos a sério pelas pessoas de outros países. Os ataques de 11 de setembro não ocorreram em São Paulo e aAl Qaeda não está declarando guerra aos peruanos. Portanto, é perfeitamente compreensível, mas igualmente irrelevante, que os latino-americanos não percebam como é fundamental e urgente a necessidade de mudar o Oriente Médio, da mesma forma que os americanos percebem que isso precisa acontecer.. Deveria ser óbvio que os riscos colocados à segurança nacional americana serão melhor compreendidos e apreciados pelos americanos e não por aqueles em outros países. E no entanto, a mídia americana se recusa a entender o que os cidadãos americanos entendem perfeitamente bem: especialmente quanto à questões de segurança nacional americana: o fato das pessoas em outros países se oporem ao que estamos fazendo, não significa que o quê estamos fazendo é equivocado ou errado. Isso parece ser uma idéia simples de entender, mas mesmo assim o argumento central da mídia americana, bastante refletido na viagem latino-americana de Bush, é que “as pessoas em outros países não gostam de Bush, portanto ele é um presidente ruim”. A grande maioria das pessoas aqui no Brasil, e em toda a América Latina, não estão grafitando muros, ou abandonando os seus empregos e filhos para ir participar de uma manifestação anti-Bush.Apenas um pequeno número de adoradores do Che Guevaraestão fazendo isso. Mas nada disso impedirá a mídia americana de descrever a realidade aqui de forma muito diferente, porque os comícios anti-Bush em larga escala são excitantes, divertidos e consistentes com sua ideologia. UPDATE: Enterrado no relato do “protesto” do New York Times nesta manhã, submerso embaixo dos parágrafos iniciais e típicos que descrevem este protesto depravado como prova de que “os problemas de Bush o perseguiram até uma reunião cumbre internacional aqui” – é essa passagem, que realmente diz tudo o que você precisa saber sobre os manifestantes e os sentimentos que os motivam: Como o Sr. Chávez falou, ele foi interrompido por cânticos da multidão zombando de Bush.Todas as menções de Fidel Castro, em contraste, foram animadas, assim como referências frequentes do Sr. Chávez ao desejo de unir toda a América Latina em uma nova onda de socialismo. . . . . Os milhares de manifestantes levaram bandeiras chamando o Sr. Bush de “fascista”, “assassino infantil” ou “besta genocida”, alguns com os “s” em seu nome substituídos por um sinal de dólar ou uma suástica. Fidel Castro foi um dos ditadores mais repressivos e assassinos do mundo nos últimos 40 anos. Será que é realmente um “problema” para Bush ter uma multidão que adora Castro estar protestando contra ele? Somente nos olhos de repórteres preguiçosos e estúpdos, essa multidão afirmativamente pró-Castro e seu comportamento seriam vistos como algo significativo, com credibilidade e nobre. UPDATE II: As fotografias da manifestação dizem muito sobre o quê realmente aconteceu e sobre a verdadeira natureza odiosa e os pontos de vista autoritários desses “manifestantes”. publicado por Glenn Greenwald | 11:57 Sexta-feira, 04 de novembro de 2005 Texto original do Sr. Greenwald (em Inglês): http://glenngreenwald.blogspot.com.br/2005/11/reality-of-latin-american-reaction-to.html Dica do texto do Sr. Greenwald me foi enviada pelo escritor e jornalista da Carta Capital Antonio Luiz M.C.Costa (@AluizCosta) – grata pela dica. Tradução e postagem por Isabel Monteiro Grifos/bold texto e highlights foram por mim adicionados Isabel Monteiro: (https://en.wikipedia.org/wiki/Drugstore_%28band%29) aka (também conhecida como) Gringa Brazilien (@GringaBrazilien) Reprodução: material público para livre distribuição São Paulo, 28 de janeiro de 2018 O que é Semiótica: Semiótica é o estudo dos signos, que consistem em todos os elementos que representam algum significado e sentido para o ser humano, abrangendo as linguagens verbais e não-verbais. A semiótica busca entender como o ser humano consegue interpretar as coisas, principalmente o ambiente que o envolve. Desta forma, estuda como o indivíduo atribui significado a tudo o que está ao seu redor. Os objetos de estudo da semiótica são extremamente amplos, consistindo em qualquer tipo de signo social, por exemplo, seja no âmbito das artes visuais, música, cinema, fotografia, gestos, religião, moda, etc. Em suma, quase tudo o que existe pode ser analisado a partir da semiótica, visto que para que algo exista na mente humana, esta coisa precisa ter uma representação mental do objeto real. Esta condição já faz de tal objeto, por exemplo, um signo que pode ser interpretado semioticamente. Leia também aqui no Blog: Comunicação e Redes Sociais: Ou a esquerda acorda ou terá um “Déjà vu” de 2013 Fonte: https://luizmuller.com/2018/07/22/comunicacao-guerra-semiotica-e-a-maxima-dividir-para-governar/

Legislar sem o congresso. Pode?!

'Bolsonaro fecha Congresso com a caneta e institui República Bolsonariana', diz Padilha


Da Rede Brasil Atual - Com as atenções voltadas para o depoimento do ministro da Justiça, Sergio Moro, à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, ao longo do dia de hoje (19), o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para enviar ao Congresso a Medida Provisória 886. O texto altera diversas leis para fazer mudanças na “organização básica dos órgãos da Presidência da República e dos Ministérios”. Ou seja, a MP 886 veta as modificações feitas pelos parlamentares em outra MP de seu governo, a de número 870, editada logo no seu primeiro dia de governo. Entre os atos da medida, retira novamente da Funai, vinculada ao Ministério da Justiça, a competência pela demarcação de terras indígenas, entregando novamente para o Ministério da Agricultura, conduzido pela ruralista Tereza Cristina.
“Algo muito grave para a democracia brasileira aconteceu hoje. Bolsonaro simplesmente vetou, com a caneta dele, todas as mudanças feitas na MP 870. Ele vetou a recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Ele vetou que as terras indígenas continuem com o Ministério da Justiça. Vetou o tema do registro sindical. Com a sua caneta simplesmente desrespeitou o que foi debatido pelo sociedade e aprovado pelo congresso nacional”, alertou o deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP).
Segundo o parlamentar, embora o presidente tenha sofrido derrota no Senado quanto ao decreto de posse e porte de armas, “na prática está fechando o Congresso Nacional”. “Quer governar só com medida provisória. Está instituindo a República Bolsonariana. Governar por decreto e medida provisória. Bolsonaro quer fechar o Congresso”, disse, lembrando que esta semana o presidente vetou a gratuidade da em voos nacionais.

De volta ao Executivo

O líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), conversou nesta manhã por telefone com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre a MP 886. Na conversa, Molon expressou que a medida afronta recente decisão do Congresso, que recentemente decidiu devolver a demarcação de terras indígenas à Funai. E pediu ao presidente do Senado que devolva a MP ao Executivo em um gesto de defesa da Constituição, da separação de poderes e das atribuições do Congresso Nacional.
“A cada nova ação, Bolsonaro deixa claro que não respeita as atribuições do Congresso Nacional”, afirma Molon. “No mesmo dia em que sancionou a lei que devolvia a demarcação de terras indígenas e quilombolas ao Ministério da Justiça, em função do resultado da votação da MP 870 pelo Congresso, publicou nova Medida Provisória (886) devolvendo ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) aquela atividade. É uma afronta ao Parlamento e à Constituição.”
Na avaliação do parlamentar, “Bolsonaro parece fazer questão de dobrar a aposta no confronto institucional, sempre piorando as relações entre os poderes”. “Por isso, defendo que a MP seja devolvida pelo Congresso e declarada inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal), ao qual estamos recorrendo hoje”, disse, referindo-se a um aditamento à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6.062, da transferência da demarcação para o Ministério da Agricultura.
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"Algo muito grave para a democracia brasileira aconteceu hoje. Bolsonaro simplesmente vetou, com a caneta dele, todas as mudanças feitas na MP 870", disse o ex-ministro Alexandre Padilha

Em sendo verdade...

Procuradores estão destruindo provas que os incriminam


"O teatro do absurdo do regime de exceção alcançou o apogeu", diz o colunista Jeferson Miola, após o escândalos da Lava Jato envolvendo Sérgio Moro e o MPF-PR; "Procuradores da república e juízes envolvidos em denúncias aterradoras, como práticas ilícitas e associação mafiosa, continuam nos respectivos cargos públicos e, para espanto geral, livres de qualquer investigação"
O teatro do absurdo do regime de exceção alcançou o apogeu.
Agora chegamos a um ponto em que esses procuradores, assomados por um sentimento de proteção das instituições e de impunidade, se dão ao luxo de comunicar, por meio de nota oficial da repartição pública da qual deveriam ter sido afastados há pelo menos 10 dias, que estão destruindo provas que os incriminam.
Às 18:35h desta quarta-feira, 19/6, véspera de feriado, enquanto Moro prestava depoimento no Senado, a força-tarefa da Lava Jato divulgou comunicado [aqui] para informar que “os procuradores descontinuaram o uso e desativaram as contas do aplicativo ‘Telegram’ nos celulares, com a exclusão do histórico de mensagens tanto no celular como na nuvem. Houve reativação de contas para evitar sequestros de identidade virtual, o que não resgata o histórico de conversas excluídas”.
Em português claro, excluir “mensagens tanto no celular como na nuvem” e não resgatar “o histórico de conversas excluídas” significa apagar e eliminar, talvez para sempre e de modo dificilmente recuperável, o conteúdo probatório que estava armazenado nos celulares funcionais dos procuradores ou em depósito virtual [na “nuvem”].
A destruição de documentos públicos armazenados em celulares funcionaisé mais um ardil dos procuradores na luta desesperada de sobrevivência e na guerra contra a verdade.
Ao dar sumiço nas provas, eles ingenuamente pretendem impedir a eventual auditoria e a comparação dos conteúdos oficiais com aqueles já revelados e com os que ainda serão revelados pelo Intercept.
A estratégia de defesa da Lava Jato, coordenada com a Rede Globo, está clara. Por um lado, inventaram uma falsa invasão por hacker [aqui] e criminalizaram a fonte de informação do Intercept para tentar anular o conteúdo que comprova as práticas criminosas continuadas de Moro, Dallagnol e de outros agentes públicos e privados.
Por outro lado, ao destruir os documentos públicos para dificultar a comprovação material da autenticidade dos conteúdos revelados pelo Intercept, o comando Globo-Lava Jato passará a sustentar outra farsa: a de que os diálogos mantidos entre Moro, Dallagnol e interlocutores são falsos, foram adulterados, ou, mais absurdo, que sequer existiram [sic].
Esse ardil, entretanto, é insustentável. Isso porque, quando das primeiras revelações, tanto Moro como Dallagnol reconheceram e confirmaram a autenticidade das mensagens. Além disso, a autenticidade pode ser atestada por outros métodos e técnicas que não a confrontação com os originais.
O procedimento dos procuradores se enquadra como crime de supressão de documento público tipificado no artigo 305 do Código Penal: “Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor”. A pena, neste crime, é de 2 a 6 anos.
Não é crível que procuradores continuem ocupando os mesmos cargos que usaram para perpetrar crimes e que Moro continue se desempenhando como ministro da justiça e chefe direto da Polícia Federal, a polícia judiciária que, em tese, deveria investigar as denúncias.
Indiscutivelmente estamos diante daquilo que o ministro do STF Gilmar Mendes nomeou como uma organização criminosa. Essa organização está incrustada no aparelho de Estado brasileiro e perpetrando, com a mais absoluta consciência e liberdade de agir, crimes continuados contra o Estado de Direito e a democracia.
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"O teatro do absurdo do regime de exceção alcançou o apogeu", diz o colunista Jeferson Miola, após o escândalos da Lava Jato envolvendo Sérgio Moro e o MPF-PR; "Procuradores da república e juízes...

Na terra ou nas nuvens. Tanto faz...

Carta de Berlim: A defesa de Moro, vista de longe: elogio da mediocridade
cartamaior20 de junho de 2019 15:18


Créditos da foto: O ministro Sergio Moro fala sobre as mensagens vazadas pelo 'The Intercept' à CCJ do Senado, em Brasília, nesta quarta-feira (Evaristo Sá/AFP)

A Informação não

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O ex-juiz e atual ministro Sérgio Moro escolheu o pior caminho para se defender na audiência de ontem na Comissão do Senado que o recebeu: o de se dirigir à idiotice de quem o ouvia, fosse na plateia imediata, presente, fosse na virtual, televisiva ou internauta.
O argumento de Moro, cansativamente repetido ao longo das nove horas de seu depoimento, pode ser resumido assim:
1 - Eu nego a autenticidade das conversas apresentadas.
2 - Elas “podem” ter sido adulteradas.
3 - Não me lembro delas.
4 - Não existem mais os originais.
5 - Eu as deletei de meu celular.
6 - E assim elas foram automaticamente deletadas na nuvem de que faziam parte, no Telegram.
7 - Somos, eu e a Lava Jato, vítimas de uma ação persecutória.
8 - Quem me acusa de ilícitos quer proteger os corruptos que condenamos.
9 - Tudo o que fiz foi legal.
10 - Se provarem que fiz algo ilegal, eu renuncio.
Rebato, de trás pra diante:
1 - Moro não vai renunciar. Se largar o osso, perde o filé, que é sua virtual candidatura à presidência, ou desiste do contra-filé, que é sua nomeação para o Supremo. É um blefe, no melhor estilo de seu agora Guru protetor, Bolsonaro. Acontece que Bolsonaro é um craque da empulhação. Moro tenta imita-lo, mas é um craque da mediocridade. Até em empilhar ele é medíocre. Bolsonaro tenta imitar Trump: ora diz, ora desdiz, ora recua, ora repete as mesmas estratégias. Moro, agora, tenta imitar Bolsonaro. É a meta-imitação. Com pouco sucesso.
2 - Moro desconhece a lei sobre o comportamento de juízes. Seja por ignorância, seja por tentativa de esperteza, mostra sua incapacidade para o cargo, e para o de ministro. Eu diria até que para juiz de futebol de várzea.
3 - Ninguém que acusa Moro de ilegalidades está querendo proteger outras ilegalidades. Este é um argumento, da parte dele, destinado a desviar o foco da questão. É uma falácia clássica, atribuindo a outrem o que este não disse.
4 - A Lava-Jato não e vítima de uma açanã persecutória. Ela é objeto de uma devassa, sobre seus métodos, suas práticas, seus objetivos reais e seus resultados, sendo que um dos principais destes é a condenação de alguém sem provas para alija-lo de uma disputa política, visando favorecer uma corrente política, a direita, e obter benesses por parte do vencedor do pleito, combinadas de antemão.
5 – 6 – 7 - O procurador Dallagnol disse recentemente que também deletou tudo. Desculpem: juízes e procuradores que deletam conversas de um dos processos mais importantes de suas vidas e do país, parecem o quê? Anjos? Além disto, a afirmação de que que se elas, as conversas, foram deletadas dos respectivos celulares, então “não existem mais” , é, para dizer o mínimo, ingênua ou idiota. É confiar demais do mundo da Telegram, da inteligência e contra-inteligência informativa. Entre eles, com estas afirmações frívolas e tolas, e o The Intercept, só há uma possibilidade. Confiar neste último. As conversas devem estar armazenadas até na CIA. Ou na ex-KGB.
8 - Moro deferia ganhar o prêmio Alzheimer do ano. Ou o Esclerose Cerebral.
9 - São ínfimas as possibilidades. Os Lava-Jatos, os jornalistas e senadores lava-jateiros não têm a menor ideia de com quem estão lidando. Falam para a sua corte. Glenn Greenwald, prêmio Pulitzer e mais outros sete prêmios de relevância internacional, é citado como um dos 50 ou mesmo dos 25 colunistas mais influentes nos Estados Unidos.
10 - Se negam a autenticidade das conversas apresentadas, devem apresentar as “autênticas”. Eliminaram? Isto pode ser considerado eliminação de provas. Crime.
Algo que ficou evidente nas nove horas de depoimento é o medo que bajuladores e críticos sentem diante de Moro e da Lava Jato. Indevido? Sim, indevido. Mas dá para entender diante de uma equipe de juízes e procuradores que fizeram da chantagem seu principal estilo de atuação.
Moro se diz discípulo da Mani Puliti italiana. Esta foi um desastre, ajudando a produzir Berlusconi e agora, a longo prazo, o Movimento 5 Estrelas e Matteo Salvini, o homem forte da Lega, ex-Nord. Mas as poucos vai parecendo sua real linhagem: a de Carl Schmitt, o jurista teórico do nazismo, que dizia ser o verdadeiro jurista de tempos excepcionais aquele que faz suas próprias leis. E o DNA de seu comportamento de ser juiz de instrução e ao mesmo tempo de condenação é o dos juízes da Inquisição, de Roland Freisler, o favorito do nazismo, Andrey Vychinsky, o favorito de Stalin, e Joe Mcarthy, o ed-juiz e senador que condenou todo mundo.
De todo modo, o depoimento de Moro foi o elogio da sua mediocridade. E mostra o clima insalubre do corporativismo jurídico brasileiro.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Como governa os homicidas

Teopolítica fundamentalista neoliberal: assim governam os perversos
domtotal20 de junho de 2019 06:39


Na 'teopolítica neoliberal', a religião e a economia se fundem no político. (Marcos Corrêa/ PR)
Por Élio Gasda*
O fundamentalismo parte de uma afirmação absoluta a respeito de sua própria verdade e rejeita os argumentos discordantes, considerando-os falsos. A aliança de dois fundamentalismos em torno do bolsonarismo desequilibrou a esfera política brasileira: fundamentalismo econômico e fundamentalismo religioso.
No fundamentalismo econômico, a existência humana gira em torno do dinheiro. A acumulação privada e ilimitada de riqueza é o eixo. Alguns sinais do neoliberalismo como fundamentalismo econômico: a imposição de uma verdade como absoluta, apoiada por uma ciência econômica como único caminho para o conhecimento da realidade e a intervenção sobre ela; a economia, como ciência exata, sobreposta à política; o pluralismo teórico e prático resignando-se à verdade das soluções econômicas; individualismo radical.
O sequestro da política é concretizado no papel do complexo transnacional financeiro/empresarial nas decisões do governo. O sequestro da política é traduzido por influência política desproporcional em relação a outros atores sociais. Segurança social, saúde, educação, são transformadas em fontes de acumulação de riqueza. O capital não tem função social.
O fundamentalismo religioso é constituído por uma mistura de moralismo (comportamento), tradicionalismo e meritocracia (teologia da prosperidade). A divindade se submete às ambições humanas. Deus é usado como elemento do discurso político. A "bandeira" política é identificada como vontade de Deus. Decisões políticas são "obras do Senhor". A ação política, as instituições públicas e os políticos devem ser guiados pelas verdades da religião. Os adversários ideológicos são inimigos de Deus. Na Igreja Católica, o fundamentalismo se transforma em movimentos neoconservadores que rejeitam o Concílio Vaticano II. No neopentecostalismo, por uma aliança do espiritual com o dinheiro e com o poder político. Teologia da prosperidade aplicada ao mercado (riqueza) e à política (conquista do poder).
Jair Messias Bolsonaro é o primeiro presidente com discurso evangélico neopentecostal. Em sua mensagem de vitória (28/11/18) citou Deus várias vezes e afirmou: “nosso lema fui procurá-lo no que muitos chamam de uma caixa de ferramentas para corrigir homens e mulheres, que é a Bíblia Sagrada”. Seu lema: "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". Bolsonaro invoca a nação e o nome de Deus, colocando ambos na arena política ao lado de seu nome. Quem ataca Bolsonaro é um inimigo “da pátria” e de Deus. Deus, Brasil e Bolsonaro são um trio com uma mesma missão.
Bolsonarismo é a adesão à figura de Bolsonaro, “mito” para fiéis seus seguidores. Bolsocrentes, acreditam e defendem o modo de pensar e agir “bolsonariano”. O repertório varia de ataques à mendigos, indígenas, mulheres, negros e homossexuais a discursos fascistas, como o apoio a torturadores, militares e incitação à violência. O bolsonarismo estimula violações à Constituição e ao Estado de Direito.
Uma das primeiras regras da política de extrema direita é demonizar seu inimigo. Conta com aliados delinquentes no poder judiciário para fazer o trabalho sujo. Munido de um exército de robôs, o bolsonarismo invade perfis do Facebook, compra disparos no whatsapp, e abusa de fakes. As redes sociais são sua base de apoio. No Brasil, os jovens gastam, em média, mais de nove horas por dia navegando na Internet (Digital Global 2018). Isso é o dobro do tempo que passam na escola. Eles consomem informações através de mídias sociais. Qual é o impacto das grandes plataformas que dominam aplicativos de internet (Google/YouTube, Facebook/WhatsApp, Twitter) na política? O termo "seguidor" não tem nada de inocente. A fidelidade faz do “seguidor” um crente discípulo de figuras inqualificáveis tipo Olavo de Carvalho.
A aliança entre fundamentalismo econômico e fundamentalismo religioso reconfigura o cenário político. Nele, o "escolhido" Bolsonaro tem uma missão recebida de Deus e do mercado. Nessa "teopolítica neoliberal", a religião e a economia se fundem no político. Representantes de igrejas e do mercado são nomeados para funções executivas em todas as esferas do poder público. Mais preocupado com a tomada de três pinos, o bolsonarismo não tem nenhum projeto para combater a pobreza e o desemprego. A economia brasileira é administrada por operadores de sistemas financeiros sem qualquer visão de políticas públicas. Com o apoio da mídia, o plano é “uma economia para 30 milhões”. É um neoliberalismo radical que ignora as políticas sociais e favorece o aumento das desigualdades a níveis intoleráveis. A distância entre ricos e pobres está se movendo para novos extremos. O Brasil tem 52,2 milhões de pessoas vivendo na pobreza. Os 8% mais ricos têm 87% da riqueza. 30 milhões de trabalhadores não têm emprego.
Em meio a tudo isso, o bolsonarismo não esconde seu desprezo pela democracia. “Queremos jovens que não se interessem pela política” (Jair Bolsonaro). Obscurantismo é o alto preço da ignorância. Nada mais contrário à vontade de Deus: “Árvore má não produz fruto bom. É impossível colher figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas. Uma pessoa boa produz o bem do bom tesouro do seu coração. Uma pessoa má produz todo tipo de coisas ruins a partir do mal que habita seu interior” (Lc 6, 43-45). O país está sob o desgoverno dos perversos. Qual será a sua próxima maldade?

Acreditando tornar-se uma dinastia

O clã dos Bolsonaro
istoe20 de junho de 2019 19:06


Uma das características que mais chamam atenção na política da era digital é o recrudescimento do tribalismo, que ameaça os valores republicanos ocidentais, como apontado por Jonah Goldberg em “Suicide of the West”, de 2018. Nos “debates” das redes sociais, esse comportamento se mostra na forma de insultos típicos de torcidas organizadas de futebol. Na política, é o velho e conhecido patrimonialismo.
“O patrimonialismo é a vida privada incrustada na vida pública”, resumiu o escritor Octavio Paz, autor de “O ogro filantrópico”. O estado, sob esta ótica, passa a ser visto como uma extensão da família. A privatização do Estado ocorre por meio das práticas de nepotismo e clientelismo, com isso, as leis deixam de ser impessoais, passando a representar um braço dos privilégios da “grande família”.
A figura do governante se confunde com a própria noção de pátria, levando a um culto à personalidade. Em um estado patrimonialista, não se distingue direito o que é público do que é privado. Todas as funções se reduzem aos interesses da família ou do clã. A troca de favores é o meio para o sucesso. O patrimonialismo é a via que leva ao autoritarismo, por meio de uma crescente concentração de poder.
Ricardo Vélez, ex-ministro da Educação no governo Bolsonaro, é um grande estudioso do tema. Vélez comenta: “A opção neopopulista pela antipolítica, cruzada com a secular tradição patrimonialista ibero-americana que faz da coisa pública negócio a ser tangido pelos donos do poder, como se fosse a sua propriedade privada, transfere para o reino do Estado uma atitude de não profissionalismo e de espírito familístico, que faz com que aquele perca a competitividade necessária nos tempos atuais”.
O embaixador Meira Penna, em “O dinossauro”, também falou sobre o assunto: “A forma política mais comum do romantismo político é o chamado Culto da Personalidade do herói salvador e messiânico”. A vida política pode ser comparada a uma grande família, uma “organização que se mantém necessariamente pela força dos laços afetivos”. Conforme explica o autor, “surge uma vasta tessitura clientelista e familiar que mantém sua coesão pela discriminação privilegiada de seus membros”.
Impossível não identificar traços desse patrimonialismo no governo Bolsonaro, em especial na ala mais ideológica, aonde vimos vários casos suspeitos de ascensão meteórica de gente sem a devida qualificação ou experiência. Em comum, a proximidade com os filhos do presidente, sendo que ambos, Carlos e Eduardo, parecem se esquecer de seus cargos eletivos para assumir funções distintas com base na relação pessoal com o presidente. Nesse ambiente, os oportunistas apelam para a bajulação para fazer parte da patota. Nada republicano.
Há traços evidentes de patrimonialismo no governo, com a ascensão meteórica de gente sem a devida qualificação
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Robôs a serviço de Bolsonaro

Novas denúncias sobre disparos pró-Bolsonaro podem conduzir à queda de presidente e vice; entenda
Vice-presidente Hamilton Mourão e presidente Jair Bolsonaro. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Jornal GGN – Duas reportagens da Folha de S.Paulo, divulgadas ontem (18) e nesta quarta-feira (19), apontam que brasileiros teriam utilizado softwares para envios de mensagens em massa via WhatsApp, em favor da campanha de Bolsonaro.
A prática é ilegal no país. Segundo a legislação eleitoral, apenas campanhas oficializadas podem fazer a contratação de impulsionamento de conteúdo eleitoral nas redes sociais, e usando a base de dados da própria campanha. A contratação de “propaganda terceirizada” e a compra de banco de dados de terceiros é proibida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, a lei proíbe o uso de ferramentas de automatização, como os softwares de disparos em massa.
Em um artigo publicado nesta terça-feira (18) no portal Conjur, o advogado eleitoralista Fernando Neisser explica que a legislação eleitoral “exige que todas as atividades feitas em prol da uma campanha – incluindo a difusão de mensagens por quaisquer meios – sejam custeadas com recursos da conta corrente eleitoral e, portanto, constam da prestação de contas”.
A Folha diz que entrou em contato com a campanha de Bolsonaro sobre as duas denúncias mais recentes, a primeira diz que um empresário espanhol comentou durante um encontro de empresários que seu software foi contratado para a campanha de Bolsonaro, sem que ele soubesse, e a segunda reportagem é de um engenheiro boliviano afirmando que a versão teste de um software de disparos em massa que criou foi utilizada sem a sua autorização, também para envio de mensagens pró-bolsonaro. A equipe de campanha do hoje presidente da República negou ter conhecimento sobre ambos os casos.
Neisser explica ainda que a única exceção à regra na legislação eleitoral “é a permissão para que pessoas físicas – cidadãos – façam despesas de até, aproximadamente, R$ 1 mil (ao longo de toda campanha) em benefício de uma candidatura. É o caso de alguém que faça uma placa para sua casa, reúna amigos para uma reunião política etc.”
“Empresas, por outro lado, são absolutamente proibidas de contribuírem para campanhas eleitorais, seja por doações diretas ou pelo pagamento de despesas de qualquer valor, conforme decidiu o STF na ADI 4.650”, completou.
Ainda em outubro, antes do segundo turno das eleições a denúncia desse procedimento realizado pela campanha de Bolsonaro levou a Coligação O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/PROS), formada pela chapa do petista e então presidenciável, Fernando Haddad, a abrir uma ação no TSE para apurar o caso. Oito meses depois, ninguém ainda foi ouvido no processo.
O advogado Neisser explica que, “a depender da gravidade dos fatos” e da análise da Justiça Eleitoral, se for entendido que houve crime da equipe de Bolsonaro, o fato pode se “configurar abuso de poder econômico, punido com a cassação da chapa vencedora – presidente e vice-presidente -, além da decretação da inelegibilidade de quem for considerado responsável pelas ilegalidades”.
“É o que está previsto no artigo 22 da Lei Complementar 67/90”, completa.
A reportagem da Folha diz que tanto o empresário espanhol, quanto o engenheiro boliviano dizem que nunca trataram diretamente com Bolsonaro, Hamilton Mourão (vice-presidente) ou com alguém próximo aos políticos. Mas, ainda que o presidente e vice-presidente desconheçam a estratégia de campanha, se for comprovada a ilegalidade, a chapa pode ser cassada.
“Não é necessário demonstrar dolo, culpa ou mesmo conhecimento por parte dos candidatos. Basta que se reconheça terem sido eles beneficiados pelos atos considerados ilegais”, explica o estudioso.
“Se a Justiça Eleitoral entender que não houve conhecimento ou participação direta, cassa-se a chapa, mas se deixa de aplicar aos candidatos cassados a pena de inelegibilidade”, destacou.
Ele pontua ainda que, mesmo tendo passado mais de seis meses desde a posse de Bolsonaro, o presidente ainda assim corre o risco de perder o cargo. Isso porque, a chapa Haddad e Manuela, assim como o PDT, ajuizaram ações judiciais eleitorais dentro do período que a Justiça concedeu para que os resultados das urnas sejam questionados. O fato novo é que agora surgiram mais elementos “para reforçar a acusação contida na ação” inicial.
“É possível, assim, ao menos em tese, que esses [novos] indícios sejam trazidos à Justiça Eleitoral”, prossegue o advogado.
Em caso de cassação da chapa, quem assume o poder?
Pela legislação, a chapa é “una e indivisível” para fins eleitorais, ou seja, caindo Bolsonaro, deverá cair Mourão. “Com isso, anula-se as eleições presidenciais de 2018 e convoca-se novas eleições apenas para os cargos de presidente e vice”, afirma Neisser.
Se a cassação acontecer até o final de 2020, serão realizadas eleições diretas, ou seja, com a participação de todos os eleitores. Caso aconteça depois de 2020, as eleições serão indiretas: votarão apenas os membros do congresso Nacional.
Portanto, não existem chances para que o segundo colocado nas eleições, Fernando Haddad, assuma a presidência.
“Com o afastamento do presidente e do vice-presidente, assume temporariamente o presidente da Câmara dos Deputados, atualmente o deputado Rodrigo Maia. O prazo que a lei prevê para novas eleições é de até 90 dias contados do afastamento dos titulares”, conclui Neisser.

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Corrupção fio institucionada no governo FHC



Cerveró: Corrupção veio do governo FHC e beneficiou filho do presidente
247 - Um dos delatores da Operação Lava Jato, Nestor Cerveró foi funcionário de carreira da Petrobrás desde 1975. Em suas colaborações premiadas, fez acusações contra o governo de Fernando Henrique Cardoso e envolveu o primeiro filho do tucano, Paulo Henrique. Os relatos foram publicados no Viomundo.
Havia uma disputa entre o então diretor de Gás e Energia da Petrobrás, Delcídio do Amaral (indicado ao cargo por Jader Barbalho, do PMDB), e o filho de FHC sobre a operação da TermoRio. Dessa forma, o esquema de fatiamento de cargos na Petrobrás para garantir a formação de maiorias no Congresso já era corrente no governo tucano.
Delcídio representava os interesses do grupo espanhol Union Fenosa, mas, de acordo com Cerveró, o mesmo negócio já estava fechado com a PRS Participações, ligada a Paulo Henrique Cardoso, por ordem do então presidente da Petrobrás, Philippe Reichstul.
Outra denúncia foi de que, quando a Petrobrás comprou a argentina Pérez Companc, em 2002, o governo FHC recebeu R$ 100 milhões em propina. Ele disse ter recebido a informação de dois assessores do ex-presidente argentino Carlos Menem.
“Cada diretor da Pérez Companc recebeu um milhão de dólares como prêmio pela venda da empresa e Oscar Vicente, 6 milhões. Nós juntamos a Pérez Companc com a Petrobras Argentina e criamos a Pesa (Petrobras Energia S/A) na Argentina”, contou Cerveró.
Cerveró delatou outro caso de propina com seu então superior hierárquico na Petrobrás, Delcídio do Amaral. Os dois teriam recebido dinheiro ilícito da multinacional Alstom para a compra de turbinas da empresa na TermoRio.
Delcídio teria recebido U$ 10 milhões em propina através do lobista da Alstom Afonso Pinto Guimarães, que cuidava dos interesses da Alstom no Rio. Cerveró recebeu sua parte do suborno em contas na Suiça. Ele negociou com procuradores suiços para contar tudo e não sofrer processo criminal no país.
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Um dos delatores da Operação Lava Jato, Nestor Cerveró foi funcionário de carreira da Petrobrás desde 1975. Em suas colaborações premiadas, fez acusações contra o governo de Fernando Henrique...

A reação mundial após a divulgação dos papos de Moro e Deltan

ARTIGO. Paulo Pimenta e a reação mundial após a divulgação dos papos de Moro e Deltan, na Lava Jato

O mundo diante os crimes da Lava Jato

O Parlamento Europeu deve enviar no próximo período uma delegação ao Brasil para apurar os profundos retrocessos que o país vem sofrendo no campo dos direitos sociais, trabalhistas e ambientais, além da utilização da Justiça como partido político, no caso específico da Operação Lava Jato. Nesta terça-feira (18), em Bruxelas, entreguei ao Parlamento Europeu um relatório, em português e inglês, sobre os descalabros da Lava Jato, agora revelados por uma série de reportagens do site The Intercept Brasil.
Chama a atenção no material divulgado pelo Intercept, o uso de instrumentos jurídicos pela Lava Jato, com objetivos políticos e partidários – contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o PT. Forjaram-se provas, utilizou-se a mídia, em especial a Rede Globo, para consolidar uma narrativa que abrisse caminho para a condenação arbitrária e ilegal de Lula, a fim de tirá-lo da disputa para a Presidência da República em 2018. E ainda conspiraram, Moro e Dallagnol, para prejudicar a campanha de Fernando Haddad e ajudar na eleição de Bolsonaro, atualmente chefe do ex-juiz que o ajudou na disputa eleitoral. Um verdadeiro complô judicial e midiático que solapa nossa democracia e o Estado Democrático de Direito.
Mais grave ainda, conforme mostrei aos parlamentares do Partido da Esquerda Europeia e do bloco da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Verde Nórdica, foi a atuação da Lava Jato em sintonia com o governo dos Estados Unidos. Nosso relatório denuncia a participação dos EUA na Operação Lava Jato, num esquema que contrariou a Constituição brasileira, já que a ação foi realizada de maneira informal e sob completo desconhecimento do Ministério da Justiça, a quem cabe monitorar a cooperação judicial entre o Brasil e outros países.
Confirma-se que a operação levada a cabo pela chamada “República de Curitiba” foi antinacional, urdida à sombra de tratativas secretas com os EUA, a partir da descoberta das megajazidas de petróleo do pré-sal. A Lava Jato atuou ativamente para enfraquecer a Petrobras, efetuar o golpe de 2016 contra Dilma Rousseff e tirar Lula da disputa eleitoral. O resto sabemos: mudou-se a lei do petróleo para entregar o pré-sal a preços irrisórios aos gringos – em especial a petroleiras dos EUA – e várias empresas nacionais com presença internacional foram levadas à bancarrota, para alegria dos concorrentes estrangeiros.
Em nome do combate à corrupção – luta legítima, inclusive amparada por leis que foram editadas nos governos do PT (2003-2016) – paralisou-se a economia nacional, agravando a crise do desemprego, prejudicando milhões de trabalhadores. Matou-se o doente para curar a doença, embora em países como os EUA e membros da União Europeia o combate à corrupção preserve as empresas, com a punição aplicada apenas aos agentes envolvidos em falcatruas.
Essas questões nós debatemos com os deputados europeus, no âmbito de um tema da ordem do dia: os desafios da esquerda diante do avanço da extrema direita em vários países, incluindo a importância da unidade entre as forças progressistas no cenário atual. Tivemos também a oportunidade de debater, na Universidade Livre de Bruxelas, a situação brasileira e os diversos retrocessos que vêm sendo implementados no Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro, além do escândalo revelado pelo Intercept.
Na Bélgica, nos reunimos ainda com integrantes do Comitê Lula Livre em Bruxelas, o qual, a exemplo de outros comitês espalhados pelo mundo afora, tem o objetivo de amplificar as denúncias sobre a prisão política e arbitrária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há mais de 14 meses encarcerado como prisioneiro político da Lava Jato sem que tenham esgotado os recursos a serem julgados. O mundo já percebeu que a Lava Jato atuou com objetivos políticos e contra os interesses nacionais.
(*) Paulo Pimenta é Deputado Federal, líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a imagem que ilustra este artigo, originalmente foi publicada no “Blog do Mello”, mantido pelo jornalista Antonio Mello.