segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

MENTIR!! MENTIR!! MENTIR!! MENT...

Todo governo autoritário precisa de “fake news”


Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia
O que manteve Hitler no poder durante 12 anos na Alemanha (1934-46) foi uma poderosa máquina de propaganda montada por Joseph Goebbels que pode ser chamada de a primeira fábrica de fake News da história.
Sob o lema “a mentira tem que ser repetida centenas de vezes até virar verdade”, as fake News nazistas mantiveram o povo alemão desinformado a respeito do que acontecia em seu próprio país, impedindo que reagisse ao genocídio em curso.
A primeira tarefa das fake News nazistas foi caluniar e difamar os judeus. De todas as formas possíveis. Não eram da raça pura. Adoradores de dinheiro. Devido à sua cobiça os alemães estavam na miséria. Têm doenças contagiosas. Qualquer contato com eles é perigoso. Eram empregados todos os meios de comunicação disponíveis para difundir essas calúnias de forma massiva.
Quando os judeus começaram a ser enviados para campos de concentração, a operação era explicada pela propaganda como um simples deslocamento de um ponto do país a outro. Foram realizados documentários num falso campo de concentração para mostrar como os judeus eram bem tratados ali.
As fake News dos nazistas não só contavam absurdos a respeito dos judeus e do perigo que representavam, motivo pelo qual deveriam ser expurgados da sociedade alemã, portanto. As fake News também transformavam Hitler no melhor homem do mundo, o único credenciado para salvar a Alemanha e os alemães.
As invasões de países vizinhos eram explicadas pelas fake News nazistas como reação a agressões estrangeiras, que estariam atacando alemães moradores naqueles países. Não havia como a Alemanha não ir em socorro de seus cidadãos.
Também Getúlio Vargas precisou utilizar fake News para chegar e ficar no poder. Derrubou a democracia alegando uma suposta conspiração comunista chamada Plano Cohen. Foi uma das maiores fake News da história do Brasil, confirmada por todos os jornais do país como verdadeira.
Fechou os partidos políticos e o Congresso Nacional dizendo que eram dispensáveis. Daí em diante a comunicação seria direta entre o ditador e a população. Sem intermediários. Exortou os brasileiros a enviarem cartinhas com reivindicações. E a formarem filas na calçada do Palácio do Catete para fazer seus pedidos pessoalmente.
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Em 1964, foi vendida aos brasileiros por meio de jornais, rádios e emissoras de televisão a fake News de que era iminente a fundação de uma certa República Sindicalista, sob direção do presidente João Goulart, que seria o preâmbulo de uma revolução comunista, comandada do estrangeiro. Por isso ele não poderia continuar na presidência.
Para dar maior dramaticidade à situação, foram organizadas Marchas da Família com Deus pela Liberdade, comandadas pelo americano Padre Peyton em metrópoles como São Paulo, com a tese de que orando todos juntos seria afastada a invasão dos vermelhos.
Com a descoberta dos modernos meios de comunicação a influência das fake News sobre os indivíduos aumentou ainda mais, na medida em que as mensagens propagandísticas são direcionadas de forma massiva diretamente às pessoas, de forma a parecer terem sido feitas especialmente para elas.
O poder das fake News foi comprovado na eleição dos Estados Unidos em 2016. A campanha de Trump, o candidato vencedor, foi calcada em difamações da opositora divulgadas de forma massiva, com intensidade muito superior às difamações anti judaicas na Alemanha nazista.
Um governo que se elege graças a fake News nunca as abandona. Trump mostrou isso ad nauseum. Começou no dia seguinte à sua posse. Afirmou no twitter que tinha sido a mais concorrida cerimônia de posse da história americana. Foi desmentido pela imprensa. Mas nunca admitiu ter se equivocado. Agora insiste na fake news de que o país só estará seguro se construir um muro na fronteira com o México.
Quem produz a fake News acredita nela, afirma o Doutor em Psicologia Jacob Pinheiro Goldberg e fica agressivo quando o colocam diante da verdade. Golderg também garante existir, com base em estudos, um efeito boomerang: quanto mais se desmente a fake News, mais ela repercute. Por isso é tão difícil destruí-la.
Bolsonaro também se elegeu graças a fake News e governa com fake News. Uma delas foi repetir, até virar verdade, que ele permitiu maior acesso a armas de fogo para garantir a segurança dos brasileiros e o direito de se defenderem. Facilitar o acesso dos alemães a armas foi também uma das primeiras medidas tomadas pelo regime nazista.
Toda a máquina de propaganda nazista hoje cabe num celular. É muito difícil combater fake News; e é quase impossível um governo autoritário subsistir sem fake News.
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O modo de ser e de proceder ASSASSINAMENTE das elites econômicas e políticas no Brasil



O Brasil está moralmente morto?






Uma das frases mais ouvidas no contexto da tragédia criminosa de Brumadinho é a de que “não se aprendeu nada com a tragédia de Mariana”. Isto não se deve a um mero ato de negligência, o que já seria grave. Mas se deve a um ato deliberado de não querer aprender com os erros do passado, o que é gravíssimo. Não aprender com os erros do passado é o modo de ser e de proceder das elites econômicas e políticas do país. É por isso que naturalizamos as várias tragédias em que estamos afundados e nos mostramos um país incapaz de sair do destino desafortunado e desgraçado em que parecemos estar prisioneiros. Mas essa incapacidade é uma escolha e sempre que acontecem desastres e tragédias os atribuímos ao acaso, ao imprevisto, ao fatal. Esta é uma forma criminosa de proceder, por trás da qual estão emboscadas as elites em sua astúcia predadora, assassina, sanguinária. Esta é também a fórmula secreta da impunidade comprada a peso de ouro junto a escritórios de advocacia e postergada indefinidamente por juízes impiedosos, que não se sensibilizam com as vidas ceifadas, com a dor e com os prejuízos dos que ficam, com a devastação ambiental e com o sacrifício do futuro.
O Brasil está moralmente morto. A vasta corrupção que destruiu as instituições, a impunidade dos corruptores e de muitos corruptos notórios, os privilégios dos políticos e do alto funcionalismo, a incapacidade do Estado e dos políticos em resolver os problemas fundamentais do país e do povo, a vandalização da Constituição pelo Judiciário, a devastadora destruição de Mariana, as chamas que queimaram a nossa história no Museu Nacional, a vitória de Bolsonaro e a tragédia de Brumadinho são eventos de um único ambiente que provocou a morte moral do Brasil.
Não há limites para os nossos retrocessos. O Brasil está entregue ao grotesco, ao tenebroso, ao assombroso. Os maiores invocadores da pátria não são patriotas. Os maiores invocadores de Deus são sócios do demônio. Em nome do moralismo tosco, criminoso, anti-humano, contrário aos direitos civis, apunhala-se a própria moral, busca-se legitimar a violência como método de solução de conflitos, deixa-se de querer e de fazer o bem comum. Em nome desse moralismo muitas igrejas transformaram-se em templos do cinismo, onde os falsos profetas pregam o retrocesso civilizacional, o conservadorismo enlouquecido, sedento de dinheiro, de poder e de sacrifícios humanos.
O Brasil está moralmente morto porque somos um povo incapaz de acreditar no Brasil e em nós mesmos. Temos o pior índice de confiabilidade interpessoal. Por isso somos dominados pela ausência de um sentido comum e não somos capazes de construir uma comunidade de destino. No Brasil, o senso ético do bem comum foi assassinado, seu corpo foi arrastado pelas ruas das nossas cidades e crucificado nas praças públicas para advertir e impor o medo àqueles que lutam por direitos, justiça e igualdade. Querem que nos curvemos à descrença e que só acreditemos em que nada vale a pena, visando gerar o imobilismo social e político, a impotência para a luta, a incapacidade para a virtude e a descrença do futuro. A morte das vontades e dos desejos de mudança é a morte moral do Brasil e de seu povo.
Um país que tem 106 milhões de pessoas que ganham até um salário mínimo, que tem 54 milhões de pessoas pobres, mais de 15 milhões que vivem abaixo da linha da pobreza e que ocupa a nona posição entre os mais desiguais do mundo não pode ser um país moralmente vivo. Um país que mata 64 mil pessoas por ano pela violência, que destroça milhares de pessoas no trânsito, que ocupa o sétimo lugar entre aqueles países que mais matam jovens e o quinto lugar entre aqueles que mais matam mulheres é um país moralmente morto.
O Brasil terminou de eleger um governo que rompeu com o consenso que havia se construído após a sua redemocratização: o de que o principal problema do país é a desigualdade social e de que só haverá progresso e desenvolvimento se este problema for resolvido. O Brasil não terá futuro e nem dignidade se este consenso não for restabelecido e se os governantes não tiverem mais capacidade e eficiência para resolver este problema. O Brasil também não terá paz social se não houver uma união de uma grande maioria consciente e empenhada em resolver este problema. Sem enfrentar este problema, a decadência do Brasil continuará de forma inapelável e a riqueza que for aqui construída com o sacrifício de muitos será um benefício de poucos, pois será uma riqueza assaltada pelos mecanismos legais e extralegais da exploração despudorada.
Hoje somos 212 milhões de brasileiros, todos estranhos entre si, desconfiados uns com os outros, quase hostis. Vivemos mergulhados na solidão das nossas angústias e dos nossos temores, sem capacidade de transformá-los em ação e furor. Quase não temos vida associativa, os partidos são entes ocos, os sindicatos são comitês de burocratas, a sociedade civil não tem capacidade de reação e de mobilização.
O líder maior do povo está cada vez mais esquecido no cárcere e os líderes que estão por aí pontificam na fraqueza, na debilidade, na vaidade e na arrogância. Somos um povo sem um Moisés, sem uma coluna de fogo a nos guiar, e vagamos perdidos no deserto. Sem líderes ou movimentos que nos unam, muitos de nós fogem para saídas individuais, outros se evadem no amargor por perceberem o absurdo da existência.
Precisamos de líderes e de movimentos que sejam capazes de fazer convergir as múltiplas lutas, as dispersas iniciativas, as fracas vontades. Se o momento é de debilidade, de fraqueza e de desorientação, precisamos pressionar pela unidade, pois é dela que podem ser forjadas novas lutas e novos líderes. Os males provenientes das atuais condições sociais e políticas não podem nos calar e nos matar. Se a razão tem motivos de sobra para ser pessimista, a vontade precisa nos animar, restaurar as nossas virtudes cívicas para as lutas e combates, pois só neles reside a esperança. Somente a restauração das nossas qualidades e virtudes internas, dos nossos desejos e paixões por mudanças e por justiça podem criar novas condições políticas e morais, primeiro, para estancar a decadência e o retrocesso que estão em marcha e, segundo, para criar um movimento comum, transformador, inovador, de sentido universalizante. Somente a nossa vontade militante e atuante poderá restituir a vida a um país que está moralmente morto.
Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

domingo, 27 de janeiro de 2019

Live do Conde: Da lama ao caos, de Temer a Bolsonaro

A quadrilha no Governo e a dos cúmplices

Generais usaram Bolsonaro para voltar ao poder

O ENSINO NAZI-FASCISTA NAS ESCOLAS DO BRASIL

Enquanto isso, as escolas brasileiras  serão obrigadas a ensinar o nazi-fascismo e o criacionismo protestante em detrimento de quaisquer outros pensamentos.



Escolas na Alemanha combatem mentiras sobre o nazismo
Poucos acontecimentos históricos ganharam tantos filmes e livros como o Holocausto promovido pelo regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Ainda assim há quem tente minimizar o ocorrido. Poucos meses atrás, por exemplo, o político Alexander Gauland, líder do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), chegou a afirmar que o Holocausto foi apenas “um cocô de pássaro em mil anos de uma história alemã de sucesso”.
Para estimular a memória pública de um dos episódios mais abomináveis da história moderna, uma das estratégias do governo alemão, desde a década de 1970, é fazer com que seu sistema educacional apresente uma abordagem crítica em relação ao nazismo e ao Holocausto. “A autoconsciência histórica do Estado e da sociedade na Alemanha é moldada pelas seguintes perguntas: ‘como deixamos isso acontecer?’ e ‘o que pode ser feito para impedir algo semelhante no presente e futuro?’”, explica Gerhard Henke-Bockschatz, diretor do departamento de Didática da História da Universidade Goethe.
É por esse mesmo motivo que, embora as políticas educacionais sejam de responsabilidade dos governos estaduais, o tema é obrigatório nas grades curriculares de todo o país durante a 9ª ou 10ª série, quando os alunos estão com 15 e 16 anos.
Segundo Peter Carrier, pesquisador do instituto alemão Georg Eckert e coordenador de um projeto da Unesco sobre o Holocausto na educação, além do ensino dentro da salas de aula, escolas costumam organizar viagens para museus e campos de concentração.
“Esses lugares oferecem um excelente apoio didático. Estar em locais históricos é importante porque torna a realidade mais tangível. Ao mesmo tempo, a orientação crítica dos professores nesses passeios é vital porque incentiva a interpretação e a reflexão sobre as imagens, a linguagem e os ícones”, pondera.
Essas excursões e visitas, entretanto, não são parte obrigatória na grade curricular. Mesmo assim os professores têm toda a liberdade para organizarem diversas atividades pedagógicas no que se refere ao tema. Os educadores possuem ainda ofertas de cursos extracurriculares sobre formas pedagógicas de se abordar o assunto para crianças e jovens.

Uma nova abordagem

Entre os cuidados tomados na hora de ensinar e refletir sobre o Holocausto e o nazismo nas escolas alemãs, Peter Carrier menciona a importância de não demonizar figuras como Hitler. Essa narrativa, segundo ele, torna o tema pouco palpável e distante do presente, já que expressa que apenas alguém como o ditador alemão em questão seria capaz de orquestrar o Holocausto.
“Há uma tendência entre os alunos de pensar que Hitler fez o Holocausto sozinho e que a população não tinha conhecimento da exclusão e humilhação de judeus na sociedade. Mas é bom que eles aprendam que mesmo os alemães comuns fizeram parte desse sistema de exclusão, humilhação, ostracismo e perseguição”, reflete.
Abordagens pedagógicas mais voltadas para a empatia e a solidariedade são as mais indicadas, uma vez que impulsionam o diálogo em relação a assuntos contemporâneos de extrema importância, como a crise migratória na Europa.
“Os jovens devem aprender como perpetradores e espectadores do Holocausto pensavam e como é fácil, ainda hoje, adotar esses mesmos processos de pensamento. É preciso refletir sobre o tema para não repetir os modos de exclusão, humilhação e perseguição ou até mesmo para não aceitar silenciosamente os preconceitos de outras pessoas”, diz o pesquisador.
Outro ponto crucial no ensino do nazismo para jovens alemães, segundo Carrier, é que professores não devem apelar para imagens chocantes do período para chamar a atenção dos alunos. “Entendo que seja difícil entender um evento que está distante no tempo e que foi tão absurdamente violento, mas acho mais efetivo começar lendo aos alunos depoimentos de sobreviventes ou mostrando como os criminosos nazistas pensavam”, diz. “É possível, sim, mover os jovens recorrendo aos seus sentimentos de indignação e horror, mas prefiro mostrar que genocídios, e os preconceitos que os precedem, podem acontecer em qualquer lugar”, completa.

Nostalgia

Apesar dos esforços contínuos no setor educacional, a Alemanha tem visto crescer a nostalgia em torno do autoritarismo. “A mudança nas atitudes e pensamentos dos alemães é sutil e ocorre de modo gradual. As pessoas têm usado uma linguagem xenofóbica em público e expressado opiniões antissemitas com mais frequência e sem qualquer consequência. Representantes de visões políticas extremas também são cada vez mais convidados para falar em canais de televisão e rádio”, afirma Carrier.
Para o estudioso Gerhard Henke-Bockschatz, sempre houve uma minoria na sociedade alemã, embora ela esteja ainda mais latente hoje em dia, que reclama da posição proeminente da história do nazismo no país. “Essas pessoas não gostam da narrativa porque dizem que ela foca na culpa alemã quando o que desejam é um olhar mais positivo e orgulhoso da história nacional”, explica.
Um agravante nesse panorama é que a geração atual não teve contato direto com a guerra e tem cada vez menos interação com as pessoas que o tiveram, de modo que são seduzidas por “soluções simples” e “ideais nacionalistas”.
“Há na Alemanha um potente conjunto de ideias já prontas, jargões e ícones da década de 1940, que, inevitavelmente, se tornam aparentes e retornam à luz do dia quando há espaço para discursos de políticos extremos”, conclui Carrier.

A LÓGICA DO LUCRO É ASSASSINA!!


A captura do Estado público brasileiro, em todas as suas esferas, pelos interesses escusos dos capitalistas privados, dentre os desastres que tem provocado, levou ao lamentável desastre ambiental (hoje, 25/01/2019) na barragem de Brumadinho(MG). MAIS UM...!!!

OS INTERESSES DE UNS POUCOS COLOCADOS ACIMA DOS INTERESSES DE UMA MAIORIA E ATÉ DOS INTERESSES DO PAÍS. ISSO É O “GOVERNO” DO BOZO.

Brasil acima de tudo e o mito, o messias, o deus bozo e seu clã acima de todos.
Brumadinho – a lógica do lucro que prevalece sob Bolsonaro
O desastre ocorrido nesta sexta-feira (25), em Brumadinho (MG), que já foi descrito como uma “tragédia anunciada” poderá infelizmente ser o prenúncio de outras calamidades, prevalecendo no governo brasileiro a orientação imprudente e funesta que só favorece o lucro empresarial e rejeita a fiscalização rigorosa sobre as atividades das empresas, principalmente daquelas cuja atividade atinge populações e o meio ambiente. Tudo indica que a concepção que rompe com o necessário equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento prevalece num governo onde o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles - que, em tese, deveria implementar a fiscalização - considera o órgão responsável por ela, o Ibama, uma "fábrica de multas".
O desastre ocorrido em Brumadinho atingiu várias cidades da região, com impacto na vida de milhares de pessoas, e indica que centenas de vítimas fatais agravará ainda mais a tragédia - a lista de desaparecidos divulgada pela empresa responsável pela Mina do Feijão, pela barragem e pelo desastre, a mineradora Vale, relaciona o nome de quatrocentas pessoas desaparecidas. A exemplo do que ocorreu em Mariana, há pouco mais de três anos, as consequências ambientais, econômicas e sociais ainda se estenderão por muito tempo e algumas de modo irreversível.
Fundada em 1942, no primeiro governo de Getúlio Vargas, a Vale, que originalmente denominava-se Companhia Vale do rio Doce (CVRD), foi privatizada em 1997, no governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. Seu lucro, em 2017, que superou os 17 bilhões de reais, a coloca entre as maiores mineradoras do mundo. No entanto, apesar das promessas, o que se vê é o lucro aumentar e os cuidados ambientais e com as condições de trabalho de seus funcionários diminui.
Além da trágica dimensão humana, o rompimento da barragem em Brumadinho – que acontece há pouco mais de 3 anos após desastre semelhante ocorrido em Mariana (MG), igualmente envolvendo a Vale - tem outra terrível conseqüência: a destruição do meio ambiente. Vazaram cerva de 14 milhões de metros cúbicos de dejetos, lançados na bacia hidrográfica, e que atingiram o rio Paraopeba, um importante afluente do Rio São Francisco – cujo leito, já martirizado pelo descaso ambiental e pelo desmatamento, poderá ficar comprometido com a poluição resultante de mais essa tragédia, com graves consequências ambientais.
A tragédia de Brumadinho pode ser vista como uma infeliz metáfora da caótica situação vivida pelo Brasil desde o golpe do traidor Michel Temer, que tomou o governo de assalto 2016. Situação que prossegue agravada sob o comando do direitista ultraliberalJair Bolsonaro. Como em Brumadinho, é sobre o povo e o meio ambiente que recai o custo da lógica imperante, que favorece a ganância do capital e o lucro empresarial. Bolsonaro é um crítico ferrenho das políticas sociais, trabalhistas e ambientais de governos anteriores. Em Brumadinho as vítimas são os trabalhadores e o meio ambiente. O desastre, ocorrido no mês inicial do governo de Jair Bolsonaro, pode ser, infelizmente, um retrato de seu descaso com o povo, os trabalhadores... e o meio ambiente.

RETÓRICAS!! MAIS FALÁCIA!!

Não há exemplo de que o povo brasileiro tenha, em algum momento,  aprendido com o caos e a destruição, infelizmente!!

O que acontece muito são as retóricas, as falácias...
A Vale e os governos têm as mãos sujas de sangue operário mais uma vez
Foto: Adriano Machado/Reuters
O governo estadual confirmou até agora 9 mortes, 413 desaparecidos e 189 resgatados da lama. Há ainda 23 feridos e 8 internados no Hospital João XXIII de BH. Estima-se que a maior quantidade de atingidos seja dentre as próprias trabalhadoras e trabalhadores da Vale, que almoçavam no refeitório às centenas quando a barragem se rompeu, invadindo esse e outros locais imediatamente, levando dezenas de vidas num piscar de olhos.
O descaso com a vida das trabalhadoras e trabalhadores, e de toda a população é tão grande que já estão ocorrendo inúmeras notícias de que a sirene de aviso para evacuar a área em caso de acidente simplesmente não foi tocada, permitindo que a lama enterrasse quem estivesse pelo seu caminho, como consta no relato abaixo, de trabalhadora e moradora da região, Maria Aparecida, que teve sua casa arrastada pela lama. A trabalhadora chora ao lembrar e diz que "a partir de agora é um inferno aqui na terra". Afirma que a direção da empresa enviou gente para dizer que a barragem não oferecia riscos e que caso algo acontecesse escutariam uma sirene ensurdecedora. A única coisa que Maria ouviu, segundo seu relato, foi o barulho da lama arrastando casas e pessoas:
Esse desastre devastador, além de matar todo o rico ecossistema da região, afeta também diretamente a vida de populações ribeirinhas e quilombolas, que dependem do uso de água e de solo fértil para plantio, deixando centenas de desabrigados em condições de miséria.
Revela também a enorme ausência de qualquer tipo de fiscalização, já que a barragem rompida não entrada na lista de barragens em risco, divulgada em dezembro de 2018. Além dessa barragem já rompida, a lista de risco da empresa contabiliza outras 80 barragens sob risco, o que coloca a necessidade de um plano de emergência imediato, para proteger a vida das trabalhadoras e trabalhadores e da população afeta por essa tragédia e pelas outras, que só são possíveis se não interrompemos imediatamente a sede de lucro desses capitalistas.
Para garantir seus lucros (que chegam a 320 bilhões desde sua privatização), a Vale (que é também uma das donas da Samarco) segue negligente quanto à manutenção adequada das barragens e também segue impune dos crimes que vem cometendo contra o ambiente e a população. O judiciário golpista também teve seu papel nessa sujeira toda: assinou um acordo com o Ministério Público Federal e outras autoridades, que extinguiu uma ação de 20 bilhões de reais movida contra a empresa pela União e os Estados, na tentativa de amenizar os danos causados.
Agora, todos os recursos devem ser voltados para a busca dos trabalhadores e moradores desaparecidos para que sejam resgatados com vida! Esses recursos devem vir do confisco dos bens da Vale, para reconstrução das cidades devastadas pelo lucro capitalista. Além disso, a necessidade de re-estatizacao da Vale é urgente. Sem nenhuma indenização, sob administração das trabalhadoras e trabalhadores e controle popular, única forma eficaz para prevenir novas tragédias e para enterrar a sede de lucro dos capitalistas e acionistas privados.
Essa tragédia deve também nos mobilizar contra os planos econômicos do governo Bolsonaro e seu guru economista Paulo Guedes, que em todas as oportunidades que tiveram, falaram em nome da diminuição de fiscalização às mineradoras, um programa que quando ligado à sede de lucro desses grupos capitalistas, pode levar rapidamente a novas tragédias como essas. Esse desastre humano e ambiental é o resultado da privatização e falta de fiscalização que Bolsonaro, Guedes e Zema defendem, que por sua vez é resultado da política petista de licenças ambientais pras mineradoras durante todos esses anos.
A onda de privatizações que Bolsonaro e Guedes prometem são nada mais que novas tragédias anunciadas. CEMIG, Eletrobras, Petrobras, aeroportos. Todos locais de trabalho cheios de riscos e com forte impacto social e ambiental. Não podemos aceitar mais nenhuma privatização, lutar pela estatização de todos os serviços, nos organizar nos sindicatos e entidades estudantis, superando os limites das burocracias traidoras que estão em trégua com Bolsonaro e dispostas a tudo para manterem seus cargos. Mover a classe trabalhadora indignada por mais essa tragédia, em uma forte mobilização contra esse governo, parteiro de novos Brumadinhos e Marianas.

E o Brasil imperplexo consigo!!



Pepe Escobar: o mundo está perplexo com o Brasil
Um dos maiores jornalistas especializados em geopolítica do mundo, Pepe Escobar avalia a situação do Brasil no cenário global e lamenta que "o País do futuro tenha se transformado em escravo dos EUA e Israel", reflexo da ascensão de Jair Bolsonaro à presidência da República e sua política externa de submissão aos dois países.
Em análise nos estúdios da TV 247, o jornalista faz um histórico das ações recentes de ingerência dos EUA e explica as razões da América Latina se transformar no grande alvo atual de influência de Donald Trump e sua tática de guerra híbrida.
Um breve histórico do golpe
Escobar revela que o País vem vem sendo espionado desde 2010 pelas agências de inteligência estadunidenses. "Foi um golpe em câmera lenta e muito bem articulado, com uma operação de guerra híbrida", comenta.
"O serviço de inteligência jogou todas as informações governamentais do governo Dilma e também sobre a Petrobrás no colo do juiz Sérgio Moro, figura de extrema confiança do governo estadunidense", revela.
O jornalista expõe ainda que, para os EUA, "golpear o Brasil seria também uma das formas de minar o fortalecimento e a ascensão mundial dos BRICS" (grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul).
Outro motivo do interesse dos EUA na dominação indireta da América Latina, segundo ele, é por conta de "Trump não conseguir mais vender guerras estrangeiras dentro do seu País".
Governo Bolsonaro: "amador"
Para ele, a participação de Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, foi "extremamente amadora". "Ele teve meia hora para discursar, vender seu peixe, com uma platéia super abalizada, mas falou apenas seis minutos e não disse nada", aponta, comentando ainda a gafe da equipe ao fugir de uma coletiva à imprensa. "Isso não se faz".
O jornalista diz ainda que a imprensa e líderes políticos internacionais questionam o tempo todo "o que está acontecendo com o Brasil".
Inscreva-se na TV 247 e confira a sua entrevista ao jornalista Leonardo Attuch:

E quem é que é o dono de quem manda no Brasil?!

Quem é que manda no Brasil?
diariodovale
27 de janeiro de 2019 08:20
Desde o fim da ditadura militar, governos civis convivem com a presença constante do misterioso Centrão
Culpado da política ensandecida no Brasil pode ser o ACM – Foto: Reprodução Wikipedia Commons

Há 32 anos, em 1987, um grupo de deputados e senadores de centro-direita formou um bloco para confrontar propostas progressistas de Ulysses Guimarães na Constituinte. Ali nasceu o nome Centrão, mas esse grupo já havia estreado anos antes, em 1984, quando Tancredo Neves derrotou Paulo Maluf em eleições indiretas e se tornou o primeiro presidente civil desde 1964. Sem esses parlamentares de centro-direita, a vitória que acabaria por levar José Sarney ao poder (Tancredo morreu sem ser empossado) nunca teria acontecido.
De lá para cá, mesmo sem necessariamente operar com esse nome, o Centrão se mantém presente e decisivo na política brasileira. Não importa quem esteja no poder, tem que contar com esse grupo para manter a capacidade de governar.
Por isso mesmo, sempre há integrantes do Centrão em altos cargos no governo federal, o que dá ao grupo grande poder e ajuda a manter sua capacidade de eleger representantes, eternizando sua força no Congresso Nacional e permitindo que eles ocupem altos cargos.
Portanto, não importa quem seja o presidente, nem qual sua orientação ideológica, sem o Centrão não tem governo. Isso porque o Congresso, no Brasil, tem mais poder do que o legislativo dos Estados Unidos. E o Centrão é maioria no Congresso.
Exemplos do poder do Centrão
Ainda durante o governo Sarney, os parlamentares do Centrão barganharam por cargos o apoio à extensão do mandato do presidente.
Sarney entregou o cargo a Fernando Collor de Mello, que governou de março de 1990 a dezembro de 1992. Foi o primeiro presidente a sofrer impeachment, e os deputados dos partidos de centro-direita, pressionados pela opinião pública, foram essenciais na deposição de Collor.
Itamar Franco, que assumiu no lugar de Collor, cumpriu o restante do mandato: ele deu um jeito na inflação com o Plano Real, privatizou, entre outras estatais, a CSN… com apoio de quem no Congresso? Do pessoal de centro-direita que nunca assumia posições ideológicas claras.
O sucessor de Itamar, Fernando Henrique Cardoso, teve como principal realização dos seus dois mandatos a colocação do país “nos trilhos” em relação às contas públicas, mas enfrentou muita impopularidade no fim do mandato, por causa das restrições que impôs a gastos públicos. Quem foi que deu suporte ao presidente no Congresso? Adivinhou: o Centrão.
Lula, ao assumir, encontrou um país com superávit orçamentário. Fez um dos governos com mais gastos públicos de que se tem notícia. Investiu pesado em programas sociais como o Bolsa-Família, lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)… e precisou fazer acordos com o Centrão, inclusive entregando ministérios, para ter governabilidade.
Em seu primeiro mandato, Dilma Rousseff seguiu bem de perto a cartilha de Lula, e teve como vice Michel Temer, que representava o Centrão. No início do segundo mandato, com parte do Centrão já alojada na oposição, Dilma se entusiasmou com a vitória e se indispôs com duas figuras: Temer, que apresentara um pacote de reformas liberalizantes chamado “A Ponte para o Futuro”, solenemente ignorado pela presidente, e Eduardo Cunha, que conquistou a presidência da Câmara contra o PT e acabou por ser essencial no impeachment.
O período de Temer no poder foi a expressão do Centrão no comando.
Sobre o sucessor, Jair Bolsonaro, ainda se pode dizer pouco. O Centrão, que se aliou a Alckmin no primeiro turno, foi deixado de lado na formação do ministério, mas ainda está para haver a posse dos parlamentares e aí é que o país começa pra valer a fazer política. A impressão é que, assim como seus antecessores, o Capitão vai ter que conversar com esse grupo.
Uma piada do Centrão
Dizem que Antônio Carlos Magalhães,ou ACM, famoso político baiano, e um dos maiores representantes do Centrão, estava em um avião uma vez, quando houve um estrondo e cheiro de enxofre. O Diabo, em carne, osso, chifres e cauda, se apresentou e disse: “Tuninho Malvadeza (apelido de ACM), esse avião vai cair daqui a pouco, então tive o prazer de vir te buscar pessoalmente”.
ACM faz sinal de calma para sua equipe, chama o Capiroto no canto e fala duas ou três frases. de vermelho, o Capeta fica amarelo. Volta para a frente do avião e diz: “Foi brincadeira. façam uma boa viagem!”, sumindo em seguida.
Um assessor pergunta à velha raposa o que ela disse na conversa ao pé do ouvido. ACM repete: “Disse assim: em Salvador tem prefeito, mas quem manda sou eu. Na Bahia tem governador, mas quem manda sou eu. No Brasil tem presidente, mas quem manda sou eu. Quer mesmo que eu vá pro inferno?”.
Detalhe
Depois de lembrar da piada, me lembrei de que ACM morreu em 2007. Pelas coisas que estão acontecendo por aí, ele já deve ter conseguido derrubar o Luci do Trono das Trevas…
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