Um dos maiores jornalistas especializados em geopolítica do mundo, Pepe Escobar avalia a situação do Brasil no cenário global e lamenta que "o País do futuro tenha se transformado em escravo dos EUA e Israel", reflexo da ascensão de Jair Bolsonaro à presidência da República e sua política externa de submissão aos dois países.
Em análise nos estúdios da TV 247, o jornalista faz um histórico das ações recentes de ingerência dos EUA e explica as razões da América Latina se transformar no grande alvo atual de influência de Donald Trump e sua tática de guerra híbrida.
Um breve histórico do golpe
Escobar revela que o País vem vem sendo espionado desde 2010 pelas agências de inteligência estadunidenses. "Foi um golpe em câmera lenta e muito bem articulado, com uma operação de guerra híbrida", comenta.
"O serviço de inteligência jogou todas as informações governamentais do governo Dilma e também sobre a Petrobrás no colo do juiz Sérgio Moro, figura de extrema confiança do governo estadunidense", revela.
O jornalista expõe ainda que, para os EUA, "golpear o Brasil seria também uma das formas de minar o fortalecimento e a ascensão mundial dos BRICS" (grupo formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul).
Outro motivo do interesse dos EUA na dominação indireta da América Latina, segundo ele, é por conta de "Trump não conseguir mais vender guerras estrangeiras dentro do seu País".
Governo Bolsonaro: "amador"
Para ele, a participação de Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, foi "extremamente amadora". "Ele teve meia hora para discursar, vender seu peixe, com uma platéia super abalizada, mas falou apenas seis minutos e não disse nada", aponta, comentando ainda a gafe da equipe ao fugir de uma coletiva à imprensa. "Isso não se faz".
O jornalista diz ainda que a imprensa e líderes políticos internacionais questionam o tempo todo "o que está acontecendo com o Brasil".
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