domingo, 27 de janeiro de 2019

RETÓRICAS!! MAIS FALÁCIA!!

Não há exemplo de que o povo brasileiro tenha, em algum momento,  aprendido com o caos e a destruição, infelizmente!!

O que acontece muito são as retóricas, as falácias...
A Vale e os governos têm as mãos sujas de sangue operário mais uma vez
Foto: Adriano Machado/Reuters
O governo estadual confirmou até agora 9 mortes, 413 desaparecidos e 189 resgatados da lama. Há ainda 23 feridos e 8 internados no Hospital João XXIII de BH. Estima-se que a maior quantidade de atingidos seja dentre as próprias trabalhadoras e trabalhadores da Vale, que almoçavam no refeitório às centenas quando a barragem se rompeu, invadindo esse e outros locais imediatamente, levando dezenas de vidas num piscar de olhos.
O descaso com a vida das trabalhadoras e trabalhadores, e de toda a população é tão grande que já estão ocorrendo inúmeras notícias de que a sirene de aviso para evacuar a área em caso de acidente simplesmente não foi tocada, permitindo que a lama enterrasse quem estivesse pelo seu caminho, como consta no relato abaixo, de trabalhadora e moradora da região, Maria Aparecida, que teve sua casa arrastada pela lama. A trabalhadora chora ao lembrar e diz que "a partir de agora é um inferno aqui na terra". Afirma que a direção da empresa enviou gente para dizer que a barragem não oferecia riscos e que caso algo acontecesse escutariam uma sirene ensurdecedora. A única coisa que Maria ouviu, segundo seu relato, foi o barulho da lama arrastando casas e pessoas:
Esse desastre devastador, além de matar todo o rico ecossistema da região, afeta também diretamente a vida de populações ribeirinhas e quilombolas, que dependem do uso de água e de solo fértil para plantio, deixando centenas de desabrigados em condições de miséria.
Revela também a enorme ausência de qualquer tipo de fiscalização, já que a barragem rompida não entrada na lista de barragens em risco, divulgada em dezembro de 2018. Além dessa barragem já rompida, a lista de risco da empresa contabiliza outras 80 barragens sob risco, o que coloca a necessidade de um plano de emergência imediato, para proteger a vida das trabalhadoras e trabalhadores e da população afeta por essa tragédia e pelas outras, que só são possíveis se não interrompemos imediatamente a sede de lucro desses capitalistas.
Para garantir seus lucros (que chegam a 320 bilhões desde sua privatização), a Vale (que é também uma das donas da Samarco) segue negligente quanto à manutenção adequada das barragens e também segue impune dos crimes que vem cometendo contra o ambiente e a população. O judiciário golpista também teve seu papel nessa sujeira toda: assinou um acordo com o Ministério Público Federal e outras autoridades, que extinguiu uma ação de 20 bilhões de reais movida contra a empresa pela União e os Estados, na tentativa de amenizar os danos causados.
Agora, todos os recursos devem ser voltados para a busca dos trabalhadores e moradores desaparecidos para que sejam resgatados com vida! Esses recursos devem vir do confisco dos bens da Vale, para reconstrução das cidades devastadas pelo lucro capitalista. Além disso, a necessidade de re-estatizacao da Vale é urgente. Sem nenhuma indenização, sob administração das trabalhadoras e trabalhadores e controle popular, única forma eficaz para prevenir novas tragédias e para enterrar a sede de lucro dos capitalistas e acionistas privados.
Essa tragédia deve também nos mobilizar contra os planos econômicos do governo Bolsonaro e seu guru economista Paulo Guedes, que em todas as oportunidades que tiveram, falaram em nome da diminuição de fiscalização às mineradoras, um programa que quando ligado à sede de lucro desses grupos capitalistas, pode levar rapidamente a novas tragédias como essas. Esse desastre humano e ambiental é o resultado da privatização e falta de fiscalização que Bolsonaro, Guedes e Zema defendem, que por sua vez é resultado da política petista de licenças ambientais pras mineradoras durante todos esses anos.
A onda de privatizações que Bolsonaro e Guedes prometem são nada mais que novas tragédias anunciadas. CEMIG, Eletrobras, Petrobras, aeroportos. Todos locais de trabalho cheios de riscos e com forte impacto social e ambiental. Não podemos aceitar mais nenhuma privatização, lutar pela estatização de todos os serviços, nos organizar nos sindicatos e entidades estudantis, superando os limites das burocracias traidoras que estão em trégua com Bolsonaro e dispostas a tudo para manterem seus cargos. Mover a classe trabalhadora indignada por mais essa tragédia, em uma forte mobilização contra esse governo, parteiro de novos Brumadinhos e Marianas.