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As petroleiras americanas não queriam a mudança no marco de exploração 
de petróleo no pré-sal que o governo aprovou no Congresso, e uma delas 
ouviu do então pré-candidato favorito à Presidência, José Serra (PSDB) 
Aécio (PSDB), a promessa de que a regra seria alterada caso ele 
vencesse.Por 
redaçãoTelegramas enviados da 
embaixada americana para o Depto. dos Estado dos EUA, vazado pelo 
Wikileaks, denunciam que José Serra (PSDB-SP) prometeu entregar o 
pré-sal às petroleiras do exterior.
Segundo a organização 
internacional, responsável por divulgar telegramas confidenciais de 
governos e instituições multinacionais, o candidato a presidência do 
Brasil na época pelo PSDB, José Serra, afirmou por meio de telegrama 
enviado à Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil 
dizendo: “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As 
rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos 
que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, afirmava o 
tucano.
“Eles são os profissionais e nós somos os amadores”, 
respondeu a diretora, sobre o assessor da presidência Marco Aurelio 
Garcia e o secretário de comunicação Franklin Martins, grandes 
articuladores da legislação. Segundo ela, o tucano José Serra teria 
prometido mudar as regras
se fosse eleito presidente. A diretoria 
ainda ousou acusar o governo brasileiro de fazer uso “político” do 
modelo de partilha de exploração do Pré-sal e afirmou “As regras sempre 
podem mudar depois”, sobre o modelo adotado pelo Governo.
“A indústria de petróleo vai conseguir combater a lei do pré-sal?”
Este
 é o título de um extenso telegrama enviado pelo consulado americano no 
Rio de Janeiro a Washington em 2 de dezembro de 2012. Como ele, outros 
cinco telegramas publicados no WikiLeaks mostram como a missão americana
 no Brasil tem acompanhado desde os primeiros rumores até a elaboração 
das regras para a exploração do pré-sal – e como fazem lobby pelos 
interesses das petroleiras.
Os documentos revelam a insatisfação das 
pretroleiras com a lei de exploração aprovada pelo Congresso – em 
especial, com o fato de que a Petrobras será a única operadora – e como 
elas atuaram fortemente no Senado para mudar a lei.
É que, para o 
pré-sal, o governo brasileiro mudou o sistema de exploração. As 
exploradoras não terão, como em outros locais, a concessão dos campos de
 petróleo, sendo “donas” do petróleo por um deteminado tempo. No 
pré-sal, elas terão que seguir um modelo de partilha, entregando pelo 
menos 30% à União. Além disso, a Petrobras será a operadora exclusiva.
Para
 a diretora de relações internacionais da Exxon Mobile, Carla Lacerda, a
 Petrobrás terá todo controle sobre a compra de equipamentos, tecnologia
 e a contratação de pessoal, o que poderia prejudicar os fornecedores 
americanos. Outra decisão bastante criticada foi a criação da estatal 
PetroSal para administrar as novas
 reservas
.
Fernando
 José Cunha, diretor-geral da Petrobras para África, Ásia, e Eurásia, 
chega a dizer ao representante econômico do consulado americano que a 
nova empresa iria acabar minando recursos da Petrobrás. O único fim, 
para ele, seria político: “O PMDB precisa da sua própria 
empresa”,afirmou.
Uma das maiores preocupações dos americanos era que
 o modelo favorecesse a competição chinesa, já que a empresa estatal da 
China poderia oferecer mais lucros ao governo brasileiro. Patrícia 
Padral teria reclamado da apatia da oposição: “O PSDB não apareceu neste
 debate”.“Com a indústria resignada com a aprovação da lei na Câmara dos
 Deputados, a estratégia agora é recrutar novos parceiros para trabalhar
 no Senado, buscando aprovar emendas essenciais na lei, assim como 
empurrar a decisão para depois das eleições de outubro”, conclui o 
telegrama do consulado.É isso que mostra telegrama diplomático dos EUA, 
de dezembro de 2009, obtido pelo site WikiLeaks (
WWW.WIKILEAKS.CH).
 A organização teve acesso a milhares de despachos. A Folha e outras 
seis publicações têm acesso antecipado à divulgação no site do 
WikiLeaks.
“Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As
 rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos
 que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse Serra a
 Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com
 o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do 
telegrama.
Um dos responsáveis pelo programa de governo de Serra, o 
economista Geraldo Biasoto confirmou que a proposta do PSDB previa a 
reedição do modelo passado.
“O modelo atual impõe muita 
responsabilidade e risco à Petrobras”, disse Biasoto, responsável pela 
área de energia do programa. “Havia muito ceticismo quanto à 
possibilidade de o pré-sal ter exploração razoável com a mudança de 
marcos regulatórios que foi realizada.”
Segundo Biasoto, essa era a 
opinião de Serra e foi exposta a empresas do setor em diferentes 
reuniões, sendo uma delas apenas com representantes de petroleiras 
estrangeiras. Ele diz que Serra não participou dessa reunião, ocorrida 
em julho deste ano. “Mas é possível que ele tenha participado de outras 
reuniões com o setor”, disse.
SENSO DE URGÊNCIAO
 despacho relata a frustração das petrolíferas com a falta de empenho da
 oposição em tentar derrubar a proposta do governo brasileiro.
O 
texto diz que Serra se opõe ao projeto, mas não tem “senso de urgência”.
 Questionado sobre o que as petroleiras fariam nesse meio tempo, Serra 
respondeu, sempre segundo o relato: “Vocês vão e voltam”.
A executiva da Chevron relatou a conversa ao representante de economia do consulado dos EUA no Rio.
A mudança que desagradou às petroleiras foi aprovada pelo governo na Câmara no começo deste mês.
Desde 1997, quando acabou o monopólio da Petrobras, a exploração de campos petrolíferos obedeceu a um modelo de concessão.
Nesse caso, a empresa vencedora da licitação ficava dona do petróleo a ser explorado -pagando royalties ao governo por isso.
Com
 a descoberta dos campos gigantes na camada do pré-sal, o governo mudou a
 proposta. Eles serão licitados por meio de partilha.
Assim, o 
vencedor terá de obrigatoriamente partilhar o petróleo encontrado com a 
União, e a Petrobras ganhou duas vantagens: será a operadora exclusiva 
dos campos e terá, no mínimo, 30% de participação nos consórcios com as 
outras empresas.
A Folha teve acesso a seis telegramas do consulado dos EUA no Rio sobre a descoberta da
 reserva
 de petróleo, obtidos pelo WikiLeaks.
Datados
 entre janeiro de 2008 e dezembro de 2009, mostram a preocupação da 
diplomacia dos EUA com as novas regras. O crescente papel da Petrobras 
como “operadora-chefe” também é relatado com preocupação.
O consulado
 também avaliava, em 15 de abril de 2008, que as descobertas de petróleo
 e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) poderiam “turbinar” a 
candidatura de Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil.
O consulado cita que o Brasil se tornará um “player” importante no mercado de energia internacional.
Em
 outro telegrama, de 27 de agosto de 2009, a executiva da Chevron 
comenta que uma nova estatal deve ser criada para gerir a nova
 reserva
 porque “o PMDB precisa de uma companhia”.
Texto
 de 30 de junho de 2008 diz que a reativação da Quarta Frota da Marinha 
dos EUA causou reação nacionalista. A frota é destinada a agir no 
Atlântico Sul, área de influência brasileira.