segunda-feira, 19 de maio de 2014

Carro Brasileiro

 
O Brasil já fabricou um carro nos anos sessenta, que realmente andava rápido, pois tinha sob seu capô um motorzão Chevrolet seis cilindros. Era o Brasinca 4200 GT depois Uirapuru, um verdadeiro “puro sangue” que, ao contrário da maioria dos esportivos que tinham sua carroceria em fibra de vidro, a sua era de aço feita à mão, e que foi testada num túnel de vento aeronáutico, coisa inédita até então num pequeno fabricante. Isso significava um avanço na época.

Rigoberto Soler Gisbert, um espanhol radicado no Brasil, ingressou no ramo automobilístico na Vemag, fabricante dos famosos DKW, onde chegou a projetar uma perua utilitária derivada do DKW Fissore, que ficou só na fase de protótipo. Mais tarde esteve na Willys-Overland do Brasil, envolvido no desenvolvimento de um carro esportivo de alta performance maior que o Interlagos, com a mecânica de seis cilindros e 2,6 litros do Aero-Willys. Conhecido como Capeta — com até uma pequena semelhança com o Uirapuru — o carro chegou a ser apresentado no IV Salão do Automóvel, em 1964, mas nunca entrou em produção. Soler saiu da Willys e entrou para a Brasinca S.A. como novo chefe do departamento de Engenharia de Produtos, com a missão de projetar e produzir um cupê de grande cilindrada e alto desempenho, algo ainda inédito na indústria nacional, já que o Interlagos produzido pela Willys Overland do Brasil tinha um pequeno motor de 845 cilindrada, o mesmo usado no Gordini. O projeto denominado Uirapuru (nome de um pássaro de canto mais bonito da Amazônia), deu origem ao Brasinca 4200 GT.

http://www.maxicar.com.br/old/convidado/4845117colunista_convidado_36_0313.asp
Foto do perfil de Professor Negreiros