quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Introdução à Linguística Africana


Introdução à Linguística Africana Conversa de Português 12 de agosto de 2020 21:37 Responder para: Conversa de Português Para: prof.negreiros@gmail.com Encaminhar | Imprimir | Excluir | Mostrar original ntrodução à Linguística Africana Posted: 11 Aug 2020 01:39 PM PDT O livro Introdução à Linguística Africana, organizado pela professora Margarida Petter e publicado pela Editora Contexto, preenche uma lacuna existente nos cursos de Letras brasileiros e contribui para uma reflexão acerca da educação linguística na Educação Básica. A pesquisadora da USP organiza uma obra que trata das línguas africanas sob dois aspectos: as línguas que entraram em contato com o português no Brasil e as línguas que são faladas na África. O tráfico transatlântico de escravos transplantou centenas de línguas africanas para o Brasil. Embora a Lei 9394/96 (Diretrizes e Bases da Educação Nacional) tenha sido alterada para incluir a história e as culturas africanas e afro-brasileira (10.639/03 e 11.645/08), os nossos currículos escolares e livros didáticos não abordam adequadamente o contato linguístico entre aquelas línguas e a língua portuguesa. As influências culturais africanas ─ e uso o plural para marcar a presença no Brasil de povos oriundos de diversos países do continente africano ─ estão presentes na nossa culinária, na nossa música, na nossa religião, mas parece haver um “esquecimento” acerca de sua contribuição para a formação do português brasileiro. O prefácio é escrito pelo professor José Luiz Fiorin, que analisa a formação da identidade brasileira a partir dos elementos linguísticos e conclui que, em nosso processo de colonização e de criação de uma identidade nacional, excluiu-se a presença do elemento africano, como se o português brasileiro resultasse apenas do contato da língua europeia com o tupi do novo mundo: A língua falada no novo país é um reflexo, na pronúncia, na sintaxe e no léxico, das suavidades e asperezas da natureza da América. Que é que isso significa exatamente? Que se trata de um português que mescla o idioma às línguas do novo mundo, principalmente o tupi. Mais uma vez, não se reconhece nenhum papel às línguas africanas na constituição do português brasileiro. […] A Linguística Africana nunca teve, até recentemente, qualquer status oficial nas universidades do Brasil. (PETTER, 2015, p. 10-11) Além da introdução e do prefácio, o livro é composto por mais oito capítulos. O primeiro (“Linguística africana: passado e presente”) apresenta a periodização da história da Linguística Africana em quatro períodos: 1440 a 1600 (“descoberta” do continente africano); 1600 a 1800 (continente africano como fonte de mão de obra); 1800 a 1900 (variedades linguísticas africanas como obstáculo à “civilização”); 1900 a 2000 (diversidade de línguas e universalidade da linguagem); 1980 a 2000 (internacionalização da pesquisa africanista e reavaliação das pesquisas anteriores). O segundo capítulo (“A classificação das línguas da África”) esclarece os critérios de classificação das línguas: elementos estruturais comuns, relação com uma mesma língua de origem e proximidade geográfica. Os autores desse capítulo destacam dois grandes grupos linguísticos dentre os quatro conhecidos: línguas nigero-congolesas (considerado o maior tronco linguístico do mundo, com 1.524 catalogadas) e línguas afro-asiáticas. Os capítulos seguintes (“Fonologia”, “Morfologia”, “Sintaxe e Semântica” e “As línguas no contexto social africano”) abordam a descrição, análise linguística e as relações entre língua e sociedade no continente africano. Os capítulos finais (“Línguas africanas no Brasil” e “Línguas africanas no Candomblé”) abordam a contribuição das línguas africanas para a constituição do português brasileiro e a sua preservação nas religiões brasileiras de matriz africana. Para comprar acesse o site da Editora Contexto. Ao finalizar a compra, digite o código conversadeportugues, para obter 20% de desconto (Válido até 31/12/2020).