quinta-feira, 12 de março de 2015

SABOTAGEM DOS EUA CONTRA O BRASIL


Publicado em 25/01/2011

WikiLeaks: “EUA tentaram impedir programa brasileiro de foguetes”

O Conversa Afiada reproduz email enviado por Stanley Burburinho (quem será ele? )

Alcântara: FHC só não fechou pq Waldyr Pires não deixou
O Conversa Afiada reproduz email enviado por Stanley Burburinho (quem será ele? ):


“EUA tentaram impedir programa brasileiro de foguetes, revela WikiLeaks

José Meirelles Passos

RIO – Ainda que o Senado brasileiro venha a ratificar o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas EUA-Brasil (TSA, na sigla em inglês), o governo dos Estados Unidos não quer que o Brasil tenha um programa próprio de produção de foguetes espaciais. Por isso, além de não apoiar o desenvolvimento desses veículos, as autoridades americanas pressionam parceiros do país nessa área – como a Ucrânia – a não transferir tecnologia do setor aos cientistas brasileiros.

A restrição dos EUA está registrada claramente em telegrama que o Departamento de Estado enviou à embaixada americana em Brasília, em janeiro de 2009 – revelado agora pelo WikiLeaks ao GLOBO. O documento contém uma resposta a um apelo feito pela embaixada da Ucrânia, no Brasil, para que os EUA reconsiderassem a sua negativa de apoiar a parceria Ucrânia-Brasil, para atividades na Base de Alcântara no Maranhão, e permitissem que firmas americanas de satélite pudessem usar aquela plataforma de lançamentos.

Além de ressaltar que o custo seria 30% mais barato, devido à localização geográfica de Alcântara, os ucranianos apresentaram uma justificativa política: “O seu principal argumento era o de que se os EUA não derem tal passo, os russos preencheriam o vácuo e se tornariam os parceiros principais do Brasil em cooperação espacial” – ressalta o telegrama que a embaixada enviara a Washington.

A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que “embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”. Mais adiante, um alerta: “Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”.

O Senado brasileiro se nega a ratificar o TSA, assinado entre EUA e Brasil em abril de 2000, porque as salvaguardas incluem concessão de áreas, em Alcântara, que ficariam sob controle direto e exclusivo dos EUA. Além disso, permitiriam inspeções americanas à base de lançamentos sem prévio aviso ao Brasil. Os ucranianos se ofereceram, em 2008, para convencer os senadores brasileiros a aprovarem o acordo, mas os EUA dispensaram tal ajuda.

Os EUA não permitem o lançamento de satélites americanos desde Alcântara, ou fabricados por outros países mas que contenham componentes americanos, “devido à nossa política, de longa data, de não encorajar o programa de foguetes espaciais do Brasil”, diz outro documento confidencial.

Viagem de astronauta brasileiro é ironizada

Sob o título “Pegando Carona no Espaço”, um outro telegrama descreve com menosprezo o voo do primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, à Estação Espacial Internacional levado por uma nave russa ao preço de US$ 10,5 milhões – enquanto um cientista americano, Gregory Olsen, pagara à Rússia US$ 20 milhões por uma viagem idêntica.

A embaixada definiu o voo de Pontes como um gesto da Rússia, no sentido de obter em troca a possibilidade de lançar satélites desde Alcântara. E, também, como uma jogada política visando a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Num ano eleitoral, em que o presidente Lula sob e desce nas pesquisas, não é difícil imaginar a quem esse golpe publicitário deve beneficiar.

Essa pode ser a palavra final numa missão que, no final das contas, pode ser, meramente ‘um pequeno passo’ para o Brasil” – diz o comentário da embaixada dos EUA, numa alusão jocosa à célebre frase de Neil Armstrong, o primeiro astronauta a pisar na Lua, dizendo que seu feito se tratava de um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a Humanidade.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2011/01/25/eua-tentaram-impedir-programa-brasileiro-de-foguetes-revela-wikileaks-923601726.asp 

 

Coronel previu que base de Alcântara sofreria sabotagem dos EUA

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=eRQfxcv9fIs 

https://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=eRQfxcv9fIs#t=4

 

FHC vr. Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial



EUA 23/Feb/2011 às 18:22

Wikileaks revela gravíssima sabotagem dos EUA contra Brasil com aval de FHC

Telegramas revelam intenções de veto e ações dos EUA contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro com interesses de diversos agentes que ocupam ou ocuparam o poder em ambos os países

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Os telegramas da diplomacia dos EUA revelados pelo Wikileaks revelaram que a Casa Branca toma ações concretas para impedir, dificultar e sabotar o desenvolvimento tecnológico brasileiro em duas áreas estratégicas: energia nuclear e tecnologia espacial. Em ambos os casos, observa-se o papel anti-nacional da grande mídia brasileira, bem como escancara-se, também sem surpresa, a função desempenhada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, colhido em uma exuberante sintonia com os interesses estratégicos do Departamento de Estado dos EUA, ao tempo em que exibe problemática posição em relação à independência tecnológica brasileira. Segue o artigo do jornalista Beto Almeida.
O primeiro dos telegramas divulgados, datado de 2009, conta que o governo dos EUA pressionou autoridades ucranianas para emperrar o desenvolvimento do projeto conjunto Brasil-Ucrânia de implantação da plataforma de lançamento dos foguetes Cyclone-4 – de fabricação ucraniana – no Centro de Lançamentos de Alcântara , no Maranhão.

Veto imperial

O telegrama do diplomata americano no Brasil, Clifford Sobel, enviado aos EUA em fevereiro daquele ano, relata que os representantes ucranianos, através de sua embaixada no Brasil, fizeram gestões para que o governo americano revisse a posição de boicote ao uso de Alcântara para o lançamento de qualquer satélite fabricado nos EUA. A resposta americana foi clara. A missão em Brasília deveria comunicar ao embaixador ucraniano, Volodymyr Lakomov, que os EUA “não quer” nenhuma transferência de tecnologia espacial para o Brasil.

Leia mais

“Queremos lembrar às autoridades ucranianas que os EUA não se opõem ao estabelecimento de uma plataforma de lançamentos em Alcântara, contanto que tal atividade não resulte na transferência de tecnologias de foguetes ao Brasil”, diz um trecho do telegrama.
Em outra parte do documento, o representante americano é ainda mais explícito com Lokomov: “Embora os EUA estejam preparados para apoiar o projeto conjunto ucraniano-brasileiro, uma vez que o TSA (acordo de salvaguardas Brasil-EUA) entre em vigor, não apoiamos o programa nativo dos veículos de lançamento espacial do Brasil”.

Guinada na política externa

O Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA (TSA) foi firmado em 2000 por Fernando Henrique Cardoso, mas foi rejeitado pelo Senado Brasileiro após a chegada de Lula ao Planalto e a guinada registrada na política externa brasileira, a mesma que muito contribuiu para enterrar a ALCA. Na sua rejeição o parlamento brasileiro considerou que seus termos constituíam uma “afronta à Soberania Nacional”. Pelo documento, o Brasil cederia áreas de Alcântara para uso exclusivo dos EUA sem permitir nenhum acesso de brasileiros. Além da ocupação da área e da proibição de qualquer engenheiro ou técnico brasileiro nas áreas de lançamento, o tratado previa inspeções americanas à base sem aviso prévio.
Os telegramas diplomáticos divulgados pelo Wikileaks falam do veto norte-americano ao desenvolvimento de tecnologia brasileira para foguetes, bem como indicam a cândida esperança mantida ainda pela Casa Branca, de que o TSA seja, finalmente, implementado como pretendia o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, não apenas a Casa Branca e o antigo mandatário esforçaram-se pela grave limitação do Programa Espacial Brasileiro, pois neste esforço algumas ONGs, normalmente financiadas por programas internacionais dirigidos por mentalidade colonizadora, atuaram para travar o indispensável salto tecnológico brasileiro para entrar no seleto e fechadíssimo clube dos países com capacidade para a exploração econômica do espaço sideral e para o lançamento de satélites. Junte-se a eles, a mídia nacional que não destacou a gravíssima confissão de sabotagem norte-americana contra o Brasil, provavelmente porque tal atitude contraria sua linha editorial historicamente refratária aos esforços nacionais para a conquista de independência tecnológica, em qualquer área que seja. Especialmente naquelas em que mais desagradam as metrópoles.

Bomba! Bomba!

O outro telegrama da diplomacia norte-americana divulgado pelo Wikileaks e que também revela intenções de veto e ações contra o desenvolvimento tecnológico brasileiro veio a tona de forma torta pela Revista Veja, e fala da preocupação gringa sobre o trabalho de um físico brasileiro, o cearense Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia, do Exército. Giráo publicou um livro com simulações por ele mesmo desenvolvidas, que teriam decifrado os mecanismos da mais potente bomba nuclear dos EUA, a W87, cuja tecnologia é guardada a 7 chaves.
A primeira suspeita revelada nos telegramas diplomáticos era de espionagem. E também, face à precisão dos cálculos de Girão, de que haveria no Brasil um programa nuclear secreto, contrariando, segundo a ótica dos EUA, endossada pela revista, o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, firmado pelo Brasil em 1998, Tal como o Acordo de Salvaguardas Brasil-EUA, sobre o uso da Base de Alcântara, o TNP foi firmado por Fernando Henrique. Baseado apenas em uma imperial desconfiança de que as fórmulas usadas pelo cientista brasileiro poderiam ser utilizadas por terroristas , os EUA, pressionaram a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) que exigiu explicações do governo Brasil , chegando mesmo a propor o recolhimento-censura do livro “A física dos explosivos nucleares”. Exigência considerada pelas autoridades militares brasileiras como “intromissão indevida da AIEA em atividades acadêmicas de uma instituição subordinada ao Exército Brasileiro”.
Como é conhecido, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, vocalizando posição do setor militar contrária a ingerências indevidas, opõe-se a assinatura do protocolo adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que daria à AIEA, controlada pelas potências nucleares, o direito de acesso irrestrito às instalações nucleares brasileiras. Acesso que não permitem às suas próprias instalações, mesmo sendo claro o descumprimento, há anos, de uma meta central do TNP, que não determina apenas a não proliferação, mas também o desarmamento nuclear dos países que estão armados, o que não está ocorrendo.

Desarmamento unilateral

A revista publica providencial declaração do físico José Goldemberg, obviamente, em sustentação à sua linha editorial de desarmamento unilateral e de renúncia ao desenvolvimento tecnológico nuclear soberano, tal como vem sendo alcançado por outros países, entre eles Israel, jamais alvo de sanções por parte da AIEA ou da ONU, como se faz contra o Irã. Segundo Goldemberg, que já foi secretário de ciência e tecnologia, é quase impossível que o Brasil não tenha em andamento algum projeto que poderia ser facilmente direcionado para a produção de uma bomba atômica. Tudo o que os EUA querem ouvir para reforçar a linha de vetos e constrangimentos tecnológicos ao Brasil, como mostram os telegramas divulgados pelo Wikileaks. Por outro lado, tudo o que os EUA querem esconder do mundo é a proposta que Mahmud Ajmadinejad , presidente do Irà, apresentou à Assembléia Geral da ONU, para que fosse levada a debate e implementação: “Energia nuclear para todos, armas nucleares para ninguém”. Até agora, rigorosamente sonegada à opinião pública mundial.

Intervencionismo crescente

O semanário também publica franca e reveladora declaração do ex-presidente Cardoso : “Não havendo inimigos externos nuclearizados, nem o Brasil pretendendo assumir uma política regional belicosa, para que a bomba?” Com o tesouro energético que possui no fundo do mar, ou na biodiversidade, com os minerais estratégicos abundantes que possui no subsolo e diante do crescimento dos orçamentos bélicos das grandes potências, seguido do intervencionismo imperial em várias partes do mundo, desconhecendo leis ou fronteiras, a declaração do ex-presidente é, digamos, de um candura formidável.
São conhecidas as sintonias entre a política externa da década anterior e a linha editorial da grande mídia em sustentação às diretrizes emanadas pela Casa Branca. Por isso esses pólos midiáticos do unilateralismo em processo de desencanto e crise se encontram tão embaraçados diante da nova política externa brasileira que adquire, a cada dia, forte dose de justeza e razoabilidade quanto mais telegramas da diplomacia imperial como os acima mencionados são divulgados pelo Wikileaks.
Plano Brasil

BRASIL VIRA-LATAS 0026 : FHC e a entrega da soberania na Base de Alcântara

Fonte: Agência Espacial Brasileira
Em 2000 o Brasil estava falido. Nas mãos do FMI. Aproveitando a oportunidade de barganha em troca de tostões, o governo norte-americano propôs ao governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso um acordo de uso da base de lançamentos espaciais de Alcântara, no Maranhão. Sua localização é uma das melhores do mundo, por ficar na linha do Equador, bem melhor que Cabo Canaveral, na Flórida, por não oferecer risco de furacões e ter clima praticamente estável o ano todo.

O acordo foi assinado pelo governo brasileiro em 2001 e levado à ratificação pelo Congresso, sendo rejeitado por 23 dos 25 integrantes da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. De lá para cá não se falou mais nisso, afinal, Lula e Dilma não concordam com a entrega do território nacional que o acordo previa. Simplesmente perderíamos o acesso ao local, e os Estados Unidos teriam o poder de veto sobre o nosso programa espacial.

Em 2003 houve um misterioso acidente no Centro de Lançamentos de Alcântara onde o acionamento prematuro dos foguetes do Veículo Lançador de Satélites provocou a morte de 21 cientistas da Agência Espacial Brasileira, atrasando o programa espacial em mais de uma década. Está previsto para julho o lançamento do VLS-1, retomando o projeto. Enquanto isso o Brasil, em associação com a Ucrânia, China e Rússia, tem mandado ao espaço equipamentos para colocação em órbita.

O site Carta Capital publicou nesta semana a matéria "A diplomacia da sabujice contra-ataca", onde cita uma entrevista de ex-embaixador com possibilidade de participar de eventual governo Aécio Neves em um jornal de grande circulação criticando a recusa do Congresso Nacional em ratificar o acordo firmado entre o governo FHC e os EUA para a cessão de parte da soberania brasileira sobre o território de Alcântara, no Maranhão, para a instalação de uma base de lançamentos de foguetes. A matéria destaca os seguintes pontos lesivos do acordo:

..."O acordo leonino previa a possibilidade de veto político (sem necessidade de justificativa) dos EUA a lançamentos, brasileiros ou não, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, empreendimento brasileiro em território brasileiro, hoje uma base da Força Aérea Brasileira (art.III, A); proibia nosso país de cooperar (entenda-se como tal aceitar ingresso de equipamentos, tecnologias, mão-de-obra ou recursos financeiros) com países não membros do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis – Missile Techonology Control Regime-MTCR (art. III, B); proibia o Brasil de incorporar ao seu patrimônio ‘quaisquer equipamento ou tecnologia que tenham sido importados para apoiar Atividades de Lançamento’ (art. III, C); proibia o Brasil de utilizar recursos decorrentes dos lançamentos no desenvolvimento de seus próprios lançadores (artigo III, E); obrigava o Brasil a assinar novos acordos de salvaguardas com outros países, de modo a obstaculizar a cooperação tecnológica (art.III, F); proibia os participantes norte-americanos de prestarem qualquer assistência aos representantes brasileiros no concernente ao projeto, desenvolvimento, produção, operação, manutenção, modificação, aprimoramento, modernização ou reparo de Veículos de Lançamento, Espaçonaves e/ou Equipamentos Afins (art. V, 1); concedia a pessoas indicadas pelo governo dos EUA  a exclusividade do controle, vinte e quatro horas por dia, do acesso a Veículos de Lançamento, Espaçonaves, Equipamentos Afins, dados Técnicos e ainda o acesso às áreas restritas referidas no artigo IV, parágrafo 3, bem como do transporte de equipamentos/componentes, construção/instalação, conexão/desconexão, teste e verificação, preparação para lançamento, lançamento de Veículos de Lançamento/Espaçonaves, e do retorno dos equipamentos e dos dados Técnicos (art.VI, 2);  negava aos brasileiros e fazia concessão exclusiva aos servidores dos EUA do  livre acesso, a qualquer tempo, ao Centro de Lançamento para inspecionar Veículos etc. (art.VI, 3); exigia do governo brasileiro a garantia de que todos os representantes brasileiros portariam, de forma visível, crachás de identificação enquanto estiverem cumprindo atribuições relacionadas com Atividades de Lançamento; referidos crachás, porém,  seriam emitidos unicamente pelo governo dos EUA, ou por Licenciados Norte-Americanos (art. VI, 5)."...

Os interesses que cercam a eleição de Aécio Neves vão muito além do Pré-Sal ou da implosão dos BRICS, do Mercosul e do alinhamento automático com a política externa norte-americana. Também abre a perspectiva de criação de "guantânamos" no nosso território. Para conhecer o acordo feito de calças arriadas na íntegra, segue o link do site Defesanet :

CLA - INTEGRA DO ACORDO DE SALVAGUARDAS BRASIL - EUA (2000)

quarta-feira, 11 de março de 2015

Defender o AmaZonas

Defender o AmaZonas é album dos Doctor Krapula 

http://latinidades-latinidades.blogspot.com.br/

Defender o Amazonas, o último pulmão do Mundo é um grito que se escuta cada vez mais e por todo o planeta, envolvendo milhares e milhares de cidadãos que com o seu conhecimento e consciência da importância deste território, dos povos e culturas que ele envolve, continuam a levar esta mensagem urgente a todo o lado.
preservar o Amazonas
A música e uma excelente forma de levar a mensagem aos quatro cantos do mundo, para chamar a atenção dos politicos para a tomda de medidas que preservem o planeta e garantam o futuro às gerações vindouras. 
É assim que sob a batuta dos DOCTOR KRAPULA grupo musical colombiano foi criado o album AmaZonas, nomeado refira-se para o prenuio Melhor Album Rock do Ano.
E tão importante é o território como a mensagem que várias dezenas de artistas de quase todo o mundo quiseram partilhar esta criação, agrupando-se  sob o nome de «Colectivo Jaguar» precisamente para dar força e voz a este magno grito de alerta e exigência de prerservação da realidade ambiental e cultural das comunidades do Amazonas - o último sublinhe-se grande pulmão do Planeta.

Este trabalho inclui canções de Doctor Krapula com muitas outras participações: Ruben dos Café Tacvba (Mexico), Roco dos Maldita Vecindad,(México), Moyenei Valdez dos Sonidero Mestizo (Chile), Manu Chao (França ), Latin Latas (Colômbia), Emiliano de No Te Va Gustar (Uruguay ), PULPUL de Ska-P (Espanha), Goy Karamelo (Argentina) Ulises Hadjis (Venezuela), Alfonso André de Caifanes (Mexico), Catalina dos Monsieur Perine (Colômbia),Chucho Merchan (Colômbia), Walka (Ecuador) y (Colômbia), Celso Piña (Mêxico), Gustavo Cordera y su Carana Magica (Argentina), Andrea Echeverri de Aterciopelados (Colômbia) Y Antombo (CAF- Colômbia) Héctor Buitrago de Aterciopelados (Colômbia), Che Sudaka (Espanha e Colômbia), Santiago Cruz (Colômbia), Moska de los Auténticos Decadentes (Argentina), Felipe Sachez de Via Rustica (Colombia), Pipe Onofre de Vibra Tierra (Colômbia), Elsa y el Mar (Colômbia), Lucas Salcedo (Colômbia), Vandana Shiva (India ), Jonathan Medinade Alto Grado (Colômbia), Andrés Henao de Cuarzo (Colômbia), Muni DAS (Colômbia ) y las comunidades del Amazonas (Brasil)

Melhor dos melhores nos Latin Grammy 2014 está então AmaZonas dos Doctor Krapula

O significado de INSTITUCIONALIZAÇÃO

Para uma reflexão, entendimento e compreensão da expressão 'INSTITUCIONALIZAÇÃO' empregada pelo delator…e divulgada sensacionalmente pela mídia.
 

Institucionalização: Estou eu Institucionalizado?

Publicado por Dr. Berndt Wolter Não comentado 
Num jornal televisivo local em Berlim, foram apresentadas duas notícias. A primeira era da Volkswagen, com problemas de integridade da diretoria, funcionários exigindo seus direitos, sindicatos pressionando, problemas com fornecedores, competitividade no mercado, os altos impostos governamentais sobre os produtos impedindo o consumo, etc., etc. A outra notícia era da empresa Google.com que estava sendo lançada na bolsa de valores quando teve a sua primeira injeção de dinheiro vinda da venda de ações. 27 funcionários, todos altamente motivados e afinados com os objetivos do empreendimento. A entrevista com alguns funcionários mostrava o alto nível de satisfação vivido por cada um deles e como estavam dispostos a sacrificar-se pela jovem empresa. Cada um tinha espaço para exercer sua criatividade e iniciativa. Cada iniciativa de criatividade recebia completo apoio e direito para exercer autonomia, pois quase que intuitivamente todos estavam afinados com a visão daempresa e todos os esforços confluíam para a mesma direção somando com a natureza da organização. Que contraste entre essas duas empresas?
Qual a diferença? O que faz uma estar tão amarrada e a outra tão cheia de possibilidades e opções? É realmente inevitável uma organização envelhecer? O que contribui para a sua degeneração e complicação de um sistema? É a tentativa de organizar as coisas para que haja mais controle por parte de quem lidera o processo? Seria a quantidade de pessoas que precisam ser lideradas que impõe um processo de despersonalização da organização? Quando inicia o processo de guinada do foco das pessoas para a instituição? Que filosofias estão por trás desse desvio de foco? Seriam essas filosofias que marcam o envelhecimento de uma organização baseadas em uma compreensão bíblica? Uma igreja local precisaria envelhecer e perder vigor? Uma organização de igrejas precisaria perder o frescor e pujança de seus inícios? O que marcou a Igreja Adventista do Sétimo dia em seus primórdios que a faziam viver o cristianismo com tanta esperança, energia e vigor?
Não sei se esse artigo pretende responder perguntas ou apenas elaborá-las… Vamos apenas dar alguns estímulos para o desenvolvimento do raciocínio sobre organizações de forma geral e especificamente de igrejas locais e suas organizações superiores. Leia esse artigo como um ensaio de raciocínios que precisam, com certeza, ser desenvolvidos. O leitor que fizer a leitura de crítica contra a igreja nesse ensaio, estará lendo crítica a partir de seus próprios olhos. Teremos que, no entanto, fazer perguntas que incomodem o status quo com o qual nos acostumamos.
A institucionalização é um assunto amplamente discutido em organizações que tenham certo tempo de vida. Procuramos a definição de INSTITUCIONALIZAÇÃO em vários dicionários: Institucionalização: Ato, processo ou efeito de institucionalizar. O que seria institucionalizar? Institucionalizar: Dar um caráter institucional a; tornar institucional. O que é algo institucional? Institucional: Relativo às instituições. O que seria uma instituição? Instituição: 1) Ação de instituir, de estabelecer. Instituição/estabelecimento de uma ordem religiosa. 2) As coisas instituídas. Conjunto de regras e normas estabelecidas para a satisfação de interesses coletivos.
Em outras palavras, quando uma organização perde a espontaneidade das pessoas para transformar as suas práticas em procedimentos padrão, quando existe a necessidade de organizar e controlar, ocorre passo a passo a institucionalização. Estou aqui defendendo a anarquia? NÃO!!! Pois esse seria o outro extremo indesejável. Se cada um faz aquilo que quer, nenhuma organização vai substituir pois não haverá organização.
A natureza da organização vai determinar que grau de institucionalização que poderá suportar, sem perder o seu objetivo fundamental. Se é uma fábrica de lentes de precisão, ou uma indústria de produtos químicos, é necessário que os profissionais que ali trabalham sejam exatos em cumprir as normas estabelecidas pela empresa, para que os produtos tenham uniformidade e o mercado que quer consumir um determinado produto, o receba dentro daquelas normas. No entanto se um posto de gasolina ou um grupo de Alcoólicos Anônimos impuser excessivas e desnecessárias regras provavelmente não irá alcançar os objetivos a que se propõe e cumprir com o propósito para qual foi fundado.
A natureza de uma igreja, organização que envolve pessoas, ideais, desenvolvimento de caracteres, precisa lidar com as típicas variabilidades que envolvem pessoas em suas diferentes experiências e manifestações. Diz a Bíblia: “tudo seja feito com ordem e decência…” então o processo que ocorre numa igreja precisa ter algum tipo de ordem e decência. Mas que ordem é essa? É a ordem exata dos polidores de lentes de precisão? É a ordem rigorosa de uma torre de controle que ajuda pilotos a pousar e decolar aviões? É a ordem de uma torcida de futebol, que quer prover divertimento aos seus participantes? Ou será a de uma associação de criadores de equinos que quer ajudar todos a ter os melhores cavalos?
A outra questão é, como é imposta esta ordem? Como em um exército? Como em um escritório de venda? Em um exército existem informações privilegiadas que apenas os mais graduados militares detém. A partir deles vêm as ordens que precisam ser obedecidas, sob pena de processo de insubordinação para aqueles que não obedecem. Ou será que a ordem e a liderança da igreja como organização deve seguir os padrões dos governos seculares? Vamos seguir o modelo de ditadura militar nos tempos de ditadura militar e organizar a igreja de acordo com essa percepção? Depois vamos mudar o estilo de liderança quando revoluções populares exigirem mudanças no estilo de governo?
Qual é a natureza da igreja, qual é o propósito pensado por Deus para ela nesse tempo do fim? Não é a compreensão da natureza da igreja que define que tipo de ordem e liderança será estabelecida. É mais temperada com amor? Só amor? É com o puro rigor da lei? É por praxes, programas e comandos de superiores? É dando ênfase no desenvolvimento das pessoas? Ou é uma ordem que quer apenas perpetuar um sistema por medo de mudanças?
As fases de desenvolvimento de uma organização
Toda organização passa por fases, assim como o ser humano mudam e amadurecem, ficam velhos e eventualmente vêm a morrer. Como diz o ditado popular: “o avô constrói, o pai mantém e o filho destrói…” Há várias teorias referentes ao envelhecimento de uma organização. Há diversas iniciativas para trazer de volta o vigor e força de organizações que perderam o foco. A boa notícia é que uma igreja pode ter vários ciclos de vida, se ela tiver coragem de buscar novo vigor – como temos falado ultimamente com frequência: “Reavivamento e Reforma” (clique AQUI para ir ao site oficial). Não apenas buscar renovação espiritual (que é a essência e o mais necessário), mas também buscar renovação organizacional para dar fluído mais natural à busca desse reavivamento e reforma de cada membro da igreja – voltaremos a esse assunto mais adiante. Abaixo o quadro das fases pelas quais uma organização passa.
Fonte: Recreating the Church, 25.
As 3 Fases na Curva de Maturação Institucional
Essas três fases são as principais (caracterizadas no quadro abaixo).
Depende da teoria organizacional que se assume, há outras divisões. Vamos seguir aqui as percepções de Richard L. Hamm, quando ele discute especificamente a igreja como organização. Em seu livro “Recreating the Church – Leadership for the Postmodern Age” ele discute a igreja em sua natureza e o que leva a igreja a passar por cada uma dessas fases.
FASE Movimento: no início de qualquer igreja, há mesmo resistência ao processo de se organizar, se instituir. É quando os pioneiros começam a se imaginar como um povo, com um propósito em comum. Há um forte debate sobre os fundamentos daquilo que o grupo quer ser e que código utilizarão para propagar o  que estiverem descobrindo. No caso da IASD, foi no período pós decepção de 22 de outubro de 1844. Ali procuraram significado para o fato de Jesus não ter retornado no período que haviam descoberto. Aprofundaram-se mais no conhecimento da Bíblia e de suas implicações na vida de cada seguidor. Haviam muitos que visualizavam biblicamente a breve volta de Jesus ocorrendo. Os céticos, descrentes, duvidosos desapareceram com a grande decepção. Os visionários assumiram a frente e iniciaram um movimento ajudando outros a verem o que viam. Esse é um momento muito idealista e é justamente isso que energiza todos os que aderem ao movimento. A visão está clara e tão fundamentada na Bíblia como o grupo inicial consegue fazê-lo. Cada novo seguidor precisa passar pelo processo de adquirir a visão daquilo que o grupo inicial viu e está perseguindo. Cada novo adepto precisa entender o propósito daquele movimento e se envolver inteiramente para ser aceito. Não havia verdades finalizadas, pois o grupo estava em pleno processo de descobri-las. O investimento era principalmente no desenvolvimento do ser de cada novo converso. Como não havia recursos financeiros, cada adepto que compreendeu a visão bíblica para a existência do movimento precisava se envolver e ajudar. O fazer vindo do ser! A ousadia de uma fé ativa é fortemente reconhecida e desejada por cada integrante do movimento. Veja abaixo o resumo.
Fonte: Recreating the Church, 25-31.
FASE Institucionalização: aqui temos 3 momentos: 1) no início dessa fase os próprios visionários da IASD perceberam que precisavam se organizar. Perceberam que a “sua causa” não poderia sobreviver sem que um mínimo de sistema de procedimentos ocorresse, sem que estabelecessem o que seria coerente com a identidade que se estava cristalizando e o que não era compatível e que maneira iriam assumir para fazer a distinção e julgar os casos que fossem surgindo. 2) Nessa fase, uma compreensão comum toma conta de uma coletividade e pelos procedimentos básicos de organização implantados um crescimento surpreendente se apodera do outrora movimento. 3) O fato de na fase 2 os procedimentos organizatórios terem funcionado, fazem com que mais organizadores sejam desejados, como fórmula para um futuro crescimento. Nesse terço final, no entanto, a maior organização, a introdução de mais sistemas e procedimentos padronizados, a pressão para maior empenho sobre os seguidores não trazem resposta proporcional. Pelo contrário, finanças são investidas para espremer com mais força aquilo que já não dá mais o mesmo resultado. Ao invés de voltar ao pensamento original e trazer de volta os visionários para a discussão, há uma tentativa de institucionalizar ainda mais aquilo que já está institucionalizado demais, aquilo que precisaria ser desinstitucionalizado em áreas onde não fosse estritamente necessário. Nesse terço final da segunda fase, ainda se experimenta a prosperidade financeira adquirida no segundo terço da mesma fase, o que mantém o sistema iludido que tudo está indo na direção certa e mantém o mesmo vigor. As pessoas no entanto estão se desidentificando com o processo de institucionalização, pois aquilo que buscam – significado para sua vida pessoal – é deixado em segundo plano pois a tentativa de perpetuação da instituição, ou pelo menos, a proteção dela toma a atenção principal dos envolvidos.
FASE Burocratização: Nessa fase entra a organização que não tomou as providências necessárias até no máximo no terço final da fase da Institucionalização. Na igreja pode ser que algumas geografias manifestem os sintomas do quadro acima antes que outras geografias. No artigo “Uma Trajetória Quase Inevitável” (clique AQUI para ver) são apresentadas 3 geografias que quase como que numa sequência manifestam os sintomas típicos dessa Fase da Burocratização: Europa, Estados Unidos e Brasil – sendo que segundo os sintomas, o Brasil deve estar no último terço da fase da Institucionalização (ainda com tempo de fazer o processo retroceder, sem os efeitos degenerativos que se colhe na terceira Fase).
Há Esperança!
Se forem tomadas as devidas medidas os efeitos negativos do processo podem ser minimizados e a igreja pode mesclar elementos da fase do Movimento onde é necessário e experimentar o que chamamos de Revitalização Institucional. Veja o quadro abaixo.
Há algumas medidas imprescindíveis para que essa revitalização ocorra (veja continuação depois do quadro).
Fonte: Núcleo de Missões e Crescimento de Igreja
As Medidas Necessárias*:
a) Envolver Visionários no processo decisório da igreja. Visionários equilibrados olham para o ideal a ser perseguido e energizam o sistema com as possibilidades que podem existir. A igreja gosta de se apegar ao ideal sugerido pela Bíblia. Transformar o ideal bíblico em prática na igreja local de tal maneira que a lá onde igreja acontece se realize no serviço que presta, é sabedoria que precisamos incentivar.
Visionários geram, como efeito colateral algum desconforto para as típicas mentes institucionalizadas (sem conotação negativa), mentes que pensam em formato de programa e sistema. Respeito e honro os que estão nos cargos de proteger a instituição e de organizá-la mais, mas dar ouvidos aos “sonhadores” simultaneamente, aos que pensam no ideal da igreja, aos que pensam diferente do status quo, vai ajudar a igreja a não apenas preservar o que temos, mas a energizar pessoas (membros das igrejas) com a percepção de que estão sendo ouvidos.
2) Investir no desenvolvimento humano. Temos cultos e atividades na igreja, mas não temos, ou não temos mais um sistema de acompanhamento sistemático do desenvolvimento espiritual e desenvolvimento pessoal (integral – mente, corpo, espírito) de cada membro. Um processo de discipulado, que não tenha medo de tomar tempo até levar as pessoas à “estatura da medida de Cristo” (Ef. 4), precisa ser instalado como foco principal, como meio de adoração mais central da igreja – pois não há adoração melhor do que um coração sintonizado com a vontade de Deus (I Sm. 15:22; Sl. 51:17) e nós Adventistas somos chamado à adoração mais intensa no tempo do fim (Ap. 14:6-12). Veja AQUI toda a seção sobre discipulado.
3) Valorizar os dons mais do que os cargos. A excelência no serviço vem de uma mescla de conhecer os dons, sentir-se chamado por Deus para exercê-los, estar capacitado para exercer os dons e prover espaço dentro da instituição para que cada membro trabalhe em um ministério onde possa viver todas as dimensões de seu dom.
Ao criar um ambiente para o serviço desinteressado de acordo com os dons de cada membro, a igreja precisa se estruturar para que isso possa acontecer. Se mantivermos a estrutura de cargos e departamentos que temos hoje na igreja local, haverá fidelidade institucional, mas a ação do Espírito vai ser limitada pelas estruturas inadequadas que temos para esse momento do desenvolvimento institucional. (veja o artigo sobre Dons Espirituais AQUI e baixe o teste de dons. Veja AQUI os 10 passos para implantar os Ministérios segundo os dons na igreja local).
4) Dar mais espontaneidade ao processo da igreja local. A formalidade exagerada não é mais apreciada por nossa época, e não há nenhum princípio bíblico que é ferido por marcar as atividades da igreja com mais espontaneidade. Não entenda o leitor que eu estou falando de relaxo! Pelo contrário, fazer as coisas de Deus com mais excelência e maior dedicação, sem, no entanto marcar tudo com a frieza da formalidade excessiva.
5) Desengessar atividades e processos. A maior marca do avanço da institucionalização numa organização é quando processos, atividade e métodos não surgem ali onde devem ser executados. Quando há muita distância da mesa de planejamento para o assoalho da execução, o processo de desenvolvimento de pessoas e o seu empenho pela igreja emperra. As pessoas vão se desidentificando do trabalho da igreja quando não podem exercer a sua criatividade e autonomia. Quando não têm o direito de colocar o seu coração naquilo que estão fazendo, mas apenas executam as idéias de outros, há desmotivação e falta de adesão aos projetos.
Se numa igreja institucionalizada, um grupo de 15 a 20 pessoas podem viver com criatividade, iniciativa e autonomia ao planejar e promover – e estes ficam animadíssimos quando o fazem – imagine o que aconteceria com a membresia de todo esse território se tivessem o mesmo direito? Imagine o entusiasmo que surgiria se os membros da igreja pudessem sonhar, fossem conduzidos nesse processo e tivessem o direito de assistidos, desenvolverem os projetos que em oração elaboram, para as situações reais que as cercam no dia a dia no lugar específico onde estão.
6) Promover a centralidade da igreja local: Onde é que acontece igreja? Onde ocorre o processo de conversão? Onde ocorre o batismo, o discipulado? Onde pessoas tomam decisões por Cristo? É na igreja local e é ali que precisa haver a maior liberdade para execução de um trabalho local. Esse artigo não está defendendo o congregacionalismo, não! Estamos afirmando que lá onde igreja acontece, precisa ser o centro das atenções. As outras estruturas que temos como igreja Adventista desde o início – quando profeticamente foram confirmadas – foram criadas para servir a igreja local e dar-lhe apoio estratégico e logístico. A estrutura foi instituída com a finalidade de proteger a igreja local para que ela pudesse fazer o seu trabalho. A igreja local nunca deveria estar a serviço da organização – esse é outro dos grandes sinais de institucionalização.
Há algumas ferramentas a disposição da igreja local para que o trabalho seja fortalecido e ela possa se entender e entender o propósito que Deus teve ao instalá-la no local onde ela está. Um diagnóstico adequado da igreja internamente (veja AQUI e AQUI), uma compreensão da realidade que a cerca (veja AQUI) e planejamento estratégico (veja AQUI, AQUI e aulas em vídeo sobre planejamento estratégico específico para igrejas AQUI) para saber por onde ir e o que fazer.
7) Alinhar procedimentos administrativos com princípios bíblicos. É muito fácil quem administra assumir práticas e procedimentos baseados em filosofias administrativas alheias à Bíblia. À primeira vista parece que empresas de modo geral têm muito para nos acrescentar na condução da igreja de Deus. Quando esses procedimentos não são regularmente reestudados debaixo dos princípios de justiça, de amor, da individualidade de cada pessoa envolvida no processo, podem ser infectados com as percepções de capital X trabalho (K. Marx) ou de outras compreensões.
Conclusão: Ainda estamos num momento muito bom na igreja no Brasil e com o vigor e juventude que ainda temos na igreja, precisamos fazer os ajustes com sensibilidade, equilíbrio, com muito diálogo, mas também com coragem. Se continuarmos como estamos, já conhecemos a trajetória – veja AQUI.
Continuidade nem sempre quer dizer progresso. Jesus confrontou o seu tempo com mudanças e o povo não quis. Se queremos recuperar o vigor que a igreja precisa para terminar a pregação do evangelho, precisamos urgente tomar as medidas necessárias. Que Deus nos ajude e que nos dê sabedoria ao longo desse caminho, mas que principalmente nos encha de coragem para fazê-lo.
*Fazemos essas sugestões com muita humildade, apenas como um estímulo ao raciocínio, não como uma tentativa de ingerência administrativa.

Você que achar...

 
Você pode achar que o #PT é …

Por Sérgio Guarani Kaiowá
Você pode achar que o PT é sinônimo de corrupção; Você pode achar que a Dilma mente, é incompetente etc; Você pode achar que nunca o Brasil esteve tão mal, por causa da Dilma e do PT; Você pode até achar que a culpa disso é minha, que votei nela; Você pode achar que seus argumentos são irrefutáveis; Você pode achar que quem discorda de você é burro, desinformado, cego ou comprado; Mas sua opinião não passa disto: uma opinião. E sua opinião só lhe dá direito de ser respeitado. E também lhe traz a obrigação de respeitar as demais. O que você não pode, e eu não admito, é achar que essa sua opinião (ainda que fossem fatos) lhe dá direito de agredir (física ou verbalmente) alguém. Tampouco sua simples opinião, por mais invencível que você se imagine, lhe dá direito de embargar a opinião da maioria. O mandato da Dilma não é direito só dela, do PT e da coligação eleita. É direito meu e de todos que a elegeram. Ou melhor, é direito de todo o povo, seja quem votou nela, quem não pode votar e quem votou contra ela, incluindo você. Respeitar hoje esse direito significa garantir, no futuro, que sua própria opinião contra o governo ou um partido continue sendo ouvida e respeitada. Sim, ao propalar o “Fora Dilma” ou o catastrofismo barato, você está ajudando desestabilizar o ainda frágil regime democrático brasileiro, fazendo de você um irremediável golpista. Sim, golpista, como aqueles de 1964, porém sem a desculpa da desinformação, o que faz de você mais alienado (ou mais hipócrita). Golpe é uma coisa muito fácil fazer, mas de consequências muito difíceis de serem suportadas. Para destruir uma democracia e seus direitos fundamentais (p. ex. seus direitos à opinião, à saúde e à vida), é simples. Basta (1) uma força que queira destituir a Presidência, (2) um conjunto de boatos e (3) uma desculpa esfarrapa. Em 1964 tínhamos: (1) uma elite fazendo passeata; (2) o receio de o Brasil “se tornar comunista”; (3) uma notícia de que o Presidente estava fora do território nacional (que foi tomada como verdade, sem sequer ser checada). Ora vejam só, o que temos para hoje? (1) vocês, que “odeiam”; (2) a tentativa de viralização do mesmo ódio, através de qualquer mensagem reencaminhada sem nenhum critério, sobre corrupção, invariavelmente sobre o PT; (3) Para consolidar o golpe, ainda falta a desculpa esfarrapada. Mas já surgiram algumas candidatas: “estelionato eleitoral”, “incompetência”, “fundo do poço”, capas da Veja e por aí vai… Querem odiar a Presidenta? Ok. Não questiono seus motivos, faz parte do jogo democrático.Querem se manifestar pacificamente, sem o objetivo de interferir em direitos de outras pessoas? Serei o primeiro a defender seu direito à manifestação. Mas no primeiro pedido de impeachment, ao menos tenham a consciência do golpismo que vocês representam. E que vocês podem entender muito de corrupção, mas não fazem a MENOR ideia do que é Democracia.

https://luizmullerpt.wordpress.com/2015/03/10/voce-pode-achar-que-o-pt-e/
#Dilma  

Parasita da seca

Alimentada pela escassez, “indústria da seca” fatura com a estiagem no Nordeste


A seca no Nordeste é sempre sinal de sofrimento para o sertanejo. Mas a falta de chuva também movimenta o meio político e o comércio das cidades atingidas pela estiagem. A chamada “indústria da seca” fatura alto com a falta de alimentos para os animais e de água para os moradores.
O exemplo mais conhecido no sertão – e relatado por diversos moradores ao UOL–  é o uso político na distribuição dos carros-pipa, marca registrada do assistencialismo simples. Segundo os relatos, alguns políticos visitam as comunidades e se apresentam como “responsáveis” pelo envio da água. Os moradores também reclamam da alta nos preços de serviços e alimentos para os animais.
“A prefeitura nos ajuda muito, nos mandando água por carros-pipa. Às vezes demora, mas sempre vem”, conta a agricultora Maria Gildaci, 66, de Tacaratu (PE), sempre citando que o prefeito é “quem manda” o carro para a sobrevivência dela e da família, que vive em uma pequena casa no sítio Espinheiro.
Falas como a Gildaci, agradecendo os políticos, são comuns, mas a prática está sendo combatida por organizações do semiárido. “Água é um direito, não é dada de favor. Agricultores relatam com frequência que vereadores se apresentam trazendo carros-pipa e que prefeitos estão se utilizando disso para as eleições. Estamos fazendo levantamentos e vamos tentar identificar onde isso está ocorrendo para tomarmos providências”, afirma o coordenador da ASA (Articulação do Semiárido), Naidson Batista.
Para Batista, o uso político da água é histórico no Nordeste, mas vem perdendo força nos últimos anos. “A indústria da seca, na história brasileira, é um instrumento de alguns, em detrimento de outros, para aumento de poder econômico, político ou social de determinado grupos. Embora ela venha perdendo força, não seria possível erradicar uma prática de 400 anos em apenas 10”, afirma.
Segundo o coordenador, os investimentos cobrados, como poços, barragens e cisternas, não foram feitos a contento ao longo dos anos, o que facilitou a política assistencialista. “Isso faz parte da indústria da seca, pois deixa o sertanejo vulnerável, à espera sempre de ações emergenciais.”
O diretor do Polo Sindical do Médio São Francisco da Fetape (Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Pernambuco), Jorge de Melo, também relata que políticos e fazendeiros ainda se aproveitam da seca para lucrar. “É só começar a escassez de alimentos para ter gente aumentando o preço das coisas. É o que chamam da lei da oferta e procura. Além disso, há um claro uso político, que vem sendo combatido e está enfraquecendo, mas ainda existe no sertão”, diz.
Para tentar reduzir o desvio político da água, o governo de Pernambuco anunciou, na última quarta-feira (16), que os carros-pipa contratados pelo Estado serão equipados com GPS e terão fiscalização dos conselhos de desenvolvimento dos municípios –que ficarão responsáveis por enviar relatórios mensais sobre o cumprimento dos cronogramas.

Ganho econômico

Além do uso político, muitos setores da economia também faturam com a venda de produtos. Um dos exemplos é a palma (espécie de cacto que serve de alimento para o gado). Segundo os moradores, o preço da tarefa de palma (equivalente a uma área plantada de 3.053 m²), que antes da estiagem ficava em torno de R$ 1.200, hoje chega a custar até R$ 2.500 em algumas localidades de Alagoas e Sergipe.
“Quem tem sua palma plantada para os seus animais não quer vender. Agora a seca é boa para aqueles que plantam a palma como investimento e estão vendendo mais caro e lucrando muito”, citou o produtor Vilibaldo Pina de Albuquerque, de Batalha (AL).
O carro-pipa também é um negócio rentável. Os preços cobrados pelos “pipeiros” no sertão inflacionaram com a seca. “Existe, e muito, a indústria da seca. Um exemplo: antes, a prefeitura contratava um carro-pipa por R$ 100 para lavar o matadouro. Hoje, para o sujeito trazer a mesma quantidade de água ele obra R$ 200. E olhe que o preço do combustível não subiu e ele pega água no mesmo lugar”, afirma o secretário de Infraestrutura de Batalha (AL), Abelardo Rodrigues de Melo.
Em Sergipe, os investidores estão comprando carros-pipa para ganhar dinheiro. “Hoje, quem tem um dinheiro sobrando está comprando um carro-pipa para distribuir água. Demanda é o que não falta. Aqui estamos precisando de mais, mas não há”, diz o coordenador da Defesa Civil de Poço Redondo (SE), José Carlos Aragão. “E o carro-pipa não é a solução, e só uma política emergencial. Hoje você leva a água, amanhã já precisa de novo. É um investimento de curta duração.”
Na cidade sergipana –a mais afetada do Estado, com 15 mil pessoas atingidas pela estiagem–, o movimento de carros-pipa é intenso e atua em diversos setores da economia. Na oficina de Antônio Rodrigues, cresceu a procura por consertos dos caminhões. “Hoje 30% do que faturo é com esses carros. Contratei até uma pessoa para me ajudar, porque a procura é grande e tem caminhão aqui todo dia. Queria não ter mais esse serviço, que aqui chovesse e o povo parece de sofrer. Mas estou trabalhando dignamente.”

Melhores condições

Para o economista Cícero Péricles, apesar da “indústria da seca” ainda existir, as condições de enfrentamento do sertanejo à seca atual são melhores do que aquelas enfrentadas na última grande estiagem, em 1998.
“Há mais de uma década a política de água obteve ganhos consideráveis pela entrada das cisternas e barragens subterrâneas nos espaços da agricultura familiar, reforçando os antigos instrumentos, como os poços artesianos, tubulares, barreiros, açudes e adutoras. A presença dos órgãos públicos mudou da intervenção exclusivamente assistencialista e emergencial para instituições públicas, com maior capilaridade, municipalizadas, que fazem a cobertura permanente com os programas sociais. A ampliação da Previdência Social no campo, assim como de programas de transferências de renda, a exemplo do Bolsa família, reduziram em muito a pobreza absoluta no meio rural”, afirma o economista.
Carlos Madeiro
Do UOL, em Tacaratu (PE)

Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/05/19/alimentada-pela-escassez-industria-da-seca-fatura-com-a-estiagem-no-nordeste.htm

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terça-feira, 10 de março de 2015

reflexões do pensamento de Carl Sagan

12 reflexões que vão te introduzir ao pensamento de Carl Sagan

10/03/2015 - 16H03/ atualizado 18H0303 / por André Jorge de Oliveira
 (Foto: Kalina Wilson/flickr/creative commons)
Carl Sagan foi um cientista que, definitivamente, não teve medo de especular. É claro que ele sabia muito bem separar o que era ciência do que era especulação. Mas o jeito irresistível através do qual relacionava conceitos científicos com conteúdos imaginativos pertinentes tornava seu pensamento único e fascinante para o público leigo. Não é à toa que ele é considerado um dos maiores divulgadores de ciência de todos os tempos. Além de inspirar toda uma geração de novos cientistas (em grande medida com a série Cosmos), Sagan também adotava um tom poético e filosófico nos assuntos que discutia, tornando suas reflexões ao mesmo tempo belas e dotadas de elementos capazes de despertar uma consciência humanista nas pessoas.
Se fôssemos apresentar todas as frases de impacto do astrônomo que têm o potencial de tornar uma pessoa melhor, provavelmente teríamos de escrever um livro. Mesmo assim, resolvemos escolher algumas citações e pensamentos de Carl Sagan que sintetizam certos aspectos centrais da visão que ele tinha das coisas. Se “somos todos poeira de estrelas” é a única referência que você tem sobre as ideias de Sagan, então os tópicos abaixo podem lhe ajudar a se aprofundar um pouco mais no jeito tão especial que ele tinha de encarar o cosmos – e nós mesmos. Confira:
dente de leão: a nave da imaginação de 'Cosmos' (Foto: Reprodução)
A ciência é muito mais do que um corpo de conhecimentos. É uma maneira de pensar. A afirmação é fundamental para entender a forma como o cientista enxergava o próprio ofício. Completamente apaixonado pelo que fazia, para ele ciências como a física ou a astronomia não se limitavam a um punhado de fórmulas frias e conceitos abstratos. Muito pelo contrário, eram ferramentas poderosas e fascinantes que nos permitiam sondar o desconhecido, além de expandir nosso entendimento sobre a realidade da maneira mais confiável possível.
Toda criança começa como uma cientista nata, e então nós arrancamos isso delas. Entre as características que ele valorizava em um cientista e em qualquer outra pessoa estão a curiosidade e a imaginação, traços típicos das crianças. Para o astrônomo, pensar cientificamente era algo como interrogar de forma metódica diversos aspectos da natureza, o que não deixa de ser uma forma de curiosidade aplicada. A respeito da imaginação, ele acreditava ser um dos motores fundamentais do conhecimento humano.
Um livro é a prova de que os humanos são capazes de fazer mágica. Além da forte inclinação por especular, Sagan também era um intelectual com enorme capacidade de relacionar diferentes áreas do conhecimento – e fazia isso excepcionalmente bem. Para conseguir esta naturalidade em transitar por diversos repertórios, é preciso muita leitura e erudição multidisciplinar. Cosmos, por exemplo, é repleto de narrativas sobre a história da ciência, e em vários momentos o astrônomo declara sua admiração pelos livros.
Nós somos uma maneira de o cosmos se autoconhecer. Se somos feitos de poeira de estrelas sistematicamente organizada para formar seres dotados de consciência, então podemos dizer que somos o universo pensando sobre si próprio. A abordagem se insere na convicção de que nós, humanos, não somos tão diferentes assim da realidade física que nos cerca, e de que interagimos com ela constantemente – de formas que estamos apenas começando a entender. Em outras palavras, você e o cosmos estão intimamente conectados. O astrônomo costumava citar mitos de nossos antepassados que nos concebiam como filhos tanto do céu quanto da terra.
Nossa obrigação de sobreviver e prosperar é devida não apenas a nós mesmos, mas também ao cosmos, antigo e vasto, do qual surgimos. Sagan possuía um profundo senso de reverência com relação à vida e ao ser humano. Ele acreditava que estar vivo e ter uma consciência era não apenas um privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Como salientou em diversos momentos, nossa espécie atingiu um ponto crítico de sua história, no qual tem o próprio destino nas mãos. Todo o conhecimento e bagagem evolutiva que acumulamos nestes poucos milênios podem ser usados de forma a engrandecer nossa civilização – ou então destruí-la por completo, se insistirmos nos erros do passado.
Discursos apaixonados de grandes cientistas dão vida e beleza a conceitos abstratos da ciência (Foto: Sérgio Bernardino/flickr/creative commons)
Cada um de nós é, sob uma perspectiva cósmica, precioso. Se um humano discorda de você, deixe-o viver. Em cem bilhões de galáxias, você não vai achar outro. A reflexão segue a mesma linha do raciocínio apresentado acima – a vida inteligente é rara. Nosso conhecimento sobre o Universo ainda é limitado, é verdade, mas pelo pouco que exploramos já conseguimos chegar a esta conclusão. Sob esta perspectiva, a vida na Terra, principalmente a humanidade, ganha um status quase que sagrado, pois é fruto de um processo contínuo de evolução que se arrasta há 4,5 bilhões de anos. Todos carregam esta bagagem compartilhada dentro de si. Quando enxergamos a vida desta forma, o ato de matar qualquer ser vivo ganha novas e gigantescas proporções.
Diante da vastidão do espaço e da imensidão do tempo, é uma alegria dividir um planeta e uma época com Annie. A frase é adereçada a Ann Druyan, esposa do astrônomo, mas poderia muito bem se aplicar a qualquer outra pessoa. A constatação é de um poder imenso. Apenas pense em como é improvável, nos termos de uma perspectiva cósmica, você e outro amontoado de átomos que formam um ser consciente terem a chance de interagir um com o outro, em um minúsculo planeta chamado Terra e em um período de tempo específico. Reflita: são mais de 100 bilhões de galáxias em nosso Universo, que existe há pelo menos 13,8 bilhões de anos.
Nós somos, cada um de nós, um pequeno universo. Um assunto abordado com frequência por Carl Sagan era a dimensão das coisas muito pequenas, como aquelas que compõem nossos corpos. Ele frequentemente colocava o minúsculo em escala com o gigantesco, equiparando, por exemplo, a quantidade de átomos em uma molécula de DNA com a de estrelas em uma galáxia típica. É uma forma elegante de demonstrar como somos muito pequenos e muito grandes ao mesmo tempo. Em uma outra comparação do gênero, dizia que existem mais estrelas no Universo do que grãos de areia em todas as praias da Terra.
O Universo não parece nem benigno nem hostil, mas meramente indiferente às preocupações de criaturas tão insignificantes como nós. O cientista defendia que era melhor tentar se agarrar à realidade do jeito que ela realmente é do que persistir em ilusões, por mais reconfortantes que elas sejam. No fundo, ele queria dizer que, por menos acolhedor e mais adverso que o cosmos possa nos parecer, a verdade é que ele opera independentemente de nossos desígnios. Seremos nós que sempre vamos precisar nos adaptar ao Universo se quisermos sobreviver nele, e não o contrário. A chave para esta adaptação estaria em tentar constantemente entender a natureza das coisas por meio da ciência.
O que sobrou da supernova SN1006c (Foto: nasa)
O céu nos chama. Se não nos autodestruirmos, um dia vamos nos aventurar pelas estrelas. A exploração espacial era um tópico especialmente caro a Sagan, e ele próprio participou de diversos projetos da NASA, como o da sonda Voyager 1, que deixou recentemente o Sistema Solar. Em sua concepção, os poucos milênios de vida sedentária da humanidade não apagaram nosso instinto por explorar novos lugares e expandir nossos horizontes, traços típicos das sociedades voltadas para a caça e coleta. Ele acreditava que o gosto pela exploração era uma herança evolutiva para aumentar as chances de sobrevivência de nossa espécie, e que portanto, cedo ou tarde, vamos nos espalhar pelo espaço.
Toda civilização sobrevivente é obrigada a se tornar viajante espacial, pela razão mais prática que se pode imaginar: manter-se viva. A ideia da expansão pelo espaço no pensamento do astrônomo não se reduzia a um capricho meio romântico ou então à tendência humana de explorar. Ela tinha mais a ver com uma espécie de instinto de sobrevivência. Não é tão difícil de entender este argumento: se a humanidade inteira está confinada na Terra e algo acontece com o planeta, estamos condenados à extinção. Asteroides são uma grande ameaça, mas nosso próprio sol pode nos engolir daqui a 5 bilhões de anos, quando seu combustível acabar e ele virar uma gigante vermelha.
Uma das grandes revelações da era da exploração espacial é a imagem da Terra, finita e solitária, de alguma forma vulnerável, transportando a espécie humana inteira pelos oceanos do espaço e do tempo. Entre as mensagens inspiradas pela ciência mais belas da história certamente está Pale Blue Dot (pálido ponto azul), de autoria de Carl Sagan. Pouco depois de a sonda Voyager  1 ultrapassar Saturno, foi ele quem deu a ideia de tirar uma foto da Terra, que dali aparecia como um pixel azul suspenso em um raio de sol. Ou então um grão de areia suspenso no céu da manhã, como ele mais tarde interpretou. Entre as muitas formas que podemos enxergar nosso frágil planeta, uma delas é como uma nave, que sempre nos transportou pelo espaço e pelo tempo.
Assista 'Pale Blue Dot' legendado:

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