sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Moro e Onyx na trama para prender Lula



Jeferson Miola:  Revelação de Onyx, de que Moro arquitetou em 2005 o plano para prender Lula, invalida a defesa do ex-juiz feita por Fachin e Carmen Lúcia
Fotos: Valter Campanato/Agência Brasil

DENÚNCIAS

Jeferson Miola: Revelação de Onyx, de que Moro arquitetou em 2005 o plano para prender Lula, invalida a defesa do ex-juiz feita por Fachin e Carmen Lúcia


07/12/2018 - 13h12

Moro arquitetou em 2005 plano para prender Lula, revela Onyx
Em entrevista a Roberto D’Avila/Globo News, Onyx Lorenzoni revelou que Moro arquitetou o plano para prender Lula ainda em 2005, depois de frustrada a primeira tentativa durante o processo do chamado mensalão.
Naquele mesmo ano, no bojo da conspiração para derrubar o primeiro governo Lula, o oligarca Jorge Bornhausen, então presidente do PFL [atual DEM, partido do Onyx], fez a célebre declaração genocida, defendendo a “eliminação dessa raça [dos petistas] do país pelos próximos 30 anos”.
Deixando transparecer orgulho da amizade antiga com Moro, na entrevista Onyx acabou fazendo 1 confidência que tem o efeito de 1 bomba nuclear:
“A minha relação com Sérgio Moro vem de dezembro de 2005. Eu era sub-relator das Normas de Combate à Corrupção da CPI dos Correios, e convidei o Moro […] naquela época porque a 13ª Vara de Curitiba era – e continua sendo – a única que cuida de lavagem de dinheiro no Brasil”.
Onyx explica que
“aí ele [Moro] trouxe 1 série de contribuições e 2 muito relevantes, que o pessoal de casa vai entender agora: a primeira que ele pediu, em 2005, foi a atualização da Lei de delação premiada, que levou 7 anos pra fazer. A outra [contribuição], a transformação do crime de lavagem de dinheiro de crime acessório para crime principal”.
[…]
“Os 2 fatores – a lavagem de dinheiro como crime principal, e a revisão da lei de delação premiada – foram a diferença entre no ‘mensalão’ não ter chego no Lula, e no ‘petrolão’ ter chegado no Lula”.
O chefe da casa civil do Bolsonaro trouxe à tona a estratégia política e partidária montada pelo Moro para levar a efeito o plano de perseguição e de prisão do Lula, arquitetado muito tempo atrás.
Conforme revelado, o juiz e o deputado, juntos, arquitetaram a subversão do arcabouço legal do país para concretizar o plano jurídico-político para atingir Lula.
A lei do crime de lavagem de dinheiro foi alterada em 2012, governo Dilma; e a Lei de Organização Criminosa, de 2013, que abarca a “colaboração premiada” teve, ironicamente, como autora a senadora petista Serys Slhessarenko e foi sancionada pela Presidente Dilma.
O planejamento da dupla foi exitoso. O resultado, materializado 13 anos depois, é o confinamento e silenciamento do Lula numa cela solitária e seu banimento do processo eleitoral para impedir sua eleição presidencial, tida como líquida e certa.
Neste momento em que a 2ª turma do STF julga a parcialidade de Sérgio Moro pelos arbítrios perpetrados contra Lula na farsa jurídica para levá-lo à prisão política, a revelação o Onyx invalida totalmente a “heterodoxa” defesa que Luiz Fachin e Carmen Lúcia fazem do ex-juiz.
A perseguição do Moro e da Globo/Lava Jato ao Lula está fartamente documentada.
Moro sempre foi um juiz posicionado politicamente.
Ele aparelhou o judiciário para perseguir e destruir seu principal inimigo político.
Moro foi de tal modo incontinente no afã de prender o ex-presidente que, inclusive, colocou em risco o próprio cargo de juiz.
Se praticasse essas barbaridades na pátria para a qual bate continência, tal como o clã bolsonarista, ele não só perderia o cargo, como estaria sujeito à condenação à prisão perpétua.
A amizade antiga explica a candura do Moro em relação à prática de caixa 2 do Onyx, que recebeu R$ 200 mil da Odebrecht.
Na interpretação livre de Maquiavel, Moro dedica aos amigos os favores; a Lula e aos petistas, o direito penal do inimigo.
Leia também:
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20 comentários

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Admar
07 de dezembro de 2018 às 19h59
A indiferença com a verdade, é uma das virtudes dos imbecis!
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heinsenberg
07 de dezembro de 2018 às 19h28
Certo,
Esqueceu de mencionar que ele tinha uma bola de cristal e viu que o petrolão ia acontecer. Faz todo sentido se adicionar essa parte.
Responder
Ivelise
07 de dezembro de 2018 às 19h04
Desde o inicio que sei que Moro não é um juiz. É um canalha politiqueiro traidor da Pátria. Nojo cada vez mais desse homem.
Responder
Leno
07 de dezembro de 2018 às 18h59
Quanto mimim…
Para não receber multa de trânsito o que você faz? Transita na velocidade permitida, certo!?!?
Pra não ir pra cadeia acusado de corrupto, o que você faz? Não rouba, certo?!?!
O Lula estava no radar do Moro há muito tempo. Sabe por quê? Ele sabia que dia o Lula excederia… Bingo!
Responder
Antônio Vieira
07 de dezembro de 2018 às 18h41
A casa está caindo para esses golpistas. Só não achava que seria tão rápido assim.
Responder
Zé Maria
07 de dezembro de 2018 às 18h29
Agora ministro, Moro sem mantém como “juiz oculto”
Responder
Zé Maria
07 de dezembro de 2018 às 17h50
“O juiz Moro sabia que, se agisse de acordo com a lei, teria que absolver-me
e eu seria eleito presidente.
Então ele fez política e não justiça e agora se beneficia disso”.
“Bolsonaro só venceu porque não competiu contra mim”,
diz Lula em carta à BBC
Responder
Marília
07 de dezembro de 2018 às 16h43
O Moro é um doente, obsecado em fazer mal a Lula. Mas o mundo gira, ele agora pode estar por cima, mas amanhã ele estará por baixo.A verdade virá a tona e ele vai pagar muito CARO o sofrimento que tá causando aLula, sua família e aos brasileiros mais pobres.⚖️⚖️⚖️
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Zé Maria
07 de dezembro de 2018 às 16h30
Outro Artigo Fulminante do Miola no Blog:
Fachin e a “finalidade legítima” de certo ‘juiz heterodoxo’
No proferimento do voto para defender a inexistente imparcialidade de Sérgio Moro, Fachin assim se manifestou sobre a atuação do agora ministro bolsonarista:
“Não deixo de anotar que houve procedimentos heterodoxos, mesmo que para finalidade legítima […]”.
É não menos que aterrador, embora ilustrativo do Estado de Exceção em que a subversão das normas legais e constitucionais é processada no marco da Constituição [ainda] vigente, que 1 integrante da Suprema Corte caracterize arbítrios, atropelos e ilegalidades cometidas por juiz de primeira instância como meros “procedimentos heterodoxos”.
Fachin foi além.
Ele banalizou a heterodoxia do Moro por entender que, afinal, foi o meio necessário para alcançar uma “finalidade legítima” – no caso concreto, a perseguição judicial e a produção da monstruosa farsa jurídica para encarcerar Lula e impedir sua eleição presidencial.
Juiz de direito heterodoxo é aquele que faz manobras, adota estratégia processual com recursos ardis; desobedece as leis e nega as normas jurídicas instituídas…
…heterodoxia sempre rima com parcialidade:
seja a parcialidade para favorecer, proteger ou beneficiar amigos, empresários, doleiros, delatores, padrinho de casamento, correligionário, colega de ministério recebedor de caixa 2 etc;
seja a parcialidade para perseguir, caçar, difamar, caluniar, condenar e prender desafetos ou inimigos políticos.
íntegra:
Responder
Alan
07 de dezembro de 2018 às 16h19
Não bastasse isso, não foi o Mourão quem disse que moro combinou com bozonazi que ele tiraria Lula da eleição, garantido a eleição do fascista?
Responder
Rafael
07 de dezembro de 2018 às 16h04
O mais importante dessa matéria é que mostra também a articulação feita com a Dilma que aprovou a lei em 2013, mostrando que ela foi primordial para toda essa farça.
Responder
Zé Maria
07 de dezembro de 2018 às 15h50
Pelo visto, o Morinho vai ser Ministro (ou Sinistro) do Código Penal,
e não da Justiça. Não se sabe como vão se encaixar, na nova Pasta,
a Comissão de Anistia, a Secretaria do Consumidor e o CADE.
Responder
Nelson
07 de dezembro de 2018 às 15h34
Com a palavra a coxinhada, pataiada, trouxaiada que continuam tratando Moro como heroi. Alguns chegam a alçar o juiz à categoria de divindade colocada na Terra com a missão de nos salvar da corrupção.
Responder
Luiz fernando barreto ruggieri
07 de dezembro de 2018 às 14h33
Aff quanta ficçao nessa materia mal feita kkkk
Responder
Zé Maria
07 de dezembro de 2018 às 14h15
Sem falar da Articulação com o MP nas “2013 June Journeys”,
especialmente no Paraná, com o uso de táticas da CIA e do FBI,
fazendo tabela com as Redes de Televisão, Globo à frente.
Responder
Luiz
07 de dezembro de 2018 às 14h05
A cada dia aparecem mais e mais evidências da farsa que foi todo esse processo contra LULA e de toda a operação Lava-Jato.
Infelizmente, nosso judiciário apodrecido, lesa-pátria e corrupto lava as mãos e pior, blinda os verdadeiros bandidos de toga, terno e farda deste país.
Responder
Josué Cabral
07 de dezembro de 2018 às 13h54
Que matéria ridícula, chorar as vezes faz bem, façam isso, o idealizador dessa matéria viajou na fumaça.
Responder
    Dimas
    07 de dezembro de 2018 às 15h47
    O seu argumento é que é ridículo, porque não é argumento. Não apresenta nada, nenhum fato. Contestação sem fundamento. A matéria interpreta a aprtir de uma informação do Ônix. Quer contestar, mostre que ele não disse o que a matéria afirma. Contudo acho que voce pertence a turma de imbeciloides que apoiam o boçal.
    Timótio
    07 de dezembro de 2018 às 16h51
    Josué Cabral, aconselho-te a JairProcurando um cardiologista, pois os podres da familia do seu “mito” começaram a aparecer,(vide matéria do UOL sobre a COAF do Rio de Janeiro). Mensalão pagos a eles, especialmente a Senhora Bolsonaro. Cuide do seu coração, pois precisará estar calmo quando eles forem presos, afinal, não é isso que Moro faz com os corruptos?
    Luiz Fonseca
    07 de dezembro de 2018 às 17h26
    Tudo que atinja o juizinho semi-analfabeto, parcial e criminoso é tido como ridículo pelos pobres de espírito e cultura que elegeram um incompetente total para presidente. E ainda temos que aturar um corrupto, como esse Ônyx( isso é nome de gente?) dizer “chego”. São os iletrados no poder. Foi nisso que deram 300 anos de escravidão, ditaduras várias, militares no poder, e o pior ensino de toda a América.


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Morte no senado

Há 55 anos, pai de Fernando Collor matou um senador dentro do Congresso

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Arnon de Mello foi governador de Alagoas de 1951 a 1956. Foto: Reprodução
Arnon de Mello foi governador de Alagoas de 1951 a 1956. Foto: Reprodução
Os senadores Arnon de Mello e Silvestre Péricles de Goés Monteiro se desentendiam com frequência no Congresso, numa tentativa de medir forças – ambos tinham Alagoas como estado de origem.
Em 4 de dezembro de 1963, Arnon abriu os trabalhos com a seguinte frase: “Senhor presidente, com a permissão de Vossa Excelência, falarei de frente para o senador Silvestre Péricles de Góes Monteiro, que me ameaçou de morte”.
Silvestre não aceitou o desaforo de seu inimigo político e atacou verbalmente Arnon, que sacou um revólver e disparou várias vezes. Nenhum dos tiros atingiu Silvestre, que também estava armado, “mas jogou-se no chão e rastejou entre as fileiras de poltronas com seu revólver na mão”, como relata reportagem do Jornal do Brasil.
Dois tiros, no entanto, acertaram José Kairala, senador pelo PSD do Acre, que, junto com João Agripino, tentava parar a briga. Kairala, de 39 anos, substituía José Guiomard, do mesmo partido. Eram suas últimas horas como senador – devolveria o cargo no dia seguinte ao titular. Ele foi baleado no abdômen na frente do filho pequeno, da esposa e da mãe, que o prestigiavam no último dia de trabalho. Embora tenha sido socorrido, Kailara morreu no mesmo dia, poucas horas depois.
Pressionados pela população, os demais parlamentares aprovaram, por 44 votos a 4, a prisão dos dois colegas atiradores. Apesar do flagrante, assim como ocorre hoje, os outros senadores precisavam dar o aval para que Arnon e Silvestre fossem detidos. Não demorou para serem soltos e em 1964 foram declarados inocentes pelo Tribunal do Júri de Brasília.
Depois de deixar a prisão, Arnon foi nomeado novamente em 1970 para o mesmo cargo que ocupara antes. E, quando faleceu, em 1983, ainda representava o estado de Alagoas no Senado.

Parlamentares de mais

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