quinta-feira, 30 de abril de 2020

VIVA A MORTE!!! MORTE AOS POBRES!!!

Filósofa francesa defende que método de seleção aplicado nos campos de concentração nazistas está na base da estratégia neoliberal implementada em escala mundial 

A solução final capitalista
Laymert Garcia dos Santos

Há dez anos, o poeta e dramaturgo alemão Heiner Müller deixou claro, numa entrevista, que não via Auschwitz como um desvio ou exceção, mas sim como altar do capitalismo, último estágio das Luzes e modelo de base da sociedade tecnológica. Auschwitz seria o altar do capitalismo porque ali o homem é sacrificado em nome do progresso tecnológico, porque o critério da máxima racionalidade reduz o homem ao seu valor de matéria-prima, de material; seria o último estágio das Luzes ao realizar plenamente o cálculo, por elas inaugurado; e, finalmente, seria o modelo de base da sociedade tecnológica porque o extermínio em escala industrial consagra até mesmo na morte a busca de funcionalidade e eficiência, princípios fundamentais do sistema técnico moderno. O comentário de Müller volta com força total à mente quando se lê o último livro de Susan George, que acaba de ser publicado na França, traduzido do inglês. "Le Rapport Lugano" (O Relatório Lugano) mostra que a lógica da "solução final" não se dissolveu com o fim dos campos de concentração; muito ao contrário, ela está aí, mais atual do que nunca, maquinando a estratégia neoliberal implementada em escala planetária. A aproximação pode parecer abusiva, mas não é: Müller sabia que a estratégia nazista de aceleração total, tanto econômica quanto tecnocientífica, obedecia ao princípio da seleção, isto é, do direito do mais forte; George sabe que a estratégia neoliberal repousa sobre esse mesmo princípio, ao colocar a mesma questão totalitária: quem tem o direito de sobreviver, quem está condenado a desaparecer. Ambos odeiam e combatem a seleção porque ela conduz ao genocídio.
 

Perspectiva sem complacência
Susan George percebeu o caráter genocida implícito na estratégia global do neoliberalismo quando, constatando que o sistema atual é uma máquina universal de destruição do ambiente e de produção de perdedores, procurou colocar-se na posição daqueles que mais lucram com ela e descobriu que eles estavam inquietos. "(O presidente do Banco Central dos EUA) Alan Greenspan se inquietava com a exuberância irracional do mercado, (o megainvestidor) George Soros se inquietava com os excessos do capitalismo, o principal economista do Banco Mundial se inquietava com o impacto e a severidade dos programas de ajuste estrutural nos países pobres, o diretor responsável pela economia mundial do banco Morgan Stanley se inquietava com "o impiedoso confronto pelo poder entre o capital e o trabalho" que se anunciava, e muitas pessoas se inquietavam com a polarização social e o desmoronamento do ambiente. Entretanto ninguém parecia fazer a ligação entre todos os aspectos dessa situação, pelo menos em público." Se fosse tão rica e poderosa quanto eles, pensou então George, daria tudo para obter uma perspectiva do processo global traçada sem complacência, já que, por uma questão de sobrevivência, os senhores da terra precisam de um diagnóstico do sistema e de recomendações para assegurar o controle de sua evolução futura. Ora, se tal estudo existisse, seria feito por esses "policy intellectuals" que transitam entre as universidades de prestígio e as altas esferas governamentais. É muito provável que tais análises existam, mas elas, evidentemente, jamais viriam a público. George decidiu então escrever o que precisaria saber, se fizesse parte do seletíssimo clube que decide a estratégia de sobrevivência da "classe express"; e, para poder escrever, concebeu um recurso literário extremamente instigante: imaginou que alguns incógnitos membros da elite global encomendaram a um grupo de trabalho formado por especialistas de todas as ciências humanas um estudo sigiloso destinado a "definir os dados estratégicos que permitirão manter, desenvolver e reforçar o domínio da economia capitalista liberal de mercado e os processos que o termo "globalização" resume de modo eficiente". Reunido em Lugano, pacato e belo refúgio suíço de milionários, o grupo de trabalho teria então elaborado o seu diagnóstico e, em novembro de 1999, entregue o "Relatório Lugano", que tem por título oficial "Assegurar a Perenidade do Capitalismo no Século 21".
 

A encomenda secreta
A invenção da encomenda secreta agora tornada pública é o único elemento ficcional dessa avaliação implacável -todo o resto é documentado por meio da massa de dados devidamente ponderados e apresentados na linguagem fria e imparcial da tecnocracia. Mas em vez de criar um efeito literário, a articulação entre ficção e realidade tem o poder de captar a dimensão monstruosa do processo em curso. Com efeito, tudo se passa como se Susan George tivesse recorrido à situação fictícia para pensar até o fim o pensamento dos neoliberais, para levar às últimas consequências suas premissas econômicas, políticas, comerciais, financeiras, ecológicas e demográficas. A primeira parte do "Relatório" é dedicada às ameaças que pesam sobre o sistema, ao papel das instituições internacionais de controle e ao impacto gerado pela atual relação explosiva entre consumo, tecnologia e população. Eis algumas das conclusões do grupo de trabalho: 1) Os governantes tentam convencer os governados de que a ordem econômica neoliberal pode incluir todo mundo em toda parte, por mais numerosos que sejam no presente e no futuro. Mas não há a menor possibilidade de integrar uma população mundial de 6 a 8 bilhões de pessoas. 2) Antes da globalização, os processos econômicos eram sobretudo nacionais e operavam por adição. Hoje, precisamente porque se tornaram internacionalizados, operam por subtração; é o chamado "downsizing", quanto mais se eliminam elementos humanos custosos (mão-de-obra), mais os lucros aumentam. 3) A cultura capitalista se caracteriza pela concorrência e pela "destruição criadora". Mas os países onde a economia mercantil deu forma a uma cultura capitalista dominante durante séculos constituem hoje apenas 10% da humanidade. Tal porcentagem é de muito mau augúrio para o futuro do sistema. 4) As condições mínimas para que o capitalismo global perdure e triunfe não podem ser satisfeitas nas atuais condições demográficas. Não se pode ao mesmo tempo apoiar o capitalismo e continuar tolerando a presença de bilhões de humanos supérfluos. 5) Uma população total do planeta mais reduzida é o único meio de garantir a felicidade e o bem-estar da maioria das pessoas. Tal opção pode parecer dura, mas é ditada pela razão e pela compaixão. Se desejamos preservar o sistema liberal, não há alternativa.
 

Limpeza social
Uma vez colocada a questão da redução de população, o "Relatório" passa a discutir as estratégias para "resolver" o problema dos excluídos por meio do que Müller chama de "limpeza social". De saída os sistemas genocidas como o Holocausto são considerados estratégias ruins por várias razões: apóiam-se em enorme burocracia, são caros demais e ineficientes, conferem demasiado poder e responsabilidade ao Estado, não passam despercebidos, atraem a ruína e o opróbrio a seus autores. Diz o relatório:
"O modelo de Auschwitz é o contrário do que precisamos para atingir o objetivo. (...) A seleção das "vítimas" não deve ser responsabilidade de ninguém, senão das próprias "vítimas". Elas selecionarão a si mesmas a partir de critérios de incompetência, de inaptidão, de pobreza, de ignorância, de preguiça, de criminalidade e assim por diante; numa palavra, elas encontrar-se-ão no grupo dos perdedores".
Definidos os objetivos e os quatro pilares que fundamentam a ambiciosa empresa, o pilar da ideologia e da ética, o econômico, o político e o psicológico, o "Relatório" propõe, como estratégias de redução da população, uma atualização concertada dos flagelos configurados pelos quatro cavaleiros do Apocalipse: a Conquista, a Guerra, a Fome e a Peste. Vistos nessa perspectiva, os conflitos regionais, as crises, as epidemias e os desmanches que assolam as economias e sociedades do Terceiro Mundo adquirem uma inteligibilidade espantosa, até então irreconhecível. Mas a produção de destruição não tem apenas inspiração bíblica: há também estratégias que nem São João de Patmos nem Malthus poderiam conceber, porque são preventivas e dependem da política e da tecnologia do século 20: aqui têm lugar os inibidores de reprodução, como as esterilizações em massa, a contracepção forçada etc.
Às duas partes do "Relatório" Susan George acrescenta um capítulo de comentários sobre as maneiras de reagir a ele e um posfácio, no qual revela como e porque inventou sua ficção. Leitora do antigo estrategista chinês Sun Tzu, ela simplesmente aplicou seu preceito:
não faça o que mais gostaria de fazer. Faça o que o seu adversário menos gostaria que fizesse.

Laymert Garcia dos Santos é professor livre-docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e autor de "Tempo de Ensaio" (Companhia das Letras), entre outros.

Onde encomendar
O livro "The Lugano Report" (Ed. Pluto, 208 págs., US$ 14,95) pode ser encomendado, em SP, à livraria Cultura (tel. 0/xx/11/285-4033) e, no RJ, à livraria Leonardo da Vinci (tel. 0/xx/ 21/ 533-2237).

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Índice
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Keane, John; Fairy Tales of London; Ferens Art Gallery
Publicado in
Folha de São Paulo, Caderno +mais!, domingo, 24 de setembro de 2000.
Nota: publicação original do livro de Susan George “The Lugano Report”, Ed. Pluto, 208 págs. Edição brasileira “O relatório Lugano”, Editora Boitempo, 2002, 224 pgs.
Imagem: Fairy Tales of London, John Keane.
Este post também está disponível em: Espanhol
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domingo, 26 de abril de 2020

Janaína Pascoal e o plano de afastamento do bolsofake

Janaína, explica o plano para quem acha que é teoria da conspiração... Janina Pascoal Eles têm pressa em tirar Bolsonaro, não estão a fim de passar por um demorado e desgastante processo de impeachment, ainda mais agora que a população acompanha e se revoltaria com os partidos que votassem para retirar o capitão. A única solução é gerar o caos e esvaziar o governo, forçando o pedido de 'demissão'. Fernando Henrique Cardoso pediu a mesma coisa. Entendeu? O alvo agora é o DEM forçando a saída da Ministra Tereza Cristina e um grupo liberal forçando Paulo Guedes a abandonar o barco, em troca de apoio político logo mais. Uma pena que Sérgio Moro aceitou o plano. Eis o texto postado por Janaína, “o plano”: “Nunca defendi pessoas. Sempre defendi e defendo ideias e ações. Nunca vocês me ouviram adjetivar quem quer que seja. Nós não votamos em Bolsonaro! Votamos em dois grandes compromissos! Os compromissos com a luta contra a corrupção e com uma política econômica liberal. Já durante a campanha, o compromisso com uma política econômica liberal foi personalizado no Ministro Paulo Guedes. Após a eleição, o compromisso com a luta contra a corrupção foi personalizado no Ministro Sérgio Moro. O país não precisa de Bolsonaro. Bolsonaro tem feito muito mal ao Brasil. O país precisa desses pilares. General Mourão foi eleito democraticamente! Ninguém pode acusá-lo de ser de esquerda. Se os Ministros Militares retirarem o apoio a Bolsonaro e Mourão garantir esses dois pilares, bem representados por Guedes e Moro, poderemos colocar o país no rumo rapidamente. Não há tempo para um processo de impeachment moroso e desgastante. Eu tenho experiência para falar. Bolsonaro precisa, ao menos uma vez, colocar o Brasil acima, retirando-se. Temos um vírus a combater, temos empregos a resgatar, precisamos de alguma estabilidade!” Fonte: DO JCO

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Sergio Moro demite-se do governo Bolsonaro

URGENTE: Moro caiu The Intercept Brasil 24 de abril de 2020 12:43 Responder para: us11-7ffbfdc654-2d5314d746@inbound.mailchimpapp.net Para: institutouniversidadepanameria@gmail.com Responder | Responder a todos | Encaminhar | Imprimir | Excluir | Mostrar original Sexta-feira, 24 de abril de 2020 Sergio Moro está fora do governo Bolsonaro Estrela do ministério, convidado durante a campanha eleitoral quando ainda era juiz, anunciou há pouco sua saída numa entrevista coletiva no Ministério da Justiça. Sua cara era de total abatimento. Moro foi decisivo para a eleição de Jair Bolsonaro: vale lembrar que ele levantou o sigilo da delação podre de Antonio Palocci – levantamento que nem mesmo Deltan Dallagnol conseguiu defender. O ex-juiz sai do governo muito menor do que entrou. Deu a Bolsonaro parcela considerável da sua credibilidade junto à opinião pública, transferiu seu cacife político ao presidente. Em troca, recebeu seguidas humilhações de Bolsonaro e de seu entorno. Tiraram dele o Coaf, vetaram nomeações, interferiram na PF. Durante a coletiva de hoje, Moro disse que teve apoio de Bolsonaro em alguns projetos, “mas em outros não”. O estopim da queda foi a troca do diretor-geral da Polícia Federal. Ainda Moro, na coletiva: “o problema não é o nome, mas por que trocar?”. Moro não disse, mas o motivo é claro: proteger a família Bolsonaro dos casos de corrupção nos quais estão envolvidos. Sobre esse ponto, Moro elogiou o PT por ter mantido a autonomia da PF durante seus governos. Moro poderá sempre se dizer surpreendido pelo comportamento do agora ex-chefe. O que não muda é que jamais poderia ter sido ministro. Se tivesse qualquer apreço pela justiça e pela democracia não deveria ter aceitado o cargo, dado o histórico da família Bolsonaro, seu apreço por torturadores e desprezo pelas instituições democráticas. Além disso, em qualquer país sério, o juiz que tirou da corrida presidencial outro candidato com chances de ser eleito não assumiria um cargo no governo do candidato vencedor. Seria um escândalo, como foi. Mas a sede de poder de Moro ficou escancarada, como demonstramos inúmeras vezes nos arquivos secretos da Lava Jato. Chego então à Vaza Jato. Depois das revelações que fizemos, Sergio Moro não deveria ter permanecido no Ministério. As improbidades cometidas quando ocupava a 13ª Vara Federal de Curitiba são gravíssimas, interferiram na condução dos rumos da República e colocam em xeque todo o desenrolar da operação Lava Jato. Afinal, como aceitar que um juiz que evita investigar políticos para não "melindrar alguém cujo o apoio é importante" ocupe a pasta da Justiça? É isso o que chamam de bandido de estimação? O ciclo de Sergio Moro no Ministério se encerrou hoje. A vergonha da sua participação no governo Bolsonaro, no entanto, é eterna. E para que não esqueçamos também de que ele sempre teve apreço pelo autoritarismo e pelo desrespeito às instituições, vale a pena ver de novo os melhores momentos do ex-juiz na Vaza Jato: 1. O agora ex-ministro trabalhou em parceria com a força-tarefa de Curitiba sugerindo troca de fases da operação, interferindo nas investigações e dando pistas sobre elas. "Não é muito tempo sem operação?", ele questionou a Dallagnol em certa ocasião. 2. “Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”. Eu também acho, mas quem disse isso foi a procuradora Monique Cheker em uma conversa onde vários membros da força-tarefa reclamavam das violações do ex-juiz e de sua possível ida para o governo Bolsonaro (sempre bom lembrar que Monique é Monique). 3. Acostumado a interferir nos rumos da política brasileira, Sergio Moro também sugeriu que os procuradores vazassem trechos de delação para interferir na política da Venezuela. “Talvez seja o caso de tornar pública a delação da Odebrecht sobre propinas na Venezuela”, sugeriu a Dallagnol numa clara demonstração de desrespeito a qualquer princípio democrático e diplomático. 4. Dallagnol já sabia que Moro estava se metendo numa enrascada ao aceitar o convite de Bolsonaro. Ninguém em sã consciência comprou a ideia de que Bolsonaro é um militante anticorrupção, né? "Seja como for, presidente não vai afastar o filho. E se isso tudo acontecer antes de aparecer vaga no supremo?”, profetizou Deltan. 5. Acostumado desde os tempos de Curitiba a interferir na PF, Moro certamente não gostou de ver Bolsonaro passando por cima da sua autoridade. O ex-juiz gosta do poder, e durante sua carreira na magistratura não só direcionou ações do MPF como também fazia dobradinha com a PF. Há muito mais coisas sobre as impropriedades de Moro durante a Lava Jato. O acervo é enorme e pode ser consultado aqui. É impossível saber o que a saída do ex-juiz significa para os rumos de um governo que vem desmoronando em praça pública. É certo que se não estivéssemos em meio a uma pandemia, Bolsonaro estaria hoje muito vulnerável a um processo de impeachment. O presidente se protege com o vírus. Chega a ser poético. Moro está fora, mas não se iludam: a campanha presidencial de 2022 começou, e Moro e Bolsonaro, bem,,, são uma coisa só. O ex-ministro continua sendo o político mais popular do Brasil, apesar de sair do ministério pela porta dos fundos – ele disse, na coletiva, que soube da exoneração de Valeixo pelo Diário Oficial, e que não assinou o documento, apesar de sua assinatura constar no pé de página. Se Moro diminuiu a ponto de ser chutado por Bolsonaro, certamente foi também pela força do jornalismo independente, que não se deixa seduzir por super-heróis e que não se comporta como porta-voz de autoridade. Um abraço, Leandro Demori Editor Executivo Quantas práticas ilegais, corruptas e injustas estariam ocultas sem o trabalho dos nossos jornalistas? Você tem a chance de nos ajudar hoje a expor ainda mais o que eles querem esconder. FAÇA PARTE DO TIB →

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Oii General!!

Ei, general… The Intercept Brasil 23 de abril de 2020 17:47 Para: institutouniversidadepanameria@gmail.com Responder | Responder a todos | Encaminhar | Imprimir | Excluir | Mostrar original Quinta-feira, 23 de abril de 2020 Ei, general... O Brasil hoje é o 11º em mortes por coronavírus no mundo e o país que menos faz testes entre esses 11. São 1,3 mil testes por milhão de habitantes, enquanto a Holanda, por exemplo, que vem logo acima, faz 10.000 testes por milhão. A nossa realidade no momento é: poucos testes, pouca ação do governo federal e muitas mortes. Por isso a foto de Michael Dantas com as covas em Manaus é um retrato fiel do que estamos vivendo. Liderados pelo governo da morte, resta-nos abrir imensas covas coletivas: Foto: Michael Dantas/AFP via Getty Images Foi nesse cenário que o alto escalão fardado do Planalto reuniu-se ontem em entrevista coletiva para falar à população. Não vou nem entrar no tema do constrangedor plano de recuperação econômica. Deixarei isso para os especialistas. O ponto alto da coletiva foi a cara de pau do Ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Ele reclamou das imagens de caixão e da divulgação do número de mortos e pediu que a imprensa noticiasse coisas boas: "eu conclamo e peço encarecidamente, tem tanta coisa positiva acontecendo". O apreço dos militares brasileiros por censura é amplamente conhecido. Mas a fala de Ramos não se resume a isso. Aparentemente, o ministro acredita que o problema da pandemia é a informação. Estaríamos melhores se o governo federal estivesse matando por debaixo dos panos, penso, seguindo a lógica dele. Se as UTIs lotadas não fossem noticiadas. Se o aumento exponencial de mortes e internações por questões respiratórias fosse escondido da população. O ministro foi extremamente sincero em sua fala ontem: a política assassina do governo federal está em curso e o que eles querem é esconder isso de você. O novo ministro da Saúde disse que não faremos testes em massa. Ou seja: omitir para mentir. Também não vai haver um auxílio financeiro expressivo para as pequenas empresas, não vai haver qualquer política de assistência para os mais fragilizados, os famintos e os desempregados. "Mas tem muita coisa positiva acontecendo! Noticiem!" Não, ministro, nós não vamos obedecer. O jornalismo independente vai continuar batendo duro, denunciando, investigando. Como eu gosto de dizer, a missão do Intercept é revelar aquilo que eles querem esconder. E isso nunca fez tanto sentido. Você pode, hoje, desobedecer ao ministro general e nos ajudar a revelar ainda mais. Vai perder essa chance? VAMOS DESOBEDECER JUNTOS → Um abraço, Leandro Demori Editor executivo

quarta-feira, 22 de abril de 2020

BOLSODROGA

HOME ASSUNTOS PODCAST VÍDEOS BLOGS COLUNISTAS Revista Fórum - Outro mundo em debate. logo 2' ‌ Ernesto Araújo (Reprodução) CORONAVÍRUS 22 DE ABRIL DE 2020, 06H42 “Comunavírus”: Ernesto Araújo alerta para plano comunista na pandemia e ataca OMS Ministro questiona eficácia da OMS e diz que comunistas pretendem utilizá-la como primeiro passo na construção de uma dominação "planetária" Por Luisa Fragão ‌ ‌ ‌ ‌ O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi às redes sociais na madrugada desta quarta-feira (22) para alertar sobre um “plano comunista”, o qual ele chama de “comunavírus”, de apropriação da pandemia do Covid-19 para “subverter a democracia liberal”. “Não bastasse o Coronavírus, precisamos enfrentar também o Comunavírus. No meu blog, analiso o livro ‘Virus’; de Slavoj Žižek e seu projeto de usar a pandemia para instaurar o comunismo, o mundo sem nações nem liberdade, um sistema feito para vigiar e punir”, escreveu o ministro no Twitter. ‌ ‌ ‌ Em seu blog, o ministro de Relações Exteriores aproveita para atacar a Organização Mundial da Saúde (OMS) e diz que transferir poderes nacionais à organização não tem eficácia comprovada. Ele diz ainda que o “plano comunista” em curso pretende utilizar a OMS como “primeiro passo na construção da solidariedade comunista planetária”. “Sim, não é o comunismo de outrora, que instalava ora num país, ora noutro, um sistema de planejamento econômico central, sempre fracassado em proporcionar bem-estar, sempre exitoso em controlar e oprimir a sociedade. Trata-se agora de um planejamento central mundial, que certamente traria o mesmo fracasso e o mesmo êxito desse modelo quando aplicado no passado na escala nacional”, escreve o ministro. ‌ Em outro trecho, Araújo comenta as reflexões do autor de “Vírus” sobre a quarentena durante a pandemia. “Žižek não se preocupa com o resultado da quarentena para a contenção do coronavírus, ele não se preocupa em conter o coronavírus, mas sim em favorecer ao máximo o contágio do outro vírus, esse que ele mesmo denomina o vírus ideológico, “diferente e muito mais benéfico”. Ele louva a quarentena justamente pelo seu potencial destrutivo. Seu mundo dos sonhos é Wuhan quarentenada”, escreve. ‌ Confira: ‌ ‌ Não bastasse o Coronavírus, precisamos enfrentar também o Comunavírus. No meu blog, analiso o livro "Virus" de Slavoj Žižek e seu projeto de usar a pandemia para instaurar o comunismo, o mundo sem nações nem liberdade, um sistema feito p/ vigiar e punir:https://t.co/LYsfO2K9fg — Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) April 22, 2020 Quantas matérias por dia você lê da Fórum? Mais em Home Doria se diz arrependido pelo voto em Bolsonaro: “Não imaginava comportamentos tão irresponsáveis” CORONAVÍRUS DORIA SE DIZ ARREPENDIDO PELO VOTO EM BOLSONARO: “NÃO IMAGINAVA COMPORTAMENTOS TÃO IRRESPONSÁVEIS” Ministros do STF dizem que investigação sobre atos golpistas pode atingir Bolsonaro Fora do ministério, Mandetta ataca EUA, critica herança escravocrata e defende SUS Alemanha e Reino Unido iniciam testes em humanos de vacina contra coronavírus Mulher oferece gotinhas milagrosas contra o coronavírus e é presa no litoral de São Paulo Você já pensou nisso? Em quantas vezes por dia você lê conteúdos esclarecedores, sérios, comprometidos com os interesses do povo e a soberania do Brasil e que têm a assinatura da Fórum? Pois então, que tal fazer parte do grupo que apoia este projeto? Que tal contribuir pra que ele fique cada vez maior. Bora lá. Apoie já. Apoie a Fórum ‌ #tags #coronavirus#Ernesto Araújo#OMS ‌ Sugestão de pautaReportar erro Luisa Fragão Luisa Fragão Jornalista. ‌ ‌ Comentários Cabelo cresce nas entradas: tônico que reativa células-tronco é liberado pela ANVISA Hair Power | Patrocinado Dores nas articulações? Pesquisadores descobrem algo incrível FlexCaps | Patrocinado Nutricionista revela como queimar gordura abdominal Receitas Modernas | Patrocinado Dispositivo antirronco super comentado no Brasil SleepQuiet | Patrocinado Fatia, rala e corta em segundos! Master Cut chega ao Brasil. Master Cut | Patrocinado A gordura da barriga pode reduzir drasticamente usando isto. Confira! Fito One | Patrocinado O queridinho dos artistas! showdeoculos.com | Patrocinado Famosos que morreram e ninguém te falou, respire fundo Gloriousa | Patrocinado Irmão de vítima do coronavírus em Manaus grava vídeo de enterro em vala coletiva "É a hora do adeus", diz irmão de vítima enquanto grava a cena de caixões sendo cobertos por terra jogada por um trator em uma vala coletiva feita em cemitério da cidade; assista Revista Fórum HOJE EM HOME 3' ‌ João Doria (Foto: Divulgação) CORONAVÍRUS 22 DE ABRIL DE 2020, 06H34 Doria se diz arrependido pelo voto em Bolsonaro: “Não imaginava comportamentos tão irresponsáveis” Na tarde desta quarta, Doria vai anunciar um plano de saída do isolamento, o primeiro estado a fazer isso Por Redação ‌ ‌ ‌ ‌ Em entrevista à Folha publicada nesta quarta-feira (22), o governador de São Paulo, João Doria, afirmou ser um dos arrependidos por ter votado no presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ). “Fiz campanha me posicionando contra esquerda, o PT. O outro candidato era Jair Bolsonaro. Por ser candidato, eu tinha que ter um lado, que não poderia ser o do nulo ou em branco. Nunca fiz isso. Mas não tinha a perspectiva de ter um presidente que pudesse vir a ter comportamentos tão irresponsáveis, tão distantes da verdade, tão condenáveis sobretudo numa situação de pandemia como essa”, afirmou Doria. ‌ ‌ ‌ O governador disse ainda que Bolsonaro “felizmente não conseguiu implementar a sua irresponsabilidade, pois os 27 governadores dos estados tiveram uma posição oposta e defenderam a vida”. Sobre o fato da troca de elogios entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) ter consequência nas próximas eleições, Doria disse não estar preocupado com 2022. “Estou preocupado em salvar vidas, e, na sequência, recuperar a economia. Não há sentido político, eleitoral, ideológico no que tenho feito, e tenho certeza que os que estão no caminho certo têm este sentimento”. ‌ Sobre as manifestações antidemocráticas, que pedem a volta do AI-5 e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF), Doria disse que apesar de não concordar com elas, não vai mandar a Polícia Militar reprimir. “Entendo que, ainda que sejam condenáveis, do ponto de vista de serem inconstitucionais e até repugnantes —e digo isso na condição de ser filho de um ex-deputado federal cassado pelo golpe de 1964 e que sofreu dez anos de exílio, com dois dos quais eu convivi—, a manifestação é de livre direito de quem quer se manifestar”. ‌ “Desde que não seja uma autoridade pública, evidentemente. Uma autoridade pública com mandato não deve se pronunciar em circunstâncias como essa, ferindo a Constituição”, aproveita a deixa para fazer mais uma crítica a Bolsonaro, que compareceu a uma das manifestações, em Brasília, no último domingo. ‌ ‌ Na tarde desta quarta (22), Doria vai anunciar um plano de saída do isolamento, o primeiro estado a fazer isso. Sobre o assunto, ele afirmou que não será permitido o confronto de prefeitos nas decisões do estado porque elas se aplicam, até 10 de maio, a todos os 645 municípios. “Na etapa posterior, aí sim, [a quarentena] será estabelecida por regiões e cidades e, em algumas cidades onde for possível haver relaxamento, ele será aplicado em etapas, de forma zelosa e cuidadosa”. Quantas matérias por dia você lê da Fórum? Mais em Home Doria se diz arrependido pelo voto em Bolsonaro: “Não imaginava comportamentos tão irresponsáveis” CORONAVÍRUS DORIA SE DIZ ARREPENDIDO PELO VOTO EM BOLSONARO: “NÃO IMAGINAVA COMPORTAMENTOS TÃO IRRESPONSÁVEIS” Ministros do STF dizem que investigação sobre atos golpistas pode atingir Bolsonaro Fora do ministério, Mandetta ataca EUA, critica herança escravocrata e defende SUS Alemanha e Reino Unido iniciam testes em humanos de vacina contra coronavírus Mulher oferece gotinhas milagrosas contra o coronavírus e é presa no litoral de São Paulo Você já pensou nisso? Em quantas vezes por dia você lê conteúdos esclarecedores, sérios, comprometidos com os interesses do povo e a soberania do Brasil e que têm a assinatura da Fórum? Pois então, que tal fazer parte do grupo que apoia este projeto? Que tal contribuir pra que ele fique cada vez maior. Bora lá. Apoie já. 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segunda-feira, 13 de abril de 2020

A pandemia desnuda a Era dos Empregos de Merda

O melhor da semana - Biopolítica de uma catástrofe anunciada | Sobre nossa finitude, as ameaças e o dinheiro | Que mundo virá depois da pandemia? Outras Palavras 12 de abril de 2020 10:04 Para: institutouniversidadepanameria@gmail.com Mostrar original Seleção semanal nº 45 - 12/4/2020 leia no navegador Biopolítica de uma catástrofe anunciada A pandemia nasce da pecuária industrial e da devastação da Saúde pública. Mas o problema que revela é, além do capitalismo em si, o capitalismo em mim. Oxalá o desejo de viver nos dê criatividade e empenho para a transformação indispensável Por Ángel Lara A pandemia desnuda a Era dos Empregos de Merda Agora, bilhões descobrem que podem trabalhar em casa, sem os controles burocráticos de sempre. Jornada de trabalho poderia ser reduzida drasticamente, em relações pós-capitalistas. Mas haverá imensa pressão para que tudo volte ao “normal” Entrevista de David Graeber A Quarentena, a normalidade à espreita e o espectro de Toritama Se nada fizermos, o recolhimento do capitalismo para o interior das residências será a promessa de que tudo voltará a ser como antes. Ou – pior – sinal de que as fronteiras entre trabalho e tempo livre estão prestes a se apagar por completo Por Claudio Medeiros e Victor Galdino Sobre nossa finitude, as ameaças e o dinheiro As bolhas de conforto e negação estouraram. A vida não está protegida por cápsulas: a casa, o carro, o shopping. Espalham-se riscos como a mudança climática, a falta de alimentos e as bactérias resistentes. Enfrentá-las exige desafiar as cegueiras do capital Por George Monbiot Uma amarga prévia da catástrofe do clima Gradual e presente há anos, crise climática assemelha-se à pandemia: enfrenta negacionismo, impacta economia, sobrecarrega hospitais e aflige população mais pobre. Ambas são sintomas de um mundo insustentável - e da urgência de transformá-lo Por Sharon Zhang Vulnerabilidade, essência da Educação pós-capitalista Frente à ameaça invisível, a fragilidade humana -- e a necessidade de outra formação. Daí, diz Judith Butler, também virá a busca coletiva por proteção. Das angústias da pandemia, o Comum poderá surgir como alternativa ao ultraliberalismo Por Roberto Rafael Dias da Silva O vírus transparente e os unicórnios invisíveis Entre o reino transcendente, dos deuses e mercados; e o mundano, das desigualdades e devastação, há uma esfera intermediária. Três seres astutos e terríveis a habitam. Sua força está em não serem percebidos – e em agirem em conjunto Por Boaventura de Sousa Santos [Podcast] Vigilância e controle na quarentena Trabalho e Educação à distância abrem oportunidade perfeita para gigantes da tecnologia abocanharem mais de nossos dados pessoais. De quebra, facilitam superexploração do tempo e dos corpos. Mas há brechas na desmercantilização da internet Entrevista de Rafael Evangelista [Vídeo] Governo estrangula (ainda mais) ciência brasileira Em todo o mundo, a busca pela vacina ao coronavírus. Enquanto no Brasil, mais desmonte: governo atinge as pesquisas da Capes, precarizando-as, e elitiza a carreira científica. Mais bolsas serão cortadas -- só ano passado, foram 8 mil Flávia Calé em entrevista a Rôney Rodrigues [Vídeo] Que mundo virá depois da pandemia? Neste exato instante, dois movimentos opostos estão pleno curso, em alta velocidade. O 0,1% mais rico tenta ampliar seu controle sobre todo tipo de poder. Em contrapartida, as redes de solidariedade sugerem um mundo livre da ditadura dos mercados ...

sexta-feira, 10 de abril de 2020

MORTES AOS MILHARES

DIÁRIO DA COVID-19: MORTES AOS MILHARES Padre de máscara ouve confissão de fiel em Varsóvia. Foto de Wojtek Radwanski (AFP) Será uma Sexta-Feira Santa de choro e (muitas) mortes pelo mundo. Em seu Diário da Covid-19, no #Colabora, José Eustáquio Diniz Alves contabiliza que o martírio atingiu a casa de 100 mil óbitos - e o Brasil cumpre trajetória ascendente. Com os casos dobrando a cada cinco dias, país alcançou a 11ª posição no ranking da pandemia.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

As Falas-Pronunciamentos Do Bolsofake

ASSUSTADOR, PAVOROSO Eis o que eu, Negreiros Deuzimar Menezes, 65, Professor (de Professar...), penso e como avalio agora, andragogicamente, [daquilo que interpretamos sobre o que aconteceu (nosso julgamento)] sobre as falas-pronunciamentos do bolsofake. Hoje, 08-04-20, não foi diferente: Assustador, pavoroso ouviu as falas-pronunciamentos do bolsofake pensando e preocupado com sua reeleição e do ministro da saúde fazendo louvor ao seu “presidente” Jair..., também pensando em sua eleição em 2022... Quanta hipocrisia, quanta falsidade nas falas-pronunciamentos. Do mesmo modo, nas “redes sociais”, dos seus iguais, os bolsonaristas-raiz. Em sua orgulhosa ignorância, bolsofake age o tempo todo para impor suas “verdades” egoicas, falsas, fantasiosas a um determinado povo que ele sabe ser de intelecto raso afetado por crenças estúpidas que ele agora ajuda e disseminar. O QUE BOLSOFAKE RECOMENDA E SEUS IGUAIS, OS BOLSONARISTAS-RAIZ REPLICAM, NADA TEM DE COMPROVAÇÃO E VALIDADE CIENTÍFICA, DE EMBASAMENTO EM EVIDÊNCIAS DA EFICIÊNCIA E SEGURANÇA CLÍNICA HOSPITALAR. .......... Do mesmo modo, assustador, pavoroso vê como o Brasil foi entregue eleitoralmente, a partir do voto de parte do eleitorado, para corjas de hipócritas, canalhas, patifes, mentirosos, falsários, criminosos, genocidas... Todos fascistas por crenças na autoridade da fé, em detrimento, nulidade do científico, da ciência. Do óbvio!! .......... Negreiros Deuzimar Menezes, 65, num canto, de um lugar qualquer, em 08 de abril de 2020.

Biopolítica de uma catástrofe anunciada

8/4 - Biopolítica de uma catástrofe anunciada | Que mundo virá depois da pandemia? | Vulnerabilidade, essência da Educação pós-capitalista Caixa de entrada Adicionar estrela Outras Palavras 8 de abril de 2020 21:41 Para: institutouniversidadepanameria@gmail.com Responder | Responder a todos | Encaminhar | Imprimir | Excluir | Mostrar original Boletim de atualização nº 1382 - 8/4/2020 leia no navegador Biopolítica de uma catástrofe anunciada A pandemia nasce da pecuária industrial e da devastação da Saúde pública. Mas o problema que revela é, além do capitalismo em si, o capitalismo em mim. Oxalá o desejo de viver nos dê criatividade e empenho para a transformação indispensável Por Ángel Lara Vulnerabilidade, essência da Educação pós-capitalista Frente à ameaça invisível, a fragilidade humana -- e a necessidade de outra formação. Daí, diz Judith Butler, também virá a busca coletiva por proteção. Das angústias da pandemia, o Comum poderá surgir como alternativa ao ultraliberalismo Por Roberto Rafael Dias da Silva OUTRO OLHAR Que mundo virá depois da pandemia? Neste exato instante, dois movimentos opostos estão pleno curso, em alta velocidade. O 0,1% mais rico tenta ampliar seu controle sobre todo tipo de poder. Em contrapartida, as redes de solidariedade sugerem um mundo livre da ditadura dos mercados Por Antonio Martins Domésticas pelo direito à quarentena remunerada Explodem os casos de diaristas dispensadas sem garantia de renda – e muitas ficarão de fora do programa de ajuda emergencial. Em Recife, trabalhadora CLT teve salário assegurado e, nas redes sociais, promove campanha em defesa das companheiras Por Helena Dias, no Marco Zero O JOIO E O TRIGO Obesos, mal-nutridos e… desnacionalizados Três processos paralelos mudaram nutrição dos brasileiros, nos últimos trinta anos. Nunca fomos tão obesos. Comemos muito mais ultraprocessados. E corporações transnacionais controlaram produção de alimentos. Será mera coincidência? Por Giulia Afiune OUTRA SAÚDE A ultradireita procura um bode expiatório Depois de negligenciar por meses a covid-19, e ver EUA convertidos no epicentro da doença, Trump ataca… a OMS! Veja também: no Brasil, o ministério da Saúde vacila, a quarentena afrouxa e país fica sob ameaça de tragédia humanitária Por Maíra Mathias e Raquel Torres A pandemia alcança Alter do Chão No deslumbrante distrito paraense, frequentado por turistas de todo o mundo, anciã indígena morre e outros dois estão internados, graves. Doença pode se espalhar para outros vinte municípios. Hospital mais próximo tem apenas com 20 leitos de UTI Por João Soares, na DW Brasil DE OLHO NOS RURALISTAS Criminosos invadem terras e expõem indígenas ao vírus No interior da Amazônia, grileiros e madeireiros aproveitam-se da falta de fiscalização durante a pandemia para aterrorizar territórios ancestrais. Falta estrutura para atender povos originários, mais vulneráveis à doença e distantes dos hospitais, já sobrecarregados. Especialistas temem genocídio Por Caio de Freitas Paes Índia: como superar a pandemia quando falta água Mais de 600 milhões de pessoas sofrem com a precariedade do sistema de saneamento -- e não terão como manter higiene contra a doença. Nas favelas e no campo, população depende de caminhões-pipa e os banheiros públicos são superlotados Por Praveen S., no Brasil de Fato Na metrópole infectada, uma normalidade melancólica É a hora em que as panelas batem, mas aqui não há panelas. No centro de SP, nove da noite, há ainda movimento. A polícia nas ruas, os sem-teto nas escadas, os camelôs vendendo cigarros. Estranha rotina, à beira do iminente desastre social Uma crônica de Tarântula Nosso jornalismo de profundidade precisa se expandir Temos novos projetos. Em meio à crise civilizatória e à ameaça da extrema direita, sustentamos que o pós-capitalismo é possível. Queremos fazê-lo ainda mais intensamente. Participe: R$ 15 mensais R$ 30 mensais R$ 60 mensais