O distúrbio da caverna - Psicologia
Por Marco 
Aurélio Dias
O distúrbio da caverna
     Originalmente, os seres humanos 
são inimigos, são rivais, e esses milhares de anos de violência física primitiva 
praticada entre eles não podem ser apagados com a relativamente curta história 
do homem moderno. Instintos e traumas ancestrais fazem parte da psique humana. O 
distúrbio da caverna é um estado psicológico muito comum e que caracteriza uma 
interrupção da sequência normal de continuidade racional do homem moderno, 
talvez um afastamento das regras sociais de comportamento e relacionamento 
social, e o indivíduo entra no Labirinto da África (túnel psíquico da evolução), fica travado 
lá e responde com práticas de liberdade absoluta que eram comuns no tempo dos 
denisovanos e dos hominídeos anteriores, cujo comportamento a sociedade moderna 
considera crime. O estupro é um exemplo clássico desse distúrbio. As 
depredações, as pichações em prédios públicos e em residências particulares, 
etc., representam um surto momentâneo em indivíduos com propensão ao distúrbio 
da caverna. A pessoa pode ter esse distúrbio momentâneo ou em sequências 
rotineiras. A violência física nos lares contra mulheres e crianças é outro 
exemplo do distúrbio da caverna. Esse distúrbio pode funcionar na psique como um 
instinto da liberdade natural primitiva liberada, o que não é aceito pelos 
preceitos da liberdade social organizada através de leis, direitos e deveres. 
O instinto reprimido quase 
sempre é mais forte do que a razão e acaba agindo ocultamente. Talvez em algum momento da vida 
psíquica o estresse da sustentação da personalidade cause um rompimento da razão 
e a sombra se apodera da psique do indivíduo induzindo-o a 
comportamentos fora da lei ou marginalizados que estavam retidos, bloqueados e 
reprimidos. A liberdade natural primitiva liberada, nos casos negativos, 
acontece em surtos, e a pessoa age com violência irracional ou com 
arbitrariedades que invadem a vida íntima ou os direitos de outrem. Mas sofremos 
influências psíquicas de todas as fases evolutivas da psique humana e elas 
normalmente precisam ser filtradas pela razão nos casos em que geram 
comportamentos que são repudiados nos relacionamentos sociais. A razão social do 
ser humano não é contínua. Ela tem intervalos de razão natural. A racionalidade 
do homem moderno funciona na psique com uma sequência repetida de razão natural 
que substitui a razão social, e vice-verso, processando reflexões cognitivas 
imperceptíveis que comparam os conceitos do que somos e do que devemos 
representar. Sei que a banana que está na loja é para ser comprada, mas também 
sei que ela não é de ninguém e poderia ser comida sem nenhum ônus ou 
constrangimento moral. Essa sequência não pode ser interrompida porque a razão 
natural tem que ser imediatamente substituída pela razão social e vice-verso. 
Caso contrário o indivíduo comete delitos. Se a razão primitiva ou natural é 
injusta para a razão social, esta é igualmente injusta para a razão natural. 
Tanto é crime entrar na loja, pegar uma banana e sair sem pagar, quanto é crime 
tirar a banana da bananeira e colocá-la nas prateleiras da loja para ser 
vendida. Tanto é crime invadir um quintal, quanto é crime cercar um pedaço de 
terra. A razão social optou por legalizar certos crimes e devemos reconhecê-los 
como direitos modernos. A substituição da razão natural pela razão social é 
indispensável para que o indivíduo seja civilizado.  Leia mais
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O labirinto da África
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A sombra e a personalidade
A personalidade e a sombra
Por Marco 
Aurélio Dias
     A nossa liberdade natural é inibida, 
bloqueada e criticada desde que nascemos. Todos os seres humanos são de certa 
forma portadores do trauma do bloqueio da liberdade natural. Todos os nossos 
impulsos naturais instintivos precisam ser transformados em comportamentos 
sociais. Eles ficam na sombra da nossa personalidade. Por isso consideramos o 
ser humano como duplo: sombra e personalidade. A personalidade é o perfil que 
representamos socialmente. A sombra é o arquétipo natural das evoluções 
psíquicas e comportamentais do ser humano. Nela estão arquivados os registros 
das várias fases anteriores da psique moderna. A sombra é o indivíduo natural 
bloqueado e inibido, enquanto que a personalidade é uma representação social. O 
instinto de sobrevivência induz o indivíduo a pegar a banana que está na loja e 
se alimentar, mas deve reprimir esse comportamento. Existe um processo legal 
para adquirir aquela banana. A razão natural não reconhece 
proprietários. Os índios 
brasileiros achavam um absurdo os colonizadores cercarem as terras e impedi-los 
de circular livremente no planeta. Eles não tinham noção de propriedade 
particular e nunca desenvolveram essa ideia. Para a razão natural, 
uma banana madura, em 
qualquer situação, é um alimento e só serve para ser comida pelo primeiro que 
avistá-la. É exatamente como funciona com os outros animais. Porém o indivíduo 
humano tem que se reprimir e representar um papel de pessoa civilizada. A razão 
natural funciona bem na floresta virgem. Mas a pessoa que apresenta um quadro 
agudo do distúrbio da caverna, psicologicamente se alinha com a sombra 
e pode reagir socialmente com assaltos, roubos, estupros, mortes, chantagens, 
masoquismo, tirania, tortura, inveja perturbadora e todos os comportamentos 
negativos que conhecemos nos seres humanos, podendo mesmo cometer vários tipos 
de atrocidades como um antropoide hominídeo livre de 700 mil anos atrás fazia, e, além disso, 
com a sofisticação dos atributos da psique moderna. Ele raciocina com a razão 
natural: nada é de ninguém, tudo é da natureza. A psique dele não substitui a 
razão natural pela razão social. Talvez seja algo parecido com que denominamos 
de mente criminosa. Mas todo tipo de comportamento tem uma 
explicação psicológica e é uma reação causada por instintos, distúrbios, 
traumas, desvios e forças inconscientes que ainda não catalogamos nos estudos da 
psicologia. Esse 
distúrbio psíquico leva o indivíduo psicologicamente a ter comportamentos 
ocultos de liberdade absoluta e deve ser tratado com um método de psicologia 
reflexiva.
    
 Muitos deputados e políticos desenvolvem o distúrbio da caverna e assaltam o dinheiro público por conta 
de estarem vivendo psicologicamente a liberdade natural, e nem percebem a 
transformação. No Brasil, os prefeitos se achavam donos da coisa pública e davam 
terras para amigos em troca de apoio eleitoral, perdoavam dívidas de impostos a 
conhecidos, tiravam dinheiro do tesouro público para si mesmos, botavam 
funcionários da prefeitura para trabalhar nos jardins de sua casa, etc. Os 
colonizadores tinham liberdade natural para fazer o que queriam com os índios e 
com os seus escravos negros. Não são poucas as pessoas que apresentam um quadro 
de distúrbio da caverna e se comportam criminosa e indecorosamente como se a 
ética, a cidadania e as leis do direito penal não existissem para normatizar as 
regras do relacionamento social.     Leia mais
A evolução da psique e o labirinto da África
Por Marco 
Aurélio Dias
A evolução da psique e o Labirinto da África
     As pesquisas científicas comprovam 
as teorias evolucionistas de Charles Darwin e de outros estudiosos quanto ao 
fato do homem moderno ser o resultado de mutações e miscigenações de vários 
grupos de antropoides primitivos. Pelo menos mais de um milhão de anos esses 
antropoides viveram nas florestas da África, migraram para a Europa e a Ásia. 
Viveram inicialmente nas árvores, depois desceram, moraram em cavernas e levavam 
vida de animal selvagem. Era um tempo de terror selvagem e não existiam leis. 
Esses hominídeos matavam-se, roubavam-se e experimentavam uma liberdade natural 
absoluta para praticarem qualquer tipo de ação violenta 
e arbitrária. 
          A psique humana passou por várias 
fases de evolução durante esse período que nos separa daquele tempo e tem uma ligação inconsciente com as experiências do 
homem primitivo em todas as suas fases de expansão étnica, através do que 
podemos chamar de Labirinto da África. Sabemos que a natureza não dá saltos. A 
espécie humana evolui interiorizando suas fases psíquicas, do mesmo modo que a 
pessoa cresce interiorizando suas fases de criança, adolescente, jovem, 
etc. 
     O labirinto da África é uma 
concepção do corredor evolutivo, com várias combinações de 
passagens psíquicas conectadas e ramificações ligadas a todas as experiências 
evolutivas da espécie, cujo esquema psicológico nos remete a todas as fases 
anteriores da construção da psique moderna. A nossa conexão com o labirinto da 
África pode causar distúrbios de comportamento social e levar as pessoas a 
práticas de liberdade absoluta como naqueles tempos primitivos e que não são 
compatíveis com a sociedade moderna. A psique tem mobilidade e acesso aos 
corredores do labirinto e pode travar ou ficar presa em algum módulo ancestral 
da evolução psicológica humana, substituindo a razão moderna e pensando com 
arquétipos ultrapassados. Quando o indivíduo é provocado e fica enraivecido a 
sua psique vai recuando a várias fases anteriores de sua formação, chegando a 
estágios bem primitivos, e o indivíduo pode reagir como aquele antropoide 
ancestral que usava a violência naturalmente e não tinha nenhum conhecimento de 
respeito aos direitos sociais modernos. O primeiro recuo psíquico da pessoa 
enraivecida é ao estágio racional da lei de talião, e ela se sente motivada a 
responder com olho por olho e dente por dente, ou seja, fazer justiça pelas 
próprias mãos e aplicar a justa reciprocidade da pena e do crime. No entanto, 
sem motivações aparentes, uma pessoa pode vir a responder com pequenas reações 
primitivas de violência ou com diversos tipos de arbitrariedades ocultas que não 
são considerados crimes, mas falta de ética, falta de compostura, atitudes 
provocativas, relacionamentos dominadores, etc. Leia mais
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