quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O QUE LEVA UMA PESSOA AO SUICÍDIO?


O QUE LEVA UMA PESSOA AO SUICÍDIO?
A ameaça do ato é sempre real ou mais utilizado para chamar atenção?

Se te preocupas com alguém… leia… com muita atenção e leve muito a serio… inclusive a mim! Professor Negreiros!
Você pode perder alguém, que talvez goste, e ficar se culpando pelo resto de tua vida por não querer ‘perder’ alguns instantes/momentos/minutos de leitura…

Postado por Carla Leonel as 19:38 , 0 comentário(s)

O que leva uma pessoa ao suicídio? O suicida costuma ameaçar antes de praticar o ato? Deve-se acreditar em uma ameaça de suicídio como um fato ou como chantagem emocional?
Dados epidemiológicos mundiais indicam de forma clara que os comportamentos suicidas constituem um importante problema de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde estima que, em 2020, aproximadamente 1,53 milhões de pessoas no mundo morrerão por suicídio. Um número 10 a 20 vezes maior de indivíduos tentará o suicídio. Isso representa um caso de morte por suicídio a cada 20 segundos e uma tentativa de suicídio a cada 1 a 2 segundos (Bertolote e Fleishmann, 2002).
Tais números indicam que mais pessoas morrem por suicídio do que em todos os conflitos armados e, em muitos países, isso corresponde a um número igual ou maior de mortes em acidentes de trânsito.  Assim, a Organização Mundial de Saúde iniciou, em 1999, uma campanha mundial para a sua prevenção, conhecida como SUPRE-MISS (Suicide Prevention Multisite Intervention Study on Suicidal Behaviours).
A forma mais pragmática é a divisão entre fatores de risco modificáveis e não modificáveis, na qual o impacto de alguns fatores de risco pode ser reduzido, ou não, por meio de intervenções. Os fatores de risco modificáveis são o tratamento adequado e eficaz para o transtorno depressivo e a retirada de arma de fogo no domicílio. Entre os fatores não modificáveis estão as histórias pregressas (passadas) e familiares e os aspectos demográficos, como sexo e idade.
Suicídio é a trágica e intempestiva perda de vida humana. O mais devastador e perplexo de tudo que é representado por um ato da vontade. A palavra suicídio deriva do latim e significa: sui = si mesmo e caedes = ação de matar, isto é, a morte de si mesmo. Os atos suicidas são definidos como comportamentos potencialmente autolesivos, com evidência de que a pessoa pretendia se matar. O resultado de um ato suicida pode variar, desde a não ocorrência de lesão, até a morte. São subdivididos em tentativas de suicídio e suicídio (completo ou exitoso). As tentativas de suicídio são classificadas como sendo com ou sem lesão.
Tentativas de suicídio deveriam ser encaradas com seriedade, como um sinal de alerta, revelando a atuação de fenômenos psicossociais complexos. As reduções nos índices de suicídio e de tentativas de suicídio são dois dos objetivos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde no documento “Saúde para todos no ano 2000” (WHO, 1992).
O grau de intenção suicida de uma pessoa deve ser considerado como um ponto em um continuum: de um lado, está a certeza absoluta de matar-se e, no outro extremo, está a intenção de seguir vivendo. A condição sine qua non do suicídio é uma morte em que o sujeito é, ao mesmo tempo, o agente passivo e ativo, a vítima  (o desejo de morrer e o desejo de ser morto)  e o assassino (o desejo de matar).
Na intencionalidade do comportamento suicida deve-se levar em conta:
• A possibilidade ou impossibilidade de reversão do método empregado para morrer;
• As providências que tornam possíveis a ação de terceiros;
• Quando esta intervenção ocorre e pode-se inferir que a intencionalidade seja mínima.
Avaliar o grau de gravidade de uma tentativa de suicídio pode ser uma tarefa bastante difícil, pois são atos intencionais de autoagressão que não resultam em morte, desde atos discretos e velados de ameaça à própria vida, alguns deles talvez com o objetivo de ganhar atenção, até situações graves que necessitam de atendimento médico hospitalar.
A noção de que a ideação suicida varia dentro de um continuum, ocorrendo desde ideias não especificadas, como “a vida não vale a pena” ou “eu queria estar morto”, para ideias específicas, que se acompanham de intenção de morrer e/ou de um plano de suicídio.
A intenção suicida genuína é, frequentemente, ambivalente em relação à morte e a firmeza do propósito pode ser variável. Esses pacientes têm humor disfórico, com sentimento de inutilidade, falta de esperança, perda da autoestima e desejo de morrer.
Há o sentimento dos três “is”:
Intolerável (não suportar),
Inescapável (sem saída);
Interminável (sem fim).
Suicidas potenciais podem se arrepender e procurar ajuda após o ato. O alívio, após a tentativa, faz a pessoa refletir sobre seu ato.
IDENTIFICANDO INTENÇÃO SUICIDA
• A comunicação prévia de que iria ou vai se matar;
• Mensagem ou carta de adeus;
• Planejamento detalhado;
• Precauções para que o ato não seja descoberto;
• Ausência de pessoas por perto que possam socorrer;
• A não procura de ajuda, logo após a tentativa de suicídio;
• Método violento ou uso de drogas mais perigosas;
• Crenças de que o ato seja irreversível e letal;
• Providência finais (conta bancária, providenciar a escritura de imóveis, seguro de vida) antes do ato, afirmação clara de que deseja morrer, arrependimento por ter sobrevivido.
Entre os jovens, deve-se estar alerta para o abuso ou dependência de substâncias psicoativas associado à depressão, que incluem: tentativa suicida prévia, ideias suicidas, sentimentos de desesperança e problemas de abuso de substâncias, luto, acesso fácil ao método do suicídio e falta de apoio social. Outras situações estressantes habituais na adolescência são as mudanças físicas e psíquicas, busca da identidade e autonomia, e relacionamentos com grupos que favoreçam comportamentos destrutivos: atividade sexual precoce e sem proteção, porte de armas, delinquências, lutas corporais, tabagismo excessivo e intoxicação por álcool, e pobre gerenciamento da rotina dos filhos por parte dos pais.
INDICATIVOS DE REPETIÇÃO DE TENTATIVA DE SUICÍDIO
• Histórico prévio de hospitalização por autoagressões;
• Tratamento psiquiátrico anterior;
• Internação psiquiátrica prévia;
• Transtorno e personalidade antissocial;
• Alcoolismo e/ou drogadição;
• Não estar vivendo com a família.
FATOR PRECIPITANTE
A intoxicação por álcool é um potente fator no momento da morte. Três características marcam o ato suicida praticado por alcoólatras deprimidos:
• A impulsividade da tentativa;
• Aumento do consumo de álcool na véspera;
• Intoxicação alcoólica precedendo a tentativa;
• A presença de uma arma de fogo em casa é o mais poderoso fator, principalmente em adolescentes. 
FATORES DE RISCOS
Conhecer os fatores de risco auxilia a dissipar o mito de que o suicídio seja um ato aleatório, ou que resulte unicamente de sofrimento.
• O risco de suicídio aumenta com a idade e atinge seu maior nível após os 65 anos. É duas a três vezes mais frequente em homens do que em mulheres;
• Os divorciados e viúvos são os mais atingidos (quatro vezes mais que os casados), sendo seguidos pelos solteiros (duas vezes mais). Os casados são os menos afetados. A proteção oferecida pelo casamento é bem mais importante para os homens do que para as mulheres;
• A gravidez e a maternidade são fatores protetores para as mulheres, embora uma gravidez não planejada, sobretudo na adolescência, possa precipitar uma tentativa de suicídio;
• Há uma correlação positiva entre desemprego e suicídio, especialmente entre os homens;
• Estudos de históricos familiares mostram aumento de suicídio em famílias com vítimas de suicídio;
• Níveis cerebrais reduzidos de serotonina ou de seu metabólito, o ácido 5-HIAA, têm sido encontrados em vítimas de suicídio ou de graves tentativas;
• A história prévia de tentativa de suicídio é considerada um forte preditor de suicídio posterior, aumentando em cerca de 40 vezes nestes indivíduos em comparação com a população geral.
ABORDAGEM DAS TENTATIVAS DE SUICÍDIO
Consiste nos cuidados iniciais à saúde, seja emergência clínica e/ou cirúrgica, assegurar o bem-estar físico, evitando as complicações médicas decorrentes do ato. O médico do pronto-socorro deverá decidir se a vítima deverá ser levada para a unidade de terapia intensiva (UTI), para o centro cirúrgico ou ortopédico, setor de endoscopia ou clínica de queimados, ou às condutas nos casos de envenenamento. Poderá ser encaminhado ao ambulatório de saúde mental ou deve ser transferido para uma unidade psiquiátrica pela presença de risco, ou de transtorno psiquiátrico que necessite de tratamento especializado.
Após o exame clínico usual, devem ser investigados os recursos do paciente: avaliar a capacidade de elaboração, de resolução de problemas, os recursos materiais (moradia e alimentação), o suporte familiar (família próxima ou confiável), social, profissional e de instituições, e os eventos precipitantes: levantar todas as circunstâncias e motivações que deflagraram o ato. É frequente a presença de vários fatores estressantes, ou problemas psicossociais crônicos, problemas policiais ou pendência judicial, perda de ente querido, luto, doença física crônica, desemprego e eventos de vida adversos na presença de depressão. Os conflitos interpessoais, como brigas, desentendimentos e separações podem precipitar 50% das tentativas.
A hospitalização é indicada de acordo com o grau de risco potencial de suicídio, principalmente se o paciente não colabora, apresenta um transtorno mental grave que prejudica a sua crítica frente à situação e não possui uma rede de suporte familiar. Algumas vezes, uma hospitalização precipitada pode ser prejudicial ao paciente, frente a uma avaliação errônea do risco de suicídio. Após a escolha do ambiente terapêutico, pode se optar por tratamento em hospital, ambulatório, ou no domicílio.
A medicação adequada deve ser indicada e manuseada por profissionais habilitados com a dosagem, efeitos colaterais e interações medicamentosas, levando-se em conta as condições físicas do paciente, além da idade e peso. Grande vigilância faz-se necessária no início do tratamento com antidepressivos, pois eles demoram de dias a semanas para alcançarem efeito terapêutico.
O tratamento com eletroconvulsoterapia (ECT) deve ser cogitado naqueles casos graves, com forte determinação para o suicídio. Esse tipo de terapêutica não deve ser visto com preconceito, pois é um tratamento eficaz e seguro para diversos quadros psiquiátricos com risco de suicídio. O seu benefício ao paciente está relacionado diretamente à sua indicação oportuna e adequada, como na cardioversão. Em outros mais leves, encaminhamento para psicoterapia. A família e o paciente devem ser exaustivamente orientados e esclarecidos quanto à proposta terapêutica.
Uma internação domiciliar pode ser uma alternativa razoável. Isso é possível quando há baixo risco de suicídio, supervisão disponível e suporte adequado em casa. Os familiares e amigos devem revezar-se na tarefa de vigilância. Sentimentos e comportamentos como choque, confusão, negação, inquietação, regressão, desesperança e estado de alerta são comuns nos familiares.
A vigilância deve ser providenciada com o intuito de garantir a segurança do paciente:
• Retirar da casa medicamentos potencialmente letais, armas brancas e armas de fogo;
• Manter abstinência de álcool e drogas que possuem efeitos desinibitórios;
• Evitar locais elevados e sem proteção, pelo risco de se jogar;
• Evitar que o paciente fique sozinho, ou trancado em um recinto;
• Pode ser realizado um contrato de “não suicídio” (verbal ou escrito), que consiste em o paciente concordar em não realizar ato autoagressão e relatar a um familiar se tiver desejos suicidas.
Prevenção: destinam à melhora da assistência clínica ao indivíduo que já luta contra ideias suicidas, ou ao indivíduo que precise de atendimento médico por tentativa de suicídio. Abordagens que possam também reduzir a probabilidade do suicídio, antes que indivíduos vulneráveis alcancem o ponto de perigo. “Prevenir é melhor do que remediar”.
COMENTÁRIOS FINAIS
Em termos de tratamento e prevenção do suicídio, é provável que a redução considerável de morbidades psiquiátricas (transtorno afetivo bipolar, esquizofrenia, transtorno de dependência à substancias psicoativas, transtorno de personalidade etc.) na população deve também diminuir o risco de suicídio. No entanto, infelizmente, é pequeno o conhecimento sobre o valor preventivo das diversas intervenções existentes e apenas uma pequena parcela de pacientes com risco de suicídio recebem o tratamento adequado. 
Os esforços dos dirigentes de saúde pública devem se concentrar em:
• Projetos educativos, com o intuito de aumentar o conhecimento público e profissional dos fatores de risco para o suicídio;
• Melhorar o sistema de saúde para garantir o acesso precoce à avaliações clínicas adequadas, e aumentar a segurança e a efetividade dos tratamentos para os transtornos psiquiátricos com alto risco de suicídio;
• Investigações sobre a prevenção de suicídio, as quais por meio de pesquisas médicas podem esclarecer os benefícios e riscos específicos dos tratamentos médicos e intervenções psicossociais que possam prevenir o suicídio.
O determinismo multifatorial do suicídio impõe-nos, de início, analisar cada fator de risco com prudência. As correlações estatísticas não são as causas; elas nos permitem formular hipóteses de certeza variada. Somente um estudo prospectivo de avaliação de métodos de prevenção que procurem respostas para essas hipóteses pode permitir o engajamento de uma adequada política de profilaxia relacionada ao suicídio. A psicoeducação, ou seja, treinamento do paciente e/ou familiar para reconhecer os sintomas, é de fundamental importância e deve ser feita tanto pelo psiquiatra como por grupos de mútua ajuda www.fenix.org.br.
Por Dra. Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro
Doutora em Medicina pelo Departamento de Psiquiatria da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Conteúdo publicado no capítulo de Psiquiatria do livro Medicina, Mitos e Verdades (Carla Leonel).
Informações completas sobre este e outros assuntos você encontra no livro Medicina, Mitos & Verdades (Carla Leonel) 8ª edição - Editora CIP. Compre agora o livro "Medicina Mitos e Verdades" clicando aqui. Por R$ 99,00 - Pague em até 10x de R$ 9,90. Frete Grátis para todo Brasil. Mais de 5 mil assuntos | 800 páginas | 22 Especialidades médicas com os mais bem conceituados nomes da medicina no Brasil..


5 dados sobre o suicídio
Publicado em 18 de Jun de 2014 por Clara Ribeiro | Comente!

Ao contrário do que se pensa, o uso de álcool e drogas é uma das causas menos frequentes entre os casos de suicídio no mundo inteiro. Conheça cinco dados importantes sobre o assunto

Texto: Tayane Garcia / Foto: Shutterstock / Adaptação: Clara Ribeiro
É importante estar alerta aos fatores desencadeadores como depressão, bipolaridade e 
traumas da infância. A consulta a um profissional é essencial
Foto: Shutterstock 
Conheça 5 dados sobre os casos de suicídio pelo mundo:
1. É um problema de saúde pública mundial. De acordo com o estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2011, mais de 150.000 pessoas cometeram suicídio.
2. A ação está fortemente relacionada a fatores psicológicos intensos, como distúrbios, bipolaridade, depressão e esquizofrenia. O contexto social, as decepções amorosas e o uso de álcool e drogas são causas menos frequentes.
Leia mais sobre fatores psicológicos:
3. Outro desencadeador é o histórico familiar. Transtornos mentais, abusos físico ou sexual, violência e desestrutura familiar requerem atenção.
4. Para preveni-lo é necessário conhecer os fatores que podem influenciar a pessoa a cometê-lo. Fique atento a eventos como luto, desemprego etc.
5. Às vezes não se reconhece a necessidade de ajuda médica. Se você identifica o problema, sugira a consulta de um profissional. E evite deixar a pessoa só.


Suicídio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Suicídio
Retrato do poeta romântico inglês Thomas Chatterton, que teria se suicidado com arsênico em 1770.
Classificação e recursos externos
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Suicídio ou autocídio (do latim, sui, ou do grego autos: "próprio"; e do latim caedere ou cidium: "matar") é o ato intencional de matar a si mesmo.[1] Sua causa mais comum é um transtorno mental e/ou psicológico que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas.[2] Dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham um fator significativo.[3] Além da consideração nefasta do suicídio, há também avaliações positivas, sendo visto como uma vontade legítima ou um dever moral[4] .
Mais de um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se esta a décima causa de morte no mundo. Trata-se de uma das principais causas de morte entre adolescentes e adultos com menos de 35 anos de idade.[5] [6] Entretanto, há uma estimativa de 10 a 20 milhões de tentativas de suicídios não-fatais a cada ano em todo o mundo.[7]
As interpretações acerca do suicídio tem sido vistas pela ampla vista cultural em temas existenciais como religião, filosofia, psicologia, honra e o sentido da vida. Albert Camus escreveu certa vez: "O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia."[8] As religiões abraâmicas, por exemplo, consideram o suicídio uma ofensa contra Deus devido à crença religiosa na santidade da vida.[9] [10] No Ocidente, foi muitas vezes considerado como um crime grave. Por outro lado, durante a era dos samurais no Japão, o seppuku era respeitado como uma forma de expiação do fracasso ou como uma forma de protesto. No século XX, o suicídio sob a forma de auto-imolação tem sido usado como uma forma de protestar, enquanto que na forma de kamikaze e de atentados suicidas como uma tática militar ou terrorista. O sati é uma antiga prática funerária hindu no qual a viúva se auto-imola na pira funerária do marido, seja voluntariamente ou por pressão da famílias e/ou das leis do país.[11]
O suicídio medicamente assistido (Eutanásia, ou o "direito de morrer") é uma questão ética atualmente muito controversa que envolve um determinado paciente que esteja com uma doença terminal, ou em dor extrema, que tenha uma qualidade de vida muito mínima através de sua lesão ou doença. Para alguns, o auto sacrifício geralmente não é considerado suicídio, uma vez que o objetivo não é matar a si mesmo mas salvar outrem.

Índice

 

Classificação

Automutilação]

Ver artigo principal: Automutilação
A automutilação não é uma tentativa de suicídio; no entanto, tempos atrás as lesões autoprovocadas eram erroneamente classificada como uma tentativa de suicídio. Existe uma correlação não-causal entre a automutilação e o suicídio: ambos são mais comummente um efeito da depressão.[12]

Eutanásia e suicídio assistido

Ver artigo principal: Eutanásia
Máquina de eutanásia inventada por Philip Nitschke e disponível no Museu de Ciências de Londres.
Indivíduos que desejam pôr termo à sua própria vida podem recorrer ao auxílio de outra pessoa para atingir a morte. A outra pessoa, geralmente um membro da família ou um médico especializado, podem ajudar a praticar o ato, se o indivíduo não tem capacidade física para fazê-lo mesmo com os meios fornecidos. O suicídio assistido é uma questão moral e politicamente controversa em muitos países, como no caso do Dr. Jack Kevorkian, um médico que apoiava a eutanásia, afirmando ter ajudado 130 pacientes a terminarem suas próprias vidas, mas que foi condenado a 8 anos de prisão por isto. Apelidado de Doutor Morte, ele se candidatou ao Congresso dos Estados Unidos em 2008 defendendo a legalização da eutanásia.[13]

Ortotanásia

Ver artigo principal: Ortotanásia
É quando não se tomam medidas para prolongar artificialmente a vida de uma pessoa com uma doença letal, restringindo a fazer um tratamento paliativos para aliviar a dor e permitir uma morte digna. No Brasil essa prática só foi legalizada em 2010.[14]

Homicídio Suicídio

Trata-se do ato no qual um indivíduo mata uma ou várias outras pessoas imediatamente e comete suicídio para não ser preso.
Geralmente feito por vingança ou/e passional. Exemplos incluem o caso de Francisco Hyalisson Gonzaga que atirou na ex-namorada, Luana Kalyev Almeida e em seguida atirou na própria cabeça[15] e o de Edwin Valero, campeão mundial de boxe venezuelano acusado de enforcar a própria mulher.[16] .

Ataque suicida

Um ataque suicida é quando um atacante comete um ato de violência contra outros (geralmente um grande número de pessoas), normalmente para atingir um objetivo militar ou político, que resulta em sua própria morte. Os atentados suicidas são muitas vezes consideradas como um ato de terrorismo. Os exemplos históricos incluem o assassinato do Czar Alexandre II, o Bombardeamento do Hotel Shamo, o Atentado suicida do Dizengoff Center,os ataques kamikazes por pilotos aéreos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial e os Ataques de 11 de setembro de 2001. Entre 2000 e 2007 ocorreram 140 ataques suicidas em Israel que mataram 542 pessoas e feriram milhares.[17]

Suicídio em massa e pacto suicida

Certos suicídios são realizados sob pressão social ou de um grupo. Os suicídios coletivos, ou em massa, podem ocorrer apenas entre duas pessoas, como um "pacto suicida", ou com um número muito maior. Um exemplo é o suicídio em massa que ocorreu por membros do Peoples Temple, uma seita estado-unidense liderada por Jim Jones em 1978 na Guiana que levou a morte de 918 pessoas incluindo 270 menores de idade.[18]
Outro exemplo ocorreu em janeiro de 2012, na China.[19] [20] Trezentos funcionários da Foxconn, fabricante do Xbox 360, ameaçaram um suicídio coletivo se as reivindicações do grupo não forem atendidas.[21] O protesto terminou com um acordo entre a empresa e os funcionários.[22]

Indução de suicídio

Induzir, estimular, dar dicas ou apoiar de qualquer outra forma o suicídio de outra pessoa é um crime em vários países ocidentais, considerado como uma forma de homicídio doloso (intenção de matar). Essa punição leva em conta inclusive quando o estímulo é feito na internet.[23] [24] [25] No Brasil o artigo 122 do Código Penal prevê reclusão de dois a seis anos para quem induz, instiga ou ajuda alguém a cometer suicídio, ou reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.[26]

Suicídio metafórico

É o sentido metafórico de "destruição intencional de um auto-interesse",[27] como o suicídio político.

Causas

O comportamento suicida está associado com a impossibilidade do indivíduo de identificar alternativas viáveis para a solução de seus conflitos, optando pela morte como resposta de fuga da situação estressante.[28] Uma série de fatores estão associados com o risco de suicídio, incluindo doença mental, drogadição, bem como fatores sócio-econômicos. Embora as circunstâncias externas, tais como um evento traumático, podem desencadear o suicídio, não parece ser uma causa independente. Assim, os suicídios são mais prováveis de ocorrer durante os períodos de família sócio-econômico, ou uma crise individual.

Transtorno psicológico

Segundo a OMS, os transtornos psicológicos que estão mais associados com o risco de suicídio são[29] [30] :
Os transtornos mentais são freqüentemente presentes durante o momento do suicídio, com estimativas de 87%[31] a 98% dos casos.[32] Transtornos de humor estão presentes em 30%, abuso de substâncias em 18%, esquizofrenia em 14% e transtornos de personalidade em 8 a 20% dos suicídios.[32] [33] Estipula-se que entre 5 e 15% de pessoas com esquizofrenia morrem de suicídio.[34] [35] [36]

Abuso de substâncias

O abuso de álcool é um dos principais indicadores de ideação suicida.
O abuso de substâncias é a segunda causa mais comum de suicídio depois dos transtornos de humor.[37] Tanto o abuso crônico de substâncias, bem como o abuso de substâncias aguda está associada a um risco aumentado de suicídio. Isso é atribuído aos efeitos intoxicantes e desinibidor de muitas substâncias psicoativas, quando combinado com o sofrimento pessoal, como o luto o risco de suicídio é muito maior.[38] Mais de 50% dos suicídios estão relacionados ao álcool ou drogas. Até 25% dos toxicodependentes e alcoólicos cometem suicídio. Em adolescentes, o número é maior com álcool ou abuso de drogas, que desempenha um papel em até 70% dos suicídios. Foi recomendado que todos os toxicodependentes ou alcoólicos são investigadas por pensamentos suicidas, devido ao elevado risco de suicídio.[39]

Biológico

Para boa parte dos especialistas, a genética tem um efeito sobre o risco de suicídio[40] responsável por 30-50% de variância..[41] Grande parte deste relacionamento atua através da hereditariedade da doença mental.[41] Porém, a questão da hereditariedade é polêmica, alguns autores alegam que é apenas consequência de viver com pais com transtornos mentais (e esses sim seriam hereditários).[33]

Social

Problemas familiares, amorosos e financeiros
Um estudo encontrou maior frequência de suicídio entre pessoas com famílias desestruturadas e após rompimentos de relacionamentos amorosos entre jovens. Entre adultos separações e problemas financeiros são fatores de risco.[42] Apesar de problemas financeiros sérios serem um fator de risco e religião ser um fator de proteção Durkheim percebeu uma prevalência de suicídio entre pessoas de classe sócio-econômica mais elevada. [43] Outros autores também encontraram maior prevalência entre classes sócio-econômicas mais altas num estudo feito em São Paulo.[44] (falta citar a fonte)
Como forma de rebeldia ou protesto
Muitas vezes a greve de fome pode encaminhar no suicídio de mais de uma pessoa, como ocorreu na Irlanda em 1981 durante o Conflito na Irlanda do Norte liderado por Bobby Sands e que resultou em 10 mortes.[45]
Suicídio judicial
Muitas vezes uma pessoa que tenha cometido um crime pode cometer suicídio para evitar ser processado, como foi o caso de Budd Dwyer e Hermann Göring.[46]
Suicídio militar
Ataque kamikaze sobre a transportadora escolta USS White Plains (CVE-66).
Nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, alguns pilotos japoneses kamikazes voluntariaram para missões em uma tentativa de evitar a derrota para o Império. Perto do fim da guerra, os japoneses desenvolveram um pequeno avião (Ohka), cujo único propósito era missões kamikazes. Da mesma forma, as unidades da Luftwaffe faziam Selbstopfereinsatz (missões de auto-sacrifício) contra pontes Soviética. Na Alemanha nazista, muitos soldados e oficiais do governo (incluindo Adolf Hitler) mataram-se, em vez de se render aos Aliados da Segunda Guerra Mundial. O japonês também construiu um "homem-torpedo humano submarinos" suicídio chamado Kaitens.[47]

Ideação suicida

Carta de suicídio do poeta alemão Heinrich von Kleist (1777-1811) endereçada à sua meia-irmã Ulrike. Muitos suicidas, em particular personalidades públicas, escrevem notas de suicídio justificando o ato.
Ver também: Idealização suicida
Ver também: Nota de suicídio
Segundo a psicologia, existem vários comportamentos que indicam a possibilidade de ideação suicida. Dentre eles o relato de querer desaparecer, dormir para sempre, ir embora e nunca mais voltar ou mesmo objetivamente o relato do desejo de morrer, mesmo quando falado num tom de brincadeira, devem ser considerados indícios significativos e levados a sério.
Um importante indicativo é o uso abusivo de álcool, especialmente quando o início for precoce, existir um histórico familiar de alcoolismo e houver eventos disruptivos recentes ou perda de uma relação interpessoal importante.[29] Outro importante indicativo é o uso drogas ilegais. Enquanto pessoas com histórico de abuso de drogas tem mais de 50 vezes mais probabilidade de tentar suicídio do que os que nunca usaram. Mais de 40% dos suicidas tem histórico de abuso de álcool ou outra substância.[48]
Quanto mais comportamentos indicativos mais provável a ideação e necessidade de intervenção. Outros comportamentos associados com tentativas de suicídio e que devem ser tratados como alerta são:
O Inventário de Depressão de Beck (BDI) e a Escala de Ideação Suicida de Beck (BSI) pode ser usada para medir a gravidade dessa ideação.[54]

Fatores de risco

Retrato de uma família russa pintado por Wilhelm Amadeus Beer. Pais negligentes, libertários e/ou autoritários são um fator de risco para suicídio, enquanto pais atenciosos e responsáveis são um fator de proteção.[33]
Outros fatores importantes que deveriam ser considerados, pois seriam mais comuns entre aqueles que tentam suicídios[30] [33] [53] :
  • Planejar o suicídio;
  • Acesso ao método de suicídio;
  • Tentativas anteriores (as duas semanas após a tentativa é que tem mais risco);
  • Eventos estressores recentes (como perda do emprego, morte de ente querido, desastres naturais, guerras, diagnóstico de doença e divórcio);
  • Idade entre 13 e 19 anos (35% dos adolescentes brasileiros entre 13 e 19 anos tem ideação suicida)[55] ou depois dos 65;
  • Rede de apoio social restrita (poucos amigos e cuidadores).
  • Nível sócio-econômico e nível educacional baixos;
  • Traumas, tais como abuso físico e sexual;
  • Baixa auto-estima e desesperança;
  • Questões de orientação sexual (tais como homossexualidade e transsexuais);
  • Pouco discernimento, falta de controle da impulsividade, e comportamentos auto-destrutivos;
  • Poucos recursos (cognitivos, materiais, funcionais e sociais) para enfrentar problemas;
  • Doença física (como HIV) e dor crônica;
  • Exposição ao suicídio de outras pessoas.
Factores sócio-económicos como o desemprego, a pobreza, falta de moradia, e discriminação podem provocar pensamentos suicidas.[56] A pobreza pode não ser uma causa direta, mas pode aumentar o risco de suicídio, pois é um grupo de risco para depressão.[57]

Método

O principal método de suicídio varia dramaticamente entre os países. Os métodos de liderança em diferentes regiões incluem enforcamento, envenenamento por pesticidas e armas de fogo.[58] Em todo o mundo 30% dos suicídios são de pesticidas. A utilização deste método, contudo, varia consideravelmente de 4% na Europa a mais de 50% na região do Pacífico.[59] Nos Estados Unidos, 52% dos suicídios envolvem o uso de armas de fogo.[60] Asfixia e envenenamento também são bastante comuns neste país. Juntos, eles compreenderam aproximadamente 40% dos suicídios nos Estados Unidos. Outros métodos de suicídio incluem trauma contundente (saltando de um prédio ou uma ponte, jogando-se na frente de um trem, ou provocando um acidente de carro, por exemplo). Há ainda causas menos comuns, como afogamento intencional, choque elétrico, ou fome intencional.

Informações sobre suicídio

A associação americana de suicidologia o centro de controle e prevenção de doenças americano (CDC) defendem que aprender sobre o suicídios, sinais de alerta sobre ideação, fatores de risco e proteção e como intervir em crises são importantes medidas de prevenção.[61]
Porém definir se a exposição ou não a um suicídio é um fator de risco para novos suicídios ainda é uma questão controversa.[62] Um estudo de 1996 foi incapaz de encontrar uma relação de suicídios entre amigos.[63] No entanto, um outro estudo de 1986 encontrou maiores taxas de suicídio após um noticiário televisivo em relação ao suicídio.[64]

Epidemiologia

Expectativa de vida ajustado por auto infligimento por 100.000 habitantes em 2004.[65]
  sem dados
  menos que 80
  80-160
  160-240
  240-320
  320-400
  400-480
  480-560
  560-640
  640-720
  720-800
  800-850
  mais que 850
Taxa de suicídio por cada 100.000 homens (dados de 1978-2008)
  sem dados
  < 1
  1–5
  5–5.8
  5.8–8.5
  8.5–12
  12–19
  19–22.5
  22.5–26
  26–29.5
  29.5–33
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  >36.5
Taxa de suicídio por 100.000 mulheres (dados de 1978-2008)
  sem dados
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  1–5
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  5.8–8.5
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  22.5–26
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O suicídio é a décima causa de morte no mundo,[2] com cerca de um milhão de pessoas mortas por suicídio anualmente.[66] Em todo o mundo as taxas de suicídio aumentaram 60% nos últimos 50 anos, principalmente nos países em desenvolvimento. A maioria dos suicídios do mundo ocorrem na Ásia, que é estimada em até 60% de todos os suicídios do planeta. Segundo a Organização Mundial da Saúde, China, Índia e Japão podem ser responsáveis por 40% de todos os suicídios no mundo.[67] Nos Estados Unidos, a taxa de suicídios está aumentando pela primeira vez em uma década, enquanto que no Brasil, regionalmente, o índice é semelhante ao de países com maiores taxas do mundo, principalmente no Rio Grande do Sul e o Mato Grosso do Sul.[68] O aumento da taxa de suicídio global entre 1999 e 2005 foi devido principalmente a um aumento dos suicídios entre os brancos com idade de 40-64, com média branca de meia-idade entre as mulheres que experimentaram o maior aumento anual.[69]

Gênero

No mundo ocidental, os homens morrem muito mais frequentemente por meio de suicídio do que as mulheres, embora as mulheres tentem o suicídio com mais freqüência. Alguns médicos acreditam que isso decorre do fato de que os homens são mais propensos a acabar com suas vidas através de meios eficazes de violência, principalmente quando as mulheres usam métodos mais lentos, como consumo excessivo de medicamentos.[carece de fontes?]

Alcoolismo e uso de drogas

Estudos norte-americanos mostraram que 33% a 69% dos suicidas apresentavam alcoolemia positiva.[70] De fato, nos Estados Unidos, 16,5% dos suicídios estão relacionados ao álcool.[71] No Reino Unido, um estudo de suicídios ocorridos entre 1988 e 1995 determinou que 45% das vítimas apresentavam alcoolemia positiva, com maiores porcentagens na faixa etária de 35 a 44 anos Alcoólatras são de 5 a 20 vezes mais propensos a se matar, enquanto o mal uso de outras drogas aumenta o risco de 10 a 20 vezes.[72] No Brasil, em estudo realizado com 290 vítimas de suicídios na cidade de São Paulo, 36,2% apresentavam alcoolemia positiva.[73] Cerca de 15% dos alcoólicos cometem suicídio, e cerca de 33% dos suicídios em menos de 35 anos têm um diagnóstico primário de álcool ou abuso de outras substâncias, mais de 50% dos suicídios estão relacionados à dependência de álcool ou drogas. Sabe-se que o consumo de álcool aumenta a agressividade e essa afirmação é também válida para violência dirigida a si mesmo.[74] Em adolescentes o álcool ou uso indevido de drogas desempenha um papel em até 70% dos suicídios.[39] [75]

Etnia

Taxas de suicídio nacionais diferem significativamente entre países e entre grupos étnicos no interior dos países.[76] Por exemplo, no EUA, não-hispânicos caucasianos são quase 2,5 vezes mais propensos a se matar do que afro-americanos ou hispânicos.[77] No Reino Unido as taxas de suicídio variam significativamente entre as diferentes partes do país. Na Escócia, por exemplo, a taxa de suicídio é aproximadamente o dobro do que na Inglaterra.[78]

No mundo

Taxas de suicídio por 100 000 habitantes.
No mundo, 815 000 pessoas cometeram suicídio no ano 2000, o que perfaz 14,5 mortes por 100 000 habitantes (uma morte a cada 40 segundos)[79] Países do Leste Europeu são os recordistas em média de suicídio por 100.000 habitantes. A Lituânia (41,9), Estônia (40,1), Rússia (37,6), Letônia (33,9) e Hungria (32,9). Guatemala, Filipinas e Albânia estão no lado oposto, com a menor taxa, variando entre 0,5 e 2. Os demais estão na faixa de 10 a 16. Em números absolutos, porém, a República Popular da China lidera as estatísticas. Foram 195 mil suicídios no ano de 2000, seguido pela Índia com 87 mil, a Rússia com 52,5 mil, os Estados Unidos com 31 mil, o Japão com vinte mil e a Alemanha com 12,5 mil.
Rússia
Todos os anos 60 mil pessoas põem um fim às suas vidas na Rússia, onde a taxa de suicídio é a segunda no mundo—são 34,9 por 100 mil habitantes, abaixo somente da Lituânia e leste europeu anunciou a diretora do Centro Serbski de Psiquiatria Social e Judiciária da Rússia, Tatiana Dmitrieva, em entrevista coletiva organizada por ocasião do Dia Internacional da Saúde Mental. Em 2008, foram registados 29 suicídios por 100 mil habitantes, índice muito superior à média mundial de 14 por 100 mil.[80] As altas taxas provavelmente estão associadas com a grande frequência de alcoolismo, crises sócio-econômica e fatores culturais.
Japão
O Japão tem a mais alta taxa de suicídio do mundo desenvolvido (24,1 por 100.000 habitantes). Os suicídios atingiram o número recorde de 34.427 em 2003 (+ 7,1% com relação a 2002) Geralmente empresários e funcionários, comentem suicídios motivados por escândalos de corrupção ou perda de dignidade na sociedade.[81]
No ano de 2008 o suicídio entre jovens bateu novo recorde no Japão, tendo alcançado 4.850 mortes , 1,7% a mais que no ano anterior, informou a polícia japonesa. Mesmo com este aumento, em 2008, 32 249 pessoas se mataram no Japão, uma baixa de 2,6% em com relação aos números de 2007.
A taxa de suicídios foi, no ano de 2008, de 25,3 para cada 100 mil habitantes, o que coloca o Japão entre os dez países do mundo com mais casos. O suicídio é a sexta maior causa de morte no Japão, onde não está associado a um tabu social.[82]
França
Em 1996, a França teve 12 000 suicídios por 160 000 tentativas; com 62 milhões de habitantes, esses números representam aproximadamente 19,6 suicídios por 100 000 habitantes, ou seja, um suicídio por 5 000 pessoas, e uma tentativa por 400 pessoas. A França ocupa o quarto lugar entre os países desenvolvidos. Esses números são mais ou menos estáveis desde 1980. Assim como em outros países da Europa o suicídio já se tornou uma causa mortis mais frequente que os acidentes de trânsito. Fatores culturais e crises sócio-econômicas agravaram a situação em 2008-2009.[83]
Brasil
Ver artigo principal: Suicídio no Brasil
No Brasil, 4,9 pessoas a cada 100 mil morrem por suicídio por ano, uma das menores médias do mundo. E ao contrário do resto do mundo onde é mais comum entre adultos, no Brasil há uma prevalência entre os jovens entre 15 e 24 anos.[84] Entre os estados, o Rio Grande do Sul é o que tem a maior taxa, 9,88 para 100 mil. Entre as cidades, o município com o maior índice é o de Amambai (MS), com mais de 49,3 casos a cada 100 mil habitantes, uma das cidades com maior índice de suicídio do mundo. (Mapa do suicídio estadual: [29]). Um dos métodos mais comuns no país são venenos como o agrotóxico Tamaron. Foram registradas 7.987 mortes por suicídio no País.[85] Entre os índios, o índice de suicídio foi de 98 por 100 mil, um índice alarmante que já responde por 81% dos suicídios em Mato Grosso do Sul e no Amazonas.[84]
No Rio Grande do Sul, em 2004, foi identificada a maior mortalidade masculina por suicídio do país com 16,6 mortes a cada 100 mil homens, enquanto Maranhão ficou em último lugar com 2,3 mortes a cada 100 mil homens. Em relação às mulheres, Mato Grosso do Sul ocupou o primeiro lugar com 4,2 mortes a cada 100 mil mulheres, e Rio Grande do Norte o último com mortalidade de 0,6 a cada 100 mil mulheres.[86]
Em 2005, seguindo as recomendações da OMS para combater o aumento no número de casos, foram elaborado de políticas nacionais de prevenção ao suicídio, atuando em esfera nacional, estadual e municipal.(Mais informações: [30])[87] .
Portugal
Em Portugal em 2003 11,1 pessoas por cada 100 mil morreram por suicídio sendo que a distribuição por género é de 17,1 por 100 mil para os homens e 5 por 100 mil para as mulheres.[88] [89] A taxa de suicídio em Portugal dobrou na última década, de cerca de 600 para mais de 1.200 casos por ano.[90]
O enforcamento é o método de suicídio mais utilizado em 16 países europeus, incluindo Portugal, representando quase metade do total de casos. O segundo mais usado depende do gênero, sendo armas de fogo para homens e afogamento pelas mulheres sendo o oposto (arma de fogo por mulheres e afogamento por homens) muito raro.
Entre os jovens masculinos dos 15 aos 24, Portugal é o país que apresenta a taxa mais baixa da Europa. Além disso, é um dos países com menos suicídios entre mulheres.[88] O número de suicídios aumenta com a faixa etária, sendo mais frequente em homens acima dos 50 anos, esta peculiaridade pode ser reflexo de fatores históricos e culturais. Entre 1902 e 1939 o número de suicídios registrados aumentou de 236 para 969 casos e seguiu estável entre 750 e 1000 até 1975. E desde essa época que o número de suicídios entre homens já era entre duas e quatro vezes mais comuns do que mulheres e predominava entre os mais velhos.[91] Houve um grande decréscimo a partir da década de 70, chegando a 516 casos em 2000, menos número em 40 anos. Porém, em 2002 e 2003, esse número dobrou ultrapassando os mil casos e seguiu aumentando até 2010, tornando-se a causa de morte não-natural mais comum do país, superando o número por acidentes viários.[88] [92]
Segundo a Sociedade Portuguesa de Suicidologia, entre 1998 a 2008, a média anual de suicídios no Baixo Alentejo foi de 53 casos, enquanto no concelho de Odemira, em 2007, foram registrados 61 mortes a cada 100 mil habitantes, com um grande número de casos na freguesia de Saboia, levando a região a um dos maiores índices de suicídio em todo o mundo. Um dos prováveis motivos pode ser o aumento no índice de desemprego e depressão maior.[88]
No sexo feminino, a menor taxa registou-se na região autónoma da Madeira, onde não houve casos registrados. Salienta-se que nas regiões Norte e Açores ocorreu menos de um suicídio por 100.000 habitantes. No sexo masculino, a região com menor taxa foi a do Norte. De um modo geral, em Portugal registaram-se mais suicídios nos meses de Junho, Julho e Setembro. Janeiro e Fevereiro foram os meses com menor número de registos. Fazendo uma análise por sexos, não se verificam grandes diferenças de perfis, registando-se um maior número de suicídios no sexo masculino nos meses de Junho e Setembro e no sexo feminino em Junho e Julho.

Prevenção

Ver artigo principal: Prevenção do suicídio
Policial de Dallas tenta convencer uma mulher a não se jogar do edifício. Grande parte dos policiais das grandes cidades recebem treinamento para esses tipos de situações.
Segundo diversos especialistas a prevenção suicídio não deve ser apenas uma preocupação exclusiva de médicos, e sim de todos os profissionais de saúde, de segurança e da comunidade humana em sua totalidade.[93] [94] [95]

Abordagem psicológica

A abordagem psicológica quanto ao suicídio foca-se na prevenção e na intervenção em crise. A visão predominante da psicologia moderna é de que o suicídio é um problema de saúde mental, associada a fatores psicológicos como a dificuldade ou a impotência em lidar com eventos altamente estressantes, impacto de transtornos mentais e . Ao invés de uma verdadeira intenção de morrer, a tentativa de suicídio por vezes é interpretada como um "grito de socorro" para chamar a atenção ao seu desespero e seu desejo de fuga.[96] A maioria das pessoas que tentam suicidar-se não obtém sucesso em sua primeira tentativa e frequentemente tentam novamente em outro momento. Pessoas com tentativas anteriores têm mais probabilidade de realizarem o ato com sucesso, por isso, é importante que a família e amigos se mantenham alerta e tomem medidas de prevenção contra novas tentativas.[97]

Intervenção em crise

Segundo a psicologia e a psiquiatria, caso seja identificado ideação suicida em alguém algumas das medidas que podem ser tomadas para evitar a conclusão do ato é[53] [98] [99] [100] :
  • Colocar a pessoa em acompanhamento psicológico e psiquiátrico;
  • Mobilizar a rede social de apoio (família, parceiro(a), amigos...);
  • Em casos graves, internação em um Centro de Atenção Psicossocial(CAPS);
  • Fazer um contrato de vida, onde a pessoa se compromete a ligar para pessoas de sua confiança antes de cometer o suicídio;
  • Monitoramento regular;
  • Restringir acesso a álcool e drogas;
  • Retirar acesso aos métodos (como arma de fogo e venenos para animais) do ambiente;
  • Conversar sobre alternativas para solução dos problemas atuais e de como encará-los de uma forma mais saudável.
Família e amigos devem ficar alerta para pessoas com ideação suicida que começaram a usar antidepressivos. Medicação antidepressiva apesar de diminuir a ideação a longo prazo, nos primeiros meses aumenta bastante os riscos, ao melhorar a capacidade do indivíduo de tomar decisões e tomar atitudes, e por isso precisa de acompanhamento constante.[101]
Contenção física pode ser necessária durante uma tentativa. Conseguir conter o momento de crise e o impulso de se matar frequemente é eficaz para prevenir o suicídio temporariamente. A intervenção em crise geralmente é pontual durando de duas a seis sessões. Intervenções preventivas feitas em comunidades teve bom resultados como forma de preparar as pessoas a lidar com crises e fazer um acolhimento mais adequado.[102]
Conseguir conter o momento de crise e o impulso de se matar frequentemente é eficaz para prevenir o suicídio temporariamente. A intervenção em crise geralmente é pontual durando de duas a seis sessões. Estudos apontam que algumas intervenções preventivas feitas em comunidades obtiveram bons resultados como forma de preparar as pessoas a lidar com crises e fazer um acolhimento mais adequado.[103]

Aspectos sociais

Legislação

Uma faca tantō preparada para o seppuku.
Países aonde a eutanásia é legalizada (em verde escuro), e países aonde a legalização está sendo discutida (em verde claro e em laranja). No Território do Norte, na Austrália, a eutanásia chegou a ser legalizada, mas depois a prática foi novamente considerada criminosa.
Antigamente, em Atenas, uma pessoa que havia cometido suicídio (sem a aprovação do Estado) era negada às honras de um funeral normal; a pessoa era enterrada sozinha, na periferia da cidade, sem lápide ou inscrição.[104] Um decreto-lei criminal emitido por Luís XIV de França em 1670 era muito mais grave em sua punição: o corpo do morto era atirado pelas ruas, virado para baixo, depois pendurado ou jogado em uma pilha de lixo, enquanto que todos os seus bens eram confiscados.[105] Em contrapartida, os soldados da Roma antiga e do Japão Feudal que haviam sido derrotados nas guerras eram obrigados a cometerem suicídio.
Modernamente, em algumas jurisdições, um ato incompleto ou ato de suicídio é considerada um crime. Mais comumente, um membro do grupo sobrevivente que ajudou na tentativa de suicídio enfrentará acusações criminais. No Brasil, se a ajuda for direcionada para um menor, a pena é aplicada em seu duplo e não considerada como homicídio. Na Itália e no Canadá, a instigação ao suicídio a outrem também é uma ofensa criminal. Em Singapura, que presta assistência no suicídio de uma pessoa com deficiência mental, esta é uma ofensa capital. Na Índia, o suicídio, a cumplicidade de um menor ou uma pessoa com problemas mentais podem resultar em um prazo máximo de prisão de 1 ano com uma possível multa.[106]
Na Alemanha, as seguintes leis se aplicam no caso do suicídio:[107]
  • a eutanásia ativa (morte a pedido do próprio paciente) é proibida pelo artigo 216 do Código Penal (Strafgesetzbuch, Código Penal alemão), punível com pena de seis meses a cinco anos de prisão;
  • a lei alemã interpreta o suicídio como um acidente e todas as pessoas presentes durante o ato podem ser processadas por não prestar auxílio e caso de emergência. Um suicídio torna-se legalmente emergencial quando uma pessoa perde a consciência suicida. A falta de prestação de auxílio é punível nos termos do artigo 323C do Código Penal Suíço, com uma pena de prisão máxima de um ano.

Interpretações religiosas

Émile Durkheim, em sua teoria sobre o suicídio, acredita que a religião promove valores compartilhados, interação e limites sociais fortes que evitam que o indivíduo se sinta isolado e, ao mesmo tempo, estabelecem um conjunto de ideais pelos quais viver, constituindo-se em um fator protetor contra o suicídio.[108] Alguns estudos internacionais mostraram que realmente ter uma religião diminui o número de tentativas de suicídio e aumentam a aversão a esse ato.[109]
Porém mesmo com o cristianismo condenando o suicídio em um estudo brasileiro a frequência de ideação suicida significativa foi encontrada em 26,4% dos católicos, 24% dos evangélicos, 13,3% dos espíritas/outros e apenas 10% de pessoas que se definiam sem religião. Analisando do ponto de vista da intensidade da religião em sua vida 24% dos muito religiosos tinham ideação suicida, 21% dos moderadamente religiosos e 32,1% dos pouco religiosos. Um aumento de depressão maior também foi encontrado entre religiosos (30%) em comparação a pessoas sem religião (20%).[110] . Outro estudo brasileiro mostrou que religião, nível de ortodoxia e nem mesmo o medo da morte servem como predição da aceitação do suicídio.[111]

Judaico-cristã

Judas enforcado cercado por demônios. Afresco em Mălâncrav.
Na maioria das escolas do cristianismo, o suicídio é considerado um pecado, baseado principalmente em escritos de influentes pensadores da Idade Média como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino; o suicídio não era considerado um pecado sob o código de Justianiano do Império Bizantino, no entanto.[112] [113] Na doutrina católica, o argumento é baseado no mandamento "Não matarás" (aplicado no âmbito do Novo Testamento por Jesus em Mateus 19:18), bem como a ideia de que a vida é um dom dado por Deus que não deve ser desprezada, e que o suicídio é contra a ordem "natural" e, portanto, interfere com a vontade de Deus.[114] [115]
Na Idade Média, a Igreja Católica Romana condenava o suicídio, e para desestimular o ato aqueles que morriam dessa forma não eram enterrados, os corpos ficavam ao ar livre para serem devorados pelas "feras" e aves de rapina.[116]
A Bíblia, embora nunca use a palavra suicídio, conta sobre algumas pessoas que o desejaram (inclusive , Moisés e Elias) e sobre várias que cometeram atos suicidas (como Sansão, Saul e Judas Iscariotes). Pela bíblia não se pode garantir que todos suicidas vão para o inferno[117] , pois ao mesmo tempo que o suicídio é visto como um pecado gravíssimo (por ir contra o "Não matarás") que deve ser evitado por todos aqueles que tem fé em Deus, aqueles que perderam algum ente querido nessas condições podem encontrar consolo nas passagens "os cristãos podem saber que possuem a vida eterna sem qualquer dúvida" (1 João 5:13), "Nada pode separar um cristão do amor de Deus" (Romanos 8:38-39) e na passagem que diz que Jesus perdoou todos os pecados com seu sacríficio.[118]
O judaísmo enfoca a importância da valorização da vida, e como tal, o suicídio é o mesmo que negar a bondade de Deus no mundo. Apesar disso, existem relatos de judeus que se suicidaram em circunstâncias extremas, quando estavam correndo de serem escravizados, humilhados ou mortos (ver Massada e Saul (rei) por exemplo)[119] . Para honrar suas memórias há mesmo uma oração na liturgia judaica "para aqueles que estão morrendo, com a faca na garganta, para santificar o nome de Deus" (Ver: martírio). Estes atos são considerados polêmicos entre autoridades judaicas, sendo considerados por alguns como exemplos de martírio heróico, enquanto outros afirmam que foi errado eles tomarem suas próprias vidas.[119]
No Talmud existe uma história aplicável à questão da eutanásia. O grande sábio Rabi Chanina estava sendo queimado vivo pelos romanos. Seus alunos pediram-lhe para acabar com seu sofrimento rapidamente, abrindo sua boca e respirando a fumaça e chamas. Mas ele respondeu: "É melhor que Ele, que deu me a minha alma, leve-a, em vez de eu causar danos a mim mesmo."[119]

Islamismo

O suicídio não é permitido na religião do islã;[120] contudo, martirizando-se para Deus (durante o combate) não é o mesmo de completar o suicídio. Suicídio no Islã é visto como um sinal de descrença em Deus.[121] Entretanto, as operações de martírio ('amaliyah istishâdiyah) por detonação de explosivos comumente praticadas por grupos de resistência religiosa e nacionalista como o Hamas, o Hizbollah, a Jihad Islâmica e a Al-Qaeda, são consideradas suicidas.


Hinduísmo

No hinduismo, o suicídio é desaprovado e é considerado tanto pecaminoso como matar outra pessoa. Os textos hindus dizem que quem comete suicídio passará a fazer parte do espírito do mundo, vagando pela Terra até o dia em que deveria ter falecido, caso não houvesse cometido suicídio.[122]

Budismo

Para o Budismo, já que o primeiro preceito é que não se destrua nenhuma forma de vida, incluindo a sua própria, o suicídio é visto como uma ação negativa.
Nos ensinamentos budistas, o passado dos indivíduos atua fortemente na influência que experimentam no presente; atos presentes, por sua vez, tornam-se a influência de fundo para experiências futuras (carma). As ações produzidas pela mente, pelo corpo e pela reação, ou repercussão, por sua vez, são a causa das condições (boas e más) de que nos deparamos no mundo de hoje.
No entanto, alguns suttas mostram que a questão não é tão simples:
No Samyutta Nikaya IV.23, o Buda fala sobre o suicídio do venerável Godhika:
"Assim de fato é como os determinados agem:
eles não têm apego à vida.
Extirpando o desejo pela raiz,
Godhika realizou o paranibbana."
No Majjhima Nikaya 144, o Buda fala sobre o suicídio do bhikkhu Channa:
"Sariputta, quando alguém deita este corpo e se apega a um novo corpo, então eu digo que esse alguém é censurável. Não houve nada disso no bhikkhu Channa; o bhikkhu Channa usou a faca de modo puro."
Isso não significa que o Buda aprovasse o suicídio; o que estes dois suttas mostram é que existem circunstâncias em que o suicídio pode ser aceitável, por exemplo quando ele conduz ao paranibbana.

Seitas pró-suicídio

Os cátaros na Idade Média praticavam e legitimavam o suicídio, que segundo eles era uma forma de libertação do espírito (criado pelo Deus do bem) que se encontra sob o jugo da matéria (criada pelo Deus do mal). Para as seitas gnósticas da Antiguidade e da Idade Média, todas as formas de vida (bios) eram consideradas como cárcere do espírito divino e como tal, deveriam ser destruídas.
Algumas seitas religiosas modernas fazem cultos ao suicídio, como a Ordem do Templo Solar, a Heaven's Gate, a Peoples Temple e outras.[123]

Filosofia

A Saída, ou Idealização suicida: George Grie, 2007.
O suicídio e seu contexto existencialista é um amplo tema para a filosofia. Pensando nisso, Albert Camus escreveu certa vez: "O suicídio é a grande questão filosófica de nosso tempo, decidir se a vida merece ou não ser vivida é responder a uma pergunta fundamental da filosofia."[8] Vilém Flusser, estudioso tcheco naturalizado brasileiro, escrevia, num artigo que estuda Camus: "O suicídio é, portanto, uma espécie de metafísica, uma espécie de truque teológico, em resumo: uma tentativa desonesta de escapar ao absurdo. Consequentemente, o suicídio deve ser repelido, como qualquer outra espécie de metafísica. É preciso continuar vivendo com o nojo, dia após dia, momento após momento, para viver o mais possível, já que não se pode viver o melhor possível. Somente assim, devorando quantidade em vez de qualidade, somente como Don Juan, ator ou conquistador, é o homem honesto."[124]
Um exemplo antigo e notável da filosofia do suicídio nos vem de Platão, que argumentava que o suicídio não é errado quando o indivíduo está condenado à morte pelo Estado (no caso, ele citava Sócrates), compelido por infortúnio, ou quando sofre uma desgraça irreversível; no entanto, Platão acredita que o suicídio deve ser punido quando origina-se de uma "covardia viril e preguiçosa".[125] Alguns filósofos mais contemporâneos vêem o suicídio como um assunto legítimo de escolha pessoal e um direito humano (coloquialmente conhecido como o "direito de morrer"), e alegam que ninguém deveria ser obrigado a sofrer contra a sua vontade, sobretudo de condições como doenças incuráveis, doenças mentais, e idade avançada que não têm nenhuma possibilidade de melhoria.
Os defensores deste ponto de vista rejeitam a crença de que o suicídio é sempre irracional, argumentando às vezes que ele pode ser um último recurso válido para dores maiores e para certos traumas persistentes. Essa perspectiva é mais popular na Europa continental, onde a eutanásia e outros temas, como são comumente discutidas no parlamento, tem uma boa dose de apoio.[126] Um segmento mais estreito desse grupo considera o suicídio como uma escolha grave mas condenável em algumas circunstâncias e um direito sagrado que todos tem (mesmo as pessoas jovens e saudáveis), que acredita que eles têm plena consciência racional para decidirem sobre suas próprias vidas. Podemos citar alguns adeptos notáveis dessa escola de pensamento, como Arthur Schopenhauer, filósofo pessimista,[127] Friedrich Nietzsche, e o empirista escocês David Hume.[128] Os adeptos desta visão muitas vezes defendem a revogação das leis que restringem as liberdades dos povos conhecidos por serem suicidas, bem como as leis que permitem o seu compromisso involuntário em hospitais mentais.

Suicidas famosos

Ver artigo principal: Anexo:Lista de suicídios

Ver também

O Wikiquote possui citações de ou sobre: Suicídio
O Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Suicídio
Livros

Referências

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  19. Ir para cima China: funcionários da Foxconn ameaçam suicídio em massa
  20. Ir para cima Trabalhadores ameaçam suicídio coletivo em fábrica de X360 na China
  21. Ir para cima 300 operários da Foxconn ameaçam se suicidar caso não recebam aumento de salário
  22. Ir para cima Foxconn faz acordo com funcionários após ameaça de suicídio coletivo
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A Verdadeira Revolução

 
A Verdadeira Revolução: A observação de nós mesmos
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origem ao europeu moderno

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Compartilhada publicamente19:55
 
Três tribos da antiguidade deram origem ao europeu moderno http://ow.ly/Jfm5Y
Principais populações eram de caçadores de pele escura e olhos azuis e de fazendeiros de pele clara e olhos castanhos
 
 

Três tribos da antiguidade deram origem ao europeu moderno

23/09/2014 - 09H09/ atualizado 09H0909 / por André Jorge de Oliveira
Concepção artística dos caçadores de pele escura e olhos azuis (Foto: Reprodução)
Pode parecer estranho, mas um estudo genético publicado recentemente na revista Nature descobriu que o genoma da população europeia moderna foi forjado a partir da mistura entre o material genético de apenas três tribos antigas. A riqueza de características físicas encontradas atualmente no continente teve origem através da miscigenação entre fazendeiros do Oriente dotados de pele clara e cabelos castanhos que migraram para a região há cerca de 7,5 mil anos e uma tribo de caçadores que já habitava a Europa há muito mais tempo e tinha traços exóticos para os padrões atuais – que inclusive contrariam a imagem que se tinha do europeu daquele período.
PELE DO EUROPEU TERIA FICADO MAIS CLARA DEPOIS DA AGRICULTURA
"Eles tinham uma combinação de pele escura e olhos azuis que não existe mais nos dias de hoje", disse à BBC David Reich, um dos autores da pesquisa. Durante a Era do Gelo, esta tribo habitou a região do Mediterrâneo, tendo se espalhado pelo território quando a temperatura voltou a subir. Apesar de o genoma ter se perdido ao longo da evolução humana, os genes desta população permanecem principalmente no DNA de habitantes do norte e do leste europeu. Os pesquisadores acreditam que este fenótipo desapareceu pois não era favorável a sociedades agrícolas.
A hipótese tem a ver com a vitamina D: enquanto os caçadores conseguem obtê-la através de sua alimentação, os fazendeiros precisam produzir uma quantidade muito maior através da exposição ao sol. "Uma vez que o caçador se torna agricultor, ele não tem mais tanto acesso a esse tipo de vitamina, então, existe uma seleção natural que 'clareia' a pele da população”, explica Reich.
O estudo foi feito a partir da análise do genoma de sete caçadores que viveram no que hoje é a Escandinávia e de um de Luxemburgo, além de um fazendeiro encontrado na região de Stuttgart, na Alemanha. No entanto, ao comparar as informações obtidas com a de 2.345 europeus modernos, os pesquisadores se depararam com uma lacuna que indicava que deveria haver uma terceira tribo no mosaico genético do continente – até 2013, ela ficou conhecida como “população fantasma”.
O elo foi a descoberta do esqueleto de um garoto que viveu há 24 mil anos na região da Sibéria. Em seu DNA, foram encontradas semelhanças genéticas tanto com europeus quanto com nativos americanos, o que sugere que o menino pertenceu a um grupo que participou da primeira empreitada de migração e povoamento das Américas, há cerca de 15 mil anos. Depois disso, a tribo migrou também para a Europa, misturando seus genes aos das duas populações que já haviam se estabelecido no território.
Via BBC

Carl Rogers, o humanismo em Psicologia

Carlos Antonio Fragoso Guimarães

Compartilhada publicamente20:15
 
O posicionamento filosófico de Rogers, e sua perspectiva e visão do ser humano foram bastante avançadas para a sua época, pois apresentam e representam um entendimento altamente holista, existencialista e sistêmico do homem,
Texto de Carlos Antonio Fragoso Guimarães   Destacado pioneiro no desenvolvimento da chamada Psicologia Humanista, ou Terceira Força em Psicologia - seguindo a classificação de Abraham Maslow -, Carl R. Rogers ...
 
 
 

Carl Rogers, o humanismo em Psicologia e a Abordagem Centrada na Pessoa


Texto de

Carlos Antonio Fragoso Guimarães






  Destacado pioneiro no desenvolvimento da chamada Psicologia Humanista, ou Terceira Força em Psicologia - seguindo a classificação de Abraham Maslow -, Carl R. Rogers (1902-1987) foi um dos principais responsáveis - embora quase nunca se fale nisso - pelo acesso e reconhecimento dos psicólogos ao universo clínico, antes dominado pelapsiquiatria médica e pela psicanálise - que, nos EUA, era exercida exclusivamente por médicos até bem pouco tempo atrás. Sua postura enquanto terapêuta sempre esteve apoiada em sólidas pesquisas e observações clínicas, podendo-se, sem sombra de dúvida, dizer que o campo de pesquisas objetivas voltadas para o referencial teórico da Abordagem Centrada na Pessoa é formado por um número considerável de trabalhos e estudos, indo mesmo além  do número de pesquisas feitas sobre muitas outras abordagens, incluindo a psicanálise (Rogers & Kinget, 1977; Hart & Tomlinson,1970; Hall & Lindzey, 1993).

  Nascido em Oak Park, Ilinois, EUA, em 8 de janeiro de 1902, Carl Ranson Rogers era o filho do meio de uma grande família protestante de vertente fundamentalista - vertente esta que Rogers iria romper e criticar -, onde os valores tradicionais e religiosos, juntamente com oincentivo ao trabalho duro eram amplamente cultivados. Aos doze anos,Rogers e sua família mudam-se para uma fazenda, onde, em terreno tão fértil eestimulante, passou a se interessar por agricultura e ciências naturais.

  Posteriormente, na universidade, Rogers se dedicaria, inicialmente,   ao aprofundamento de seus estudos em ciências físicas e biológicas. Logo após graduar-se na Universidade de Wisconsin, em 1924, Rogers passou, como era de se esperar diante das espectativas de sua família, a frequentar o Seminário Teológico Unido, em Nova York, onde, felizmente, recebeu uma liberal visão mais filosófica que fundamentalista da religião. 

  Transferindo-se para o Teachers College da ColumbiaUniversity, foi introduzido no estudo da psicologia. Nesta mesma universidade obteveseus títulos de Mestre, 1928, e Doutor, 1931. Suas primeiras experiências clínicas, calcadas de início na tradição behaviorista e, ainda mais, psicanalista, foram feitas como interno do Institute for Child Guidance, onde sentiu a forte ruptura entre o pensamento especulativo freudiano e o mecanicismo medidor, interventivo e estatístico do behaviorismo. 

  Depois de receber seu título de Doutor, Rogers passou a fazer parte da equipe do Rochester Center, do qual passaria a ser diretor. Neste período, Rogers muito  havia aprendido e sido provocado pelas idéias e exemplos de Otto Rank, um clínico e teórico que havia se separadoda linha ortodoxa de Freud.

  Foi trabalhando em Rochester que Rogers atingiu novos insights e percepções do tratamento psicoterpêutico, o que lhe liberou da forte amarra acadêmica e concentual que havia (e ainda há) no ensino e prática da psicologia nas universidades:


“A equipe era eclética, constituída de elementos de várias procedências, e nossas discussões sobre métodos de tratamento baseavam-se na nossa experiência pessoal diária com nossos clientes (crianças, jovens e adultos). Era o princípio de um esforço transdisciplinar que muito significou para mim, e com o qual podíamos descobrir a ordem que existe em nossas experiências ao trabalhar compessoas (...)" (Rogers, 1977).

  Em 1939, Rogers passou a ocupar a cátedra de Psicologia da Universidade de Ohio. Por ter passado muito tempo envolvido diretamente coma clínica, a passagem para o meio acadêmico foi muito dura para ele. Ficou claro que, durante seu trabalho ativo com clientes, ele tinha atingido novas formas de pensar a prática psicoterapêutica que eram muito diferentes das abordagens acadêmicas convencionais e sua postura intelectualista. De todo modo, as críticas iniciais a que foi submetido e o interesse que os estudantes demonstravam em sua teoria compeliu-o a explanar melhor seus pontos de vista, resultando uma sériede livros, principalmente seu Counseling and psychoterapy (1942).

  Em 1945, Carl Rogers tornou-se professor de Psicologia na Universidade de Chicago e secretário executivo do Centro de Aconselhamento Terapêutico, quando elaborou e definiu ainda mais seu método de terapia centrada no cliente, a partir do legado de outros teóricos, principalmente Kurt Goldstein (c.f. a home page Psicologia Holística), formulando uma original teoria da personalidade e, ainda mais importante para o destaque de seu trabalho, conduzindo pesquisas sobre psicoterapia, o que muito pouco era feito comrelação à abordagem do momento, a Psicanálise (Hall & Lindzey, 1993;Rogers, 1951; Rogers & Dymond, 1954).

  A partir de 1957, Rogers passa a ensinar na Universidade em que se graduou, Winconsin, onde permanecerá até 1963. Durante esses anos, ele liderou um grupo de pesquisadores que realizou um brilhante estudo intensivo e controlado, utilizando a psicoterapia centrada com pacientes esquizofrênicos, obtendo, em alguns pontos, muito material sobre a relação terapêutica e muitos outro sdados de interesse científico, em termos estatísiticos, com estes pacientes e com seus familiares.  Foi o início de uma abordagem mais humana junto aos pacientes hospitalares e o início de um movimento de questionamento das técnicas padrão de tratamento manicomial.

 Em 1964, Rogers associa-se ao Centro de Estudos da Pessoa, em La Jolla, Califórina, entrando em contato com outros teóricos humanistas, como Abraham Maslow, e filósofos, como Buber e outros. 

Rogers passou a ser agraciado por muitos psicólogos pelo seu trabalho científico, e atacado por outros, que viam nele e em sua teoria uma abordagem tola e/ou perigosa para o status e o poder que tinham, principalmente nos meios médicos que se viram forçados a reconhecer, à custas das inúmeras pesquisas sérias levantadas por Rogers eseus auxiliaraes, que o psicólogo pode ter tanto ou mais sucesso no tratamento piscoterapêutico quanto um psiquiatra ou psicanalista... É duro para a medicina perder um espaço que lhe diminui o poder político e mítico sobre a visão que dela têm as pessoas comuns. Rogers foi, por duas vezes, eleito presidente da Associação Americanade Psicologia e recebeu desta mesma associação os prêmios de Melhor Contribuição Científica e o de Melhor Profissional.

  Carl Rogers morreu ativo, em 1987, aos 85 anos de idade.

 
O posicionamento filosófico de Rogers, e sua perspectiva e visão do ser humano foram bastante avançadas para a sua época, pois apresentam e representam um entendimento altamente holista, existencialista e sistêmico do homem, que fica extremamente claro em seus livros, e, em resumo, nesta passagem de Liberdade para aprender:


 “Sinto pouca simpatia pela idéia bastante generalizada de que ohomem é, em princípio, fundamentalmente irracional e que os seusimpulsos, quando não controlados, levam à destruição de si e dosoutros. O comportamento humano é, no seu conjunto, extremamenteracional, evoluindo com uma complexidade sutil e ordenada para osobjetivos que o seu organismo, como um todo sistêmico, se esforça poratingir. A tragédia, para muitos de nós, deriva do fato de que as nossasdefesas internas nos impedirem de surpreender essa racionalidade maisprofunda, de modo que estamos conscientemente a caminhar numadireção, enquanto organicamente caminhamos em outra".

  A Visão Sistêmica de Rogers
  

   É extremamente interessante que Rogers se refira à lógica do organismo como um  todo vivo, em processo de desenvolvimento contínuo, intuindo um tipo de racionalidade orgânica-holística que é muito mais sutil e mais profunda que o tipo de racionalidade intelectual, analítica e linear que, ordinariamente, se põe como a única coisa digna deste termo, racionalidade, eque, via de regra, se resume à capacidade de reter algumas informações ouhabilidades técnicas, adestradas a partir da educação formal. Nisto, podemos lembrar a célebre citação de Pascal de que "O Coração possui razões que aprópria razão desconhece".
  
   É este tipo de sabedoria interna ao organismo que se expressa noequilíbrio ecológico de todo o sistema vital encontrado no planeta. Assim como no amplo espectro do leque natural, a mesma racionalidade implícita à vida se expressano homem, como tendência à auto-atualização, que é a tendência natural doorganismo para atingir um grau de maior harmonia dinâmica interna e externa,exercitando suas potencialidades adaptivas de acordo com o seudesenvolvimento global junto ao meio em que vive. 

 Escreve Rogers: 


"É este impulsoque é evidente em toda vida humana e orgânica - expandir-se, estender-se,tornar-se autônomo, desenvolver-se, amadurecer - a tendência a expressar eativar todas as capacidades do organismo na medida em que tal ativação valoriza o organismo ou o self" (c.f. Fadiman &Frager, 1986, p. 229).

 Desta forma, Rogers e sua teoria está inteiramente conforme à nova visão holística, ecológica, organísmica e sistêmica, dentro dos novos paradigmas orgânicos que surgem nas ciências físicas e biológicas, indo muito além do reducionismo simplista do Behaviorismo, ou do determinismo mecanicista da psicanálise e seu modelo hidráulico da psique humana, ainda muito aceito e comentadodevido à mística da abordagem mecanicista na cultura acadêmica, sempre a última a se abrir aos avanços do pensamento humano. Assim mesmo, convém lembrar que Rogers sempre concordou com pontos importantes destas duas escolas, e via em Freud um grande teórico, embora consideressa seu escopo e visão de homem, restritivo.

  A Escola Humanista

  Rogers, juntamente com outros teóricos, como Maslow, Goldenstein e outros, está convencido de que, tal como ocorre com uma planta que, mesmo em locais insalubres, luta em busca do sol e da vida, embora os meios lhe sejam adversos, nós, os seres humanos, temos um impulso inerente ao organismocomo um todo para nos direcionarmos ao desenvolvimento de nossascapacidades tanto quanto for possível, quer sejam físicas, intelectuais oumorais, em conjunto. 

  Embora Rogers não tenha incluido formalmente umadimensão espiritual ou transcendente em sua formulação da Tendência à Auto-Atualização, ele deixa claro suas percepções de um nível transpessoal em seusúltimos livros, particularmente em seu livro "Um Jeito de Ser", e a grande aproximação entre seus insights do contato profundo e transcendente no encontroterapêutico com a nova visão de mundo da Física Moderna, que é um ponto comum à Psicologia Transpessoal, a abordagem mais sofisticada emtermos de psicoterapia, atualmente. De qualquer forma, outros autores, comoCampbell e McMahon estederam a teoria rogeriana para descrever algunsaspectos da experiência de percepção transcendental.

  De um modo geral, as escolas humanistas de psicologia, na qual se insere o trabalho de Rogers e Maslow, opõem-se às concepções fragmantadoras da visão de homem de outras escolas. É por isso que elas criticam à psicanálise ortodoxa, por esta ter como visão de homem uma concepção semi-animalizada, onde a pessoa é movida muito mais por forças pulsionais ou, como na tradição anglo-saxônica, instinitvas de prazer eagressão, ao qual só por meio de muitas restrições culturais se pode, quandomuito, aplicar um certo verniz de civilização e socialização precária, com uminevitável preço de frustrações e de Mal estar na Civilização. Maslow, especialmente, criticou vementemente a psicanálise ortodoxa freudiana porgeneralizar suas conclusões sobre o ser humano a partir da observação clínicade indivíduos emocionalmente perturbados, do que resultou uma visãopessimista da natureza humana (Maslow, 1993). 

  Os humanistas também se recusam a aceitar a visão do behaviorismo radical de Skinner, que identifica o homem ao robô ou marionete do meio, cuja natureza comportamental é moldada, manipulada e controlada pelo condicionamento ambiental (idéia cara ao capitalismo e à propaganda homogeneizante). Seria um crasso erro, segundo os humanistas, a tendência exagerada a generalizar conclusões obtidas a partir de experimentos - muitos deles crueis e extremamente artificiais - realizados comanimais; ou mesmo quando, ao se fazer experimentos com pessoas, ao fato dese reduzir (por princípio de visão de mundo) a aspectos fisiológicos ou outrosmecanicistas, perdendo a dimensão psicológica propriamente dita. Os psicólogos humanistas preferem o estudo do homem em seupotencial mais positivo e a abordar a Psicologia a partir do prisma da saúde e do crescimento psicológico.

  Além deste aspecto teórico altamente positivo, a contribuição de Rogerspara a psicoterapia é constituída pelos princípios de sua experiênciaterapêutica denominado propriamente de "Terapia Centrada na Pessoa", onde é de fundamental importância a ênfase na experiência atual, relacionado aomaterial trazido pelo cliente no momento do encontro terapêutico, e que éligado à totalidade da experiência subjetiva vivenciada, o que se liga,igualmente, ao amplo oceano fluido e corrente dos sentimentos mais íntimos.Ela se refere ao que se é sentido imediatamente e que é implicitamentesignificativo para o sentimento que o sujeito experimenta ao ter umaexperiência. 

  O terapêuta, assim, age como um facilitador e um espelho para ossentimentos e pensamentos do cliente, que passa a tomar maior consciência econtato com o seu material vivencial, "percebendo" aspectos de suapersonalidade e de seus comportamente que lhe escapavam anteriormente.Daí, o cliente, auxiliado pela ajuda terapêutica, acaba por modificar ouamadurecer o conceito que tem de si e, consequentemente, a reavaliar suasestratégias de vida e visão de mundo. No fundo, todo o processo, em seuandamente, é fruto da ação do próprio cliente, de sua imersão ou não noprocesso terapêutico e de seu grau de investimento no mesmo. Daí o nome "Abordagem Centrada no Cliente ou na Pessoa".

  Sendo assim, os principais aspectos da abodagem rogeriana são:

  Atenção ao impulso sutil, mas sempre existente, em direção ao crescimento, à saúde e ao ajustamento. A terapia nada mais é que a ajuda para a libertação do cliente em sua busca natural para o crescimento e o desenvolvimento normais.

  Maior ênfase aos aspectos afetivos e existenciais, que são muito maispotentes que os intelectuais.

   Maior ênfase ao material trazido pelo cliente e à sua situação imediatado que ao passado.

  Ênfase no relacionamento terapêutico em si mesmo, que constitui um tipo de entidade orgânica que se forma a partir do encontro entreterapêuta e cliente e que, em si, traz uma forte força para a experiência decrescimento de ambos, cliente e terapeuta. 


   Muito apropriadamente, Rogers usa a palavra "cliente" ao invés do termo "paciente", carregado do ranço mecanicista da abordagem biomédica. Um paciente é visto como alguém doente, que se submete passivamente à ação ativa de profissionais formados, que são mais "sábios" e competentes que ele mesmo. Um cliente é alguém que deseja um serviço que não pode executar sozinho,mas que está mais em pé de igualdade e, por isso, é menos "incompetente"que o paciente, ou seja, o cliente é visto como uma pessoa inerentementecapaz de entender e atuar sobre a sua própria situação. Há uma igualdade implícita no modelo terapêuta-cliente, hoje, terapeuta-pessoa, que não existe na abordagemmecanicista médico-paciente:

    "O indivíduo tem dentro de si a capacidade, aomenos latente, de compreender os fatores de sua vida que lhe causaminfelicidade e dor, e de reorganizar-se de forma a superar tais problemas".Rogers, portanto, entende a terapia como um processo que leva uma pessoa adescobrir as nuances de seu próprio dliema com o mínimo de ação por partedo terapêuta, que funciona como um espelho para o cliente. A terapia é "aliberação de capacidades já presentes em estado latente (...). Tais opiniões seopõem diretamente à concepção da terapia como uma manipulação, por umespecialista, de um organismo mais ou menos passivo" (Rogers & Kinget,1977, p. 192).

  Tal aspecto é fundamentalmente diferente da abordagens ondeo terapêuta é visto como o "mecânico" apto a "consertar" o problema do"paciente".

   Outra extraordinária contribuição de Rogers à psicoterapia foi sua dedicação à dinâmica da psicoterapia de grupo. Rogers compreendeu profundamente que os indívíduos em um grupo deixam-se envolver mais fortemente por um clima terapêutico, e que o grupo, em si, é um organismo, um sistema auto-regulador, onde cada indívíduo é parte fundamental constituinte do todo, ao mesmo tempo que também é um todo em si. Caracteristicamente, todos os grupos de encontro possuem um clima de segurança psicológica queencoraja a expressão de sentimentos à estímulos dos membros do próprio grupo, e abrange sempre o envolvimento afetivo como um todo. O modo como se dá o desenvolvimento do grupo é, quase sempre, imprevisível, mas segue, via de regra, um percurso auto-reguldor e auto-dirigente de uma criatividadeimpressionante, levando eficazmente a uma atuação terapêutica e cartáticagrupal, ligando os indíviduos do organismo coletivo, mesmo que haja um amplo amálgama de sentimentos díspares em momentos críticos do encontro coletivo.

   Por tudo isso, está claro que o legado de Rogers é de extremaimportância e atualidade, não podendo certos representantes da correnteracionalista dominante, por uma questão simplória de poder, defini-lo comoultrapassado ou superficial. Diante das mazelas de nossa época tecnocrata,onde as coisas estão cada vez pipores em termos de qualidade de vida, nãopode alguém que se diz representante de uma abordagem com 102 anos searvorar como sabedor de toda a verdade, pois, apesar dela, o mundo está cadavez pior. Neste momento, o aspecto existencial e otimista da PsicoterapiaCentrada no Cliente parece ser um método altamente positivo para nossasaúde psíquica. Cabe ao tempo, enfim, confirmar ou não tudo isso.