quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

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Brasil/Eleições: 90% dos eleitores de Bolsonaro acreditaram em 'fake news' - Estudo: Um estudo da organização Avaaz apontou que 98,21% dos eleitores do Presidente eleito brasileiro, Jair Bolsonaro, foram expostos a uma ou mais notícias falsas durante a campanha eleitoral e 89,77% acreditaram que eram verdade.

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Justiça reconhece fraude na privatização da Vale do Rio Doce: Decisão judicial possibilita reabertura de processo contra a venda da Vale e privatização da maior produtora de minério de ferro do mundo pode ser revertida

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

FATO!! FATO!! FATO!! ...


Fakenews elegeram um fakepresident





O governo que o Brasil tem hoje é resultado direto dos mecanismos montados para ganhar as eleições, fosse como fosse, com todo tipo de ilegalidade e imoralidade, contando com a cobertura do Judiciário e da mídia. Ninguém tem o direito agora de se surpreender com o presidente eleito, seja porque as declarações dele exibiam claramente de quem se tratava, seja porque eram conhecidos os vínculos dele e dos seus filhos, ou porque o seu despreparo para uma função pública era notória.
Mas foi o candidato que restou à direita, depois da debacle dos tucanos e da incapacidade de articular um candidato de fora da política tradicional, como Joaquim Barbosa ou Luciano Huck. A radicalização de setores da classe média desde 2013, intensificados na campanha de desestabilização do governo da Dilma, fizeram da candidatura de Bolsonaro a única da direita com certo caudal de votos.
Ainda assim, Bolsonaro estava perdendo as eleições, até a monstruosa operação de fakenews e robôs, que virou a campanha eleitoral e acabou definindo seu resultado. Um presidente eleito por fakenews, um fakepresident.
Bastaram poucos dias para que todos se dessem conta que ele não tem as mínimas condições para assumir o cargo. Seu pânico de qualquer entrevista que não seja feita por correligionários ou de qualquer debate público, revelam seu despreparo para enfrentar situações em que ele tem que defender posições, responder questões, revelar suas posições.
Mas agora, depois de prestar o serviço de impedir a vitória do PT, ele já armou o governo, que tem nos militares, no Guedes e no Moro, seus eixos, ele já não tem serventia. E, se encontrarem a forma de substituí-lo, podem fazê-lo, porque a blindagem institucional daria a presidência ao vice-presidente, militar de confiança da direita. Estaria fechada a operação da guerra hibrida de se reapropriar do Estado e do governo.
Um fakepresident foi utilizado para essa operação, confirmando a afirmação de Gramsci de que a direita não tem partido, ela se vale dos partidos e lideres conforme as circunstancias. A direita brasileira se valeu dos militares durante a ditadura, do Collor e do FHC no período neoliberal, agora do Temer e do Bolsonaro na restauração conservadora.
Tratam de blindar o poder, para tentar impedir que a esquerda possa voltar a eleger um presidente que destoe dos interesses das elites dominantes. O apelo aos militares voltar a ser um elemento estrutural da direita, quando se esgotaram seus partidos tradicionais. O fim do PSDB como partido que representava a alternativa neoliberal, obrigou ao apelo à judicialização da política, para tirar o Lula e o PT de uma disputa democrática.
Hoje a prisão do Lula é condição de sobrevivência do Estado de exceção. O único líder político com credibilidade e prestigio, circulando por todo o Brasil, dizendo ao povo o que realmente aconteceu e acontece no pais, recordando que o povo já viveu melhor e as razoes e os meios pelos quais volta a sofrer a miséria, a fome, o desemprego, o desamparo, é fatal para esse governo e esse esquema de poder. Que não tem o que oferecer ao pais, a não ser discursos efêmeros de efeitos ilusórios, que servem para ganhar eleição, mas não bastam para governar um pais.
A esquerda tem que melhorar sus formas de ação jurídica e da internet, que terminaram sendo as instâncias decisivas para a vitória eleitoral da direita e para a derrota da esquerda. É certo que são espaços de atuação difíceis, porque o Judiciário tem se revelado, mesmo se com algumas fissuras, um instrumento solido de implantação do regime de exceção e da perseguição política da esquerda, em particular do Lula. É certo também que a esquerda não pode apelar para fakenews, por questões de princípio.
Mas a via democrática é a única via possível da esquerda. Não há outra. Temos que encontrar os meios de retomar as lutas no plano judicial de forma mais eficiente. A começar por rebater o discurso dos juízes que acham que estão realmente combatendo a corrupção no Brasil e por encontrar novos espaços para atuar. Assim como encontrar formas de atuação no plano das comunicações, em particular da internet, que permitam neutralizar as novas formas de operação da direita, e expandir formas de difusão das teses democráticas e de defesa dos direitos de todos.

MENTIR!! MENTIR!! MENTIR!! MENT...

Todo governo autoritário precisa de “fake news”


Por Alex Solnik, colunista do 247 e membro do Jornalistas pela Democracia
O que manteve Hitler no poder durante 12 anos na Alemanha (1934-46) foi uma poderosa máquina de propaganda montada por Joseph Goebbels que pode ser chamada de a primeira fábrica de fake News da história.
Sob o lema “a mentira tem que ser repetida centenas de vezes até virar verdade”, as fake News nazistas mantiveram o povo alemão desinformado a respeito do que acontecia em seu próprio país, impedindo que reagisse ao genocídio em curso.
A primeira tarefa das fake News nazistas foi caluniar e difamar os judeus. De todas as formas possíveis. Não eram da raça pura. Adoradores de dinheiro. Devido à sua cobiça os alemães estavam na miséria. Têm doenças contagiosas. Qualquer contato com eles é perigoso. Eram empregados todos os meios de comunicação disponíveis para difundir essas calúnias de forma massiva.
Quando os judeus começaram a ser enviados para campos de concentração, a operação era explicada pela propaganda como um simples deslocamento de um ponto do país a outro. Foram realizados documentários num falso campo de concentração para mostrar como os judeus eram bem tratados ali.
As fake News dos nazistas não só contavam absurdos a respeito dos judeus e do perigo que representavam, motivo pelo qual deveriam ser expurgados da sociedade alemã, portanto. As fake News também transformavam Hitler no melhor homem do mundo, o único credenciado para salvar a Alemanha e os alemães.
As invasões de países vizinhos eram explicadas pelas fake News nazistas como reação a agressões estrangeiras, que estariam atacando alemães moradores naqueles países. Não havia como a Alemanha não ir em socorro de seus cidadãos.
Também Getúlio Vargas precisou utilizar fake News para chegar e ficar no poder. Derrubou a democracia alegando uma suposta conspiração comunista chamada Plano Cohen. Foi uma das maiores fake News da história do Brasil, confirmada por todos os jornais do país como verdadeira.
Fechou os partidos políticos e o Congresso Nacional dizendo que eram dispensáveis. Daí em diante a comunicação seria direta entre o ditador e a população. Sem intermediários. Exortou os brasileiros a enviarem cartinhas com reivindicações. E a formarem filas na calçada do Palácio do Catete para fazer seus pedidos pessoalmente.
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Em 1964, foi vendida aos brasileiros por meio de jornais, rádios e emissoras de televisão a fake News de que era iminente a fundação de uma certa República Sindicalista, sob direção do presidente João Goulart, que seria o preâmbulo de uma revolução comunista, comandada do estrangeiro. Por isso ele não poderia continuar na presidência.
Para dar maior dramaticidade à situação, foram organizadas Marchas da Família com Deus pela Liberdade, comandadas pelo americano Padre Peyton em metrópoles como São Paulo, com a tese de que orando todos juntos seria afastada a invasão dos vermelhos.
Com a descoberta dos modernos meios de comunicação a influência das fake News sobre os indivíduos aumentou ainda mais, na medida em que as mensagens propagandísticas são direcionadas de forma massiva diretamente às pessoas, de forma a parecer terem sido feitas especialmente para elas.
O poder das fake News foi comprovado na eleição dos Estados Unidos em 2016. A campanha de Trump, o candidato vencedor, foi calcada em difamações da opositora divulgadas de forma massiva, com intensidade muito superior às difamações anti judaicas na Alemanha nazista.
Um governo que se elege graças a fake News nunca as abandona. Trump mostrou isso ad nauseum. Começou no dia seguinte à sua posse. Afirmou no twitter que tinha sido a mais concorrida cerimônia de posse da história americana. Foi desmentido pela imprensa. Mas nunca admitiu ter se equivocado. Agora insiste na fake news de que o país só estará seguro se construir um muro na fronteira com o México.
Quem produz a fake News acredita nela, afirma o Doutor em Psicologia Jacob Pinheiro Goldberg e fica agressivo quando o colocam diante da verdade. Golderg também garante existir, com base em estudos, um efeito boomerang: quanto mais se desmente a fake News, mais ela repercute. Por isso é tão difícil destruí-la.
Bolsonaro também se elegeu graças a fake News e governa com fake News. Uma delas foi repetir, até virar verdade, que ele permitiu maior acesso a armas de fogo para garantir a segurança dos brasileiros e o direito de se defenderem. Facilitar o acesso dos alemães a armas foi também uma das primeiras medidas tomadas pelo regime nazista.
Toda a máquina de propaganda nazista hoje cabe num celular. É muito difícil combater fake News; e é quase impossível um governo autoritário subsistir sem fake News.
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