Sérgio Moro, o ex-juiz que foi o algoz do presidente Lula e
responsável por sua prisão, foi acionado por Jair Bolsonaro para pôr em
prática uma estratégia de novas perseguições e enfrentamentos contra o
ex-presidente
247 - O Palácio do Planalto decidiu escalar Sérgio Moro, o
ex-juiz que foi o algoz de Lula e responsável pela prisão do
ex-presidente para pilotar a estratégia de enfrentamento e perseguição
contra o líder das forças populares e progressstas brasileiras.
O ministro da Justiça do governo de extrema-direita está confrontando
a decisão do STF de proibir a prisão após condenação em segunda
instância e vai exercer pressão sobre o Congresso Nacional para reverter
a decisão da Suprema Corte através de uma emenda à Constituição.
Reportagem do jornalista
Gustavo Uribe
na Folha de S.Paulo aponta que Bolsonaro acionou Moro para reagir a
Lula e liderar as pressões políticas e legislativas contra a decisão do
STF sobre prisão após condenação em segunda instância.
Desde a decisão do Supremo pelo veto à prisão em segunda instância na
quinta-feira (7), com a consequente soltura de Lula na sexta (8), o tom
dos ataques do governo Bolsonaro a Lula tem subido.
Essa escalada não deve parar, indica a reportagem. Bolsonaro sentiu o
impacto das declarações de Lula depois que o líder petista saiu da
prisão.
Em discurso perante uma multidão no Sindicato dos Metalúrgicos de São
Paulo no sábado (9) e declarações nas redes sociais, Lula criticou o
governo, as politicas antipopulares de Bolsonaro e Paulo Guedes e avisou
que vai à luta para defender os ingeresses do povo brasileiro.
Segundo a reportagem, Bolsonaro vai ampliar a resposta e seus
ministros também. Moro então entra em cena com posicionamentos mais
fortes e assumindo a posição de algoz de Lula e duro crítico da
corrupção.
Essa atuação de Moro é de grande importância para o Planalto.
Interlocutores de Bolsonaro avaliam que Moro teria mais legitimidade
para mobilizar protestos contra Lula e agir contra a sua própria
suspeição ao julgar e condenar Lula.
A suspeição de Moro será julgada pelo STF. A defesa do
ex-presidente Lula questiona a imparcialidade de Moro na condução da
Lava Jato. O caso deve ser julgado neste mês na Segunda Turma do
Supremo. Esse julgamento, que pode anular a condenação do tríplex,
tornaria Lula novamente elegível, o que representaria uma ameaça a
Bolsonaro em 2022.
O governo de Bolsonaro teme que o STF decida pela suspeição de Moro. A
mais alta corte do país está inconformada com os ataques que sofre do
próprio ocupante do Palácio do Planalto. O decano do STF, Ministro Celso
de Mello, declarou - a respeito de um vídeo em que Bolsonaro atacou os
ministros do STF como hienas - que “o atrevimento presidencial parece
não encontrar limites”.
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