Será que os diferentes povos que compõe essa aldeia
global conseguirão manter, daqui para frente, a riqueza contida em suas
diversidades culturais? Ou será que o atual processo de mundialização da
cultura norte-americana deixará todos eles com a mesma cara dos USA? O
que acontecerá com a cultura brasileira, se até agora ainda estamos
construindo nossa própria identidade cultural?
Para responder a essas perguntas, a autora Júlia Falivene Alves transforma seu livro,
(Editora Moderna, 2004), em um verdadeiro manifesto antropofágico
[cultura comendo cultura], sem ufanismos e com alto teor crítico
multifacetado. A autora percorre as variáveis que compõe a cultura
brasileira, denunciando as conseqüências da invasão cultural
norte-americana no Brasil.
O mais grave nesse manifesto é a característica subliminar da invasão.
Como se fosse um vírus, infiltrado dentro de nossas mentes. São
invasores invisíveis, confundem-se com nossos
,
nossas crenças e nosso estilo de vida. Os invasores estão em nosso
tênis (Nike), em nosso som (Punk Rock), são nossos ídolos (Nirvana),
estão nos
(Star Wars), na nossa comida (McDonald's), na nossa bebida (Coca-Cola),
nos nossos apelidos (baby), nos desenhos animados (Scooby-Doo), nos
nossos sonhos (Hawaí), enfim. Indubitavelmente somos hospedeiros
culturais made in USA.
, percorre a história
buscando a origem da doença. A autora mostra que desde o início de nossa
industrialização, somos mantidos por capital estrangeiro,
principalmente americano. O imperialismo americano mostra-se na
desigualdade do intercâmbio econômico, na qual o Brasil é mero
fornecedor de matérias-primas e alimentos e importador de manufaturados,
tecnologia e capitais dos Estados Unidos.
Os USA tem o poder de influir sobre os assuntos de interesse público no
Brasil, opondo-se e interferindo nas tentativas de emancipação que
porventura possam ocorrer, usando para isso tanto pressões diplomáticas,
sanções econômicas e campanhas publicitárias, como ainda operações
secretas e intervenções militares.
Segundo a autora, "durante a ditadura militar, a TV brasileira se
transformaria em anestésico e analgésico socioculturais. Em decorrência,
surgiam ante nosso olhos 'dois Brasis': um que a gente de fato vivia, e
outro, que a gente apenas 'televia'. Entender como programas e anúncios
publicitários televisivos nos manipularam naquele período é meio
caminho para nos livrarmos de possíveis manipulações nos dias de hoje".
A autora cita como exemplo a Rede Globo. A emissora foi criada a partir
do capital americano através de um consórcio de US$ 5 milhões com o
grupo
-Life. Inclusive nessa época foi aberta uma CPI para averiguar esse misterioso
.
A CPI concluiu que o acordo infringia preceitos constitucionais, que
proibiam a participação de estrangeiros na orientação intelectual e
administrativa da TV brasileira. No governo militar de Costa e Silva
(1967-1969), o caso foi arquivado.
é fruto de um estudo
amparado por números e fatos que comprovam o colonialismo cultural que o
Brasil se submete aos Estados Unidos. É um livro, é um manifesto, é uma
luz que se acende nesse mar de penumbra cultural.
A Invasão Cultural Norte-Americana - Neste livro, nosso cotidiano é
analisado para denunciar como a identidade brasileira tem sofrido o
impacto avassalador do estilo de vida ianque. Para tanto, a autora
desvenda os aspectos ideológicos decorrentes dessa invasão nos mais
diversos setores, como a língua portuguesa, as músicas, os brinquedos, a
educação escolar, o lazer, a política, bem como a cultura enlatada
veiculada pelo rádio, tevê, cinema e publicidade.
Depois
de lê-lo, sua cabeça nunca mais será a mesma, sua visão dos americanos e
seu "still way of life" jamais será como antes. É impressionante saber
como vivemos culturalmente na preriferia das migalhas desse povo e como
ainda aceitamos, gostamos e engolimos tudo que é lixo que nos é dado; e o
pior é que aplaudimos como "macaquitos".
Um livro muito bom e que todo brasileiro deveria ler. Após o termino do livro o que vc pensa sobre os EUA vai mudar bastante!
A
obra Invasão Cultural Norte Americana é especial pela clareza e
objetividade com que o assunto é retratado. Particularmente, saí desse
mergulho de informações e formação de criticidade com outra visão acerca
do que somos hoje, do que o povo brasileiro é, e principalmente acerca
da capacidade de destruição do imperialismo. Fomos e somos dominados,
diariamente, descaradamente, em todos os lugares, de todas as formas
pelos interesses de quem se julga superior a nós. Recomendo a leitura do
livro.
Destino Manifesto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta pintura (cerca de 1872) de John Gast chamada de
Progresso
Americano é uma representação
alegórica do
Destino Manifesto. Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada
como
Colúmbia, (uma personificação dos
Estados Unidos do século XIX), segurando um livro escolar, leva a civilização
para o oeste, com colonos americanos, prendendo cabos
telegráficos,
por outro lado,
povos nativos e animais selvagens são afugentados.
O
Destino Manifesto é o pensamento que expressa a crença de que o
povo dos
Estados Unidos é eleito por
Deus para
civilizar a América, e por isso o expansionismo americano é apenas o
cumprimento da vontade
Divina. Os defensores do
Destino Manifesto acreditavam que os povos da América não poderiam ser
colonizados por
países
europeus, mas deveriam governar a si próprios.
"
Be strong while having slaves", frase de propaganda
política do
século XIX que usava sua
cultura para que pessoas de outros países achassem que os Estados Unidos eram o
melhor país do mundo, virando essas pessoas até contra seus países de origem.
O Destino Manifesto se tornou um termo histórico padrão, frequentemente
usado como um sinônimo para a expansão territorial dos Estados Unidos pelo
Norte da América e pelo Oceano Pacífico
1
As doutrinas do Destino Manifesto foram usadas explicitamente pelo
governo
e pela
mídia
norte-americana durante a
década
de 1840, até a compra de
Gadsden
(sendo também inclusa a compra do
Alasca por alguns historiadores), como justificativa
do expansionismo norte-americano na
América do Norte. O uso formal
destas doutrinas deixou de ser utilizado oficialmente desde a década de 1850
até o final da década de 1880, quando foi então revivido, e passou a ser usado
novamente por políticos norte-americanos como uma justificativa para o
expansionismo norte-americano fora da América. Após isto, o uso da ideologia do
Destino Manifesto deixou de ser empregado explicitamente pela mídia e por
políticos em geral, embora alguns especialistas acreditem que certas doutrinas
do Destino Manifesto tenham, desde então, influenciado muito as ideologias e as
doutrinas
imperialistas norte-americanas
até os dias atuais
1
.
O presidente
James Buchanan, no discurso de
sua posse em
1857
deixou bem claro a determinação do domínio norte-americano:
Da mesma forma, o candidato à presidência daquele país,
Mitt
Romney, que afirma-se mais um homem de negócios do um estadista, no
discurso de abertura de sua campanha, em 2012, disse: "Deus não criou este
país para que fosse uma nação de seguidores. Os Estados Unidos não estão
destinados a ser apenas um dos vários poderes globais em equilíbrio. Os Estados
Unidos devem conduzir o mundo ou outros o farão."
Índice
Origem da frase
A frase foi criada pelo jornalista
Nova
Iorquino John L. O'Sullivan
em sua revista
Democratic Review.
Em um ensaio intitulado
"Annexation",
no qual exigia dos EUA a admitir a
República do Texas na União.
O'Sullivan escreveu:
"Nosso destino manifesto
atribuído pela Providência Divina
para cobrir o continente para o livre desenvolvimento de nossa raça que se
multiplica aos milhões anualmente."
O
Texas
se tornou um estado estadunidense logo após, mas a frase de O'Sullivan
utilizada pela primeira vez atraiu pouca atenção.
Na segunda vez em que utilizou a citação, numa coluna do
New York Morning News
de
27 de Fevereiro de
1845,
O'Sullivan tratava sobre o avanço das disputas de fronteiras com a
Grã-Bretanha,
onde afirmou que os Estados Unidos tinham o direito de reivindicar "o
Oregon
inteiro":
And that claim is by the
right of our
manifest destiny to overspread and to possess the whole of the continent
which Providence has given us for the development of the great experiment of
liberty and federated self-government entrusted to us. [E esta
reivindicação é parte de nosso "destino manifesto" de avançar e
possuir todo o continente que a Providência nos concedeu pelo desenvolvimento
da grande experiência a nós confiada da liberdade e do auto-governo
federalista.]
Isto é, O'Sullivan acreditava que
Deus ("a
Divina Providência")
tinha dado aos Estados Unidos a missão de expandir a
democracia republicana
(
"the great experiment of liberty" - "O grande
experimento de liberdade") por toda América do Norte.
Devido a Grã-Bretanha não utilizar Oregon com propósitos de expansão da
democracia,
acreditava o jornalista, a reivindicação do território pelos britânicos poderia
ser desconsiderada.
O'Sullivan acreditava que o Destino Manifesto era um ideal
moral
(uma "lei superior") que se sobrepunha a outras considerações,
incluindo leis e acordos internacionais.
O extermínio dos povos indígenas na América do Norte
No início de sua história, os Estados Unidos eram formados pelas
Treze
Colônias. Ao se libertar da
Inglaterra,
houve a necessidade da expansão para o Sul e para o Oeste. O comércio e a
indústria estavam crescendo rapidamente, havendo portanto a necessidade de
aumentar os seus limites de atuação.
Ao passar do tempo, iniciou um sentido maior de
patriotismo no povo
das treze colônias. O avanço pelo continente gerou muitas batalhas contra os
índios americanos. Nestas batalhas, foram exterminadas muitas nações indígenas
que viviam há milhares de anos naquelas terras. Cada vez que havia uma vitória
contra o
inimigo, firmava-se um sentimento de
superioridade sobre
os outros povos. Realimentando o sentimento expansionista
1
.
Nesse contexto, pode-se citar
Benjamin
Franklin quando dizia: "Se faz parte dos desígnios da
Providência extirpar esses selvagens para abrir espaço aos cultivadores da
terra, parece-me oportuno que o rum seja o instrumento apropriado. Ele já
aniquilou todas as tribos que antes habitavam a costa"
2
O
sentimento de superioridade racial
Esta
superioridade acabou se transformando com o tempo na ideologia
do
Destino Manifesto, que se realimentou e gerando uma ideia fixa da
pré-destinação dos norte americanos da época sobre os outros povos americanos
descendentes de indígenas, hispânicos, e escravos negros. Capítulo à parte era
o sentimento de superioridade racial dos norte americanos sobre os negros -
estes, segundo muitos estudiosos da época, eram considerados um
elo
entre os animais e os seres humanos
1
.
A
América para os americanos
Em 1821 o senador por
Massachusetts,
Edward
Everett, demonstrando o pensamento estadunidense sobre os seus
vizinhos da América Latina declarou:
(sic)..."Nem com todos os
tratados que possamos fazer, nem com todo o dinheiro que emprestarmos,
poderemos transformar seus
Bolívares
em
Washington".
Quando os norte americanos referem-se a si mesmos como
americanos
somente repetem a frase mais conhecida do presidente
James
Monroe, proferida no congresso estadunidense em
1823:
"A
América para os americanos". o contexto se referia à interferência
européia nas então colônias em fase de independência nas Américas. No início do
século XX, durante a política do
Big
Stick de
Theodore Roosevelt, foi
adotado sentido imperialista conhecido como "Corolário Roosevelt à
Doutrina Monroe", consistia em considerar "América para os norte
americanos".
A doutrina Monroe consistiu basicamente em três questões:
- A não intervenção nos
assuntos internos da América por países europeus.
- A não criação de novas
colônias por países europeus na América.
- A não intervenção dos
Estados Unidos em conflitos relacionados aos países europeus como guerras
entre estes países e suas colônias 1
.
A invasão do
Texas
Mapa mostrando a expansão dos Estados Unidos de 1803 a 1912
Entre
1820
e
1830,
os norte americanos começaram a invadir lentamente o território do
Texas que
pertencia à
República do México,
era uma invasão benigna através da compra de terras, muito baratas. Ao entrar
em território mexicano, grandes
latifundiários
levaram consigo as
oligarquias e o trabalho
escravo (O comportamento era muito parecido com o
coronelismo).
No
México
não havia escravatura, pois era proibida pela
Constituição.
Em
1835,
o governo mexicano aprovou a
Constituição
Centralista Mexicana, reforçando a proibição da escravidão em
território daquele país. Os grandes oligarcas norte americanos
donos
daquelas terras financiaram então uma
revolução
e proclamaram a independência do Texas em
1836.
Formou-se então a
República da Estrela Solitária, que passou a ser um
protetorado
dos
Estados
Unidos.
A República do
Texas
Tão logo foi reconhecida a independência da
República do Texas pelos
norte americanos, fez-se um pedido formal de anexação à nação vizinha, sob a
alegação de que os
laços raciais do povo texano eram muito mais
estreitos com os Estados Unidos do que com o
México.
Desta forma, em
1845,
o
Texas
foi anexado ao território estadunidense.
Segundo informações coletadas da
Biblioteca do Congresso
estadunidense, que após da
libertação do Texas,
o povo mexicano da região de
fronteira era muito violento, aumentando o
índice
de criminalidade. Foram necessárias portanto,
medidas drásticas de
contenção contra os criminosos e bandos de bandidos hispano-americanos.
A Guerra do México e a anexação dos territórios Califórnia,
Novo México, Nevada, Arizona e Utah
Estas
medidas de contenção do
banditismo geraram muitos
desentendimentos entre os dois países. Em
1846, houve
um conflito de fronteira entre os Estados Unidos e o México. Os norte
americanos acabaram declarando guerra ao país vizinho invadindo seu território
e "libertando" a
Califórnia,
Novo
México,
Nevada,
Arizona
e
Utah.
Metade do território mexicano foi perdida para os Estados Unidos, e grande
parte do povo latino da região, ou foi morto, ou expulso para o que restou do
México.
Abertura forçada do mercado do Japão
Em 1853 uma esquadra estadunidense força os japoneses à abertura das
fronteiras e seus mercados aos Estados Unidos.
A
invasão da Nicarágua
Em 1855 o mercenário
William Walker desembarcou e
atacou a Nicarágua dominando o país declarando-se presidente. Fazendeiros
sulistas norte americanos imediatamente fundaram oligarquias na região. Walker
porém foi derrotado e fuzilado em
Honduras.
Muitos dos fazendeiros tiveram que retornar aos Estados Unidos falidos e
doentes.
John O'Sullivan e "O destino manifesto"
Em
1857,
o jornalista estadunidense
John O'Sullivan
declarou que:
(sic)...seria intolerável que prejudicassem nosso poder,
limitando nossa grandeza e impedindo a realização do nosso "Destino
Manifesto", que é estendermo-nos sobre o continente que a Providência
fixou para o livre desenvolvimento de nossos milhões de habitantes, que anos
após anos se multiplicam...
Influência sobre a Teoria do Espaço Vital (Lebensraum
em alemão)
O Geógrafo alemão
Friedrich Ratzel visitou a
América do Norte no início de
1873
3
e se impressionou com a doutrina do Destino Manifesto nos EUA
4
. Ratzel simpatizava com os resultados do "Destino Manifesto", mas
ele nunca usou o termo. Em vez disso, ele contou com a
Tese da Fronteira
de
Frederick Jackson Turner5
. Ratzel promoveu colônias ultramarinas para a Alemanha, na Ásia e África, mas
não uma expansão em terras eslavas
6
. Depois alguns alemães reinterpretaram Ratzel para defender o direito do raça
alemã de expandir na Europa, essa noção foi mais tarde incorporada na ideologia
nazista4
. Harriet Wanklyn argumenta que os políticos distorceram a teoria de Ratzel
para objetivos políticos
7
.
A guerra contra a Espanha e a invasão dos territórios
hispânicos
Em
1898,
com a explosão de um navio estadunidense chamado
Maine em Cuba, os EUA
declaram a
guerra contra a Espanha, os
territórios espanhóis no
Caribe e no
Pacífico
foram invadidos. Cuba permaneceu ocupada até 1902, sendo
liberada pelos
norte americanos depois da aprovação da
emenda
Platt. A emenda Platt era uma lei que dava direito aos norte
americanos de invadir Cuba a qualquer momento em que interesses dos Estados
Unidos fossem ameaçados. Esta lei permaneceu mantendo Cuba um
protetorado
estadunidense até
1933.
A
anexação do Hawaii
Em 1898 o congresso estadunidense aprova a anexação das Ilhas do Havaí.
A
Conferência Pan-americana
Em 1890, aconteceu a primeira Conferência Pan-americana. Esta propunha uma
moeda comum no continente americano, o dólar, uma união aduaneira, um conselho
de arbitragem de conflitos militares e econômicos em
Washington,
além de cobrança de tributos de
proteção. O
Brasil e a
Argentina
se opuseram, receberam retaliações econômicas do bloco liderado pelos norte
americanos. Contra o Brasil, a principal retaliação foi o encerramento da
importação do
látex,
contra a Argentina, a importação de gado e de
trigo.
Roosevelt e o
Big Stick
Em
1901
Theodore Roosevelt assumiu a
presidência dos Estados Unidos, sua máxima era
(sic)...Fale suave, mas tenha
nas mãos um grande porrete que será bastante útil..., esta foi chamada da
política do
Big
Stick. Seguindo esta orientação, sob os mais diversos pretextos os
Estados Unidos ocuparam em nome da
democracia Cuba entre 1906 a 1909, em
1912 e 1917 a 1922, o
Haiti
entre 1915 a 1934, a
República Dominicana entre
1916 e 1924 e a
Nicarágua entre 1909 a 1910 e
1912 a 1933.
O Canal do Panamá e a liberdade do povo panamenho
A região do
Canal do Panamá pertencia à
Colômbia,
por uma questão de soberania os colombianos não aceitaram a proposta
estadunidense da construção de um canal em seu território. Em
1903, o
Senado da Colômbia negou-se a ratificar o
Tratado de Hay-Herrán,
que estabeleceria o arrendamento aos Estados Unidos de uma faixa de território do
istmo
do
Panamá
para construírem um canal e ter seu uso exclusivo por 100 anos. Como
conseqüência os Estados Unidos insuflaram uma guerra separatista na região.
Depois da intervenção de tropas estadunidense foi criado o Panamá, país que
ficou sob o protetorado dos norte americanos. Em troca foi cedida a região para
a construção do canal e o direito de explorá-la para sempre pelos norte
americanos. Em meados de
1975, sob muita pressão internacional, e depois de
muitos anos de negociações, os Estados Unidos aceitaram entregar o canal para o
Panamá em
1999.
Os donos do Brasil
Todos os países da América sofreram em maior ou menor grau o efeito da
doutrina do
Destino Manifesto. Ora com intervenções militares, ora
econômicas, políticas ou ideológicas. No
Brasil
também houve o domínio e compra de muitas terras gerando gigantescos
oligopólios e a compra de companhias brasileiras por muitos empresários
norte-americanos do início do século XX até a década de cinqüenta do mesmo
século. Grande parte das atividades de extrativistas, construção de estradas de
ferro, rodovias, mineração, geração de energia elétrica, águas e esgotos,
transportes, indústrias de papel, metalúrgicas, mecânicas, navais entre outras,
pertenciam àqueles grupos.
Percival Farquhar
De todos que vieram ao Brasil, o mais conhecido foi o norte-americano
Percival
Farquhar, o dono da Estrada de Ferro
Madeira
Mamoré, que ficou mais conhecida como a
Ferrovia
do Diabo, em cuja construção morreram muitos milhares de
trabalhadores que viviam na selva amazônica sob as mais precárias condições de
trabalho sub-humano e semi-escravidão. Em todo Brasil o senhor Farquar tinha
suas indústrias voltadas quase que unicamente para o extrativismo vegetal e
mineral. No Sul do Brasil no Estado
Paraná,
a empresa colonizadora pertencente ao empresário derrubou e enviou documentados
mais de 250 milhões de pinheiros, estima-se que somada ao envio ilegal, a
remessa chegou na ordem de 750 milhões de pinheiros, praticamente extinguindo
toda a fauna e flora dependente das florestas de
araucárias
do Estado. No Estado de
Santa Catarina a cifra
ultrapassou à casa de 800 milhões de árvores retiradas com a conseqüente
destruição da fauna e flora. Para remeter toda esta madeira para os
Estados
Unidos foram construídos milhares de quilômetros de estradas de
ferro, no interior do Paraná e Santa Catarina. Quem pagou a construção destas
ferrovias para uso particular do grupo norte-americano, foi o Governo
Brasileiro. Uma das conseqüências das mazelas de uma de suas empresas, a
Southern
Brazil Lumber & Colonization Company foi a
Guerra do Contestado, após a
demissão de milhares de operários que haviam sido contratados para a construção
da ferrovia.
América do Sul
Em todos os outros países da
América
do Sul, também houve a
invasão benigna de empresas
norte-americanas. Da
Argentina foram levadas as
mudas da
Cola, da
Bolívia,
Colômbia,
etc mudas de
Coca,
ambas destinadas à fabricação do refrigerante mais bebido do mundo
8
. Da
Amazônia
foram retiradas as mudas da
Seringueira, além de muitos outros vegetais
e minerais.
A conquista dos corações americanos
No final da década de 1930, seguindo sua doutrina do
Destino Manifesto
os Estados Unidos iniciaram sua fase de conquista dos "corações e
mentes" da América (toda a América, não só a do norte). Começou a campanha
de penetração cultural norte-americana ostensiva no Brasil e nos outros países
americanos. O
“american way of life” foi sendo introduzido
gradativamente na sociedade latino-americana. No caso do Brasil, o plano era
uma estratégia dos Estados Unidos para incentivar a solidariedade hemisférica
de forma a enfrentar a influência do
Eixo e consolidar-se como
grande potência. O início da campanha foi a propagação através da propaganda
dos
"valores pan-americanos" , isto ocorreu durante as
conferências interamericanas. Em agosto de 1940, foi criado o
“Office of the
Coordinator of Inter-American Affairs (OCIAA)” 9
, era um escritório chefiado pelo empresário
Nelson Rockefeller vinculado
ao
Conselho
de Defesa Nacional dos Estados Unidos.
Office of
the Coordinator of Inter-American Affairs - OCIAA
As divisões da agência continham setores de relações culturais,
comunicações, saúde, relações comercial e financeira
9
. Havia ainda diversas fundações dirigidas por senhoras de empresários
americanos com a finalidade de
filantropia e
ajuda humanitária.
Portanto, todas as atividades eram isentas de impostos e ainda recebiam
dinheiro do governo brasileiro para atuarem em todo o território nacional. O
OCIAA
9
, se subdividia em seções: música, cinema, imprensa, literatura, rádio, arte,
finanças, exportação, problemas sanitários, transporte e educação infantil. O
OCIAA atuou de forma ostensiva com o
DIP 10
, principalmente nas pesquisas e implementação de técnicas para a criação de
cartilhas escolares
9
.
O OCIAA na Imprensa e meios de comunicações brasileiros
Quando atuava nas áreas de informações e comunicações, a agência
norte-americana veiculava na imprensa brasileira
factóides
favoráveis aos Estados Unidos. Difundiu no Brasil as técnicas mais modernas de
manipulação comportamental mediante imagens agradáveis ligadas a tudo que era
norte-americano
10
11
Difundiu por anos a impressão de que os produtos importados dos Estados
Unidos faziam parte da
moda e que produtos nacionais eram somente
aceitos pela classe baixa da população, fomentou a diferenciação de classes e a
criação de serviços de
primeira classe para quem podia pagar e de
segunda
classe para quem não podia pagar
10
.
Este tipo de propaganda fez a classe média iniciar a
onda consumista
já no início da década de 1950, acelerando o comércio e a importação de
produtos norte-americanos, principalmente automóveis e eletrodomésticos
10
.
Foram implantadas técnicas de publicidade no jornalismo nacional. Para isso
era necessária a importação de equipamentos daquele país para transmissão e
recepção de radiofotos, de forma a demonstrar a
modernidade da imprensa
norte-americana
10
.
A publicidade a serviço do domínio
Sob a coordenação do OCIAA, se iniciou uma campanha publicitária direcionada
à classe média brasileira. Eram incentivados o luxo e o consumismo através das
roupas caras e apetrechos de luxo de grande apelo popular
10
.
Os programas radiofônicos e as produções cinematográficas davam ênfase aos
produtos de consumo, principalmente eletrodomésticos. A propaganda massificava
a população e era largamente utilizada como um dos mais importantes
instrumentos de propaganda da guerra
10
.
Programas de rádio transmitidos do território americano tinham penetração em
todo o Brasil. O OCIAA através da rádio
A Voz da América com suas
antenas voltadas para o Brasil apresentava a cobertura em tempo real da guerra
com slogans incitando aos brasileiros o quanto era bom ser
"americano",
há que se lembrar que brasileiros não são bem vindos em território americano
12
As transmissões divulgavam durante todo o tempo a cultura norte-americana,
seus usos e costumes. Eram reforçadas as publicidades direcionadas
principalmente à classe média e aos jovens de faixa etária entre vinte e cinco
e trinta anos em programas radiofônicos.
Bons exemplos de propaganda de guerra foram programas como "O Brasil na
Guerra", "A Família Borges" e "Barão Eixo".
O uso do cinema
Os filmes de ficção e documentários norte-americanos tinham o papel de
difundir a ideologia e cultura dos Estados Unidos, para tal, OCIAA usava as
indústrias cinematográficas de
Hollywood 9
.
O OCIAA evitava mostrar para a América Latina em seus filmes os costumes
norte-americanos que poderiam a vir a ofender os brios e o modo de vida latino
9
.
Exemplo típico foram os famosos foras da lei mexicanos, tão comuns nos
filmes de bang-bang. Estes foram eliminados das produções de Hollywood para
evitar mal-estar entre os latinos.
Outro exemplo comum utilizado até a atualidade que procura disfarçar a
discriminação racial contra os negros e latinos, bastante comum nos Estados
Unidos eram, e ainda continuam sendo os filmes policiais dirigidos para a
América Hispânica e Brasil. Nos filmes os policiais
negros são
companheiros inseparáveis de policiais
brancos.
No caso de filmes dirigidos e exportados para a
Argentina,
e outros países hispânicos evitavam ofender os brios e o machismo dos
latino-americanos, enaltecendo a
masculinidade
e a
feminilidade
latinas.
Disney
A criação de personagens para fomentar a política de boa vizinhança
continental foi muito utilizada sob o comando do OCIAA
9
Assim, os Estúdios Disney, criaram o papagaio
Zé
Carioca com a firme proposição de influenciar as crianças
brasileiras em serem amigos das crianças norte-americanas, preparando as
latinas para serem lideradas por aquelas no futuro
13
. O filme
Alô Amigos demonstra bem a
manipulação comportamental onde o
"simpático e falador papagaio"
enfatiza a amizade com o
"nervoso e temperamental" Pato
Donald, naturalmente a mensagem passada é que o papagaio aceita a
liderança do pato em todas as ocasiões
14
A preparação para a invasão
Devido à grande quantidade de trabalhadores estrangeiros que morreram durante
as construções de ferrovias e rodovias por empreiteiros norte-americanos no
Brasil desde o início do século XX, o OCIAA sabia que existiam doenças
tropicais no território nacional que matavam indivíduos que não tinham
imunidade àquelas enfermidades.
As principais doenças pesquisadas
"humanitariamente" foram
a
malária
e a
Febre
amarela. Visando
"ajudar" a população enferma
brasileira no controle das doenças, o OCIAA iniciou um ostensivo programa de
educação médica e treinamento de enfermeiros brasileiros e estrangeiros nas
selvas brasileiras.
Embora negado, sabe-se que o objetivo principal não era obter a aprovação da
população à atuação da agência no Brasil. O povo sertanejo em grande parte pois
grande parte era e é imune às várias endemias que assolam as florestas do
Brasil, na realidade as pesquisas iam muito mais além.
As forças armadas norte americanas precisavam preparar o terreno para a
provável chegada e manutenção de suas tropas e empresas mineradoras em
território brasileiro com a finalidade de extrair materiais estratégicos a
serem fornecidos às suas indústrias bélicas. Todas as jazidas conhecidas então
na América do Norte estavam sendo exploradas e muitas estavam se exaurindo.
Conforme acertado nas negociações em que ocorreu o alinhamento brasileiro à
política norte americana, o Brasil passaria a ser um protetorado daquele país
na época da
Segunda Guerra Mundial por não
ter poderio bélico suficiente para se defender de um inimigo externo
10
.
Foram construídas então bases aéreas, navais, fábricas de armas,
metalúrgicas e siderúrgicas com financiamento oferecido por banqueiros
norte-americanos sob o aval do Ministério da Defesa daquele país. A única
condição era que as
"empresas" fundadas deveriam ser
orientadas por empresas de consultoria norte-americana e que a tecnologia e
insumos deveriam ser comprados dos norte-americanos
10
.
Foi acertado também que certas ligas metálicas e certos artefatos não
poderiam ser construídos em território brasileiro para salvaguardar as patentes
de produtos daquela nação. Foi este o motivo em parte do atraso do Brasil em
produzir certas ligas de aço resistentes e de não produzir ligas metálicas
nacionais para solda elétrica até a década de 1950.
Carmem Miranda, o Zé Carioca, Coca-cola, a obrigatoriedade do
ensino do inglês nas escolas públicas e as fábricas de cigarros
A portuguesa Carmem Miranda naquela época se tornou o símbolo da cultura
brasileira nos Estados Unidos. O papagaio Zé Carioca ajudou a construir o
estereótipo do brasileiro simpático e malandro, não muito chegado ao trabalho
10
.
A poderosa Coca-Cola utilizando de propaganda maciça, principalmente no
cinema, iniciou uma campanha lançando
"modismos" como novas
vestimentas, roupas de praia e banho para senhoras e senhoritas, dando ênfase
às formas femininas e à sensualidade acabou por substituir o consumo pela
classe média dos sucos naturais. A família brasileira deixou então de beber a
limonada, a laranjada, o suco de melancia, o suco de abacaxi e demais sucos de
frutas tropicais. Um detalhe importante era a ênfase dada pelo fabricante
norte-americano de que sua bebida deveria ser consumida pelas
"famílias
de bem", dando margem subliminar de que os consumidores de sucos não
eram
"consumidores premium" 10
.
O ensino de línguas estrangeiras nas escolas brasileiras, a exemplo do
latim, do francês e do espanhol, passou a ser desestimulados pelo governo
brasileiro influenciado pela propaganda norte-americana
10
.
As escolas estaduais passaram a ser obrigadas pelas esferas federais a
substituir o ensino de quaisquer idiomas pelo inglês. No Estado de Santa
Catarina, de forte influência de colonização alemã, o uso da língua germânica
pela população passou a ser proibido e punido com prisão. As escolas que
ensinavam aquela língua passaram a ser fechadas caso não mudassem o ensino para
o inglês
10
.
O idioma inglês passou já naquela época a ser considerado a língua de
"pessoas
cultas". Nas reuniões, era de bom tom se referir em diversas ocasiões
em idioma inglês para as mais diversas situações.
Eram consideradas "charmosas"
as expressões: "Oh my God", "My baby", "My
little bear", etc.
Nas escolas, principalmente nas
"particulares", era moda o
uso de roupas de corte norte-americano entre os adolescentes já no início da
década de 1950
10
.
- O vício do fumoiniciou sua
caminhada pela publicidade dirigida a crianças através de pequenos "cigarros de chocolate"
distribuídos nas escolas públicas. Era comum ver crianças de 6, 7 anos de
idade na década de 1950 e 1960 sorvendo pequenas barras de chocolate
idênticas aos cigarros que os adultos fumavam. As caixas onde eram
acondicionados "os cigarrinhos de mentirinha" eram
idênticas às carteiras dos cigarros verdadeiros. As crianças andavam às
mãos de seus pais segurando os "cigarrinhos" da mesma
forma que os adultos.
Nos
"filmes de guerra" norte-americanos não eram raras as
cenas de oferecimento de
"cigarros americanos", inclusive
entre os
"inimigos" transmitindo assim a mensagem de que os
"companheiros
de vício" não tinham fronteiras.
Embora a venda e consumo de cigarros no Brasil tenha tido sua primeira onda
na década de 1920, foi na época da Segunda Guerra Mundial que as grandes
multinacionais do fumo norte-americanas (as européias seguiram a onda em
seguida) tiveram uma verdadeira explosão das exportações do cigarro industrializado
para o Brasil.
A aceitação do vício entre crianças e os adolescentes (além dos adultos) foi
tão grande que as empresas se apressaram em construir novas fábricas no Brasil
no final da década de 1940. As marcas Camel, Chesterfield, Pall Mall, Marlboro,
Hollywood entre outras européias e norte-americanas tiveram no início da década
de 1950 uma grande explosão de vendas. A população estava viciada em produtos
norte-americanos.
O intervencionismo norte-americano contra o comunismo
Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a conseqüente derrota do eixo, os
Estados Unidos fizeram ser aprovada a Declaração de
Solidariedade para a
Preservação da Integridade Política dos Estados Americanos Contra a Intervenção
do Comunismo Internacional, esta era a nova maneira dos norte-americanos
continuarem sua presença nas Américas.
O comunismo
Agora era a vez do Comunismo; documento datado de março de 1954 afirmava que
"(sic)...que o domínio ou controle das instituições políticas de
qualquer Estado americano por parte do movimento internacional comunista, que
tenha por resultado a extensão até o continente americano do sistema político
de uma potência extracontinental, constituiria uma ameaça à soberania a à
independência política dos Estados americanos, o que poria em perigo a paz da
América".
Domínio político versus domínio econômico-financeiro
Porém tomando-se o intenso interesse de grandes grupos empresariais dos
Estados Unidos em expandir suas empresas, por exemplo, na
China, um
país de governo
comunista, pode-se concluir
que, na verdade a pretensão de domínio mundial dos EUA não se dá na área
política mas sim na esfera econômica. Ou de outra forma, o domínio do Estado
através de subjugá-lo ao poder financeiro.
Dessa forma conseguiríamos entender o porquê de seu sistema eleitoral não
tomar o voto como, ao mesmo tempo, um direito e um dever, como ocorre no
Brasil, por exemplo. O voto, nos EUA, é facultativo às pessoas comuns. Se
tomarmos o voto como expressão legítima de cidadania (não há como fugir do fato
de que nós, as pessoas comuns, somos obrigatoriamente cidadãos de algum lugar
e, ao mesmo tempo, temos o direito pleno a essa cidadania, conforme a
Declaração dos Direitos
Humanos), corromper essa natureza da cidadania, a saber, seu caráter
a um tempo, de dever e de direito teria, como consequência, o estabelecimento
da possibilidade da pessoa vir a ter o status de "quase-cidadão".
Esse enfraquecimento da noção de cidadania aponta para o fato de que a noção de
Estado, de Governo, nos EUA não é tão importante quanto a noção de poder
econômico. O que legitimaria uma pessoa em sua cidadania estaria mais
relacionado, dessa forma, a seu poder econômico e não à noção de existência
nacional.
A eclosão de golpes por toda a América
Golpes militares começaram a derrubar presidentes dos vários países das
Américas.
15
Foi derrubado
Jacobo Arbens
na
Guatemala,
Vargas no Brasil, entre outros
16
.
Em 1962, Cuba foi excluída da OEA. Em 1964 com o apoio da
Operação Brother Sam houve o
Golpe Militar de 1964 no
Brasil. Em seguida, diversos países da
América
Latina tiveram seus governos derrubados por golpes e contra-golpes
17
Devido a estes movimentos revolucionários e contra-revolucionários, os
países da região perderam completamente o controle econômico, a região se
transformou num caos, e as populações começaram a ser massacradas pelas mais
diversas
ditaduras
militares
16
.
As economias
implodidas
Na América do Sul, o empobrecimento real transformou economias de países em
meras dívidas externas impagáveis
18
.
À cada revolução, golpe e contra-golpe, sempre havia
"alguém"
pronto para emprestar o dinheiro necessário à conquista da
"liberdade
democrática" .
Atrás disso vieram os empréstimos para o
"desenvolvimento"
dos países do bloco americano, estes se endividaram novamente e tiveram que
contrair mais empréstimos para pagar as dívidas geradas pelos golpes.
Necessitavam de novos e novos empréstimos para pagar os juros que explodiram
com as
"crises" internacionais, do petróleo, etc.
Com a queda da União Soviética, os norte-americanos continuaram acreditando
na sua doutrina do destino manifesto. Agora como maior potência militar e
econômica do Planeta iniciaram a aculturação de outras nações sob o pretexto de
combater o
"terrorismo internacional".
O século XXI
Iniciando o século XXI, aconteceu a tragédia dos ataques
terroristas
às
torres gêmeas.
Os Estados Unidos se viram frágeis, pois jamais haviam recebido um ataque
tão violento em seu território no próprio continente.
Sua resposta foi a invasão do
Afeganistão
e do
Iraque.
O custo financeiro, político e moral do povo norte-americano está sendo
gigantesco, e está colocando em xeque a sua doutrina do destino manifesto
19
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