ERRAR É HUMANO
A
 ideia da excelência do «privado» e da sua supremacia absoluta em 
relação ao «público» tem sido sistematicamente difundida (através dos 
média privados...) pelos propagandistas privados ao serviço da política 
de direita.
Tal
 ideia é um dos vários «argumentos» utilizados na defesa das 
privatizações - ou seja, da entrega ao «privado», ao preço da uva 
mijona, de tudo o que dá lucro - e da permanência na posse do «público» 
de tudo o que dá prejuízo...
A realidade mostra com frequência a falsidade dessa ideia, mas nunca os tais propagandistas privados reconhecem a realidade.
Vimos,
 por exemplo, como a comparação «público/privado» foi cuidadosamente 
ocultada nas muitas noticias sobre os casos BPN e BPP - exemplos bem 
elucidativos da tão apregoada «excelência do privado»...
E
 a verdade é que todos os dias nos chegam notícias demonstrativas da 
incomensurável capacidade do «privado» para angariar lucros, seja à 
conta de quem trabalha e vive do seu trabalho, seja à conta do 
«público», isto é, do Estado.
Eis, de entre os casos que vão sendo conhecidos, o mais recente:
a
 Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) detectou uma série 
daquilo a que, delicadamente, chama «irregularidades», ou «divergências»
 ou «desconformidades», na facturação ao Estado oriunda de «22 unidades 
convencionadas com o Serviço Nacional de Saúde» (SNS), ou seja clínicas 
privadas às quais o SNS recorre.
As «iregulariadades, divergências ou desconformidades», segundo a IGAS, são muitas e diversificadas:
Serviços cobrados mais do que uma vez;
Casos em que, tendo sido prescrito apenas um exame, são feitos (?) e facturados dois;
Disparidade
 de preços que fazem com que, por exemplo, algumas dessas clínicas 
cobrem 41, 34 euros por um exame que deveria custar, no máximo, 18, 66 
euros... enfim, uma infinidade de serviços «mal facturados», que 
custaram ao Estado uma importância que a IGAS, infelizmente, não 
quantificou...
Que concluir de tudo isto?
Atenção: nada de conclusões precipitadas.
E tenhamos em conta que, como «esclareceu uma fonte do Ministério da Saúde», trata-se de «erros e não de fraudes»...
Pronto, se assim é não há problema - tanto mais que, como toda a gente sabe, errar é humano...