domingo, 20 de julho de 2014

Felipa de Sousa



Felipa de Sousa, condenada pela Inquisição por lesbianismo.

Nascida em 1556 na cidade de Tavira, no então reino português do Algarve, Filipa da Souza viajou para Salvador, na antiga capitania portuguesa da Bahia, Brasil, em data desconhecida, depois de ter enviuvado. Filipa era alfabetizada, facto extraordinário para a época, tendo casado com Francisco Pires, que exercia a profissão de pedreiro em Salvador.

Em 1591 deu-se a primeira visita da Inquisição Portuguesa do Santo Ofício a Salvador, principal cidade da então colônia portuguesa do Brasil, chefiada pelo padre Heitor Furtado de Mendonça. Filipa da Souza, contava 35 anos de idade 18 de dezembro, quando foi denunciada e detida por "práticas nefandas", acabando por confessar o seu lesbianismo e envolvendo mais seis mulheres.

A denunciante foi Paula Siqueira, cristã-velha de 40 anos, pressionada pela posse de um livro proibido que guardava em sua casa, tornou-se a principal acusadora de Filipa de Souza, dando origem a um processo em que 29 mulheres foram acusadas de lesbianismo. Num dos seus depoimentos Paula Siqueira afirmou:

"...estando ela confessante em sua casa nesta cidade [do Salvador], veio a ela a dita e ambas tiveram ajuntamento carnal uma com a outra por diante e ajuntando seus vasos naturais um com o outro, tendo deleitação e consumando com efeito o cumprimento natural de ambas as partes como se propriamente foram homem com mulher."

Das 29 mulheres acusadas de lesbianismo na Capitania da Bahia, Filipa foi a mais severamente punida. Condenada ao açoite e ao degredo perpétuo, foi obrigada a escutar a sua sentença na Igreja da Sé, de pé, com uma vela acesa nas mãos, trajando uma veste de linho cru identificativa publicamente dos heréticos, enquanto os seus crimes e pecados eram citados em voz alta (1592). Após a leitura pública da sentença, foi atada ao pelourinho, açoitada e expulsa da capitania.

A sua acusadora teve uma pena mais branda, acredita-se que por ser esposa do Provedor da Fazenda, tendo sido condenada a apenas 6 dias de prisão e ao pagamento de 50 cruzados de multa, assim como a duas aparições públicas como ré, além de algumas penalidades espirituais.

O que sabemos acerca deste episódio da História do Brasil é fruto das pesquisas do professor e antropólogo brasileiro Luiz Mott.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Filipa_de_Sousa

http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_2330.html

http://felipadesouza.blogspot.com/

http://youtu.be/Thjp2EZ5LfY
 

 
Publicado em 11 de abril: Aderonke foi presa, torturada e sentenciada à morte na Nigéria – tudo isso porque ela é lésbica. Ela fugiu para o Reino Unido em busca de segurança.

Agora eles estão tentando mandá-la de volta para o perigo. Aderonke, como dezenas de outras pessoas LGBT que requerem asilo, está presa num processo que o governo do Reino Unido já admitiu ser degradante e humilhante. O programa não funciona e não protege ninguém.

Mas se milhares de nós nos manifestarmos agora, podemos fazer ...
imagem não exibida
Nigeriana lésbica é sentenciada à morte
Aderonke fugiu da Nigéria depois que sua família foi assassinada e ela foi presa, torturada e sentenciada à morte por...