Israel promove novo genocídio em Gaza
Mirar em civis é “crime de guerra”, diz Human Rights Watch. Mortos chegam a 120 em Gaza. Para pesquisador, ofensiva de Israel viola leis internacionais. 75% das vítimas são civis
Garota palestina anda em meio a destroços de uma mesquista no campo de refugiados de Al Nusairat, no centro de Gaza (Efe)
“Segundo as leis de guerra, às quais Israel, como qualquer outra força militar, está sujeito, você não pode atirar primeiro e perguntar depois. É preciso ter certeza que você está tentando atingir o alvo legítimo. Quando há qualquer dúvida sobre a existência de civis no local, você deve abortar o disparo”, afirmou Van Esveld ao veículo RT.
Neste quinto dia da chamada Operação Margem Protetora, ou “Penhasco Sólido”, o número de mortos em Gaza chegou a 120 pessoas, segundo informam fontes de saúde palestinas. Deste total, pelo menos 75% são civis — 40% de crianças e mulheres —, afirmou Ashraf Al Kidra, ministro da Saúde em Gaza, à emissora norte-americana NBC. Feridos passam dos 900. Do outro lado, mais de 500 projéteis foram disparados da Faixa de Gaza contra o território israelense, mas até o momento não há notícias de cidadãos israelenses mortos.
Anistia Internacional
Outra entidade humanitária, a Anistia Internacional, pediu “com urgência” para que a ONU (Organização das Nações Unidas) conduza uma missão internacional e independente que investigue eventuais crimes de guerra na operação militar israelense. “A comunidade internacional não deve repetir os mesmos erros do passado, ao esperar e assistir às consequências devastadoras para civis dos dois lados”, afirmou Philip Luther, um dos diretores da entidade.A legalidade da operação militar já está sendo questionada pela ONU. Conforme explicou ontem Navi Pillay, chefe do Alto Comissário para Direitos Humanos da ONU, sob as leis internacionais, Israel deve garantir que seus ataques sejam proporcionais, evitem vítimas civis e identifiquem alvos militares e civis no solo.
Na madrugada de hoje, três palestinos morreram e cinco ficaram feridos após um bombardeio israelense atingir um grupo de pessoas nas imediações de uma mesquita. Momentos antes, conforme informou o ministro da Saúde, um centro para pessoas com deficiência foi atacado por mísseis, deixando duas vítimas e cinco feridos.
No quinto dia da ofensiva militar, artilharia israelense posicionada na fronteira dispara contra Gaza (Efe)
Escalada de violência
A escalada de violência israelense ocorreu após a morte de três adolescentes israelenses na Cisjordânia no final de junho. Como “vingança”, um jovem palestino foi queimado vivo e assassinado em Jerusalém.Logo após a descoberta dos corpos dos três jovens, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas. Aviões de guerra passaram a bombardear Gaza destruindo casas e instituições e foram realizadas execuções extrajudiciais. Até agora, quase 600 palestinos foram sequestrados e presos.
A tensão aumentou na região após anúncio, no começo de junho, do fim da cisão entre o Fatah e o Hamas, que controlam a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, respectivamente. Israel considera o Hamas um grupo terrorista e por isso suspendeu as conversas de paz que vinham sendo desenvolvidas com os palestinos com a mediação do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
Opera Mundi
Pragamatismo