ANTONIO ABBUD:
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Informar de modo a permitir que compreendam por si os princípios metafísicos que estão por trás de todos os eventos bons e ruins que se manifestam em nossa realidade; princípios ocultos que estão enterrados debaixo de muito entulho político-religioso; econômico-social; histórico-cultural.
sábado, 17 de maio de 2014
MUDANÇA RADICAL NA VIDA: passo a passo de como se pode fazê-la
Primeiro digo que este é um texto longo, então
leia-o com tempo. Usarei da maneira mais clara vários conceitos de Psicologia
analítica (e por isso preciso explicá-los para que você entenda, ao final, o que
realmente quis passar através desta página). Apesar de não representar
diretamente o que diz este ou aquele autor específico... trata-se de meu ponto
de vista pessoal. No entanto, aceito as contribuições que demais amigos e amigas
possam oferecer, bastando acrescentar ao final da página.
Fi-lo em forma de etapas, não porque goste
assim, mas para facilitar o pensamento e as ações, e permita que você prossiga
neste processo visualizando suas etapas, sua evolução, e desta forma perceba
quando está ‘travado(a)’ em algum ponto dele.
Finalmente, sugiro que você leia os demais
textos do site, em especial os que publico todos os sábados sobre conceitos de
Psicanálise e Psicologia. Estarão interligados a este, e te ajudarão a entender
como funciona sua Psique. O da próxima semana, por exemplo, é muito importante
para que você entenda melhor como o inconsciente nos ajuda, e que nem tudo que
acreditamos ser ruim (pesadelos, fantasias, desejos que não podemos realizar) na
realidade podem nos ajudar a conhecermos a si próprios.
Passo 1: Sentindo a necessidade de mudança
Várias podem ser as sensações que lhe indiquem
a necessidade de mudança. Podem ser desde vagas sensações a claros desejos de
abandonar tudo e recomeçar do zero. Em geral, quando esta necessidade é real,
ela sofre um aumento gradual e constante: enquanto você não mudar o que precisa
ser mudado, você não terá paz interna.
Mas o que significaria ‘paz interna’? Eu dou
este nome, mas você pode chamar de equilíbrio interno, bem estar, sensação de
estar no seu lugar... etc. Seria o sentimento de pertencer ao seu tempo, e ao
lugar em que está neste momento. Sentir que, mesmo passando por diversas
dificuldades e problemas, você PRECISA passar por eles como qualquer outra
pessoa precisaria para evoluir e se tornar alguém melhor.
Esta paz interna não está relacionada a
momentos ‘sem problemas’. Pelo contrário: só conseguimos ter certeza dela quando
temos dificuldades a resolver, muitas sem depender de nossa vontade, e no
entanto, lidamos com elas como algo natural da vida.
Você sentirá que não está em seu equilíbrio
quando acordar várias vezes com um sentimento (vago ou claro) de ansiedade ou
angústia (preste sempre muita atenção à primeira sensação que tem ao acordar...
ela reflete muito sobre seu interior). Também sentirá que não fica feliz ou
contente com coisas que antes te deixavam feliz. Perceberá que se tudo continuar
como está, não há perspectiva que você se sinta melhor em algum prazo
delimitável (não falo aqui do desejo que algo ‘caia do céu’ e mude tudo... e sim
de uma visão crítica e realista de como as coisas estão se encaminhando em sua
vida). Onde seus problemas atuais irão acabar, da forma como
estão?
Você perceberá que no momento não tem forças
para lutar por coisas pelas quais sabe que deveria estar lutando, e que em
outros tempos te faziam mover montanhas. Sentirá como se houvesse um buraco
negro dentro de seu peito, que lhe suga sua energia... e que você está
angustiado(a) para agir antes que toda a energia que ainda lhe resta vá pelo
ralo.
Não é importante, neste momento, saber qual é o
problema que lhe aflige. Até porque, é muito provável que não seja exatamente o
que você acha que é. Tenho certeza que se você soubesse o ponto certo a
concertar ou já teria agido ou já teria se conformado, não é verdade? Então, por
este motivo, é necessário o segundo passo.
Passo 2: entendendo como sua mente chegou neste ponto
Como não pretendo (ainda...) publicar um livro
sobre conceitos de psicologia, vou usar de diversas analogias (algumas podem
parecer estranhas em um primeiro momento), para que facilmente você entenda como
várias linhas de psicologia entendem que funciona sua psique. Você perceberá
que quase todas as analogias se parecem com outras áreas da ciência, em especial
a astronomia (como a teoria do Big Bang... até já citei um buraco negro acima,
não e?). Isto ocorre porque a Psicologia a muito tempo já sabe que muitos
conceitos que criamos na ciência partem de visões ‘antropomórficas’ do próprio
ser humano.
Ou seja: só conseguimos explicar coisas que não
entendemos a partir de como o ser humano sabe (muitas vezes de forma
inconsciente) que funciona sua própria mente, por dentro! A teoria do Big Bang
(apenas uma de diversas formas de explicar a origem do universo) seria na
realidade a forma como cada ser humano sabe inconscientemente que se formou sua
própria mente, desde sua gestação até agora. E esta também seria uma repetição
de como a raça humana se desenvolveu desde o primeiro ser vivo unicelular até o
primeiro homo sapiens, processo de milhões de anos, repetido a cada gestação e
crescimento de cada humano.
Agora então, vou lhe dar uma versão de como sua
mente se formou. Desde sua geração, na barriga de sua mãe, você já tinha um
inconsciente. Imagine este inconsciente como o núcleo do universo (tanto física
quanto virtualmente). Tudo que você seria estava em um minúsculo ponto,
concentrando seu próprio universo reduzido.
Conforme você foi crescendo, já antes de nascer
(ainda durante a gestação), pequenos estímulos foram aos poucos atingindo este
núcleo. Nada que o alterasse profundamente (ainda), mas digamos que estes
estímulos foram ‘aquecendo’ ou ‘esfriando’ um pouco este núcleo de tudo. E eis
que chega o momento de seu nascimento, quando o maior choque de sua vida
(nascer) ocorre! Ocorre o Big Bang! A enorme explosão, este núcleo se expande e
cria milhares, milhões de estrelas!!! Cada qual uma personalidade em potencial,
um possível ‘eu’ para você!. Mas no centro de tudo isto, ainda haverá um grande
núcleo ainda (a explosão não é suficiente para desfragmentá-lo totalmente), uma
gigantesca estrela, ao redor da qual todas as outras estrelas e planetas
circularão, mesmo sem perceber...
Por razões diversas (tenho minha opinião
própria sobre isto, semana que vem falarei um pouco mais sobre isto) uma destas
pequenas estrelas começa a brilhar mais. Esta será seu ‘ego’, quem você acredita
ser. Os estímulos do ambiente, somados à própria constituição original desta
estrela (quem você sempre foi e sempre será, sua constituição inata) fazem esta
estrela a mais brilhante dentre as outras menores, fazendo com que, para os
planetas que estão mais próximos, ela pareça mais brilhante do que aquela
estrela enorme, do centro da galáxia, onde tudo se
originou.
A estrela central é o SELF, o centro do
inconsciente. A menor, que passa a brilhar mais é seu EGO, quem você acha que é.
As demais estrelas menores são seus complexos: personalidades parciais e
potenciais, quem você ‘poderia’ ter sido mas não é. Elas vivem dentro de você,
cada qual com sua luz própria... e todos querem poder brilhar, apesar do EGO
querer sempre dominar tudo.
Daí você já percebe que começa a existir as
contradições dentro de sua própria Psique, não é mesmo? Antes da Grande
Explosão, sua mente era totalmente indiferenciada: tudo era igual, tudo fazia
parte do TODO, a grande massa de energia e matéria que formava o núcleo de seu
universo. De repente, após a explosão, o EGO é criado, e como ele ‘acha’ que é
você, ele passa a controlar seu corpo e sua ‘consciência’ (que seria o espaço do
Sistema Solar, por exemplo). Ele se acha tão importante, e tem tantos problemas
a resolver durante sua formação e desenvolvimento (chuva de meteoros,
estabilização da órbita e de sua própria massa, fusão e separação de planetas em
sua órbita...) que ele nem sequer tem tempo de se preocupar com o grande centro
de todo este Universo, e o que há lá.
Esta preocupação com sua própria estabilização
pode ser resumida em: busca de proteção e sociabilização. É o que passamos
grande parte de nossa vida, desde nossa infância, buscando. Buscamos o amor de
nossos pais, sua proteção, a aceitação da sociedade em que vivemos. Isto é
tarefa do Ego. Também conduz para a diferenciação (a marca do EGO): cada coisa
em seu lugar, cada uma com seu significado, estabilidade, previsibilidade,
CONTROLE! Afinal, depois de tanto sacrifício, ele quer ter paz, não quer que
nenhuma grande explosão ocorra novamente. Cada coisa em seu lugar, e mesmo
quando já estiver, seus olhos estarão fixos de olho em qualquer coisa que se
movimentar ameaçadoramente, para que sua mão possa colocá-la no devido lugar
novamente, à força! Este é o EGO.
Mas depois da adolescência (que para alguns
pode durar a vida toda), a regra é que nosso EGO já esteja estabilizado. Porém,
durante algum tempo ainda nos preocupamos com esta estabilização e aceitação
social, mesmo depois de conseguir atingi-la. Não basta ter um carro, tem que ser
o mais caro. Não basta o celular, tem que ser o melhor celular. Querer uma casa
maior, mais fama, ser mais amado e mais querido. É natural e normal querermos
isto. Mas com o tempo (muito antes do que desejamos) isto já não bastará. Mas
grande parte das pessoas ignora o vazio que sentirá quando atingirá esta fase,
pois tentará preenchê-la com tudo que encontrar pela frente.
Imagine, ainda em nossa analogia, que o Sol
(EGO) perceba que ele não controla totalmente sua órbita. Que ele circula algo
maior, mais poderoso e mais forte, de onde ele mesmo veio. Que contem sua
essência, a chave de sua própria energia. Pela própria forma como é constituído,
o EGO sabe que sua energia está se acabando, e o que lhe sustenta vem desta
fonte original. Mas ele sabe que para voltar a ela, a estabilidade de sua
órbita, a ordem dos planetas ao seu redor, tudo pode ter que mudar. Pode até ter
que ocorrer uma nova explosão!!!!
Eis você na sua atual
fase...
Passo 3: Onde foi que você errou? (no próximo sábado)...
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O distúrbio da caverna
O distúrbio da caverna - Psicologia
Por Marco
Aurélio Dias
O distúrbio da caverna
Originalmente, os seres humanos
são inimigos, são rivais, e esses milhares de anos de violência física primitiva
praticada entre eles não podem ser apagados com a relativamente curta história
do homem moderno. Instintos e traumas ancestrais fazem parte da psique humana. O
distúrbio da caverna é um estado psicológico muito comum e que caracteriza uma
interrupção da sequência normal de continuidade racional do homem moderno,
talvez um afastamento das regras sociais de comportamento e relacionamento
social, e o indivíduo entra no Labirinto da África (túnel psíquico da evolução), fica travado
lá e responde com práticas de liberdade absoluta que eram comuns no tempo dos
denisovanos e dos hominídeos anteriores, cujo comportamento a sociedade moderna
considera crime. O estupro é um exemplo clássico desse distúrbio. As
depredações, as pichações em prédios públicos e em residências particulares,
etc., representam um surto momentâneo em indivíduos com propensão ao distúrbio
da caverna. A pessoa pode ter esse distúrbio momentâneo ou em sequências
rotineiras. A violência física nos lares contra mulheres e crianças é outro
exemplo do distúrbio da caverna. Esse distúrbio pode funcionar na psique como um
instinto da liberdade natural primitiva liberada, o que não é aceito pelos
preceitos da liberdade social organizada através de leis, direitos e deveres.
O instinto reprimido quase
sempre é mais forte do que a razão e acaba agindo ocultamente. Talvez em algum momento da vida
psíquica o estresse da sustentação da personalidade cause um rompimento da razão
e a sombra se apodera da psique do indivíduo induzindo-o a
comportamentos fora da lei ou marginalizados que estavam retidos, bloqueados e
reprimidos. A liberdade natural primitiva liberada, nos casos negativos,
acontece em surtos, e a pessoa age com violência irracional ou com
arbitrariedades que invadem a vida íntima ou os direitos de outrem. Mas sofremos
influências psíquicas de todas as fases evolutivas da psique humana e elas
normalmente precisam ser filtradas pela razão nos casos em que geram
comportamentos que são repudiados nos relacionamentos sociais. A razão social do
ser humano não é contínua. Ela tem intervalos de razão natural. A racionalidade
do homem moderno funciona na psique com uma sequência repetida de razão natural
que substitui a razão social, e vice-verso, processando reflexões cognitivas
imperceptíveis que comparam os conceitos do que somos e do que devemos
representar. Sei que a banana que está na loja é para ser comprada, mas também
sei que ela não é de ninguém e poderia ser comida sem nenhum ônus ou
constrangimento moral. Essa sequência não pode ser interrompida porque a razão
natural tem que ser imediatamente substituída pela razão social e vice-verso.
Caso contrário o indivíduo comete delitos. Se a razão primitiva ou natural é
injusta para a razão social, esta é igualmente injusta para a razão natural.
Tanto é crime entrar na loja, pegar uma banana e sair sem pagar, quanto é crime
tirar a banana da bananeira e colocá-la nas prateleiras da loja para ser
vendida. Tanto é crime invadir um quintal, quanto é crime cercar um pedaço de
terra. A razão social optou por legalizar certos crimes e devemos reconhecê-los
como direitos modernos. A substituição da razão natural pela razão social é
indispensável para que o indivíduo seja civilizado. Leia mais
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O distúrbio da caverna
A sombra e a personalidade
O labirinto da África
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O distúrbio da caverna
A sombra e a personalidade
O labirinto da África
A sombra e a personalidade
A personalidade e a sombra
Por Marco
Aurélio Dias
A nossa liberdade natural é inibida,
bloqueada e criticada desde que nascemos. Todos os seres humanos são de certa
forma portadores do trauma do bloqueio da liberdade natural. Todos os nossos
impulsos naturais instintivos precisam ser transformados em comportamentos
sociais. Eles ficam na sombra da nossa personalidade. Por isso consideramos o
ser humano como duplo: sombra e personalidade. A personalidade é o perfil que
representamos socialmente. A sombra é o arquétipo natural das evoluções
psíquicas e comportamentais do ser humano. Nela estão arquivados os registros
das várias fases anteriores da psique moderna. A sombra é o indivíduo natural
bloqueado e inibido, enquanto que a personalidade é uma representação social. O
instinto de sobrevivência induz o indivíduo a pegar a banana que está na loja e
se alimentar, mas deve reprimir esse comportamento. Existe um processo legal
para adquirir aquela banana. A razão natural não reconhece
proprietários. Os índios
brasileiros achavam um absurdo os colonizadores cercarem as terras e impedi-los
de circular livremente no planeta. Eles não tinham noção de propriedade
particular e nunca desenvolveram essa ideia. Para a razão natural,
uma banana madura, em
qualquer situação, é um alimento e só serve para ser comida pelo primeiro que
avistá-la. É exatamente como funciona com os outros animais. Porém o indivíduo
humano tem que se reprimir e representar um papel de pessoa civilizada. A razão
natural funciona bem na floresta virgem. Mas a pessoa que apresenta um quadro
agudo do distúrbio da caverna, psicologicamente se alinha com a sombra
e pode reagir socialmente com assaltos, roubos, estupros, mortes, chantagens,
masoquismo, tirania, tortura, inveja perturbadora e todos os comportamentos
negativos que conhecemos nos seres humanos, podendo mesmo cometer vários tipos
de atrocidades como um antropoide hominídeo livre de 700 mil anos atrás fazia, e, além disso,
com a sofisticação dos atributos da psique moderna. Ele raciocina com a razão
natural: nada é de ninguém, tudo é da natureza. A psique dele não substitui a
razão natural pela razão social. Talvez seja algo parecido com que denominamos
de mente criminosa. Mas todo tipo de comportamento tem uma
explicação psicológica e é uma reação causada por instintos, distúrbios,
traumas, desvios e forças inconscientes que ainda não catalogamos nos estudos da
psicologia. Esse
distúrbio psíquico leva o indivíduo psicologicamente a ter comportamentos
ocultos de liberdade absoluta e deve ser tratado com um método de psicologia
reflexiva.
Muitos deputados e políticos desenvolvem o distúrbio da caverna e assaltam o dinheiro público por conta
de estarem vivendo psicologicamente a liberdade natural, e nem percebem a
transformação. No Brasil, os prefeitos se achavam donos da coisa pública e davam
terras para amigos em troca de apoio eleitoral, perdoavam dívidas de impostos a
conhecidos, tiravam dinheiro do tesouro público para si mesmos, botavam
funcionários da prefeitura para trabalhar nos jardins de sua casa, etc. Os
colonizadores tinham liberdade natural para fazer o que queriam com os índios e
com os seus escravos negros. Não são poucas as pessoas que apresentam um quadro
de distúrbio da caverna e se comportam criminosa e indecorosamente como se a
ética, a cidadania e as leis do direito penal não existissem para normatizar as
regras do relacionamento social. Leia mais
A evolução da psique e o labirinto da África
Por Marco
Aurélio Dias
A evolução da psique e o Labirinto da África
As pesquisas científicas comprovam
as teorias evolucionistas de Charles Darwin e de outros estudiosos quanto ao
fato do homem moderno ser o resultado de mutações e miscigenações de vários
grupos de antropoides primitivos. Pelo menos mais de um milhão de anos esses
antropoides viveram nas florestas da África, migraram para a Europa e a Ásia.
Viveram inicialmente nas árvores, depois desceram, moraram em cavernas e levavam
vida de animal selvagem. Era um tempo de terror selvagem e não existiam leis.
Esses hominídeos matavam-se, roubavam-se e experimentavam uma liberdade natural
absoluta para praticarem qualquer tipo de ação violenta
e arbitrária.
A psique humana passou por várias
fases de evolução durante esse período que nos separa daquele tempo e tem uma ligação inconsciente com as experiências do
homem primitivo em todas as suas fases de expansão étnica, através do que
podemos chamar de Labirinto da África. Sabemos que a natureza não dá saltos. A
espécie humana evolui interiorizando suas fases psíquicas, do mesmo modo que a
pessoa cresce interiorizando suas fases de criança, adolescente, jovem,
etc.
O labirinto da África é uma
concepção do corredor evolutivo, com várias combinações de
passagens psíquicas conectadas e ramificações ligadas a todas as experiências
evolutivas da espécie, cujo esquema psicológico nos remete a todas as fases
anteriores da construção da psique moderna. A nossa conexão com o labirinto da
África pode causar distúrbios de comportamento social e levar as pessoas a
práticas de liberdade absoluta como naqueles tempos primitivos e que não são
compatíveis com a sociedade moderna. A psique tem mobilidade e acesso aos
corredores do labirinto e pode travar ou ficar presa em algum módulo ancestral
da evolução psicológica humana, substituindo a razão moderna e pensando com
arquétipos ultrapassados. Quando o indivíduo é provocado e fica enraivecido a
sua psique vai recuando a várias fases anteriores de sua formação, chegando a
estágios bem primitivos, e o indivíduo pode reagir como aquele antropoide
ancestral que usava a violência naturalmente e não tinha nenhum conhecimento de
respeito aos direitos sociais modernos. O primeiro recuo psíquico da pessoa
enraivecida é ao estágio racional da lei de talião, e ela se sente motivada a
responder com olho por olho e dente por dente, ou seja, fazer justiça pelas
próprias mãos e aplicar a justa reciprocidade da pena e do crime. No entanto,
sem motivações aparentes, uma pessoa pode vir a responder com pequenas reações
primitivas de violência ou com diversos tipos de arbitrariedades ocultas que não
são considerados crimes, mas falta de ética, falta de compostura, atitudes
provocativas, relacionamentos dominadores, etc. Leia mais
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A sombra e a personalidade
O labirinto da África
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Professor fora da sala de aula
PODER POLÍTICO FAZ PROFESSOR SUMIR DAS ESCOLAS
*REVISTA ISTO É Edição: 2321 | 16.Mai.14 - 20:50 | Atualizado em 17.Mai.14
- 15:51 Professor fora da sala de aula. Levantamento mostra que é comum
ceder docentes para gabinetes de políticos e órgãos públicos. Se estivessem
lecionando, supririam 20% da carência do magistério nacional, segundo o
TCUWilson Aquino*
Quando um professor é contratado para trabalhar na rede estadual de
educação, o mínimo que se pode esperar é que ele frequente a escola.
Entretanto, levantamento de ISTOÉ em 19 Estados e no Distrito Federal
constatou que 6.538 professores concursados estão alocados em gab... mais »
O Espiritualismo Ocidental: A mídia parcial, a sua destilação de ódio golpista...
O Espiritualismo Ocidental: A mídia parcial, a sua destilação de ódio golpista...: Nunca antes na História deste pais surreal a direita esteve torcendo tanto para que sua imagem invertida, a esquerda super-radical, sa...
o explícito cerco da mídia
A mídia parcial, a sua destilação de ódio golpista e o desabafo de uma brasileira
Nunca antes na História deste pais surreal a direita esteve torcendo tanto
para que sua imagem invertida, a esquerda super-radical, saia às ruas, como
neste ano. Assim eles nem precisam participar do protesto, torcendo para
que estes se tornem violentos. Assim, vão sentir-se novamente próximos do
poder e podem tranquilamente fazer suas compras nos seus Shoppings
esterelizados, sem rolerzinhos.
Segue, abaixo, o desabafo de Beth Caló, sobre o explícito cerco da mídia,
com o empresariado, contra a ainda existente inteligiência vigente no
Brasil:
CHEGA!
Beth Caló
Com todo mun... mais »
Espionagem dos EUA
Como a NSA e FBI fizeram do Facebook a ferramenta de vigilância em massa perfeita
-
*Harrison Weber* venturebeat.com
[image: facebookscreen]
A Agência de Segurança Nacional eo FBI se uniram em outubro de 2010 para
desenvolver técnicas para transformar o Facebook em uma ferramenta de
vigilância.
Documentos divulgados juntamente com o novo livro do jornalista segurança
Glenn Greenwald, "No Place To Hide", revela a parceria NSA e FBI, na qual
as duas agências desenvolveram técnicas para a exploração de chats do
Facebook, a captura de fotos privadas, a coleta de endereços de IP, e
coleta de dados de perfis privados.
De a... mais »
Intolerância Religiosa
Decisão da Justiça sobre cultos afro-brasileiros surpreende até frei e pastor
Comissão de Combate à Intolerância Religiosa planeja protesto contra posicionamento de juiz Juliana Dal Piva Rio - A indignação de religiososO “Cantadô”
Lindo! O Peregrino no estilo do cordel nordestino com Roberto Diamanso
INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA
GEA Cipriano Barata
Novo artigo do blog. Nesse artigo falando
sobre AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA. Curtam , compartilhem e comentem. http://geaciprianoba
|
PENSANDO AS INDEPENDÊNCIAS NA AMÉRICA LATINA
Muitas
vezes, os processos de independência da América Latina não são abordados de
forma adequada nas aulas de história, seja pela falta de tempo, seja pela
complexidade do conteúdo – que pode causar algumas confusões.
Este texto,
tem a pretensão de fornecer um apoio a estudantes e professores que tem
dificuldade de abordar, estudar e compreender o período das independências, que,
na maioria das vezes, acaba sendo resumido à ação de alguns “personagens
heróicos”, como Bolívar, na Venezuela, e San Martín, na
Argentina.
Mapa antigo da América Latina |
Neste texto
será abordado apenas as independências da América Latina de colonização
espanhola. Visto que, estas são, muitas vezes, relegadas a um “segundo plano”
frente a independência das Treze Colônias inglesas e a do Brasil.
1.
Contradições internas e externas.
Geralmente,
ao se tratar das independências da América Latina, é colocada a tradicional
contradição dos elementos locais, os criollos, contra os elementos externos:
funcionários e governantes (corregidores e vice-reis) vindos da Espanha. Embora
esta situação seja, de fato, verídica, ela sozinha não explica os motivos e o
posterior desenvolvimento dos movimentos.
Os criollos
eram a classe dominante na América Colonial. Eram donos de terras e minas, de
trabalhadores escravizados e de indígenas submetidos a trabalhos servis. É bem
verdade que os criollos eram incomodados pelos funcionários coloniais – muita
vezes corruptos.
As reformas
boubônicas (século XVIII), tentaram adequar algumas ideias iluministas de
racionalidade às práticas de monopólio mercantilistas – reforçando assim o poder
colonial. Os criollos passaram a ser vigiados de perto pelos funcionários
espanhóis: o objetivo era evitar o contrabando e assegurar o máximo de controle
possível às atividades produtivas exercidas pelos criollos; garantindo à Coroa
os tributos vindos de impostos cobrados nas colônias. Sendo assim, as reformas
boubônicas podem ser analisadas no sentido de “dividir para manter a dominação”:
uma vez que dividiu as colônias em novos vice-reinos e com novos portos abertos
ao comércio (comércio feito dentro da lógica do exclusivo metropolitano – que
muitos chamam de “pacto colonial”[1]).
A rivalidade
entre criollos e funcionários metropolitanos era, em última análise, um conflito
“externo”: pois envolvia basicamente as relações de comércio entre os criollos,
entre metrópole e outros países. As ideias liberais estavam surgindo e os
criollos não suportavam mais ser asfixiados pelos sistema colonial.
Do ponto de
vista interno, na dinâmica das próprias colônias, além dos criollos, que são a
elite da sociedade, existem os já mencionados índios, trabalhadores
escravizados, e uma grande massa de mestiços que tinha seu acesso restrito em
muitos lugares (como igrejas por exemplo) e certas profissões. A maioria dos
indígenas era submetida a trabalhos servis (nas fazendas e nas minas, a mita).
Africanos eram submetidos a escravidão no Brasil, Colômbia (na época colonial
Nova Granada), Venezuela e, principalmente nas Antilhas. Os mestiços,
marginalizados, trabalhavam onde podiam: em geral viviam de empregos
assalariados nas grandes cidades ou como peões nas regiões de pecuária extensiva
(Rio da Prata – Argentina, Uruguai – e Rio Grande do Sul, principalmente). Todos
estes grupos sociais vivendo em um mesmo espaço
gera tensão. Volta e meia esta tensão virava revolta: tal como o movimento
indígena de Tupac Amaru em fins do século XVIII. Tupac Amaru (que embora índio,
era de uma antiga família da nobreza inca e foi educado no melhor estilo europeu
em uma universidade do Peru) liderou um poderoso exército de indígenas que matou
um governador chamado Arriaga.
A revolta de
Tupac Amaru é bastante reveladora sobre as tensões sociais. Ao mesmo tempo que
pregava um “retorno ao passado”, das velhas tradições incaicas, também mostrava
a ojeriza aos elevados impostos do sistema colonial. O que explica a brutalidade
com que a revolta de Tupac Amaru foi dizimada pelos exércitos criollos (Tupac
teve a língua cortada e foi esquartejado em praça pública) é a participação
popular de índios, mestiços... e até mesmo de alguns criollos, mais pobres e
insatisfeitos.
Nesta
complexa contradição interna-externa, os movimentos de independência na América
espanhola se iniciam um tanto quanto “caducos”. Basta citarmos o exemplo do
levante de Francisco Miranda na Venezuela em 1806. Miranda, um criollo de ideias
radicais que lutou nos Estados Unidos e na França, conseguiu apoio inglês e
desembarcou na costa da Venezuela. Ele e seus seguidores acreditavam que ao
brabar um grito de independência, o povo iria se juntar à sua causa. Mas o que
ocorreu foi o contrário: o povo não se manifestou; os criollos reagiram e o
movimento de Miranda foi logo debelado.
Um exemplo
que ilustra muito bem esta contradição interna entre criollos e as classes
perigosas (como eram chamados indígenas, negros e mestiços) nos processos de
independência é o que ocorreu em Quito (atual Equador) em 1810. Neste ano,
enquanto os criollos se reuniam numa Junta de Governo e debatiam a possibilidade
de uma emancipação, índios e mestiços se revoltaram contra a Junta. Os criollos
exploravam diretamente os indígenas, e não o rei da Espanha – que vivia longe,
do outro lado do imenso oceano... Se havia algum
culpado pela sua miséria, eram os criollos, pensavam indígenas e mestiços. A
partir daí, podemos perceber como o próprio sistema colonial criava estas
contradições internas. Também é conveniente lembrar do movimento de José Tomas
Boves, um dos grandes inimigos de Bolívar. Boves, que era espanhol e pertencia a
uma categoria social de fazendeiros criadores de gado (llanos) reuniu uma massa
de camponeses, pobres, mestiços e negros que em nome do rei da Espanha ocupou
terras e as distribuiu para seus seguidores miseráveis. O movimento de Boves é
um autêntico movimento de pobres contra ricos.
Ainda
podemos citar o exemplo do primeiro movimento de independência do México (Nova
Espanha) liderado pelo padre Miguel Hidalgo. Agregando camponeses – em sua
maioria indígenas ou mestiços – Hidalgo formou um exército de cerca de 80 mil
pessoas com o objetivo de chegar a Cidade do México. Seu lema era “viva o rei,
abaixo o mal governo!”. Seu estandarte era a Virgem de Guadalupe. E seu objetivo
era dar terra aos indígenas e por fim ao regime de castas. Mais uma vez os
criollos não poderiam deixar o povo tomar as rédeas da independência e o
movimento de Hidalgo foi temporariamente abalado; ressurgindo mais tarde com um
de seus seguidores, o também padre José Maria Morelos.
2.
Influências
Os livros
didáticos geralmente apontam como as grandes influências dos movimentos de
independência a Revolução Francesa de 1789 e o pensamento iluminista. A elite
criolla, urbana e bem instruída nas universidades americanas e europeias, tinha
acesso a leituras iluministas e aos seus principais expoentes (Voltaire,
Rousseau, Montesquieu, Smith). Os criollos mais radicais, tinham sua admiração
por Marat, Robespierre e Saint-Just. O fato é que a independência das Treze
Colônias em 1776 e a Revolução Haitiana (1794-1804) devem ser considerados como
influências muito mais decisivas do que a Revolução Francesa.
Em primeiro
lugar, a Espanha era aliada da França. Foi somente quando o absolutista Fernando
VII subiu ao trono, após uma trama palaciana, que o governo francês (na época a
ditadura militar de Napoleão) resolveu invadir o país para não correr o risco de
perder um aliado. A solução que Napoleão encontrou foi colocar no trono da
Espanha seu irmão, José, em 1808. Assim, ele garantia um país aliado na Europa e
também as colonias espanholas na América como possível área de dominação
francesa. Por isso que após 1808 os movimentos de independência ganham força. Ao
mesmo tempo que os espanhóis passam a guerra aberta contra os invasores
franceses e o “rei” francês no trono de seu país.
A
independência das Treze Colonias é um fato que influênciou não só na América mas
também a própria Revolução Francesa. Ocorre que, após os Estados Unidos
consolidarem sua independência, eles adotaram uma postura “isolacionista”,
enquanto a França, fazia questão de expandir seus ideais para o mundo. Mas a
postura isolacionista dos Estados Unidos, não impediu que se tornasse um exemplo
para os criollos, principalmente aqueles que queriam uma “independência sem
mudanças”: o país rompeu com a Inglaterra e continuou com a escravidão. Uma
independência que começou radical, mas terminou com um acordo entre elites
(Constituição de 1787, ainda hoje em vigor, com várias emendas).
Por outro
lado, a Revolução Haitiana, que se estende de 1794 até 1804, é um exemplo
radical. Negros escravizados levantaram-se contra os brancos proprietários de
terra pra proclamar, ao mesmo tempo, a independência e o fim da escravidão!
Todos os países da América conheceram a escravidão e o pesadelo de qualquer dono
de escravizados é a revolta destes trabalhadores contra sua autoridade. O lema
do Haiti é “a união faz a força” e, de fato, se escravizados se unissem, teriam
força o suficiente para pôr abaixo qualquer sistema colonial. Não é a toa, que a
Revolução Haitiana resultou num “bloqueio continental americano”
ao Haiti. De acordo com Jacob Gorender: "As dificuldades do Haiti não se
deveram, com o passar do tempo, somente ao domínio da agricultura de
subsistência e à ausência de perspectivas econômicas elevadas. Deveram-se
também, e não menos, à quarentena, que lhe impuseram até mesmo as nações
latino-americanas recém-independentes"[2]
3. Os
projetos de independência
As
independências se desenvolvem num longo e complexo processo que vai de (mais ou
menos) 1808 até 1824 (batalha de Ayachuco – vitória final dos criollos contra os
exércitos espanhóis na Bolívia/Alto Peru). No decorrer destes anos, os criollos
não esboçaram apenas um, mas vários projetos de
independência.
Primeiramente,
temos que considerar que haviam vários “graus” de criollos. Havia, obviamente,
os mais abastados, donos de terras e minas que possuíam levas de mão de obra a
sua disposição (escravizados, livres e servis como a maioria esmagadora dos
indígenas). Mas também havia os criollos, que embora tenham um pedaço de terra,
não eram tão ricos e viviam modestamente.
Esta
situação, muitas vezes aproximava alguns criollos às classes perigosas e isto
fez com que projetos “alternativos” ao “independência sem mudanças” da elite
criolla, se tornassem um problema maior para os ricos do que a própria
resistência espanhola na época das guerras de independência.
Exemplos não
nos faltam. Um deles é o projeto de Hidalgo e Morelos, ao qual acabamos de nos
referir. Ambos eram padres do clero secular, sendo assim tinham contato com os
mais desfavorecidos pelo sistema colonial, explorados pelos ricos criollos.
Hidalgo foi morto em 1811, mas seu discípulo, Morelos, continuou seu projeto de
independência no México. Um projeto radical e socializante, que pregava a
distribuição de terras, o fim da escravidão e dos tributos e, principalmente, a
soberania popular.
Morelos
representava um perigo tão grande para a elite criolla, que estes acabaram
adotando um modelo conservador de independência semelhante ao do Brasil, com um
imperador: o militar Agustín Iturbide. Só para citar um exemplo, Morelos
convocou uma assembleia constituinte para o México, o que despertou a fúria da
elite criolla. Ao invés de adotar a constituição de Morelos (redigida sob
inspiração dos ideais citados acima: distribuição de terras, o fim da
escravidão, dos tributos e soberania popular), os criollos resolveram
adotar a constituição espanhola de 1813!
O movimento
mais organizado e radical, que representou a mais original alternativa às
independências conservadoras da elite criolla, foi a Liga Federal de José
Artigas.
José Artigas
era um criollo de origem modesta que conseguiu entrar numa milicia chamada corpo
de blandengues. A função dos bandengues era policiar as terras da Banda Oriental
(atual Uruguai) contra os indígenas. Mas ao entrar em contato com os indígenas,
Artigas e sua tropa passaram a mediar conflitos e não mais expulsa-los das
terras. Assim, ele percebeu que faltava terra para os índios... e terra para
eles havia, sempre houve.
Quando o
movimento de independência iniciou em Buenos Aires (1810), Artigas foi até a
capital do vice-reino da Prata (que na época agregava o Paraguai, Uruguai,
Bolívia, além da própria Argentina) lutar contra os espanhóis. Quando volta para
a Banda Oriental, requisita auxílio dos buenairenses para libertar Montevidéu
dos monarquistas. Mas a ajuda não vem. Artigas acaba formando um exército – de
criollos, mestiços, negros e índios – que lutam juntos contra o poder colonial.
Por fim, os artiguistas tomam Montevidéu, mas inicia a reação contra seu
movimento.
De 1813 até
1820, Artigas e seus seguidores formam a Liga Federal dos Povos Livres. Uma
república federativa que englobava as províncias do norte da atual Argentina, o
Uruguai e parte do Rio Grande do Sul. Artigas distribuiu terras. O seu lema era
“que os mais necessitados sejam os maiores beneficiados”. Mas era difícil por em
prática suas ideias, isto porque, Artigas e seus seguidores, lutavam
paralelamente contra as tropas de Buenos Aires, contra os luso-brasileiros e
contra os exércitos da Espanha! Podemos dizer que a independência da Argentina
(só proclamada em 1816) é uma reação contra Artigas.
Embora estes
projetos alternativos não tenham tido uma continuidade, falar sobre as
independências sem cita-los, é, no mínimo, ocultar uma parte essencial deste
período da história americana.
***
Os tópicos e
as analises acima, são apenas recortes. Foram feitos desta forma para facilitar
a compreensão dos processos; e assim dar um subsídio empírico para se pensar os
movimentos e projetos de independência. Outras leituras, de outros
historiadores, são possíveis, sem dúvida. Cabe, neste sentido, levar em conta a
criatividade de cada professor/historiador.
É importante
que se diga que o conteúdo das independências da América Latina (de colonização
espanhola) é um conteúdo que permanece relegado a um segundo plano. Muitos
livros didáticos contribuem para isto, principalmente porque adotam a velha
“história dos grandes personagens”. Bolívar é geralmente o mais citado, mas
pouco se compreende a complexidade deste personagem – que serviu, por muito
tempo de modelo ao pensamento conservador da Venezuela, até ser “ressuscitado”
numa leitura de esquerda por Hugo Chavez.
Tratar com
maior abrangência dos processos de independência da América, como um todo, é
apenas uma parte da luta contra o eurocentrismo na história – principalmente na
sala de aula.
Notas:
[1] O termo “pacto colonial”,
disseminado por uma historiografia antiga, mas ainda cheia de força, não é
condizente com a situação objetiva das relações metrópole-colônias. Isto porque
a ideia de “pacto” sugere que havia um acordo amigável entre colonos/criollos e
os governantes metropolitanos. Uma vez que a colonização europeia da América
está dentro das práticas mercantilistas, em que o governo (o Estado Absolutista)
se esforçava para manter o controle sobre todas as atividades econômicas, não se
pode dizer que houve um “pacto amigável” e sim uma “imposição” característica da
própria lógica mercantilista: os colonos tinham a função de enriquecer a
metrópole, nada além disso – essencialmente não era algo aberto a negociações.
Sendo assim, o termo mais correto a ser utilizado é sistema colonial, uma vez
que “pacto” da a ideia de “unidade”, enquanto que “sistema” parece abranger de
forma mais adequada a situação das diversas práticas que mantinham as relações
metrópole-colônias. Ademais, esta questão de “pacto colonial” pode ser debatida
nas salas de aula e nos grupos de estudo.
[2] O épico e o trágico na história do
Haiti. Estudos Avançados 18 (50), 2004, p. 301.
Sobre o Autor:
Fábio Melo. Membro
Permanente e fundador do Grupo de Estudos Americanista Cipriano Barata. Pesquisa
sobre História Social da América e Educação na América (América Latina e Estados
Unidos). Produtor e radialista do programa "História em Pauta" na rádio 3w. Tem
diversos textos escritos sobre educação, cultura e política.
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