terça-feira, 24 de março de 2015

ZUMBIS A SERVIÇO DOS IDEALIZADORES E MANIPULADORES DO GOLPE EM DEFESA DO NEOLIBERALISMO

Kjeld Jakobsen: Golpes de hoje, em defesa do neoliberalismo, combinam mobilização popular com instrumentos legais

publicado em 24 de março de 2015 às 12:40
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Em artigo na Carta Maior, Róber Iturriet Avila ligou a variação do salário mínimo ao golpismo
Golpes de Estado de ontem e de hoje
por Kjeld Jakobsen, no Teoria e Debate
Em um momento crítico da Guerra Fria entre as décadas de 1950 e 1970, quando muitos países do Terceiro Mundo lutavam por sua independência política e outros que já a possuíam buscavam um novo modelo de desenvolvimento econômico e social, as grandes potências defendiam seus interesses imperialistas e colonialistas por meio da promoção de golpes militares para derrocar governantes progressistas ou de esquerda.
Esses interesses eram principalmente a preservação do seu espaço geopolítico diante da expansão das experiências socialistas no período pós-Segunda Guerra e a manutenção de suas empresas multinacionais.
Esses golpes, via de regra, eram protagonizados pelas Forças Armadas do país em questão sob o pretexto de garantir a “segurança nacional” e combater o comunismo, contando com o apoio civil de sua burguesia e classes médias, bem como de órgãos de imprensa sob seu controle, empresas, igrejas, entre outros aparatos da superestrutura.
O apoio externo, normalmente norte-americano, assegurava os recursos para bancar a propaganda contra o governo a ser derrubado, a mobilização civil e eventualmente a compra de armas e pagamento de mercenários, caso dos golpes que derrubaram o presidente Jacobo Arbenz da Guatemala, em 1954, e Patrice Lumumba no Congo, uma década depois, além de muitos outros.
O padrão golpe de Estado por meio das Forças Armadas locais com apoio de setores da burguesia nacional para implantar ditaduras civis ou militares com envolvimento direto de agências de inteligência como a norte-americana CIA foi o que vigorou até a queda dos regimes de socialismo real no Leste Europeu e na União Soviética no final dos anos 1980.
Na América Latina, poucos países escaparam dessa sina e a violação de direitos humanos foi recorde. Na já mencionada Guatemala houve o assassinato e desaparecimento de aproximadamente 200 mil pessoas entre o golpe de 1954 e a assinatura do acordo de paz entre o governo e a guerrilha de esquerda em 1996.
O golpe militar que derrubou o presidente Sukarno na Indonésia, em 1965, cobrou a vida de cerca de 700 mil pessoas suspeitas de serem comunistas ou de esquerda. Na Argentina estima-se que a ditadura militar dos anos 1970 seja responsável por perto de 20 mil desaparecimentos.
A conjuntura pós-Guerra Fria significou a adoção do modelo de democracia liberal na maioria dos países que haviam optado pelo regime do socialismo real na segunda metade do século 20, bem como a redemocratização de muitos outros países que conviveram com ditaduras civis ou militares, caso do Brasil e de outros países da América Latina.
Os governos civis que assumiram após as ditaduras em geral adotaram o neoliberalismo como política econômica, aprofundando a concentração de renda, o desemprego e a informalidade.
Quando o resultado eleitoral na Venezuela levou Hugo Chávez à Presidência em 1998, inaugurou-se uma série de mudanças políticas na América Latina que questionavam o modelo neoliberal vigente, bem como a geopolítica hegemonizada pelos EUA.
Esses questionamentos e a busca de vários países latino-americanos por modelos de desenvolvimento mais autônomos provocaram a reação do imperialismo e dos setores econômicos e políticos nacionais a ele vinculados.
Essa reação, no entanto, deixou de ser militar, como durante a Guerra Fria, assumindo nova estratégia e doutrina.
Estas consistem, grosso modo, em gerar um questionamento social ao governante em exercício que possa justificar sua destituição por meio de instrumentos previstos na legislação nacional, mesmo que sua aplicação seja distorcida.
Convém lembrar que, embora as legislações de muitos países latino-americanos que passaram por ditaduras militares tenham sido reformadas após o fim desses regimes, certos poderes mantiveram-se inalterados e conservadores, como o Poder Judiciário.
O sistema presidencialista é o dominante nos países latino-americanos e os Parlamentos possuem mecanismos para destituir o presidente na maioria deles (impeachment). Tais características visivelmente vigoram no Brasil e em outros países do continente.
Portanto, essas são as duas instituições com capacidade de aplicar os atuais “golpes legalizados”, como vimos no Paraguai em 2013, quando em função de um conflito de terras na região de Curuguatay morreram vários camponeses e policiais.
Esse ocorrido pôs tanto a esquerda como a direita contra o presidente Fernando Lugo e, em menos de 48 horas, o Parlamento paraguaio, por meio de um “julgamento político”, votou por sua destituição, uma vez que seu apoio parlamentar era praticamente inexistente. Essa adjetivação da decisão visou impedir qualquer tipo de debate jurídico sobre seu mérito, já que o Parlamento é um organismo essencialmente político.
O golpe aplicado contra o presidente Manoel Zelaya de Honduras, em 2008, quando um pelotão militar o retirou de madrugada do palácio presidencial e o despachou para a Costa Rica, foi referendado imediatamente pelo Parlamento e pela corte suprema do país.
Como justificativa, alegaram que Zelaya pretendia ilegalmente mudar a Constituição hondurenha para possibilitar a reeleição presidencial, embora ele mesmo não fosse diretamente beneficiado, pois o referendo que propôs para definir a questão seria realizado somente na eleição que escolheria seu sucessor.
Entretanto, em outros países da região em que os presidentes têm maior poder e maior representatividade, como na Venezuela, Bolívia e Equador, a estratégia golpista teria de ser mais sofisticada, e assim foi introduzido o elemento mobilização social, bem como atos de violência ou sabotagens que pudessem desgastar o governo.
A Venezuela enfrentou essa situação pelo menos três vezes.
Na primeira, houve um golpe civil-militar clássico que, no entanto, destituiu por menos de 24 horas o presidente Hugo Chávez, pois a população e militares leais o reconduziram ao governo. Nas outras, tudo começou com processos de mobilização como a greve geral de 2002, o questionamento da oposição ao resultado eleitoral que sagrou Nicolás Maduro vitorioso em 2013 e as recentes manifestações articuladas pelos setores oposicionistas mais direitistas, como Leopoldo Lopez e Maria Corina Machado.
Na verdade, essas mobilizações são organizadas por setores sociais minoritários, embora contem com apoio externo. A mídia que as apoia lhes dão uma dimensão muito maior do que a real e, além disso, a introdução do fator violência com mortes de civis por meio de franco-atiradores, conforme verificado em vários momentos na Venezuela ou no já mencionado massacre de Curuguatay.
Essas mortes tendem a ser divulgadas pela mídia como de responsabilidade do governo, que estaria reprimindo duramente manifestações legítimas. A intenção é criar um ambiente que favoreça a intervenção de alguma instituição supostamente republicana para restaurar a ordem e a paz social e dar legitimidade popular ao golpe de Estado.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, enfrentou algo semelhante durante seu primeiro mandato por meio de um movimento separatista que opunha várias províncias ao governo central, quase paralisando o país.
O presidente Lula, no Brasil, também enfrentou um processo político desgastante em 2005 que a oposição brasileira só não levou até o fim porque imaginava que a eleição do ano seguinte resolveria a questão a seu favor. E agora estamos assistindo aos desdobramentos das investigações sobre a Petrobras com as quais a oposição pretende questionar o mandato da presidenta Dilma.
Não é apenas na América Latina que as forças conservadoras desprezam a democracia para defender seus interesses. Na Europa, berço da democracia ocidental, há vários casos da utilização de mecanismos burocráticos para defender certos interesses econômicos em detrimento da opinião majoritária da população.
Por exemplo, a imposição das medidas de austeridade na Grécia pela Troika, formada pelo Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI, impedindo que o governo de Georges Papandreau as submetesse a referendo popular, assim como a pressão da mesma Troika em 2010 sobre o Parlamento italiano para substituir o governo Berlusconi por um “gabinete técnico” que levasse as medidas de austeridade adiante na Itália. Desde aquele momento até hoje o país já está no terceiro primeiro-ministro não eleito pelo povo.
Ou seja, num primeiro momento era importante que o capitalismo neoliberal fosse legitimado democraticamente, e, como não havia contraponto devido à queda dos regimes do socialismo real e a crise da social democracia, foi o que aconteceu.
No entanto, como agora há questionamentos sérios a esse modelo, principalmente pelas experiências alternativas na América Latina, a legitimação democrática torna-se menos importante e, nesse sentido, a pressão que os governos progressistas da região ora sofrem tende a aumentar, pois há poucos aliados com os quais poderão contar no resto do mundo. Ou seja, os golpes de Estado de ontem eram para combater o comunismo e atualmente servem para defender o neoliberalismo.
*Kjeld Jakobsen é diretor da Fundação Perseu Abramo

preconceito e conservadorismo estão ligados à inteligência baixa?



Estudo realizado pela Psychological Sciense mostra que pessoas de esquerda tendem a ser mais inteligentes, já pessoas menos inteligentes são mais conservadoras, preconceituas e ignorantes 
Por Redação

Não é nova a ideia de que o conservadorismo e o preconceito estão ligados umbilicalmente. Vários estudos já realizados chegaram a essa conclusão. A novidade é que o posicionamento conservador e o preconceito podem estar ligados à baixa inteligência.
Um estudo feito por pesquisadores de uma universidade de Ontario, no Canadá, chegou a conclusões bastante interessantes: adultos de baixo QI ou com dificuldades cognitivas tendem a ter atitudes conservadoras e preconceituosas (racismo, homofobia, machismo etc).
O estudo foi dirigido pelos pesquisadores Gordon Hodson e Michael A. Busseri, do departamento de Psicologia da Universidade Brock, de Ontario, e foi publicado pela revista Psychological Science.
Os dados levam a crer que as pessoas menos inteligentes se sentem atraídas por ideologias conservadoras porque estas exigem menos esforço intelectual, pois oferecem estruturas ordenadas e hierarquizadas, onde o indivíduo pode se sentir mais confortável.
É bom deixar claro que inteligência nada tem a ver com escolaridade. Há vários exemplos históricos (como a Comuna de Paris ou a Revolução Russa) em que as classes mais baixas e com menos escolaridade se mostraram as únicas capazes de pensar de maneira progressista.
Hodson afirma que “menor capacidade cognitiva pode levar a várias formas simples de representar o mundo e uma delas pode ser incorporada em uma ideologia conservadora, onde ‘pessoas que eu não conheço são ameaças’ e ‘o mundo é um lugar perigoso ‘…”.
A grande contribuição dessa pesquisa pode ser a criação de novas formas de combater o racismo e outras
formas de preconceito. “Pode haver limites cognitivos na capacidade de assumir a perspectiva dos outros, particularmente estrangeiros”, entende Hodson, já que a crença corrente é que o preconceito tem origens emocionais, não cognitivas.
 
 
comentário:
 
OMAR MOTTA
 
Inteligência, considero algo difícil de mensurar...quais métodos, quem é mais inteligente que quem...Agora, conservadores, preconceituosos, não tenho dúvida alguma...incapacidade, dificuldade de raciocínio ou preguiça de lidar com as palavras.Aqui na rede é o melhor exemplo: Enquanto tentamos argumentar,usar o raciocínio lógico, os conservadores preferem xingar, ameaçar, vociferar, nas ruas também tem sido assim, preferem em grupos mostrarem sua força, seus músculos(peitos e bundas) como se não tivessem cérebros e conhecimento...
 
 
Vamos dizer que midiotas não desenvolvem suas inteligências. Suas aspirações voltam-se para futilidades como adorar seu EGO. Cultuam seus corpos presumindo que serão os mais belos e perfeitos. Coitados! Não possuem um pingo de desconfiômetro; tornam-se feios e deformados e suas almas alienadas  e desprezíveis refletem-se em seus rostos monstruosos.
 

“Olocracia”, “otário” e “mau caráter”

Macacos Que Somos

A revolta como virtude política

Desarticulação: eis um dos maiores perigos para a democracia. Confundir entre si desejo, necessidade e vontade; povo e maioria; manifestação e juízo; sensacionalismo e evidência; denuncismo e comprovação; engajamento e indignação; liberdade de expressão e inconsequência. Todos esses conceitos poderiam ser melhor trabalhados com sobriedade e abertura para a diversidade de perspectivas, mas é precisamente essa possibilidade o que estamos minando ultimamente… O resultado? Dói até imaginar…
“Olocracia”. Descobri esse termo outro dia: é o governo das massas, das multidões. Diferentemente da Democracia, em que, pelo entendimento moderno, se governa em nome dos interesses do povo, neste modelo (não um “sistema”) a título de atender os desígnios da massa empoderada pode-se inclusive contrariar os maiores interesses do povo. Pois bem: conseguimos converter nossa ainda jovem democracia em uma olocracia progressiva. E não nos enganemos: se na Grécia Antiga, de onde se originou o termo (e o sistema democrático), essa forma de poder era pontual e flutuante, estabelecida pela reunião física de muitas pessoas, nos tempos atuais, com todo o aparato da comunicação de massas, ela é perenizada: não é preciso desmobilizar-se do coletivo, interromper a presença política para procurar o que comer e satisfazer outras necessidades fisiológicas. Ao contrário: na vida industrial e moderna é possível fazer tudo isso e ainda assistir o “telessangue” do meio dia e o telejornal da noite, além da telenovela. É possível ter notícias na sala de espera do dentista, nas mídias remotas de elevador ou do ônibus, no celular. É possível tomar banho e dirigir ouvindo rádio. A multidão existe potencialmente, enquanto público, e se estabelece efetivamente quando esse público adota um discurso comum, inarticulado internamente mas ostensivo no conjunto e na aparência. Até aí, nem mesmo é preciso que se reúnam fisicamente!
A raiva e a intolerância que não se intimidam com os reiterados flagras de sua hipocrisia ignorante constituem a marca mais bem acabada do curso de empoderamento desse modelo: pensar já se torna secundário ao agir, e quem pensa ou faz autocrítica antes de agir é qualquer coisa de nada lisonjeiro entre “otário” e “mau caráter”, em uma inversão total de perspectivas. Isso tudo lembra muito nosso país hoje, não!? A psicologia das massas e das multidões é objeto de atenção especial dos teóricos da comunicação e da sociologia já faz quase dois séculos. E de sua origem pra cá, essa preocupação testemunhou a ascensão de regimes totalitários com a mesmíssima base olocrática, ou seja, não foi preciso sequer que o Ocidente carecesse de instrumento teórico que reconhecesse essa situação para que, em plena Modernidade, deixasse de reproduzir suas condições até com mais virulência e profundidade – e vemos isso atingir o Brasil, agora, ao nível do corpo a corpo…
Tente conversar com uma multidão. É difícil, especialmente se você não estiver “ao lado dela”, acatando integral e performaticamente o que ela defende. Agora tente articular um pensamento divergente ao discurso da multidão… fazê-lo sem problemas é, virtualmente, quase impossível de tão improvável, e concretamente quase invariavelmente inconsequente consigo mesmo, a ponto de se correr risco de morte. Literalmente. Exagero? Lembremos dos múltiplos episódios de linchamentos recentes, os justiçamentos; lembremos de Fabiane Maria de Jesus, uma mãe de três filhos sumariamente julgada e assassinada por uma turba de anônimos no litoral paulista. Agora as hordas se movimentam por ímpeto institucional e político-partidário, ainda que pela afirmação negativa do “contra tudo isso que está aí”, pois isso que está aí está quase necessariamente particularizado em um partido específico ou contra a democracia como um todo. Se reúne por isso e vai às ruas. A grave escalada de ânimos que corre em meio a esses protestos independente da vontade de uma proporção considerável de seus partícipes dá seus sinais quando vemos “bonecos de judas” enforcados em um viaduto, portando máscaras de Dilma e Lula. Ou quando em um protesto uma multidão aos brados bate à porta de uma família, mandando-a tomar naquele lugar, corporificando-a como a legenda “PT” em razão de uma faixa com dizeres a respeito de outro momento político! Que chance têm as pessoas de se defenderem contra a multidão? Os covardes e alucinados que afrontaram moral e fisicamente aquela família sabe onde eles moram, e recairá sobre ela o ônus de se mudar dali se quiser minimizar os riscos de serem agredidos em novas manifestações – ou por um lunático revoltado que vá dar em sua casa num dia qualquer… será isso razoável, defensável? E esses são apenas alguns de muitos casos!
Língua ferina: desistimos do diálogo?
Para este público há algo de metafisicamente valioso em repetir que “todos os políticos são corruptos” e reiterar que não há espaço para “relativizações”, para “articulação”; “é tudo preto no branco!”. Não por acaso o público nessas manifestações se divide em inúmeras soluções contraditórias que nunca se processam, nunca se enfrentam, provavelmente porque não é algo propositivo o que importa, mesmo; e com isso deixam o tira-teima para o momento posterior às conquistas. Existe, pois, nessas manifestações uma suposta pluralidade subjacente que, no entanto, não se comprova como tal porque nunca se põe inteiramente à prova – e qualquer rastro de diversidade que pudesse resistir a essa análise acaba anulada pelos próprios manifestantes para dar corpo àquilo que os une. Por que, afinal, não se dividem? Por que o libertário está junto do requerente da intervenção militar? Por que não deixam claro essa diferença abissal em diferentes manifestações para chamarem de suas? Parece-me óbvio que a principal desculpa consciente seria, ora, que é preciso “mostrar que todos aqui somos contra tudo isso que está aí”… mas valerá tanto mais à pena correr o risco de cair na contradição do que defender o que supostamente é o certo? Não será essa postura desprecavida indício de que a prioridade é estritamente emocional e imediata em vez de racional e articulada para o longo prazo? Daí, desta covardia intelectual travestida de coragem e ação, surge a homogeneidade efetiva em torno da indignação como virtude política; e se fecha não só a definição própria de multidão atualizada para os tempos modernos, mas o protótipo da autocracia galopante.
Afeita a truísmos e caricaturas, cujo poder de comunicação é imediato e muito forte, a olocracia é, independente de assentir conscientemente com impeachments ou golpes, a antessala para a tirania, que se baseia nas mais banais fantasias. Essa massa anda sequiosa de um redentor, senão contribuindo intencionalmente para isso, mas ativa e concretamente, uma vez que aplainam as condições para que um indivíduo ou grupo de poucos indivíduos, oportunistas e teatralmente competentes (mas não administrativamente) tome o poder com um signo da moralização movimento a que se chama “bonapartismo”. Sabe-se disso desde que Homero fundamentou a monarquia com um eloquente “uma multidão de legisladores (ou o governo de muitos) não pode ser bom; que haja, pois, um só legislador, um soberano” quase 3 mil anos atrás. A mensagem continua forte ainda hoje, e seu sub-texto também. É por essas e outras que muita gente inteligente e bem intencionada não consegue processar as críticas que se faz ao movimento, se atendo à discussão invariavelmente seletiva de termos e expressões como “elite branca” e “classe média” – preferindo tornar maniqueísta a abordagem dessas questões (que pode muito bem ser tomada de maneira mais ampla e diversa, é ao que se propõe muitas vezes) mesmo quando os termos são usados por jornalistas e analistas em veículos internacionais! Não adianta achar que os idealismos morais bastam; ora, os regimes totalitários todos surgiram com excelentes intenções, e as populações colaboraram decisivamente para que se instalassem, estivessem ou não de acordo com os meios que depois viriam a ser empregados para “levantar a nação”, “moralizá-la”, “restaurá-la”… essas pessoas compuseram o ninho dessas cobras no momento mais oportuno e com exatamente aquilo que precisavam – força, visibilidade, corpo, voz – porque decidiram se deixar levar pela empolgação, por decidirem agir sem pensar muito, por encontrarem um inimigo em comum.
Em suma, estamos desistindo do diálogo, e essa é a forma mais eficiente de desarticular a democracia que se conquistou nesse país de maneira tão custosa. Um protesto por si só é, em tese, um exercício plenamente democrático – mas uma coisa é o panelaço das madres y abuelitas da Praça de Maio, que se originou da necessidade delas serem ouvidas; outra é a versão brasileira, que só existe para que seus manifestantes não ouçam, pois se dá tão logo qualquer figura do governo apareça para falar em público. É sintomático que quem faz isso o faz com orgulho; e não há mais pudor da mídia em mostrar que esse tipo de protesto predomina em áreas nobres das capitais brasileiras… quando observo isso, não estou contra a abstração que é o direito democrático de protestar contra a democracia. Estou contra o efetivo que se concretiza, contra o conteúdo (se é que tem) e principalmente contra a forma! Acreditar que dispor de bile em um discurso irrefletido pelo conserto mágico do país é o melhor para todos nós redunda, na verdade, em jogar por um gol contra. Senão for isso, como quem defende uma moralização e se diz “cidadão de bem” pela “moral e bons costumes” pode mandar alguém “tomar no …”? Como podem com consciência limpa ensinar crianças da mais tenra idade a odiar – chutando, queimando e achincalhando a bandeira de um partido em praça pública? Como podem agredir verbal e até fisicamente em grupo um só indivíduo porque este vestia uma camisa vermelha que fazia graça com as figuras (sim, satirizava a “esquerda festiva”!) de Marx, Engels, Lenin; ou outro com camisa vermelha do seriado americano Friends (tem coisa mais capitalista?) no metrô? Como podem pedir para que se limpe o país da corrupção ostentando uma camisa com o escudo da CBF no peito? E denunciar “o saqueamento do país” e ainda contemporizar com o furto de 127 produtos de uma padaria gourmet em Fortaleza?
Antes de sequer entrar no mérito moral dessas questões (que tende a se coalhar de moralismos e recusas), a contradição, a hipocrisia e a demagogia desses e tantos outros casos são dados evidentes, obscenos, irrevogáveis – e quem se contenta com isso em si mesmo ou naquele que protesta ao lado, como tem acontecido ultimamente no Brasil, não age com civilidade, mas quase que inteiramente a despeito dela. E isso se dá inclusive (ou preponderantemente) por meio da imprensa dominante, que entra numa espiral de silêncio não divulgando aquilo que não convém a seus interesses imediatos – afinal, quantos dessa “grande imprensa” noticiou os ocorridos nos links ao fim deste texto? Como comprova o aterrador vídeo do protesto que chega à porta da casa daquela família (em link abaixo), é extraordinária a dominância cognitiva que as classes mais privilegiadas têm sobre grande parcela da população, que branca ou negra, classe média ou baixa, basta sentir-se associado ao interesse ou ao discurso da elite para, de uma forma ou de outra, agir da mesmíssima forma, senão por eles – gerando os efeitos desejados e bem concretos… sendo assim, a intempestividade dos indignados está impedindo que as críticas ao governo mais necessárias e verdadeiramente úteis sejam expostas; e isso, se derrubar o governo, será indecentemente favorável ao(s) próximo(s) governante(s). Há muitos indícios apontando para este momento como decisivo: quem deseja o bem de todos precisa priorizar desde já a reflexão e a autocrítica em relação ao mero protesto. É preciso restabelecer o sentido da sobriedade democrática e o diálogo. Caso contrário, será difícil adivinhar quando não seria tarde demais!
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Alguns links:

Rafael Esteves: Uma camiseta vermelha do Friends e a turba direitista
Padaria de Fortaleza sofre furto de 127 produtos durante manifestação contra corrupção
Família de ocupação hostilizada na manifestação 15/03 (vídeo)
Em ato contra governo, manifestantes divergem sobre impeachment (vídeo)
15 de Março: “Temos que acabar com os partidos de esquerda” (vídeo)
Sávio Mota
Sávio Mota
Cearense de cabeça pontuda, dizem que é jornalista e rebento da tal geração Y. Cético desde sempre e corinthiano desde que é gente, gosta de ciências e futebol, cinema e documentários de tevê - além de ser apaixonado por História e por Evolução. É CODA. Tem um pequeno canal no Youtube, "O Mundo Paralelo de Neander". Wanna be a scientist. Normal não é.

As ameaças dos irresponsáveis

OS ZUMBISTELEGUIADOS PELA MÍDIA AMEAÇAM

Manifestação midiaticamente fomentada e "a profecia autocumprida" discutidas por Sylvia Debossan Moretzsohn



    Martelar uma ideia até que ela seja incorporada pelo público e apareça como expressão espontânea – embora, ao contrário do que se costuma pensar, nada seja, de fato, espontâneo, porque nada surge do nada –, martelar uma ideia até transformá-la em suposta expressão espontânea de uma legítima e inquestionável reivindicação é uma conhecida estratégia da propaganda, que tem a ver com o conceito de “profecia autocumprida”. O sucesso ou fracasso dependerá da predisposição do público em aceitar a ideia.



JORNALISMO POLÍTICO

A profecia autocumprida

Por Sylvia Debossan Moretzsohn
extraído do
 “Contra a corrupção e o governo” era a frase mais repetida na cobertura das manifestações de domingo (15/3) na GloboNews. O professor Guilherme Nery, da Universidade Federal Fluminense, notou a insistência. Não era necessário ser estudioso do assunto, como ele, para perceber a associação semântica: governo = corrupção, e vice-versa. “É gritante a falta de responsabilidade”, concluiu.
  Martelar uma ideia até que ela seja incorporada pelo público e apareça como expressão espontânea – embora, ao contrário do que se costuma pensar, nada seja, de fato, espontâneo, porque nada surge do nada –, martelar uma ideia até transformá-la em suposta expressão espontânea de uma legítima e inquestionável reivindicação é uma conhecida estratégia da propaganda, que tem a ver com o conceito de “profecia autocumprida”. O sucesso ou fracasso dependerá da predisposição do público em aceitar a ideia.
  O jornalismo transformado em propaganda – esse que, segundo a própria entidade representante das grandes empresas que o produzem, anunciou que assumiria o papel que a oposição não estava conseguindo exercer – tentou essa estratégia no caso do mensalão. Não teve êxito, pelo menos não imediatamente: apesar de tudo, o PT venceu as eleições em 2010. Mas a estratégia se manteve e agora, diante do escândalo da Petrobras, finalmente parece render frutos.
 Há fatores concretos para a revolta? Evidentemente sim, e não é preciso ter estômago especialmente sensível para se chegar ao limiar do vômito diante da platitude com que os envolvidos na Operação Lava Jato expõem o sistema de distribuição de propinas milionárias. Mas imaginemos como o público se comportaria se outros escândalos tivessem sido investigados: o caso Sivam, a compra de votos para o segundo mandato de Fernando Henrique, a privatização das teles, o caso Banestado...
 O fio da meada

 Lembrar esses episódios não significa tentar minimizar ou diluir as atuais denúncias de corrupção, no velho estilo “sou, mas quem não é?” – ou, como disse Lula quando percebeu que não poderia abafar a história do mensalão, “sempre foi assim”, inclusive porque quem votou no PT apostou na mudança. Significa oferecer argumentos para se entender por que “a pecha de corrupto pegou mesmo no PT”, como certa vez comentou um membro do governo, enquanto outros partidos posam de campeões da moralidade.

 Se quisermos entender como o movimento pró-impeachment ganhou as proporções atuais, precisaremos recuar até as vésperas do segundo turno, em outubro do ano passado, quando a Veja antecipou a distribuição de sua edição semanal para uma sexta-feira e saiu com a famosa capa – pela qual foi condenada a oferecer direito de resposta – acusando Dilma e Lula de saberem “de tudo”. (“Tudo”, como se recorda, era o esquema de corrupção na Petrobras, e a denúncia se baseava em depoimento do doleiro Alberto Youssef, pelo acordo de delação premiada.)

 Naquela mesma sexta-feira, o jornalista Merval Pereira, de O Globo,escreveu que, se comprovada a denúncia, “o impeachment da presidente será inevitável, caso ela seja reeleita no domingo”. Escreveu assim, no meio da coluna, como quem não quer nada, e ali plantou a semente.
  O desdobramento é conhecido: no domingo seguinte, Dilma foi reeleita por pequena margem e já na segunda-feira um grupo saía às ruas de São Paulo para pedir o impeachment. Trinta pessoas: uma irrelevância que, entretanto, O Globo transformou em notícia. Ao mesmo tempo, a eleição era posta sob suspeita pelo PSDB, que ensaiou um pedido de recontagem de votos. Foi-se consolidando, entre os derrotados, o sentimento de que o governo era espúrio e precisava ser derrubado.

 O cúmulo da parcialidade

 A imprensa fez a sua parte: contrariando os critérios elementares que levam um fato a se tornar notícia, cobriu os mais insignificantes atos em favor do impeachment, como o promovido por um grupelho de direita que destila seu ódio nas redes sociais e reuniu 20 (vinte) pessoas no Centro do Rio de Janeiro, na quarta-feira (11/3). Na sexta (13/3), dia da manifestação organizada pela CUT, ao mesmo tempo favorável e crítica ao governo, O Estado de S.Paulo dedicou em seu site uma notícia de cinco parágrafos (ver aqui) para a presença de oito (repito: oito) pessoas que, em Brasília, protestaram contra Dilma. (A notícia original falava em seis, mas foi atualizada.)

 Na semana que culminou com a monumental manifestação em São Paulo, a Folha de S.Paulo foi “desequilibrada”, ora com a avalanche de notícias negativas para o governo, ora com o tratamento díspare dedicado aos atos a favor e contra Dilma. Assim avaliou a ombudsman do jornal, que entretanto não apontou o cúmulo da parcialidade, revelado num detalhe: ao pé de reportagem sobre os protestos, na página 6 do caderno principal da edição de 10/3, o jornal publicava um quadro no estilo “serviço”, informando os “Atos contra Dilma”, “quando” e “onde”. O que levou o escritor e humorista Gregório Duvivier a publicar uma montagem no Instagram: “Onde? Shopping JK Iguatemi. Serviços: babá, empregada e open bar”.
  O pequeno “tijolinho” provocou também a ironia de uma jovem jornalista, que lembrou a campanha publicitária do jornal e sugeriu um texto mais honesto: “A Folha é contra a Dilma. Eu também”.

 Na véspera – ou seja, no início da semana –, o site da Folha publicava um “mapa interativo” dos protestos e destacava os “grupos contra Dilma”, prometendo informar “quem são os organizadores”. A reportagem, entretanto, se limitava a entrevistar os líderes daquelas organizações, que é a isso que se resume o jornalismo amestrado. (A expressão é do jornalista Licínio Rios Neto, num artigo publicado no final dos anos 1980. Não é fenômeno recente, portanto.)
 Criando o clima

 Traçar esse quadro propício à explosão da revolta contra o governo é apontar o sucesso da profecia autocumprida empreendida por uma imprensa que ajuda a criar o clima favorável para depois colher os resultados, com a agravante de esconder seu próprio papel nesse processo ao apresentar-se como responsável por simplesmente “relatar fatos”.

 Esse “simples relato”, que passa ao largo de uma apuração criteriosa, facilitou o discurso mistificador de parte dos organizadores do protesto, que evitaram – de acordo com a orientação geral das próprias lideranças do PSDB – carregar nas tintas do impeachment. Contrariando as evidências expostas nas faixas mais exuberantes, que pediam o afastamento da presidente, eles anunciaram que iriam às ruas em nome da democracia e contra a corrupção. Como se não estivéssemos vivendo em pleno regime democrático e os escândalos não estivessem sendo apurados, aliás de maneira inédita: o curioso, nessa história, é perceber que o ônus recai sobre quem apura.
 Da mesma forma, tanto esses organizadores quanto a própria mídia tentaram minimizar o impacto das faixas e cartazes exortando o retorno dos militares – algumas falavam em “intervenção militar constitucional” – e destilando ódio contra a suposta “doutrinação marxista nas escolas”, o que incluía um “basta a Paulo Freire”. Houve mesmo quem sugerisse que estas seriam manifestações plantadas pelo PT para desqualificar o movimento, o que nem a imprensa mais antigovernista – com o perdão do pleonasmo – ousou acolher.
 Brincando com o perigo
 Não foram poucos os que, nas redes sociais, denunciaram o risco da aliança com esse “ovo da serpente”, justamente no dia em que o país completava 30 anos de democracia.
 “Contra a corrupção e o governo”, essa perversa associação semântica, favorece a onda pró-impeachment. Um bom jornalismo poderia apontar o vazio da primeira consigna, apresentada assim genericamente: quem pode ser a favor da corrupção, a não ser os próprios beneficiários do esquema, que entretanto não podem assumir-se como tais? Poderia apontar, também, filigranas que talvez causassem algum mal-estar: as pequenas espertezas cotidianas dessa multidão que se perfila com a mão no peito para cantar o hino nacional a plenos pulmões, vestida com as cores da bandeira e convicta da retidão de sua conduta.
 Mas, principalmente, poderia lembrar que essa palavra de ordem genérica – quantos notaram a ausência de demandas pela reforma política e pela mudança nas regras de financiamento de campanha? – estimula reações histéricas de nefastas consequências.
P orque, sim, o governo pode ser derrubado, por vias legais ou não. Mas não custaria recordar que foi em nome do fim da corrupção – e da ameaça comunista, associada ao então governo constitucional e “corrupto” – que se promoveu o golpe, há mais de meio século.
 ***
 Sylvia Debossan Moretzsohn é jornalista, professora da Universidade Federal Fluminense, autora de Repórter no volante. O papel dos motoristas de jornal na produção da notícia (Editora Três Estrelas, 2013) e Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico (Editora Revan, 2007)

segunda-feira, 23 de março de 2015

campanha de morte do governo Dilma

publicação em andradetalis

Plano de saúde HapVida faz campanha de morte do governo Dilma

by Talis Andrade
Para derrubar a CPI dos Planos de Saúde, uma campanha vem sendo realizada contra o Governo Dilma Rousseff.
No monopólio dos Associados no Nordeste, adquirido pela HapVida, rádios, televisões e jornais do grupo pregam abertamente o golpe militar.
Manchete de hoje
DP

No jornalismo on line, a HapVida divulga memes que são cartazetes de propaganda política.

pesquisa do se
Eis o tipo de pesquisa safada, divulgada por um jornal de propriedade de um plano de saúde interessado no golpe, que faz a apologia da ditadura militar.
SE a eleição fosse hoje, Lula derrotaria Fernando Collor (eleito em 1989), derrotaria Fernando Henrique (eleito em 1994), derrotaria, novamente, Fernando Henrique (eleito em 1998).
Pesquisa do SE é jornalismo rasteiro, para fazer propaganda duvidosa.
SE Chatô não tivesse criado o sistema de condomínio, os Associados continuariam sendo o maior império jornalístico da América Latina - o Diário de Pernambuco não teria sido vendido, a preço de banana, para o Grupo HapVida.
SE Aécio não fosse acionista do Estado de Minas, o faturamento
do jornal não teria sido tão lucrativo nos governos de Aécio e Anastasia. Quantos milhões investidos?
A Confederação Nacional dos Transportes, que pagou a pesquisa do SE, patrocinou, este mês, um boicote promovido por frotas de caminhões de carga, para desestabilizar o governo de Dilma.
Veja o titulo escandaloso do DP da HapVida:
Avaliação do governo Dilma é negativa para 64,8% dos brasileiros aponta pesquisa
O governo da presidente Dilma Rousseff atingiu a pior avaliação positiva medida pela pesquisa Confederação Nacional dos Transportes (CNT)/MDA desde outubro de 1999. Segundo levantamento divulgado nesta segunda-feira (23), o governo da petista é avaliado positivamente por 10,8% dos entrevistados, em comparação a 8% alcançados no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Apenas 1,9% considerou o governo Dilma como "ótimo" e 8,9% dos entrevistados o avaliaram como "bom". Para 23,6% dos entrevistados, a administração Dilma é "regular", de acordo com a CNT/MDA.
A mesma pesquisa mostra que a avaliação negativa do governo Dilma está em 64,8%. Esse é o índice mais elevado desde setembro de 1999.
Dos consultados pela pesquisa atual, 19,2% disseram que o governo Dilma é "ruim" e 45,6% afirmaram que ele é "péssimo". A porcentagem dos entrevistados que não souberam ou não responderam é de 0,8%. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios do País, entre os dias 16 e 19 de março de 2015.
Já quando se trata da situação política atual, se a eleição presidencial fosse hoje, 55,7% das pessoas entrevistadas teriam votado em Aécio Neves no 2º turno, 16,6% em Dilma Rousseff e 22,3% teriam votado em branco ou nulo.
Também houve aumento expressivo da desaprovação do desempenho pessoal da presidente Dilma à frente do Palácio do Planalto. A desaprovação atingiu 77,7% e a aprovação está em 18,9%. Dentre os entrevistados, 3,4% não souberam ou não responderam.
O último levantamento CNT/MDA sobre a popularidade da presidente foi feito em setembro do ano passado. À época, a avaliação positiva do governo estava em 41% e a negativa, em 23,5%. Já o desempenho pessoal da petista era aprovado por 55,6% dos consultados e desaprovado por 40,1%.
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ser ou não ser

A aceitação de provas ilícitas: ser ou não ser

A Operação Castelo de Areia foi anulada porque a Justiça aceitou a tese do fruto contaminado: uma prova obtida de maneira ilegal. Advogados insuspeitos, que estudaram o processo, garantem que a operação foi tecnicamente perfeita. Começou com uma denúncia anônima mas, depois, foi inteiramente fundamentada em outros elementos de prova. Prevaleceu o julgamento subjetivo do tribunal.
 
Segundo pessoas que manusearam o inquérito, havia abundância de provas de contribuições políticas e até de acertos com empreiteiras para livrar os principais executivos da responsabilização pelo buraco do Metrô.
 
Agora, o pacote anticorrupção do Ministério Público Federal (MPF) propõe que provas obtidas de forma ilegal possam ser consideradas, dependendo do benefício que trouxerem para a sociedade. Mais uma vez, a aferição desse benefício dependerá da análise subjetiva do juiz.
 
Atualmente, o conceito de ilegalidade de prova é tão elástico que pode ser manobrado contra a acusação. Agora pretende-se que essa elasticidade possa ser utilizada contra os réus. É evidente que hoje em dia existe uma distorção, mas pretende-se trocá-la por outra, com sinal contrário.
 
Seria mais razoável propor uma caracterização menos drástica para o conceito do fruto proibido, de maneira a não servir de álibi para manobras da defesa.
 
O MPF tem a gana do acusador - e tem que ser assim. Mas a Lava Jato mostra desprezo em relação a princípios básicos de direitos individuais, com o uso abusivo do chamado clamor das ruas, inconcebível em um operador do direito.
 
As parcerias com os grupos de mídia, sabendo-se que representam interesses comerciais e políticos, mostra uma falta de filtro sobre os procuradores e um estímulo ao ativismo político e midiático - algo que se pensava superado desde os tempos de Luiz Francisco e Guilherme Schelb. 
 
Dotá-lo de um poder ilimitado - com a aceitação indiscriminada de provas ilícitas - não será bom para se fazer justiça. Da mesma maneira que não é bom para a justiça esse conceito tão elástico de ilegalidade de provas.

NÃO RESPEITO MEU ÓDIO, PORQUE RESPEITARIA O SEU?

proprietário

 
NÃO RESPEITO MEU ÓDIO, PORQUE RESPEITARIA O SEU?
Não tem coisa que mais me irrite que esse odiozinho nefasto que a TV em especial a RG, e os pais de meninos mimados colocaram na cabeça das pessoas contra a esquerda, não se enganem, é isso mesmo: Na década de 80 e 90, e ainda hoje, qualquer organização, entre elas os partidos trabalhistas e socialistas, além de outros, no qual eu estava incluído, fazia uma greve ou manifestação, o meios de comunicação de um modo geral, distorcia tudo e botava imagens de pessoas que nada tinham haver fazendo arruaça. Quando começa a registrar imagens das manifestações, a primeira que vem é de uma bomba, e muitas vezes nem é da mesma manifestação. Odeio mentira, odeio jornalismo tendencioso,e isso não é de hoje, ja escrevi coisas sobre isso. Estive no manifesto dos professores na frente da Secretaria da Educação. na Republica, onde uns mendigos tacaram uma pedra em Mario Covas, e a policia, mesmo sabendo disso, prendeu o professor que liderava a manifestação, e vi a reportagem manipulada depois. Fiquei morrendo de raiva. Não duvidaria muito se esses não foram recrutados para isso em troca de umas refeições...
Não se enganem, quando você procura informações para reforçar esse ódio e não se importa se são verídicas ou não, e divulga, está sendo manipulado. Se dá vazão ao preconceito da generalização, sem conhecer as pessoas, dizendo que petistas são lixo, comunistas são lixo, pode ficar certo, como geralmente esse ódio faz com que PT, ESQUERDA, COMUNISMO, E HUMANISTAS SEJAM A MESMA COISA e está me deixando com uma bela pulga, alias um PULGÃO atras da orelha...já vou te olhar meio torto..depois vem alguma coisa relacionada sempre, mas sempre, a Invasão Comunista, Bolsonaro Presidente, Direitos Humanos apoiam bandidos, etc...E não me admira que você odeie tanto o PT e queira tanto que ele saia poder, que comece a ter idéias saudosistas a favor do REGIME MILITAR. E comece, só porque não concordo com você, depois de ler isso, a achar que eu sou petista sendo que não votei na Dilma.
Eu respeito opiniões contrárias e pontos de vistas diferentes, mas não respeito o ódio. Se nem o meu próprio ódio eu respeito, porque respeitaria o seu? Não respeito esse tipo de ponto de vista, porque não é ponto de vista, é estupidez. A mesma estupidez que faz um amigo deixar de gostar do outro, mesmo que esse o ajude e o apoie quando precisa. Não respeito que chamem petistas de lixo, comunistas de lixo, porque isso É ÓDIO e indiretamente fazem referência a esquerda, e eu SOU DE ESQUERDA! Claro que não generalizo, também critico o PT, mas atitudes de qualquer partido, tanto é que não deixo políticos corruptos pra atacar políticos limpos só porque são do PT ou PSDB, porque não odeio o PSDB nem o PT, por exemplo, não fico colocando posts de ódio ao PSDB, não chamo as pessoas que conheço de PSDBISTAS, chamo pelo NOME!. Porque as respeito!
Me irrita porque é só eu colocar alguma coisa referente a direitos humanos ou apoio as minorias, que convém com a linha de raciocínio humanista, que ja me chamam de petista. PO...será que as pessoas não estudam não? Agora claro, eu ODEIO a ditadura, odeio o exército e odeio corrupção, mas uma coisa são os partidos, outras as pessoas que o apoiam. Colocar tudo no mesmo barco ´É ESTUPIDEZ!
Petistas não são corruptos, nem todos, assim como os que apoiam o PSDB, mas tem ai uns caras com ficha suja, não é só o Genuíno não, esse ta preso, mas tem o Maluf, e bater em cachorro morto É ESTUPIDEZ, GENUÌNO E DIRCEU JÁ ESTÃO PRESOS! LULA E FHC NÃO TEM ACUSAÇÕES E KCT MALUF AINDA NÃO FOI PRESO!
Se você é tão doente de ódio contra o PT, a ponto de apoiar Maluf e a Ditadura, eu te recomendo um bom psicólogo, saia desse micro e arranje uma namorada ou namorado, ame sua mãe, porque apoiar as mortes e torturas daquelas pessoas, muitas delas que eu conheci ,eram de boa índole e meu queridos e falecidos amigos, em razão dessas torturas, achando que isso fez bem ao pais, É COISA DE GENTE CRUEL E INSENSÍVEL!
Marcos Pereira

o "livre tagarelar" e o "livre pensar"


Kierkegaard: o "livre tagarelar" e o "livre pensar"


“O povo pede o poder da palavra para compensar o poder de livre pensamento a que ele foge.”
Soren Kierkegaard

Será que a blindagem irá continuar?

Será que a blindagem irá continuar?????
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo e iniciou uma nova ação contra 11 empresas acusadas de formar um cartel para obter contratos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A ação diz respeito a contratos de 2000 a 2007, período em que o estado foi governado pelos tucanos Mário Covas, Geraldo Alckmin, e José Serra. Além de Claudio Lembo, à época no PFL.
A decisão é do juiz Marcos Pimentel Tamassia. A CPTM também vai responder ao processo. Em nota, a companhia afirmou que vai aguardar a decisão final da Justiça para se pronunciar. Os promotores analisaram três contratos para a manutenção preventiva de trens da CPTM. De acordo com a investigação, as multinacionais se uniram para fraudar licitações.
O MP diz que o esquema das fraudes era simples. Quando a licitação era lançada, as empresas negociavam entre elas qual o consórcio ou empresa venceria a disputa. E, para isso, os demais competidores se comprometiam a apresentar propostas com preços maiores. Ao todo, 30 executivos de empresas suspeitas foram denunciados em ações diferentes.
A Promotoria pede nesta ação que os escritórios de todas as empresas envolvidas sejam fechados no Brasil porque elas não agiam de boa-fé na execução dos contratos. O MP também quer que as empresas paguem uma indenização de quase R$ 2,5 bilhões ao Estado.
“Nós entendemos que essas empresas, essas sociedades empresárias, não cumprem o seu papel social. [Elas] Se formaram apenas para atividades ilícitas e para forjar contratos e ganhar contratos através de fraudes licitatórias”, explicou o promotor Marcelo Mikani.
São rés as empresas Siemens, Alstom, Bombardier, Mitsui, Temoinsa, Tejofran, MPE, MGE, Ttrans e CAF (a espanhola e sua filial brasileira).
(…)
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/justica-aceita-denuncia-contra-cartel-de-trens-em-sao-paulo/
20:31
Nem sonhando é possível acreditar que a blindagem vai acabar. Entendam: os homens são do PSDB, são brancos mesmo não sendo branco, tem até extinto sorbonista.

O que vocês acham?

A pergunta que não quer calar:
PORQUE Aécio, Álvaro Dias e todos os senadores do PSDB não assinaram CPI do HSBC


Algumas (na verdade muitas) pessoas julgaram barato perder suas dignidades em processos históricos passados, presentes e futuros.Mas viver sem dignidade é muito difícil. O tempo passa e as cobranças se avolumam. O que dirão nossos filhos e netos dos esforços dos políticos conservadores atuais para derrubar a democracia? "Fora Dilma" parece ser mais uma frase solta no meio do caos. Mas não é. "Fora Dilma! significa "fora 52% dos cidadãos votantes". Significa fora a Constituinte conquistada a duras penas em 1988. Significa ignorar a escuridão que uma ditadura significa. Tirar Dilma do poder significaria a guerra. Por isso os principais partidos da oposição são contra o impeachment. Eles sabem que numa guerra todos podem perder. Alguns mais que outros.
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