quarta-feira, 25 de março de 2015

Sebastião Salgado solta o verbo sobre a crise hídrica


O genial Sebastião Salgado solta o verbo sobre a crise hídrica, a corrupção e a tendenciosidade da mídia

 "Hoje temos um Brasil moderno, mas que foi construído sobre as florestas e os rios. Por isso, devemos repensar o consumo."
 "Depois do segundo governo do PT, há um acesso de 40 milhões de pessoas à classe média. Isso nunca aconteceu e é positivo, mas gera demanda de água", explica. "A solução para o problema é preservar nossas nascentes. É absolutamente necessário que todas as instituições, sejam públicas ou privadas, façam sua parte."
  "Pela primeira vez, os que estão no governo [federalnão são os mesmos que dominam os meios de comunicação, e por isso há informação sobre corrupção. Pela primeira vez, os corruptores estão pagando. Antes, só alguns intermediários eram acusados de corrupção. O Brasil já é um grande País e está cada vez mais sério".

Extraído da Carta Capital:
Cultura

Fotografia

'Matamos nossos rios, não há partido que resolva', diz Sebastião Salgado

Fotógrafo de 71 anos fala de crise hídrica e denúncias de corrupção às vésperas do lançamento do documentário 'O Sal da Terra', que concorreu ao Oscar
por Pedro Castro — publicado 24/03/2015 04:29
Fotos Jackson
"Matamos os nossos rios e as nossas florestas, e não há partido ou político que vá resolver isso sozinho", atesta Sebastião Salgado. Para ele, o problema da crise hídricabrasileira é “de toda a sociedade. Todos somos seres políticos e temos responsabilidades sociais".
As ações do fotógrafo de 71 anos vão além do discurso afinado. Desde 1998, ele e sua esposa, Lélia Wanick, mantém o Instituto Terra, responsável pelo plantio de mais 2 milhões de árvores em Aimorés, no interior de Minas Gerais. De acordo com Salgado, a falta de água tem sido mais sentida agora, “mas esse problema já vem acontecendo há muito tempo. Se estivéssemos cuidando dos rios e das florestas, não estaríamos tão dependentes das chuvas para encher os reservatórios".
É este Sebastião Salgado engajado que o filme O Sal da Terrarevela. Dirigido pelo alemão Wim Wenders e por Juliano Ribeiro Salgado, filho do casal, o filme concorreu ao Oscar na categoria documentário. Com lançamento no Brasil previsto para o dia 26, o longa vai além da obra do artista e mostra o agente social, o ambientalista. Para Lélia, o documentário "é mais do que um filme sobre a fotografia ou sobre a história de um homem, é um filme que mostra um ponto de vista sobre o mundo".
Ao falar para mais de mil pessoas no projeto Sempre um Papo, que leva escritores e artistas para conversarem com o público em Belo Horizonte, Sebastião Salgado arrancou aplausos. "A solução para a crise hídrica é simples: não medir esforços. O Brasil é um País incrível, mas parece que o brasileiro não percebe isso. Ainda somos muito pessimistas em relação à nossa própria gente”, alertou.
Salgado afirma que "hoje temos um Brasil moderno, mas que foi construído sobre as florestas e os rios". Por isso, devemos repensar o consumo. "Depois do segundo governo do PT, há um acesso de 40 milhões de pessoas à classe média. Isso nunca aconteceu e é positivo, mas gera demanda de água", explica. "A solução para o problema é preservar nossas nascentes. É absolutamente necessário que todas as instituições, sejam públicas ou privadas, façam sua parte."
É nesse sentido que o projeto Olhos d’Água pretende revitalizar todas as nascentes da bacia do Rio Doce, que tem o tamanho de Portugal. O fotógrafo contou ao público que a iniciativa do Instituto Terra "é um projeto que custa bilhões, mas, comparativamente, sai mais barato do que comprar aviões caça da Suécia".
Mesmo com a atual crise, Salgado mostra otimismo com o País. Em entrevista antes da palestra, ele afirmou que "pela primeira vez, os que estão no governo [federal] não são os mesmos que dominam os meios de comunicação, e por isso há informação sobre corrupção. Pela primeira vez, os corruptores estão pagando. Antes, só alguns intermediários eram acusados de corrupção. O Brasil já é um grande País e está cada vez mais sério".
Não é de hoje que Sebastião e Lélia estão ligado às causas sociais. "Depois de 64, participamos de todas as manifestações e ações de resistência à ditadura e estávamos determinados a defender nossos ideais. Isso era muito perigoso", conta.
Em agosto daquele ano, com pouco mais e 20 anos de idade, o casal se sentiu como as pessoas que ele viria a retratar anos mais tarde em Êxodos, que mostra aqueles que abandonam a terra natal.
Doutor em economia, Salgado conheceu Lélia enquanto fazia universidade em Vitória. "São 50 anos de sonhos realizados juntos", ela afirma sorridente. Um desses sonhos é o reflorestamento da fazenda herdada da família do fotógrafo que estava totalmente degradada e deu origem ao Instituto.
"Tinha acabado de lançar o Êxodos e estava profundamente deprimido, afundava no pessimismo. Vi coisas terríveis na África e na antiga Iugoslávia. Pensei então em um projeto para denunciar a destruição e a poluição das florestas", conta o fotógrafo. Foi nesse momento que Lélia surgiu com a ideia de replantar.
Mesmo com o inicio problemático (60% das mudas plantadas não "vingaram" no primeiro plantio), hoje o programa é um modelo para o País. Cerca de 700 projetos de educação ambiental que atingiram mais de 65 mil pessoas e o maior viveiro de plantas nativas de Minas Gerais são alguns exemplos da grandiosidade do projeto. "O Instituto é um de nossos filhos", afirma Lélia. "Plantar é como cuidar de uma criança, é preciso proteger, alimentar e dar condições para que, ao crescer, ela se torne independente", completa Salgado.
Lélia Wanick e Sebastião Salgado
Foi neste momento de reaproximação com a natureza que o fotógrafo começou a pensar em fazer outro livro. "Foi vendo a vida nascer na floresta que surgiu o Gênesis", conta para o público. "Antes, eu havia fotografado apenas uma espécie: o homem. Para este projeto, precisei aprender a conviver com outras espécies".
Para ele, reaproximar da natureza é fundamental para compreendermos nosso lugar na Terra. "Hoje somos extraterrestres no nosso próprio planeta, não conhecemos nada sobre pássaros e plantas. Não temos a noção de que somos apenas uma espécie no meio de milhares. As árvores, por exemplo, são as responsáveis em manter a água no solo e o oxigênio no ar. Mas a cada dia cortamos mais árvores e poluímos mais a água e o ar. Temos que voltar em direção à Terra."
Mundo do Café
O fotógrafo não demonstra cansaço. Em maio ele inaugura a mostra Perfumes de Sonho – Uma Viagem ao Mundo do Café na Expo Universal de Milão 2015 e cinco dias depois leva o trabalho para Bienal de Veneza. "Resolvi fotografar a história das pessoas que trabalham com café. Tomar café é um coisa tão comum que não nos damos conta do tanto de gente envolvida no processo", explica Sebastião. Na mostra, ele registrou a relação do homem com o fruto na Etiópia, Guatemala, Índia, China, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Indonésia, Tanzânia e Brasil.

terça-feira, 24 de março de 2015

TUDO E' SUSPEITO...

Merval, Sérgio Moro e a morte do direito

           

O juiz Sérgio Moro foi, como se sabe, homenageado pelas organizações Globo como personalidade do ano no prêmio Faz a Diferença, honraria que recebeu por ser um magistrado imparcial e rigoroso, sendo apenas mera coincidência um eventual alinhamento de suas decisões com os desejos deste poderoso grupo de comunicação.     


Mas muita gente boa opinou, inclusive, que pelos nítidos interesses políticos e econômicos que o grupo Globo persegue, o melhor para um juiz tão cioso de sua independência e imparcialidade, como Sérgio Moro, seria ter se recusado a receber o prêmio. Tememos que estas opiniões não tenham alcançado Moro a tempo, pois talvez o fizessem refletir sobre os perigos para a sua credibilidade desta tão estreita proximidade com uma empresa que é praticamente o órgão de um partido político (PSDB) e porta voz de um movimento golpista. E o que acontece? Um hipotético leitor malicioso, que não conheça a seriedade do juiz Moro, ao ler a edição desta terça-feira (24) do jornal O Globo, é capaz de pensar no impensável: que o magistrado e a empresa de comunicação têm interesses políticos comuns e traçam táticas em conjunto. Senão, vejamos. O juiz mandou transferir, nesta segunda-feira (23), 12 presos da Operação Lava Jato da carceragem da polícia federal, em Curitiba, para um presídio em Pinhais, onde os detidos (que ainda não foram julgados e muito menos condenados, sendo isto, é lógico, um mero detalhe muito justificadamente ignorado pelo novo e avançado ordenamento jurídico brasileiro) usarão uniformes, tomarão banho coletivo, além de outras regalias como a possibilidade, admitida pelo próprio juiz Sérgio Moro, de que venham a sofrer violências de outros detentos.

A esperança de Merval

Entre os presos transferidos está o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, que tem se negado de forma enfática a fazer o acordo de delação premiada. Só permaneceram na PF Nestor Cerveró e Ricardo Pessoa, que está em processo de negociação da delação premiada. Segundo escreve um dos principais colunistas amestrados da mídia hegemônica, Merval Pereira, na edição desta terça-feira do jornal O Globo, a transferência dos presos pode ser decisiva “para que surjam novas provas no processo do petrolão” e liga diretamente esta esperança ao envio de Renato Duque “para a cadeia do Complexo Médico-Penal em Pinhais”. Para Merval, isto “faz com que Renato Duque esteja mais próximo do que nunca do momento de decisão sobre sua própria delação premiada”. Merval lembra (com certeza neste momento já leram para Duque esta parte da coluna várias vezes) que enquanto o delator Barusco “está em liberdade devido à delação premiada, Renato Duque está na cadeia.” E, o mais espantoso, Merval já adianta qual será o veredito de Sérgio Moro, tanto em relação à Duque quanto em relação a Barusco: “Renato Duque está na cadeia próximo de uma condenação que será mais rigorosa do que a do próprio delator”.

Os aspectos irrelevantes

Notem que o jornalista não se preocupa sequer em tomar qualquer precaução ao fazer sua afirmativa. Ele não escreve que Duque “pode” estar próximo a uma condenação rigorosa. Ou que “deve” estar próximo a uma condenação rigorosa. Ele é enfático ao mostrar conhecimento antecipado não só do veredito mas também de sua extensão. Denota Merval uma inaceitável proximidade com o centro de condução da Operação Lava Jato, onde o grupo Globo seria (vejam anossa precaução: “seria”) encarregado de blindar qualquer coisa feita em nome de alcançar os resultados desejados. Merval termina ainda com um aviso que é uma clara ameaça (trecho que deve também estar sendo lido e relido para Duque por delegados atenciosos), depois de adiantar que as primeiras sentenças de Sérgio Moro serão dadas até o meio do ano, diz Merval, mais uma vez mostrando saber de antemão os vereditos: os “ex-dirigentes da Petrobras têm pouco tempo para decidir revelar seus segredos antes de serem condenados”. Só um último escrúpulo de consciência impediu Merval de sugerir métodos como simulação de afogamento, privação do sono, e outras práticas mais “eficazes”, infelizmente, pelo que sabemos, ainda não adotadas no moderno ordenamento jurídico brasileiro para, não só obrigar alguém a falar, mas a falar o que se deseja ouvir. Não se exige nem a verdade, nem provas do que se afirma, aspectos irrelevantes que não interessam ao que existe de mais avançado em nossa justiça. É a morte do direito.

O valentão que ameaça a Dilma

A passeata neofascista do dia 15 deu fôlego a valentões de ocasião. Em declaração ao principal porta voz do movimento golpista, o jornal O Globo, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (PSDB-SP) afirmou que “A presidenta Dilma vai deixar o cargo, por vontade própria ou não.” Para quem não se lembra, o candidato a Mussolini é conhecido por iniciativas bizarras. Em 2013 entrou com ação na Procuradoria Geral de República pedindo a condenação da presidenta por improbidade administrativa por esta ter enviado cartões de natal aos servidores públicos. Depois disse que iria acionar o TSE pelo encontro de Dilma com Lula! Por estas e outras o deputado recebeu do jornalista Jânio de Freitas a alcunha que o acompanha até hoje: “aspirante à perda do senso de ridículo”. Ou seja, um bobo da corte que só um jornal como o da famiglia Marinho leva a sério.

Constrangidos

Notas Vermelhas já mostrou seu pouco apreço pelas avaliações destas agências internacionais, mas é engraçado assistir ao constrangimento dos jornalões, que apostavam no rebaixamento da nota do Brasil para estampar, nesta terça-feira (24) em manchetes garrafais o “aumento da crise”. Como a agência não rebaixou a nota, reafirmando que o país é um local seguro para se investir, a matéria com a notícia foi relegada às páginas internas. O site UOL (grupo Folha) tinha no início da manhã desta terça-feira (24) uma manchete hilariante, onde dizia que a agência S&P tinha dado “outra chance” ao Brasil. Imagino que o UOL, em um esforço de reportagem, presenciou o momento da decisão, que foi mais ou menos assim: 


Diretor 1 da S&P: E aí, pessoal, vamos rebaixar mesmo a nota do Brasil?

Diretor 2 da S&P: Eu acho sacanagem, brasileiro é gente boa. Eu sempre passo o carnaval lá.

Diretor 3 da S&P: É verdade, e a caipirinha, e a caipirinha?

Diretor 1 de novo da S&P: Está decidido, vamos dar mais uma chance para o Brasil. Eles merecem.

Só mesmo o jornalismo de qualidade do grupo Folha para revelar o lado humano do mercado financeiro.

Que país é este? Vídeo sobre a sonegação da Globo

Uma das manchetes do jornal O Globo de hoje é “Tesoureiro do PT vira réu na Lava-Jato”, e acima do título: “Que país é este”? Para entender que país é este é preciso reservar apenas 17 minutos e assistir a esta excelente produção do Diário do Centro do Mundo. No vídeo abaixo, conta-se resumidamente a escabrosa história da fraude milionária da Globo, incluindo su
borno à funcionários públicos e cumplicidades camufladas no judiciário e no aparelho policial. Proponho uma corrente de divulgação do vídeo como parte das comemorações dos 50 anos da Globo. Assistam e, pela democracia no Brasil, divulguem.


Para terminar com alegria, um poema que está circulando nas redes





Colabore com o Notas Vermelhas: envie sua sugestão de nota ou tema para o email wevergton@vermelho.org.br

Defesa explicita a FHG

Reuters põe entrevista com FHC no ar e esquece de tirar frase que denuncia favorecimento
Postado em  24 de março de 2015 - no DCM Em vermelho, a deferência a FHC publicada inadvertidamente A imagem fala tudo.

Em vermelho, a deferência a FHC publicada inadvertidamente
A imagem fala tudo.

Na Reuters, a corrupção vem desde FHC, mas “podemos tirar se achar melhor”

24 de março de 2015 | 16:10 Autor: Fernando Brito
reut
O alemão Paul Julius Reuter, com os telégrafos com que criou a Reuters, no século 19, jamais imaginaria que sua agência de notícias, hoje uma das maiores do mundo, ia tão alegremente entregar-se aos padrões brasileiros de jornalismo.
Ontem, o site da Reuters publicou uma entrevista de Fernando Henrique Cardoso culpando Lula pelos casos de corrupção na Petrobras.
Lá no sexto parágrafo, o texto de Brian Winter, porém, citava as informações de Pedro Barusco de que o desvio de dinheiro começara no governo do tucano entrevistado.
Por distração, foi ao ar, junto do texto, uma observação do editor, semelhante àquela que andou frequentando os e-mail à redação da TV Globo: “Podemos tirar, se achar melhor”.
Assim, com esto jeito meigo de ser.
Quando a Reuters percebeu a “mancada” correu a fazer a reedição que aparece acima deste post.
Um amigo viu e imprimiu a página e, com o texto exato, foi possível achar o resultado na varredura do Google, embora a página original já não mais esteja publicada.
Recortei da tela e apliquei na imagem para que você possa entender a estranha “reedição”, que corrige a mancada, mas não a bajulação.
Fica como mais um exemplo – de tantos e tantos – do sabujismo que a mídia adota, agora em versão internacional, para que o leitor – com o perdão da palavra – possa conhecer os intestinos das fábricas de notícias.

Meu comentario:


Os responsáveis pela mídia brasileira [na maioria políticos] são todos liberais que se identificam com o capitalismo empresarial norte americano, pior que o capitalismo de mercado distributivo adotado pelo PT

reforma política tem nome

A pressa do PMDB para aprovar a sua reforma política tem nome

O segredo para compor uma grande bancada? Simples: muito dinheiro empresarial. Por isso que o PMDB tem pavor do fim do financiamento privado de campanha...


Maria Inês Nassif Edilson Rodrigues / Agência Senado
Desde a Constituinte de 1988, os partidários da reforma política de diversos matizes ideológicos acumularam sucessivos fracassos nas mais diversas tentativas de mudar as regras partidárias e eleitorais. Agora, o PMDB, que é um dos partidos com maior pulverização ideológica do Congresso, conseguiu a façanha de alinhavar um consenso interno em torno de propostas de mudança na legislação, arregimentar apoios de outros partidos e dar uma velocidade ímpar ao debate. O PMDB, hoje, tem condições de articular a aprovação de uma emenda constitucional (que precisa do apoio de 3/5 dos deputados e senadores) para manter a salvo o financiamento privado de campanha e derrubar o sistema proporcional. Isso se articula em torno da PEC Vaccarezza, cuja tramitação anda a passos largos na Comissão Especial e pode chegar ao plenário no próximo mês.

Embora os líderes do partido não deem mais do que declarações óbvias sobre o tema, existem indícios suficientes de que o financiamento privado de campanha é o centro dos interesses da cúpula peemedebista.

O partido, que lançou candidato a presidente da República pela última vez em 1998, é um dos principais destinos dos financiamentos empresariais.

O grande poder do PMDB é sua bancada parlamentar, que faz dele, sempre, o principal partido dos governos de coalizão que se formam desde FHC. É em torno dessa grande bancada – que tem capacidade de voto e veto nas votações legislativas – que esse dinheiro se mobiliza. No momento, todavia, o financiamento empresarial de partidos e campanhas eleitorais encontra-se sob duplo ataque: de forças políticas que o consideram como o grande fator de corrupção da política, e querem proibi-lo; e do Supremo Tribunal Federal, que não declarou ainda a inconstitucionalidade desse tipo de financiamento porque o ministro Gilmar Mendes pediu vistas ao processo, no meio do julgamento, e retarda a decisão.

A Coalizão pela Reforma Política Democrática, liderada pela OPAB e pela ABI e com o apoio de mais de 103 entidades representativas da sociedade civil, por sua vez, empreende um trabalho de mobilização para conseguir as 1,5 milhão de assinaturas necessárias para tornar um projeto de lei como de iniciativa popular. A proposta proíbe o financiamento empresarial e permite o financiamento de pessoas físicas apenas no limite de R$ 700,00 por pessoa.

A pressa da Comissão Especial de Reforma Política convenientemente poderia transformar a permissão para o financiamento privado em norma constitucional antes que o STF declare inconstitucional essa prática de angariação de fundos, e antes que o projeto de lei consiga os apoios necessários para adquirir o status de projeto de iniciativa popular, que teria uma força política muito maior para tramitar no plenário.

Se o PMDB conseguir, com a manobra liderada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aprovar a emenda constitucional liberando o financiamento privado, poderá manter o alto custo de campanhas parlamentares, que garantem ao partido grandes bancadas e, em consequência, um igual poder de coação junto a qualquer governo, seja ele de que partido for.

Um balanço das doações das principais empresas implicadas na Operação Lava Jato, por exemplo, indicam que o PMDB, sem candidato a presidente da República, dividiu de forma praticamente igualitária esses recursos com o PT e com o PSDB, ambos com candidatos presidenciais com chances de vitória.

A soma das doações legais feitas pelas Galvão Engenharia, Odebrecht, UTC, Camargo Correa, OAS, Andrade e Gutierrez, Mendes Jr, Iesa, Queiroz Galvão, Engevix, Setal, GDK, Techint, Promon, MPE e Skanska foi de R$ 222.570.081,00. Deste dinheiro, 25% foram para o PT, 24% para o PSDB e 21% para o PMDB. O PSB, com a candidata que ficou em terceiro lugar na disputa, ficou com 7%. Nas eleições de 2010, essas empresas contribuíram legalmente com R$ 135.516.000,00. O PMDB ficou com a maior fatia, de 24%, seguido do PT, com 23%,e  do PSDB, com 20%.

FRENTE PARLAMENTAR EM DEFESA DA PETROBRAS

Esses tucanalhas entreguistas, lacaios dos interesses americanos, espertalhões e ladrões, tentam de todas as formas esquartejar a Petrobras, mas não passarão! 
plantaobrasil.com.br

Será lançada nesta terça (24), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras; de acordo com o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), articulador e presidente do colegiado, o objetivo principal da frente é tentar separar duas pautas: a referente à apuração dos crimes de corrupção e a empresa em si; “A Petrobras não se confunde com corrupção e é um símbolo nacional. Queremos levantar no Congresso, além do debate sobre Operação Lava Jato e apurações sobre denúncias, que existe uma outra Petrobras que não é necessariamente a empresa envolvida nesses escândalos”, diz Magalhães

Será lançada amanhã (24), às 17h, na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. De acordo com o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), articulador e presidente do colegiado, o objetivo principal da frente é tentar separar duas pautas: a referente à apuração dos crimes de corrupção e a empresa em si. “A Petrobras não se confunde com corrupção e é um símbolo nacional. Queremos levantar no Congresso, além do debate sobre Operação Lava Jato e apurações sobre denúncias, que existe uma outra Petrobras que não é necessariamente a empresa envolvida nesses escândalos”, diz Magalhães.

O parlamentar acredita que o Congresso e a sociedade precisam reagir contra tentativas de “esquartejar” a petroleira brasileira, que significa vender partes da companhia, prejudicando seu caráter vertical.

A frente promoverá uma mobilização interna, no Congresso, para tentar barrar iniciativas de quebrar o regime de partilha, adotado na área do pré-sal, e também propostas de privatização.

Outro movimento é fazer mobilizações fora do Parlamento. Os membros da frente pretendem aprofundar articulações com movimentos sociais, dialogar com a presidência e a direção da Petrobras, com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e com a Agência Nacional do Petróleo, para monitorar os impactos da crise na indústria. Os parlamentares têm a intenção de “mobilizar a classe política, principalmente os governadores, que são os mais afetados pela redução das atividades da Petrobras”, diz Magalhães.

Magalhães lembra que há setores influentes que não disfarçam intenção de privatizar atividades da Petrobras, “que hoje é uma empresa verticalizada, do poço ao posto”.

Segundo ele, “existem propostas veiculadas por aí” para vender partes da companhia. “Fernando Henrique e o senador (José) Serra (PSDB-SP) estão propondo vender atividades como refino, distribuição de combustíveis. Isso é um retrocesso, é voltarmos ao tempo de exportação de produtos primários e manufaturados”, afirma o presidente da frente parlamentar.

Em entrevista a um portal de internet há menos de um mês, Serra defendeu que “a Petrobras deveria ser dividida em empresas autônomas”. “Eu não teria nenhum problema de desfazer, ou conceder, ou associar a Petrobras em áreas diversas, que ela não tem que estar”, declarou o tucano. Logo após a deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, o ex-presidente FHC escreveu um artigo pregando que a oposição precisava "tomar a unha o pião dos escândalos da Petrobras" e reafirmar "a urgência de mudar os critérios de governança das estatais".

“Nós defendemos a integralidade da Petrobras”, explica Davidson Magalhães. “A empresa que defendemos na frente parlamentar é a Petrobras que agora, em fevereiro, bateu recorde de produção, que está entre as dez maiores petroleiras do mundo, é responsável por quase 20% dos investimentos do país e 10% do PIB.”

A tentativa de quebrar a verticalidade da estatal, de acordo com os membros da frente, é contrária à criação de emprego no país e diminuiria a venda de produtos com maior valor agregado. “Isso está na contramão do esforço que a indústria brasileira tem que fazer, para produzir produtos com maior valor agregado incorporando mais tecnologia. Estamos liderando em nível internacional a produção em águas profundas, com o pré-sal.”

Interesses internacionais
O deputado baiano aponta para interesses internacionais que sairiam vencedores do enfraquecimento e venda de partes da estatal. “Qual é o capital nacional que tem condições de comprar setores da companhia? Nenhum. Isso vai acabar sendo jogado na mão de grandes empresas multinacionais num momento em que conseguimos autossuficiência em petróleo, estamos no caminho para buscar a mesma coisa em gás natural e precisamos avançar na área do refino.”

Segundo Magalhães, nove das dez maiores petroleiras do mundo são empresas verticalizadas, que estão no refino, na venda de combustível, na indústria química e de fertilizantes. “Se você limita a atuação, se faz um esquartejamento da Petrobras, é um retrocesso do ponto de vista da industrialização.”

Para ser criada, a frente teve o apoio de 210 deputados federais e 42 senadores, que subscreveram a proposta de criação. Além de Davidson Magalhães, a coordenação é formada pelos deputados Vicentinho (PT-SP), Aliel Machado (PCdoB-PR), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Zeca do PT (PT-MS) e os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Antonio Carlos Valadares (PSB, ex-governador de Sergipe), Fátima Bezerra (PT-RN) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).São Paulo – Será lançada amanhã (24), às 17h, na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras. De acordo com o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), articulador e presidente do colegiado, o objetivo principal da frente é tentar separar duas pautas: a referente à apuração dos crimes de corrupção e a empresa em si. “A Petrobras não se confunde com corrupção e é um símbolo nacional. Queremos levantar no Congresso, além do debate sobre Operação Lava Jato e apurações sobre denúncias, que existe uma outra Petrobras que não é necessariamente a empresa envolvida nesses escândalos”, diz Magalhães.

O parlamentar acredita que o Congresso e a sociedade precisam reagir contra tentativas de “esquartejar” a petroleira brasileira, que significa vender partes da companhia, prejudicando seu caráter vertical.

A frente promoverá uma mobilização interna, no Congresso, para tentar barrar iniciativas de quebrar o regime de partilha, adotado na área do pré-sal, e também propostas de privatização.

Outro movimento é fazer mobilizações fora do Parlamento. Os membros da frente pretendem aprofundar articulações com movimentos sociais, dialogar com a presidência e a direção da Petrobras, com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e com a Agência Nacional do Petróleo, para monitorar os impactos da crise na indústria. Os parlamentares têm a intenção de “mobilizar a classe política, principalmente os governadores, que são os mais afetados pela redução das atividades da Petrobras”, diz Magalhães.

Magalhães lembra que há setores influentes que não disfarçam intenção de privatizar atividades da Petrobras, “que hoje é uma empresa verticalizada, do poço ao posto”.

Segundo ele, “existem propostas veiculadas por aí” para vender partes da companhia. “Fernando Henrique e o senador (José) Serra (PSDB-SP) estão propondo vender atividades como refino, distribuição de combustíveis. Isso é um retrocesso, é voltarmos ao tempo de exportação de produtos primários e manufaturados”, afirma o presidente da frente parlamentar.

Em entrevista a um portal de internet há menos de um mês, Serra defendeu que “a Petrobras deveria ser dividida em empresas autônomas”. “Eu não teria nenhum problema de desfazer, ou conceder, ou associar a Petrobras em áreas diversas, que ela não tem que estar”, declarou o tucano. Logo após a deflagração da Operação Lava Jato, em março de 2014, o ex-presidente FHC escreveu um artigo pregando que a oposição precisava "tomar a unha o pião dos escândalos da Petrobras" e reafirmar "a urgência de mudar os critérios de governança das estatais".

“Nós defendemos a integralidade da Petrobras”, explica Davidson Magalhães. “A empresa que defendemos na frente parlamentar é a Petrobras que agora, em fevereiro, bateu recorde de produção, que está entre as dez maiores petroleiras do mundo, é responsável por quase 20% dos investimentos do país e 10% do PIB.”

A tentativa de quebrar a verticalidade da estatal, de acordo com os membros da frente, é contrária à criação de emprego no país e diminuiria a venda de produtos com maior valor agregado. “Isso está na contramão do esforço que a indústria brasileira tem que fazer, para produzir produtos com maior valor agregado incorporando mais tecnologia. Estamos liderando em nível internacional a produção em águas profundas, com o pré-sal.”

Interesses internacionais
O deputado baiano aponta para interesses internacionais que sairiam vencedores do enfraquecimento e venda de partes da estatal. “Qual é o capital nacional que tem condições de comprar setores da companhia? Nenhum. Isso vai acabar sendo jogado na mão de grandes empresas multinacionais num momento em que conseguimos autossuficiência em petróleo, estamos no caminho para buscar a mesma coisa em gás natural e precisamos avançar na área do refino.”

Segundo Magalhães, nove das dez maiores petroleiras do mundo são empresas verticalizadas, que estão no refino, na venda de combustível, na indústria química e de fertilizantes. “Se você limita a atuação, se faz um esquartejamento da Petrobras, é um retrocesso do ponto de vista da industrialização.”

Para ser criada, a frente teve o apoio de 210 deputados federais e 42 senadores, que subscreveram a proposta de criação. Além de Davidson Magalhães, a coordenação é formada pelos deputados Vicentinho (PT-SP), Aliel Machado (PCdoB-PR), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Zeca do PT (PT-MS) e os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Antonio Carlos Valadares (PSB, ex-governador de Sergipe), Fátima Bezerra (PT-RN) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM).

Como fazer uma geração de zumbis

Como fazer uma geração de jovens imbecilizados

Autor: Fernando Brito
geracao
Recomendo a leitura das duas reportagens da Folha de hoje (aqui eaqui) sobre os jovens universitários de faculdades particulares – e caras – de São Paulo.
Narra que a coisa chega ao ponto de se fazerem “reuniões de pais”, assistir aula com a mamãe e, até, irem juntos a entrevistas de estágio. Até  caso “de mãe reclamar de reprovação em MBA” acontece em uma delas.

Cria-se uma geração de incapazes, supérfluos, paparicados, a pretexto de zelar pela “segurança” e pelo “investimento” que estão fazendo, como se a universidade não tivesse como um de seus principais papéis ser o ambiente múltiplo e biodiverso onde se consumaria a sua transformação em adultos, independentes.
Parece existir uma culpa doentia desta camada social que pretende manter os filhos nesta redoma de classe em que se encapsularam e a se relacionarem com a vida e a sociedade como “consumidores” e não como partícipes da “vasta fauna humana”.
Como desprezam a diversidade, desprezam o que é diferente de si mesmos.
Infantilizando os filhos o que se consegue é torna-los egoístas, covardes, despreparados para um mundo que é cada dia mais feito para a mediocridade.
O contrário de gerações e gerações de jovens rebeldes e contestadores que levaram o mundo à frente, forma-se uma geração que só contesta mesmo a conivência humana e embarca no “sou rico, sou diferenciado, tenho mais direitos que os outros”.
Superproteção, que reparo até em queridos amigos para com seus filhos, não é amor, é prisão.
E gente presa se desacostuma à liberdade, de tal maneira que, mesmo quando solta, ainda carrega as grades em sua mente.
Desculpem o desabafo, mas gosto demais da juventude – e do que ficou dela em mim –  para não escrever sobre isso.