sexta-feira, 3 de abril de 2015

Consciência na prática

Nós somos aqueles que nós mesmos estávamos esperando, diz uma famosa oração dos índios americanos Hopi, e essa mensagem ecoa em palavras mais recentes como as do filósofo indiano Bhagwan Shree Rajneesh, o Osho (1931-1990), cuja visão sobre a crise mundial está numa coleção recente de seus discursos no livro “It’s All About Change” (2014). Já faz 25 anos que Osho não está mais entre nós, mas a crise que ele fala está, e talvez mais forte: e se está, de certa maneira deixamos estar ou mesmo apoiamos estar, demos algum tipo de suporte a ela — como tolerância passiva, por exemplo.
Retire seu apoio“, ele sugere.
E como estamos às vésperas de uma celebração religiosa e cultural importante, talvez seja importante fazer uma conexão com visões como a de Eckhart Tolle sobre o que é essa “nova Terra” ou nova consciência. “A ‘segunda vinda’ de Cristo é uma transformação da consciência“, ele diz. “Uma mudança do tempo para a presença, do pensamento para a consciência pura, e não a chegada de algum homem ou de alguma mulher”, completa Eckhart, em “O Poder do Agora”. Sob essa perspective, é mais fácil compreender o que seria a ressurreição deste mesmo Cristo.
Segue o texto do Osho:
“O futuro não deveria ser só uma esperança e uma oportunidade: essa são apenas palavras vis. O futuro deveria ser absolutamente nosso — deveria ser um futuro dourado. Vivemos com a idéia de um passado dourado — que nunca foi dourado! Mas podemos criar um futuro que é um futuro dourado. Agora é um grande momento. Podemos conseguir um mundo. Essa crise é uma crise dourada, porque as pessoas mudam apenas sobre nessas condições de estresse profundo. Enquanto a situação é tolerável, as pessoas vão tolerá-la — mas agora estamos em um ponto onde a situação não é tolerável. Não há mais tempo para criar comissões e relatórios. Os problemas são muito simples. Tem apenas que ficar claro para toda a humanidade que esses problemas são nossa criação, e que você ainda está criando-os. Uma grande consciência tem que ser espalhada: ‘Esses são os problemas que estamos apoiando. Retire seu apoio’. E alguns passos práticos devem ser tomados… por exemplo, se alguém quer ser um cidadão do mundo, as Nações Unidas deveria fornecer passaportes de cidadão do mundo, sem conexão com qualquer nação. Apenas alguns pequenos passos podem ter um grande impacto imediatamente, eles vão criar uma atmosfera. Essa crise tem sido criada por religiões e nacionalidades, e chegou ao ponto onde não pode mais existir.

Se algo tem que ser feito para o futuro, agora é a hora. Ou senão a maior evolução de consciência no universo vai desaparecer — e essa não é apenas uma perda da terra, mas do universo inteiro. Em um milhão de anos fomos capazes de criar alguma possibilidade para a consciência. Mas agora não temos tempo par esperar a natureza se desenvolver vagarosamente. Ela tem a eternidade, mas nós não. Se vamos resolver o futuro e dissolver os problemas, temos que olhar para as raízes no passado. É nosso passado inteiro, em todas as suas dimensões, que trouxe essa perigosa situação — e ninguém fala sobre isso, porque nenhuma geração passada se preocupou sobre o futuro. O homem sempre viveu do jeito que queria, e forçou cada nova geração a viver da mesma maneira. Isso não é mais possível. Temos que dar o salto quântico — e ensinar à nova geração a não viver da mesma maneira que vivemos. Só então o futuro pode ser mudado”.
Osho, em “It’s All About Change” (Osho media International, 2014)
//////////
Foto: licença Copyright © nadezhda1906.

E' FATO!! Onde está a repulsa da sociedade com escândalo da fraude no Carf?

Notícia é tudo que seja ruim para o PT

Cena de Newsroom, série americana
Cena de Newsroom, série americana
Inspirado no conto Teoria do Medalhão, de Machado de Assis.
ADVERTISEMENT
http://ad.doubleclick.net/ddm/trackclk/N1881.1341591TEADS.TV/B8638707.116736507;dc_trk_aid=289755215;dc_trk_cid=62231056

“E então, meu filho. Você já está no último semestre de seu curso de Jornalismo. É hora de conversarmos sobre a sua carreira. Quero dizer, as coisas práticas que vão fazer diferença numa redação.”
Cláudio, o pai, tinha 55 anos. Trabalhara vinte anos nos principais jornais e revistas do Brasil. Depois, para ganhar dinheiro, abriu uma empresa de assessoria de imprensa.
Acumulou uma considerável experiência no jornalismo.
“A primeira coisa que você deve entender é o que é notícia.”
Fred, o filho, riu sozinho.
“Isso é fácil, pai. Notícia é notícia. Uma coisa nova que os leitores querem saber.”
Cláudio balançou a cabeça, em negação.
“Isso era antigamente, filho. Agora, notícia é outra coisa.”
Fred fez cara de interrogação e curiosidade.
“Notícia, agora, é tudo que seja ruim para o PT.”
O pai tirou do bolso um bloco e uma caneta.
“Anota aí, porque isso é o mais importante. Notícia é tudo que seja ruim para o PT. Claro que esta é uma categoria abrangente. Se o fato for negativo para o Lula e a Dilma, também é notícia.”
Fred tomou nota.
“Mas papai. Existe o limite da verdade aí, não é?”
“Filho. Verdade é uma coisa relativa. Mentiras úteis sobre o Lula, por exemplo, dão mais prestígio numa redação do que verdades inconvenientes sobre o Aécio.”
“Mentiras?”, perguntou Fred. “Mas não demitem você quando você publica uma mentira?”
“Isso é coisa do passado, filho. Uma boa mentira pode valer uma promoção. Seus chefes vão respeitar mais você se souberem que você não se detém diante de uma mentira para prejudicar o PT.”
Fred teve uma dúvida.
“E a Justiça, papai? Não vou ter problemas se mentir e me processarem?”
“Nenhum. Você não vai ter problema nenhum. A Justiça gosta do PT ainda menos que a imprensa. E você ainda vai poder dizer que está sendo perseguido. Que a liberdade de expressão está sendo ameaçada pelo bolivarianismo.”
Fred quis saber que livros seu pai recomendava. Na escola, um professor recomendou uma biografia de Julian Assange.
“Não, não”, disse Cláudio. “O Assange é o pior exemplo que você poderia ter. Ele combate os poderosos e procura a verdade. E o resultado é que está confinado há três anos num lugar em Londres em que não pode sequer tomar sol. Se puser o pé para fora, é preso.”
Fred queria saber mais algumas coisas da vida numa redação.
“Que eu faço se descubro um furo que incrimine os adversários do PT? Não me refiro a uma coisa à toa. Furão.”
O pai não hesitou.
“Você joga fora imediatamente. Importante: o chefe não pode nem saber que você tem informações comprometedoras sobre os adversários do PT. Isso pode acabar com a sua carreira.”
“Por que, papai?”
“Está escrito no seu bloco, lembra? Leia em voz alta, para fixar bem.”
Fred leu, os olhos no papel, ligeiramente titubeante como um locutor gago.
“Notícia é tudo aquilo que pode fazer mal para o PT.”
“De novo”, mandou o pai.
Fred repetiu a lei máxima do jornalismo brasileiro, agora com firmeza, convicção, como Bonner no Jornal Nacional.
Cláudio ficou satisfeito. Bateu carinhosamente nos ombros de Fred.
“Pronto, filho. Agora você está preparado para fazer carreira no jornalismo brasileiro.”
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Paulo Nogueira Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.



Onde está a repulsa da sociedade com o escândalo de fraude no Carf? Não há repulsa por que falta o PT?

"O que mais atormenta é que a instituição Receita Federal não está atingida. Seus funcionários, pela dignidade que sempre serviu de exemplo para o país, não são os responsáveis. O que se lê é que a responsabilidade vem de um conselho basicamente indicado por segmentos empresariais. 
"Uma pequena reflexão se faz necessária: se a denúncia fosse feita contra a Receita, com o delegado da Receita indicado por um partido político desses que mais vem sendo apontado como responsável pela grande corrupção, o teto brasileiro já teria caído."
Extraído do Jornal do Brasil:



País - Opinião

Onde está a repulsa da sociedade com escândalo da fraude no Carf?

Não há repulsa porque falta o PT?

Se forem verdadeiras as acusações de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que estão sendo vistas pelo povo, pelos responsáveis pela segurança, pelos responsáveis pela vida pública, por todo segmento do Executivo, Legislativo e Judiciário, elas atingem um nível que faz inveja aos últimos acontecimentos da ladroeira de segmentos importantes da vida pública brasileira.
Empresas de todos os segmentos de negócios - bancos, siderúrgica, escritório de advocacia - estariam protagonizando escândalos com cifras impressionantes, e até agora não houve nenhuma manifestação pedindo CPI, ou pedindo a prisão, ou a punição ou mesmo o apressamento da PF em apontar este desvio de quase R$ 19 bilhões do erário público.
O que mais atormenta é que a instituição Receita Federal não está atingida. Seus funcionários, pela dignidade que sempre serviu de exemplo para o país, não são os responsáveis. O que se lê é que a responsabilidade vem de um conselho basicamente indicado por segmentos empresariais. 
Uma pequena reflexão se faz necessária: se a denúncia fosse feita contra a Receita, com o delegado da Receita indicado por um partido político desses que mais vem sendo apontado como responsável pela grande corrupção, o teto brasileiro já teria caído. 
Se for verdadeiro o roubo, as proporções indicadas são 100 vezes maiores que o mensalão e quase dez vezes maiores que o Lava Jato. Mesmo assim, não se vê, não se lê e não se ouve nada a respeito, a não ser o noticiário arroz-com-feijão. 
Onde está a repulsa da sociedade, se tudo isso for verdade?  

A revolução dentro da evolução

Uma revolução dentro da evolução

03/04/2015

Há uma percepção generalizada de que o ser humano de hoje é alguém que deve ser superado. Ele não acabou ainda de nascer, mas está latente dentro dos dinamismos do processo evolucionário. Esta busca do homem/mulher novos talvez seja um desses anseios que jamais fizeram progresso na história.

Demos dois exemplos. O pensamento mesopotâmico produziu a epopéia de Gilgamesh (século VII a.C) que muito se aproxima do relato bíblico da criação e do dilúvio. O herói Gilgamesh, agustiado pelo drama da morte, busca a árvore da vida. Quer encontrar a Uta-Napishim que escapara do dilúvio e que fora imortalizado, vivendo numa ilha maravilhosa onde a morte não reinava mais. Em sua caminhada, o deus Sol (Shamash) lhe apostrofa: “Gilgamesh, a vida que procuras jamais irás encontrar”. A divina ninfa Siduri o adverte: “quando os deuses criaram a humanidade, deram-lhe como destino a morte; eles retiveram para si a vida eterna. Gilgamesh, melhor farias encher o ventre, gozar a vida dia a dia e de noite; alegra-te com o pouco que tens em tuas mãos”. Gilgamesh não desiste. Chega à ilha da imortalidade. Ganha a árvore da vida e regressa. No seu retorno a serpente bafeja a árvore da vida com seu hálito fétido e a rouba. O herói da epopéia morre desiludido e vai “ao país onde não há retorno, onde a comida é pó e barro e os reis são despojados de suas coroas”. A imortalidade permance uma busca perene.

Outro exemplo, vindo dos nossos tupi-guarani e apopocuva-guarani que projetaram a utopia da “terra sem males” e da “pátria da imortalidade”. Eles viviam em constante mobilidade. Da costa de Pernambuco, de repente, se deslocavam para o interior da selva, junto às nascentes do rio Madeira. De lá, outro grupo se punha em marcha até atingir o Peru. Da fronteira do Paraguai, outro grupo demandava a costa atlântica e assim por diante. O estudo dos mitos pelos antropólogos desvendaram o seu significado. O mito da “terra sem males” punha em marcha toda a tribo. O pajé profetizava:”vai aparecer lá no mar”. Para lá rumavam esperançosos. Com ritos, danças e jejuns acreditavam tornar leve o corpo e ir ao encontro nas nuvens da “pátria da imortalide.”Desiludidos, regresssavam para selva até ouvirem outra mensagem e ir em busca da ansiada “terra sem males”, anelo de uma esperança imorredoura.

Os dois relatos em forma mítica expressam o mesmo que os modernos no dialeto das ciências. Estes não esperam o ser novo do céu, mas querem gestá-lo com os meios que a manipulação genética lhes fornece. Continuamos procurando e contudo, sempre morrendo, jovens ou idosos.

O cristianismo se inscreve também dentro desta utopia. Com a diferença de que não se trata mais de uma utopia mas de uma topia, vale dizer, de um evento benaventurado e inaudito que irrompeu dentro da história. O testemunho mais antigo do paleo-cristianismo é este:” Christus ressurrexit vere et aparuit Simoni”(Lc 24,34): “Cristo ressuscitou verdadeiramente e apareceu a Simão”.

Entenderam a ressurreição não como a reanimação de um cadáver como o de Lázaro que depois acabou morrendo novamente, mas como a emergência do ser humano novo, do “novissimus Adam”(1Cor 15,45), do “Adão novíssimo”, como realização plena de todas as virtualidades presentes no humano.

Não encontram palavras para expressar esse fenômeno inaudito. Denominam-no “corpo epiritual”(1Cor 15,44). Isso parece contraditório para a filosofia dominante na época: se é corpo não pode ser espírito; se é espírito não pode ser corpo. Só unindo os dois conceitos, pensavam os primeiros cristãos, faziam jus ao fato novo: é corpo mas transfigurado; é espírito mas liberto dos limites materiais e com dimensões cósmicas.

Dizem mais: a ressurreição não representa simplesmente um acontecimento pessoal, realizado na vida de Jesus. É algo para todos e até cósmico, como aparece nas epístolas de São Paulo aos Colossenses e aos Efésios. Por isso São Paulo reafirma:”ele é a antecipação dos que morreram…Assim como em Adão todos morreram, assim em Cristo todos reviverão”(1Cor 15,21).

Esse é um discurso de fé e religioso. Mas não deixa de pssuir uma relevância antropológica. Representa uma entre tantas respostas ao enigma da morte e a busca da grande transformação, da imortalidade, talvez a mais alviçareira.

Se assim é, temos a ver com uma revolução dentro da evolução. Como se a evolução antecipasse seu fim bom, no auge da realização de suas potencialidades abscônditass. Seria uma miniatura que nos mostra a que glória e a que destinação sumamente feliz somos chamados.

Assim vale viver e morrer. Na verdade, não vivemos para morrer. Morremos para ressuscitar. Para viver mais e melhor.
A todos os que crrem e aos que suspendem seu juízo, boas festas de Páscoa.

*Leonardol Boff escreveu A ressurreição de Cristo e a nossa na morte. 10a.edição, Vozes 2004.

o DNA humano possui pelo menos 145 genes estranhos à espécie

Cientistas descobrem que o DNA humano possui pelo menos 145 genes estranhos à espécie

Uma equipe de cientistas da Universidade de Cambridge descobriu que os seres humanos comportam genes “alheios” à sua linhagem evolutiva, ou seja, que não foram transmitidos por congêneres antepassados. Dessa forma, estabelecendo um verdadeiro desafio à teoria evolutiva, os especialistas afirmam que dezenas de genes essenciais “estrangeiros”, ao contrário dos que se aperfeiçoaram ao longo dos tempos através da genética vertical ascendente, se originaram a partir de micro-organismos que conviveram com o ser humano em um mesmo ambiente durante algum momento de sua evolução.
Os cientistas puderam identificar 145 genes “alheios”, adquiridos pelo ser humano através da chamada transferência genética horizontal. Até hoje, a convenção teórica a respeito da evolução se baseia unicamente na transmissão genética de linhas ancestrais.
Fonte: Genome Biology 
Imagem: Sergey Nivens/Shutterstock.com

Os antidepressivos mais populares são baseados em uma teoria antiquada

Os antidepressivos mais populares são baseados em uma teoria antiquada

Link to HypeScience

Posted: 02 Apr 2015 09:16 AM PDT

Pesquisas mostram que antidepressivos populares podem funcionar em alguns pacientes, mas não em todos, o que os torna, em geral, pouco eficazes. Por quê? Continua...
Posted: 02 Apr 2015 08:21 AM PDT

Perda de peso é sinônimo de uma longa jornada que muitas vezes parece obscura. Clique e saiba tudo o que as pessoas não te contam Continua...
Posted: 02 Apr 2015 07:43 AM PDT

Novo estudo mostra que sete a cada dez chefes não acham que doenças como depressão, estresse e ansiedade sejam motivo para afastamento do trabalho Continua...
Posted: 02 Apr 2015 06:47 AM PDT

Agora é hora de reconsiderar cada coisa ridiculamente improvável que você viu em algum filme péssimo, porque a vida real pode ser ainda pior Continua...

quinta-feira, 2 de abril de 2015

As mais estúpidas teorias conspiratórias da extrema-direita

O blog do Yahoo que virou fonte das mais estúpidas teorias conspiratórias da extrema-direita

Postado em 02 abr 2015
Fraude eleitoral 1
. Os Estados Unidos estão investigando se as eleições no Brasil foram fraudadas. A empresa venezuelana Smartmatic, que produz as urnas, deu um golpe eletrônico.
. As autoridades da Operação Lava Jato estão chegando perto de desvendar o que está por trás dos perdões das dívidas de países africanos.
. Nicolás Maduro esteve presente nos protestos do dia 15, como parte do “exército” de Stédile.

. Lula abandonou Dilma e orquestrou uma campanha difamatória através da imprensa. José Dirceu e Marta Suplicy foram usados por ele para detonar a sucessora.
. Um ministro da Venezuela veio armado ao país para dar aulas de tiro ao MST. A intenção é montar uma milícia bolivariana. Os planos estão adiantados.
. A Polícia Federal está buscando uma gravação segundo a qual Paulo Roberto da Costa disse que Dilma Rousseff teria sido quem “forçou a barra” para que a usina de Pasadena, na Califórnia, fosse comprada pela Petrobras a preços insuflados, e em total desacordo com os de mercado.
. A CIA matou Eduardo Campos.
Todas as “notícias” acima foram publicadas no portal Yahoo. São falsas ou ilações. Como essas, há diversas outras. O autor é Cláudio Tognolli, um caso de mitomania como pouco se viu na história da imprensa nacional, incluindo a extinta revista Planeta, que tratava de OVNIs.
Sem apurar, chutando a esmo, citando fontes que não existem, fazendo ligações sem sentido, criando teorias as mais estapafúrdias, entrevistando “especialistas” que ninguém sabe ao certo quem são — enfim, mentindo –, Tognolli tem licença para matar. Não possui qualquer tipo de supervisão ou critério jornalístico.
Por conta disso, seus posts passaram a alimentar a vasta rede de psicopatia da extrema direita. Gente com o perfil típico de um revoltado online compartilha e repercute aquelas “informações” e alerta para a conspiração bolivariana.
O simulacro noticioso tem os clichês mais idiotas, feitos sob medida para ignorantes de ocasião. Ele sempre tem uma “bomba”, uma “exclusiva” etc. Quando se vê, não é nada.
Além dos maníacos e inocentes inúteis, Tognolli atrai também comentaristas do mais baixo nível. A maioria tem algo a acrescentar à farsa e, depois, xinga e pede a morte dos citados, um padrão que tem levado portais a suspender comentários para evitar complicações jurídicas. No caso, a loucura está liberada.
No tal post em que anuncia a intervenção americana, Tognolli baseia seu “furo” numa palestra do “prestigioso” The National Press Club. “Falarão sobre o tema o ex-presidente colombiano Alvaro Uribe, Olavo de Carvalho, o irmão do ex-presidente Bush, Jeb Bush, e o sempre sério e respeitado senador Marco Rubio.” (O ultraconservador Rubio, da Flórida, falsificou seus dados biográficos de modo a contar que seus pais fugiram da ditadura cubana em 1971, quando eles imigraram em 1956, antes da revolução).
Uma figura frequente no blog é Lobão. Tognolli é co-autor da biografia do músico. É claro que ele não avisa aos leitores. O fundamental é utilizar o Yahoo para fabricar boatos e factoides que depois virem verdades em protestos na Paulista capitaneados pelo amigão.
Tognolli é professor na ECA-USP (!!). Passou pela Veja, Folha e mais uma miríade de títulos sem nunca se firmar em nenhum por motivos óbvios. Num perfil em inglês claudicante escrito por ele mesmo na Wikipedia, se declara co-fundador do Brasil 247 e diretor da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).
Orgulha-se de ter escrito doze livros. Foi ghost writer de “Assassinato de Reputações”, de Romeu Tuma Jr, recheado de tentativas de assassinato de reputação. A grande revelação era que Lula tinha sido informante do Dops e usava o codinome “Barba”, balela que foi desprezada até por Fernando Henrique Cardoso num Manhattan Connection.
Ninguém medianamente ajuizado leva aquilo a sério. Mas as empulhações sobrevivem no pântano do subjornalismo — ou do que Umberto Eco chamou, numa bela entrevista ao El Pais sobre seu novo livro sobre um jornalista picareta, de “máquina de lama”.
Ela “é utilizada para deslegitimar o adversário e desacreditá-lo sobre questões particulares”, afirma Eco. “É suficiente difundir uma sombra de suspeita”. A máquina de lama do Yahoo é operada por um homem só, munido de um arsenal de velhacarias, livre em seu voo mitomaníaco.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
 
Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

Sem crise não há mérito

A CRIATIVIDADE NASCE DA ANGUSTIA

A crise é a maior bênção que pode acontecer às pessoas e aos povos, porque a crise traz consigo progressos.

A criatividade nasce da angústia, tal como o dia nasce da noite escura.

É na crise que nascem os inventos, as descobertas e as grandes estratégias.

Quem supera a crise supera a si mesmo.

Quem atribui à crise os seus fracassos, inibe seu próprio talento e dá mais importância aos problemas do que às soluções.

Sem crise não há desafio, e sem desafios a vida é uma rotina, uma agonia lenta.

Sem crise não há mérito.

É na crise que vem à superfície o melhor de cada pessoa, porque sem crise todo vento não passa de uma carícia.


(Albert Einstein)

Eduardo Cunha faz ameaça

Luis Nassif: Eduardo Cunha ameaça processar o Blog

O presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha pretende processar o Blog.
No mandado de citação, ele diz:

"O Autor, depois de vários anos de sua vida como administrador digno e honesto chegou ao elevado cargo de Presidente da extinta Telerj, no qual destacou-se sobremaneira» sendo que sua administração chegou a ser objeto de referência elogiosas na imprensa, como vê do incluso editorial do Jornal 'V GLOBO" (Doe, 1)
Além disso, , face à sua comprovada honestidade e competência como administrador, o Autor chegou ao cargo de Presidente da Cehab (Doe. 2)
Posteriormente, por força do voto popular, foi levado à ALERJ, como Deputado Estadual (Doe. 3).
Hoje, ocupa uma honrosa cadeira na Câmara dos Deputados, para a qual também foi reeleito pelo voto popular nas últimas eleições, em um segundo mandato como Deputado Federal (Doe. 4).”.
Vou pedir uma ajuda para vocês, em uma pesquisa nos sites jornalísticos, especialmente no período 1990 a 2000.
Para os voluntários, o trabalho coletivo fica assim:
1.     Pesquisem nos sites. Na Folha tem muita matéria, assim como na Veja e na IstoÉ da época. Seria bom pesquisar em O Globo, já que Cunha invoca um editorial elogioso em seu favor.
2.     Selecionadas as matérias relevantes, copie o link e os trechos mais elucidativos.
3.     Podem também imprimir a página em PDF e, depois, anexar o arquivo nos comentários. Basta clicar no PRINT e, nas opções, selecionar gravar em PDF.
4.     À medida em que os trabalhos forem sendo levantados, vamos estruturá-los em uma série sobre o presidente da Câmara.
O material também poderá ser enviado para lourdes@jornalggn.com.br

Negra de...

modismo da imbecilização

O bizarro e superficial pensamento "coxinha" ou o modismo da imbecilização segundo Guilherme Boulos, da Folha

"Já nos ensinou Freud, sempre é bom desconfiar do juízo que as pessoas fazem sobre si próprias. Os coxinhas que têm infestado o debate político atual não são exatamente modelos de retidão e coerência."

Segue artigo de Guilherme Boulos, extraído da Folha:


O Pensamento Coxinha


Guilherme Boulos


O orgulho coxinha entrou na moda. Muitos andam por aí, nas ruas e nas redes, autoproclamando-se "coxinhas" sem nenhum pudor. Virou identidade positiva. O coxinha se considera trabalhador, estudioso, um cidadão de bem que cumpre seus deveres. É contra a corrupção e privilégios que firam a meritocracia.

Mas, já nos ensinou Freud, sempre é bom desconfiar do juízo que as pessoas fazem sobre si próprias. Os coxinhas que têm infestado o debate político atual não são exatamente modelos de retidão e coerência.

São adeptos do "dois pesos, duas medidas". Sua visão tacanha do mundo, que dificilmente resiste à crítica, com frequência descamba para o ódio e a intolerância. Substituem os argumentos por xingamentos.

O coxinha se indigna com os R$ 25 bilhões que o Estado paga anualmente ao Bolsa Família, mas acha normal os R$ 978 bilhões pagos por este mesmo Estado ao bolsa banqueiro.

Ele sai às ruas de branco pedindo redução da maioridade penal quando um cidadão de classe média é assassinado, mas mantém seu silêncio sorridente ao saber que, a cada dia, dois jovens pobres são mortos pela polícia de São Paulo.

Acha que a corrupção no Brasil começou com o PT e faz vistas grossas ao trensalão, ao escândalo do HSBC ou ao aeroporto do titio.

O coxinha, ao saber que as riquezas do 1% mais ricos ultrapassarão a dos 99% restantes no mundo em 2016, atribui isso ao trabalho e esforço desse 1%, mesmo estando sem dúvida alguma entre os 99%.

É contra privilégios desde que não sejam os dele. Queixa-se de que o aeroporto virou rodoviária e de que a classe média já não pode ter empregada doméstica.


O coxinha se mobiliza contra a corrupção, mas não lhe passa pela cabeça defender o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, fundamento de 11 entre 10 escândalos de corrupção no Brasil.

Para ele, o mundo se divide entre esforçados e vagabundos. Por isso é contra as cotas e programas sociais. Se os negros ganham 42% em média a menos que os brancos, deve ser porque trabalham menos. Se ainda há pobres é porque se escoram no Bolsa Família e não querem aprender a pescar.

O pensamento coxinha é primário. Não passa por elaboração crítica e não resiste a cinco minutos de questionamento. Numa típica formação reativa, transforma a insuficiência em insulto. Mostra que entre a inconsistência e a agressão há apenas um passo.

Alguns dizem que a onda coxinha revela o nascimento de uma nova direita no Brasil. Direita sim, nova nem tanto. São apenas os velhos ranços, preconceitos e indignações seletivas da porção mais conservadora da classe média que encontraram ocasião para sair de algum canto do armário.

Recomenda-se que guarde os fascismos para si. Quando se é racista, misógino e antipopular abertamente, tendo ainda auditórios para aplaudir, é mau sinal. O orgulho coxinha simboliza o emburrecimento do debate público no Brasil.

Guilherme Boulos

PARLAMENTAR IMUNE

  IMUNIDADE PARLAMENTAR SEM LIMITES?! Um texto-aula – didático-pedagógico sobre... Por Prof. Negreiros, Deuzimar Menezes – Consultor Edu...