O
brasileiro não é brasileiro
Olá!!
Recomendo
a te a leitura do livro: Invasão Cultural Norte-Americano, de Júlia Falivene
Alves.
Te
adianto que na proporção que fores lendo vais percebendo que o brasileiro não é
brasileiro. No final da leitura terás descoberto que o brasileiro é mentalmente
um zumbi fascista norte americano que acha que é brasileiro com a mente na America
do norte.
Atitudes
e comportamentos do brasileiro pró americano expõem o quanto ele não é
brasileiro. Portanto, não é um fascista brasileiro. Isso é mais drástico do que
se fosse o seu fascismo pelo o Brasil.
Queres
um exemplo, quando o presidente agora eleito presta continência à bandeira norte
americano.
Para uma
compreensão mais clara, objetiva e didática recomendo a leitura e reflexão do
livro - A invasão cultural norte-americana (resumo) – pode ser lido em meu blog
–
http://professornegreiros.blogspot.com.br/
A Invasão Cultural
Norte-Americana - Destino Manifesto
A Invasão Cultural Norte-Americana
- Neste livro, nosso cotidiano é analisado para denunciar como a identidade
brasileira tem sofrido o impacto avassalador do estilo de vida ianque. Para
tanto, a autora desvenda os aspectos ideológicos decorrentes dessa invasão nos
mais diversos setores, como a língua portuguesa, as músicas, os brinquedos, a
educação escolar, o lazer, a política, bem como a cultura enlatada veiculada
pelo rádio, tevê, cinema e publicidade.
Segundo o livro a invasão cultural
norte-americana pode ser comparada com a colonização Portuguesa, só que ela
ocorreu de um modo muito mais suave. A partir da invasão ficamos carentes de
passado, vazios de lembrança e culturalmente marginalizados, não sabemos o que
fomos não temos consciência daquilo em que nos tornamos nem percebemos o quanto
e como poderíamos ser diferentes.
As únicas pessoas que se beneficiam com essa invasão cultural dos EUA é a alta
burguesia Brasileira que usufrui da ignorância do povo para com seu próprio
passado.
Aos poucos fomos despersonalizados, coisificados, e passamos a nos contentar
com as coisas ultrapassadas que já não tem mais nenhuma serventia para os
americanos e aí então chegam ao mercado de consumo brasileiro. Conclusão: se
aqui está lançando um MP4, lá eles já estão lançando um MP9.
Outros países também trouxeram um pouco de sua cultura para o Brasil, mas as
mesmas não exerceram tanta influência sobre nós quanto a norte- americana.
Afinal, o que nos leva a introduzir o inglês em nossa cultura tendo outros
países mais próximos e que não exercem o mesmo valor lingüístico como a
Espanha, por exemplo, O inglês no Brasil é com se fosse sua segunda língua e a
única obrigatória nas escolas.
O Brasileiro não tem consciência plena de que essa imposição de hábitos, modas
e valores se realiza por processos artificiais, beneficiando o capitalismo e o
imperialismo norte-americanos e garantindo nosso alinhamento político aos EUA,
tudo isso é fruto de um planejamento cuidadosamente elaborado pelo governo dos
EUA, trata-se de uma penetração cultural essencialmente pacífica, porque não há
utilização de força ou material bélico. Essa invasão anestesia a nossa razão e
nos faz esquecer dos problemas reais do nosso país como fome, chacinas,
corrupção, aliciamento de menores entre outras coisas.
Não há como escapar ainda que camuflados, os americanos estão em todas. …[…]…
Edemerson 10/02/2009
Explosivo!
Depois de lê-lo, sua cabeça nunca
mais será a mesma, sua visão dos americanos e seu "still way of life"
jamais será como antes. É impressionante saber como vivemos culturalmente na
periferia das migalhas desse povo e como ainda aceitamos, gostamos e engolimos
tudo que é lixo que nos é dado; e o pior é que aplaudimos como
"macaquitos".
Niko Costa 27/12/2010
TODO BRASILEIRO DEVE LER!
Um livro muito bom e que todo
brasileiro deveria ler. Após o termino do livro o que vc pensa sobre os EUA vai
mudar bastante!
Vitor Saraiva 22/11/2014
O poder de destruição do
imperialismo
A obra Invasão Cultural Norte
Americana é especial pela clareza e objetividade com que o assunto é retratado.
Particularmente, saí desse mergulho de informações e formação de criticidade
com outra visão acerca do que somos hoje, do que o povo brasileiro é, e
principalmente acerca da capacidade de destruição do imperialismo. Fomos e
somos dominados, diariamente, descaradamente, em todos os lugares, de todas as
formas pelos interesses de quem se julga superior a nós. Recomendo a leitura do
livro.
Posted on fevereiro 27, 2009 by
webfonte
Muito
comentada, a tal “Americanização” tem seu lado bom e ruim. Com ela milhões de
mudanças, no cotidiano, nas palavras, formas e necessidades. Mas sem ela, todo
um avanço mundial, praticidade e facilidade de comunicação talvez não
existissem.
Diet – ao invés de
“sem açucar”
Light – ao invés de “leve”
OK – ao invés de “tudo bem”
Aids – ao invés de Sida! (Sindrome da
Imuno-Deficiência Adquirida)
A AMERICANIZAÇÃO é a
definição da influência dos Estados Unidos sobre a cultura de outros países.
Com ela, acabaram-se as peculiaridades das línguas locais, assim fazendo com
que elas caminhassem para se tornar praticamente uma linguagem universal.
Apesar de facilitar a
comunicação internacional, as línguas originais se perdem, trazendo certo
empobrecimento que a assimilação do estrangeirismo causa nas línguas.
Lan House,
Self-Service, Jeans, McDonalds, Coca-Cola, CDs, DVDs, Long-neck, Test-drive,
Delivery, Drive-Thru, Big Brother, Insul-film, fast-food, hot-dog,
telemarketing, air bag, Orkut, web, internet;
Estas são apenas
algumas das palavras com que hoje convivemos diariamente, trazidas de fora e
que já adotamos.
Mas afinal, quais são as vantagens e
desvantagens da Americanização para nós?
Já
é fato que o mundo de hoje está globalizado e agora está caminhando para um
nível mais alto, a Internacionalização, que nada mais é do que a
adaptação/desenvolvimento de um produto em geral softwares de computadores,
para uma língua e cultura de um país. Com ela, são conquistados novos mercados
e conhecimentos vindos de outros países e suas culturas.
“A internacionalização de um produto não fabrica o produto novamente,
somente adapta as mensagens do sistema à língua e à cultura locais. Isto é
importante porque permite que o desenvolvedor de software respeite as
particularidades de cada língua e cultura de cada país.” (http://pt.wikipedia.org).
Acaba sendo até engraçado. Pois com a globalização nos adaptamos a uma cultura
que não era nossa e adotamos um palavreado americanizado. E agora com este novo
conceito – Internacionalização, a pós globalização, a nova busca é exatamente
conhecer, respeitar e preservar a cultura dos outros países.
A globalização é,
em partes um mal necessário e também, sem volta.
Dentre
seus males, nos deparamos com o termo “Fast-food”,
por exemplo, que significa “comida rápida”, e que já faz parte, agora, mais do
que nunca do nosso cotidiano. Exatamente por ser servida rápida, é sucesso e
mania principalmente entre os jovens em todo o mundo.
Vinda dos Estados
Unidos, esta mania saborosa traz problemas que tem somente aumentado nos dias
de hoje, tendo como seu problema principal a obesidade, seguindo pelo colesterol alto, diabetes, câncer e diversas
outras anomalias. O Fast Food é um dos maiores criadores de doença do mundo
moderno.
Assim concluindo,
“Em
dias tão globalizados como os nossos é praticamente impossível evitar a entrada
de tais expressões no cotidiano dos povos e nações.
O mundo moderno e globalizado reduziu distâncias e facilitou
o contato entre os povos, permitindo uma maior e mais rápida interação, onde
valores, hábitos e expressões cotidianos são constantemente compartilhados. Mas
vale frisar que os valores e expressões que mais circulam e, por conseguinte,
se impõe são justamente aqueles oriundos de nações que também se impõe cultural
e economicamente sobre outras. Fato que explicaria a universalização e/ou
imposição da língua norte-americana no mundo hoje.
Toda
essa invasão cultural pode ser recebida de braços abertos em prol da própria
construção e evolução da língua. Todavia aos excessos, convém cautela. Pois, a
mesma globalização que une povos e reduz distâncias pode, mesmo que sutilmente,
homogeneizar culturas, levando a padronização de hábitos, costumes e expressões
lingüísticas. E assim gradual e paulatinamente degenerar a identidade cultural
de um povo: interferindo ou sucumbindo por definitivo sua memória e/ou seu
Legado lingüístico cultural.”
(“Estrangerismo: Enriquecimento cultural ou invasão impestinente?”, Por
leideane
valadares – 25/01/2009)
Outros
textos recomendados:
* Pamela Bianca Desideri dos Santos, 22
anos, Webdesigner, é estudante do Curso Superior de Tecnologia em Webdesign, na
Universidade Paulista – Campus Swift em Campinas. Este artigo foi escrito para
a disciplina Ética e Legislação na Comunicação, lecionada pelo prof. Arnaldo
Silva.
Será que os diferentes povos que compõe essa aldeia global
conseguirão manter, daqui para frente, a riqueza contida em suas diversidades
culturais? Ou será que o atual processo de mundialização da cultura
norte-americana deixará todos eles com a mesma cara dos USA? O que acontecerá
com a cultura brasileira, se até agora ainda estamos construindo nossa própria
identidade cultural?
Para responder a essas perguntas, a autora Júlia Falivene Alves transforma seu
livro, A Invasão Cultural Norte-Americana (Editora Moderna, 2004), em um
verdadeiro manifesto antropofágico [cultura comendo cultura], sem ufanismos e
com alto teor crítico multifacetado. A autora percorre as variáveis que compõe
a cultura brasileira, denunciando as conseqüências da invasão cultural
norte-americana no Brasil.
O mais grave nesse manifesto é a característica subliminar da invasão. Como se
fosse um vírus, infiltrado dentro de nossas mentes. São invasores invisíveis,
confundem-se com nossos valores, nossas crenças e nosso estilo de vida. Os
invasores estão em nosso tênis (Nike), em nosso som (Punk Rock), são nossos
ídolos (Nirvana), estão nos filmes (Star Wars), na nossa comida (McDonald's),
na nossa bebida (Coca-Cola), nos nossos apelidos (baby), nos desenhos animados
(Scooby-Doo), nos nossos sonhos (Hawaí), enfim. Indubitavelmente somos
hospedeiros culturais made in USA.
O livro A Invasão Cultural Norte-Americana, percorre a história buscando
a origem da doença. A autora mostra que desde o início de nossa
industrialização, somos mantidos por capital estrangeiro, principalmente
americano. O imperialismo americano mostra-se na desigualdade do intercâmbio
econômico, na qual o Brasil é mero fornecedor de matérias-primas e alimentos e
importador de manufaturados, tecnologia e capitais dos Estados Unidos.
Os USA tem o poder de influir sobre os assuntos de interesse público no Brasil,
opondo-se e interferindo nas tentativas de emancipação que porventura possam
ocorrer, usando para isso tanto pressões diplomáticas, sanções econômicas e
campanhas publicitárias, como ainda operações secretas e intervenções
militares.
Segundo a autora, "durante a ditadura militar, a TV brasileira se
transformaria em anestésico e analgésico socioculturais. Em decorrência,
surgiam ante nosso olhos 'dois Brasis': um que a gente de fato vivia, e outro,
que a gente apenas 'televia'. Entender como programas e anúncios publicitários
televisivos nos manipularam naquele período é meio caminho para nos livrarmos
de possíveis manipulações nos dias de hoje".
A autora cita como exemplo a Rede Globo. A emissora foi criada a partir do
capital americano através de um consórcio de US$ 5 milhões com o grupo
Time-Life. Inclusive nessa época foi aberta uma CPI para averiguar esse misterioso
contrato. A CPI concluiu que o acordo infringia preceitos constitucionais, que
proibiam a participação de estrangeiros na orientação intelectual e
administrativa da TV brasileira. No governo militar de Costa e Silva
(1967-1969), o caso foi arquivado.
Gilberto Gil, em seu discurso de posse como ministro do governo Lula, disse:
A multiplicidade cultural brasileira é um fato.
Paradoxalmente, a nossa unidade de cultura – unidade básica, abrangente e
profunda – também. Em verdade, podemos mesmo dizer que a diversidade interna é,
hoje, um dos nossos traços identitários mais nítidos. É o que faz com que um
habitante da favela carioca, vinculado ao samba e à macumba, e um caboclo
amazônico, cultivando carimbós e encantados sintam-se – e, de fato, sejam – igualmente
brasileiros. Como bem disse Agostinho da Silva, o Brasil não é o país do isto
ou aquilo, mas o país do isto e aquilo. Somos um povo mestiço que vem criando,
ao longo dos séculos, uma cultura essencialmente sincrética. Uma cultura
diversificada, plural – mas que é como um verbo conjugado por essa pessoas
diversas, em tempos e modos distintos. Porque, ao mesmo tempo, essa cultura é
una: cultura tropical sincrética tecida ao abrigo e à luz da língua portuguesa.
Viva a cultura brasileira! Viva a produção nacional! Viva o
novo! Viva o inédito!
O livro A Invasão Cultural Norte-Americana é fruto de um estudo amparado
por números e fatos que comprovam o colonialismo cultural que o Brasil se
submete aos Estados Unidos. É um livro, é um manifesto, é uma luz que se acende
nesse mar de penumbra cultural.
Outras resenhas sobre o assunto:
Autor: Daniel
Castelo Branco
Destino Manifesto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta pintura (cerca de 1872) de John Gast chamada de
Progresso
Americano é uma representação
alegórica do
Destino Manifesto. Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada
como
Colúmbia, (uma personificação dos
Estados Unidos do século XIX), segurando um livro escolar, leva a civilização
para o oeste, com colonos americanos, prendendo cabos
telegráficos,
por outro lado,
povos nativos e animais selvagens são afugentados.
O
Destino Manifesto é o
pensamento que expressa a crença de que o povo dos
Estados
Unidos é eleito por
Deus
para civilizar a América, e por isso o expansionismo americano é apenas o
cumprimento da vontade
Divina. Os defensores do Destino Manifesto
acreditavam que os povos da América não poderiam ser colonizados por
países europeus,
mas deveriam governar a si próprios.
"
Be strong while having
slaves", frase de propaganda política do
século
XIX que usava sua cultura para que pessoas de outros países achassem que os
Estados Unidos eram o melhor país do mundo, virando essas pessoas até contra
seus países de origem.
O Destino Manifesto se tornou um
termo histórico padrão, frequentemente usado como um sinônimo para a expansão
territorial dos Estados Unidos pelo Norte da América e pelo Oceano Pacífico
1
As doutrinas do Destino Manifesto
foram usadas explicitamente pelo
governo e pela
mídia
norte-americana durante a
década
de 1840, até a compra de
Gadsden (sendo também inclusa a compra do
Alasca por alguns
historiadores), como justificativa do expansionismo norte-americano na
América do Norte. O uso formal destas doutrinas
deixou de ser utilizado oficialmente desde a década de 1850 até o final da
década de 1880, quando foi então revivido, e passou a ser usado novamente por
políticos norte-americanos como uma justificativa para o expansionismo
norte-americano fora da América. Após isto, o uso da ideologia do Destino
Manifesto deixou de ser empregado explicitamente pela mídia e por políticos em
geral, embora alguns especialistas acreditem que certas doutrinas do Destino
Manifesto tenham, desde então, influenciado muito as ideologias e as doutrinas
imperialistas
norte-americanas até os dias atuais
1
.
O presidente
James
Buchanan, no discurso de sua posse em
1857 deixou bem claro a
determinação do domínio norte-americano:
Da mesma forma, o candidato à
presidência daquele país,
Mitt Romney, que afirma-se mais um homem de negócios do
um estadista, no discurso de abertura de sua campanha, em 2012, disse:
"Deus não criou este país para que fosse uma nação de seguidores. Os
Estados Unidos não estão destinados a ser apenas um dos vários poderes globais
em equilíbrio. Os Estados Unidos devem conduzir o mundo ou outros o
farão."
Índice
Origem da frase
O'Sullivan escreveu:
"Nosso destino
manifesto atribuído pela Providência Divina para cobrir o continente para o
livre desenvolvimento de nossa raça que se multiplica aos milhões
anualmente."
O
Texas se tornou um
estado estadunidense logo após, mas a frase de O'Sullivan utilizada pela
primeira vez atraiu pouca atenção.
And that claim is by the right of our manifest destiny to overspread
and to possess the whole of the continent which Providence has given us for the
development of the great experiment of liberty and federated self-government
entrusted to us. [E esta reivindicação é parte de nosso
"destino manifesto" de avançar e possuir todo o continente que a
Providência nos concedeu pelo desenvolvimento da grande experiência a nós
confiada da liberdade e do auto-governo federalista.]
Isto é, O'Sullivan acreditava que
Deus ("a
Divina Providência") tinha dado aos Estados
Unidos a missão de expandir a
democracia republicana (
"the
great experiment of liberty" - "O grande experimento de
liberdade") por toda América do Norte.
Devido a Grã-Bretanha não utilizar
Oregon com propósitos de expansão da
democracia,
acreditava o jornalista, a reivindicação do território pelos britânicos poderia
ser desconsiderada.
O'Sullivan acreditava que o Destino
Manifesto era um ideal
moral (uma "lei superior") que se sobrepunha a
outras considerações, incluindo leis e acordos internacionais.
O extermínio dos povos
indígenas na América do Norte
No início de sua história, os
Estados Unidos eram formados pelas
Treze
Colônias. Ao se libertar da
Inglaterra,
houve a necessidade da expansão para o Sul e para o Oeste. O comércio e a
indústria estavam crescendo rapidamente, havendo portanto a necessidade de
aumentar os seus limites de atuação.
Ao passar do tempo, iniciou um
sentido maior de
patriotismo no povo das treze colônias. O avanço pelo
continente gerou muitas batalhas contra os índios americanos. Nestas batalhas,
foram exterminadas muitas nações indígenas que viviam há milhares de anos
naquelas terras. Cada vez que havia uma vitória contra o
inimigo,
firmava-se um sentimento de
superioridade sobre os outros povos.
Realimentando o sentimento expansionista
1
.
Nesse contexto, pode-se citar
Benjamin
Franklin quando dizia: "Se faz parte dos desígnios da Providência
extirpar esses selvagens para abrir espaço aos cultivadores da terra, parece-me
oportuno que o rum seja o instrumento apropriado. Ele já aniquilou todas as
tribos que antes habitavam a costa"
2
O sentimento de
superioridade racial
Esta
superioridade acabou se
transformando com o tempo na ideologia do
Destino Manifesto, que se
realimentou e gerando uma ideia fixa da pré-destinação dos norte americanos da
época sobre os outros povos americanos descendentes de indígenas, hispânicos, e
escravos negros. Capítulo à parte era o sentimento de superioridade racial dos
norte americanos sobre os negros - estes, segundo muitos estudiosos da época,
eram considerados um
elo entre os animais e os seres humanos
1
.
A América para os americanos
Em 1821 o senador por
Massachusetts,
Edward
Everett, demonstrando o pensamento estadunidense sobre os seus vizinhos da
América Latina declarou:
(sic)..."Nem com todos os tratados que
possamos fazer, nem com todo o dinheiro que emprestarmos, poderemos transformar
seus
Bolívares em
Washington".
Quando os norte americanos
referem-se a si mesmos como
americanos somente repetem a frase mais
conhecida do presidente
James Monroe, proferida no congresso estadunidense em
1823:
"A
América para os americanos". o contexto se referia à interferência
européia nas então colônias em fase de independência nas Américas. No início do
século XX, durante a política do
Big Stick
de
Theodore Roosevelt, foi adotado sentido
imperialista conhecido como "Corolário Roosevelt à Doutrina Monroe",
consistia em considerar "América para os norte americanos".
A doutrina Monroe consistiu
basicamente em três questões:
- A não intervenção
nos assuntos internos da América por países europeus.
- A não criação de
novas colônias por países europeus na América.
- A não intervenção
dos Estados Unidos em conflitos relacionados aos países europeus como
guerras entre estes países e suas colônias 1
.
A invasão do Texas
Mapa mostrando a expansão dos Estados Unidos de 1803 a 1912
Entre
1820 e
1830, os norte
americanos começaram a invadir lentamente o território do
Texas que pertencia à
República do México, era
uma invasão benigna através da compra de terras, muito baratas. Ao entrar em
território mexicano, grandes
latifundiários
levaram consigo as
oligarquias e o trabalho escravo (O comportamento era
muito parecido com o
coronelismo). No
México não
havia escravatura, pois era proibida pela
Constituição.
Em
1835, o governo
mexicano aprovou a
Constituição
Centralista Mexicana, reforçando a proibição da escravidão em
território daquele país. Os grandes oligarcas norte americanos
donos
daquelas terras financiaram então uma
revolução
e proclamaram a independência do Texas em
1836. Formou-se então a
República da Estrela Solitária, que passou a ser um
protetorado
dos
Estados
Unidos.
A República do Texas
Tão logo foi reconhecida a
independência da
República do Texas pelos norte americanos, fez-se um
pedido formal de anexação à nação vizinha, sob a alegação de que os
laços
raciais do povo texano eram muito mais estreitos com os Estados Unidos do
que com o
México.
Desta forma, em
1845,
o
Texas foi
anexado ao território estadunidense.
Segundo informações coletadas da
Biblioteca do Congresso
estadunidense, que após da
libertação do Texas,
o povo mexicano da região de
fronteira era muito violento, aumentando o
índice
de criminalidade. Foram necessárias portanto,
medidas drásticas de
contenção contra os criminosos e bandos de bandidos hispano-americanos.
A Guerra do México e a
anexação dos territórios Califórnia, Novo México, Nevada, Arizona e Utah
Estas
medidas de contenção
do
banditismo geraram muitos desentendimentos entre os dois países. Em
1846, houve um conflito
de fronteira entre os Estados Unidos e o México. Os norte americanos acabaram
declarando guerra ao país vizinho invadindo seu território e
"libertando" a
Califórnia,
Novo
México,
Nevada,
Arizona e
Utah.
Metade do território mexicano foi
perdida para os Estados Unidos, e grande parte do povo latino da região, ou foi
morto, ou expulso para o que restou do México.
Abertura forçada do mercado
do Japão
Em 1853 uma esquadra estadunidense
força os japoneses à abertura das fronteiras e seus mercados aos Estados
Unidos.
A invasão da Nicarágua
Em 1855 o mercenário
William
Walker desembarcou e atacou a Nicarágua dominando o país declarando-se
presidente. Fazendeiros sulistas norte americanos imediatamente fundaram
oligarquias na região. Walker porém foi derrotado e fuzilado em
Honduras.
Muitos dos fazendeiros tiveram que retornar aos Estados Unidos falidos e
doentes.
John O'Sullivan e "O destino
manifesto"
Em
1857, o jornalista
estadunidense
John O'Sullivan declarou que:
(sic)...seria
intolerável que prejudicassem nosso poder, limitando nossa grandeza e impedindo
a realização do nosso "Destino Manifesto", que é estendermo-nos sobre
o continente que a Providência fixou para o livre desenvolvimento de nossos
milhões de habitantes, que anos após anos se multiplicam...
Influência sobre a Teoria do
Espaço Vital (Lebensraum
em alemão)
O Geógrafo alemão
Friedrich
Ratzel visitou a
América do Norte no início de 1873
3 e
se impressionou com a doutrina do Destino Manifesto nos EUA
4
. Ratzel simpatizava com os resultados do "Destino Manifesto", mas
ele nunca usou o termo. Em vez disso, ele contou com a
Tese da Fronteira de
Frederick Jackson Turner5 .
Ratzel promoveu colônias ultramarinas para a Alemanha, na Ásia e África, mas
não uma expansão em terras eslavas
6 .
Depois alguns alemães reinterpretaram Ratzel para defender o direito do raça
alemã de expandir na Europa, essa noção foi mais tarde incorporada na ideologia
nazista4
. Harriet Wanklyn argumenta que os políticos distorceram a teoria de Ratzel
para objetivos políticos
7 .
A guerra contra a Espanha e
a invasão dos territórios hispânicos
Em
1898, com a explosão de
um navio estadunidense chamado
Maine em Cuba, os EUA declaram a
guerra contra a Espanha, os territórios
espanhóis no
Caribe
e no
Pacífico
foram invadidos. Cuba permaneceu ocupada até 1902, sendo
liberada pelos
norte americanos depois da aprovação da
emenda
Platt. A emenda Platt era uma lei que dava direito aos norte americanos de
invadir Cuba a qualquer momento em que interesses dos Estados Unidos fossem
ameaçados. Esta lei permaneceu mantendo Cuba um
protetorado
estadunidense até
1933.
A anexação do Hawaii
Em 1898 o congresso estadunidense
aprova a anexação das Ilhas do Havaí.
A Conferência Pan-americana
Em 1890, aconteceu a primeira
Conferência Pan-americana. Esta propunha uma moeda comum no continente
americano, o dólar, uma união aduaneira, um conselho de arbitragem de conflitos
militares e econômicos em
Washington, além de cobrança de tributos de
proteção.
O
Brasil e a
Argentina se opuseram,
receberam retaliações econômicas do bloco liderado pelos norte americanos.
Contra o Brasil, a principal retaliação foi o encerramento da importação do
látex, contra a
Argentina, a importação de gado e de
trigo.
Roosevelt e o Big Stick
Em
1901 Theodore Roosevelt assumiu a presidência dos
Estados Unidos, sua máxima era
(sic)...Fale suave, mas tenha nas mãos um
grande porrete que será bastante útil..., esta foi chamada da política do
Big Stick.
Seguindo esta orientação, sob os mais diversos pretextos os Estados Unidos
ocuparam em nome da
democracia Cuba entre 1906 a 1909, em 1912 e 1917 a
1922, o
Haiti
entre 1915 a 1934, a
República Dominicana entre 1916 e 1924 e a
Nicarágua
entre 1909 a 1910 e 1912 a 1933.
O Canal do Panamá e a liberdade do povo
panamenho
A região do
Canal
do Panamá pertencia à
Colômbia, por uma questão de soberania os colombianos não
aceitaram a proposta estadunidense da construção de um canal em seu território.
Em
1903, o Senado da
Colômbia negou-se a ratificar o
Tratado de Hay-Herrán,
que estabeleceria o arrendamento aos Estados Unidos de uma faixa de território
do
istmo do
Panamá para
construírem um canal e ter seu uso exclusivo por 100 anos. Como conseqüência os
Estados Unidos insuflaram uma guerra separatista na região. Depois da
intervenção de tropas estadunidense foi criado o Panamá, país que ficou sob o
protetorado dos norte americanos. Em troca foi cedida a região para a
construção do canal e o direito de explorá-la para sempre pelos norte
americanos. Em meados de
1975, sob muita pressão internacional, e depois de muitos anos
de negociações, os Estados Unidos aceitaram entregar o canal para o Panamá em
1999.
Os donos do Brasil
Todos os países da América sofreram
em maior ou menor grau o efeito da doutrina do
Destino Manifesto. Ora
com intervenções militares, ora econômicas, políticas ou ideológicas. No
Brasil também houve
o domínio e compra de muitas terras gerando gigantescos oligopólios e a compra
de companhias brasileiras por muitos empresários norte-americanos do início do
século XX até a década de cinqüenta do mesmo século. Grande parte das
atividades de extrativistas, construção de estradas de ferro, rodovias,
mineração, geração de energia elétrica, águas e esgotos, transportes,
indústrias de papel, metalúrgicas, mecânicas, navais entre outras, pertenciam
àqueles grupos.
Percival Farquhar
De todos que vieram ao Brasil, o
mais conhecido foi o norte-americano
Percival
Farquhar, o dono da Estrada de Ferro
Madeira
Mamoré, que ficou mais conhecida como a
Ferrovia
do Diabo, em cuja construção morreram muitos milhares de trabalhadores que
viviam na selva amazônica sob as mais precárias condições de trabalho sub-humano
e semi-escravidão. Em todo Brasil o senhor Farquar tinha suas indústrias
voltadas quase que unicamente para o extrativismo vegetal e mineral. No Sul do
Brasil no Estado
Paraná, a empresa colonizadora pertencente ao empresário
derrubou e enviou documentados mais de 250 milhões de pinheiros, estima-se que
somada ao envio ilegal, a remessa chegou na ordem de 750 milhões de pinheiros,
praticamente extinguindo toda a fauna e flora dependente das florestas de
araucárias
do Estado. No Estado de
Santa Catarina a cifra ultrapassou à casa de 800 milhões
de árvores retiradas com a conseqüente destruição da fauna e flora. Para
remeter toda esta madeira para os
Estados
Unidos foram construídos milhares de quilômetros de estradas de ferro, no
interior do Paraná e Santa Catarina. Quem pagou a construção destas ferrovias
para uso particular do grupo norte-americano, foi o Governo Brasileiro. Uma das
conseqüências das mazelas de uma de suas empresas, a
Southern Brazil
Lumber & Colonization Company foi a
Guerra do Contestado, após a demissão de
milhares de operários que haviam sido contratados para a construção da
ferrovia.
América do Sul
Em todos os outros países da
América
do Sul, também houve a
invasão benigna de empresas norte-americanas.
Da
Argentina
foram levadas as mudas da
Cola, da
Bolívia,
Colômbia,
etc mudas de
Coca,
ambas destinadas à fabricação do refrigerante mais bebido do mundo
8
. Da
Amazônia
foram retiradas as mudas da
Seringueira, além de muitos outros vegetais
e minerais.
A conquista dos corações
americanos
No final da década de 1930,
seguindo sua doutrina do
Destino Manifesto os Estados Unidos iniciaram
sua fase de conquista dos "corações e mentes" da América (toda a
América, não só a do norte). Começou a campanha de penetração cultural
norte-americana ostensiva no Brasil e nos outros países americanos. O
“american
way of life” foi sendo introduzido gradativamente na sociedade
latino-americana. No caso do Brasil, o plano era uma estratégia dos Estados
Unidos para incentivar a solidariedade hemisférica de forma a enfrentar a
influência do
Eixo e consolidar-se como grande potência. O
início da campanha foi a propagação através da propaganda dos
"valores
pan-americanos" , isto ocorreu durante as conferências
interamericanas. Em agosto de 1940, foi criado o
“Office of the Coordinator
of Inter-American Affairs (OCIAA)” 9
, era um escritório chefiado pelo empresário
Nelson Rockefeller vinculado ao
Conselho
de Defesa Nacional dos Estados Unidos.
Office of the Coordinator of Inter-American
Affairs - OCIAA
As divisões da agência continham
setores de relações culturais, comunicações, saúde, relações comercial e
financeira
9
. Havia ainda diversas fundações dirigidas por senhoras de empresários americanos
com a finalidade de
filantropia e
ajuda humanitária. Portanto,
todas as atividades eram isentas de impostos e ainda recebiam dinheiro do
governo brasileiro para atuarem em todo o território nacional. O OCIAA
9
, se subdividia em seções: música, cinema, imprensa, literatura, rádio, arte,
finanças, exportação, problemas sanitários, transporte e educação infantil. O
OCIAA atuou de forma ostensiva com o
DIP 10
, principalmente nas pesquisas e implementação de técnicas para a criação de
cartilhas escolares
9
.
O OCIAA na Imprensa e meios
de comunicações brasileiros
Quando atuava nas áreas de
informações e comunicações, a agência norte-americana veiculava na imprensa
brasileira
factóides
favoráveis aos Estados Unidos. Difundiu no Brasil as técnicas mais modernas de
manipulação comportamental mediante imagens agradáveis ligadas a tudo que era
norte-americano
10
11
Difundiu por anos a impressão de
que os produtos importados dos Estados Unidos faziam parte da
moda e que
produtos nacionais eram somente aceitos pela classe baixa da população,
fomentou a diferenciação de classes e a criação de serviços de
primeira
classe para quem podia pagar e de
segunda classe para quem não podia
pagar
10
.
Este tipo de propaganda fez a
classe média iniciar a
onda consumista já no início da década de 1950, acelerando
o comércio e a importação de produtos norte-americanos, principalmente
automóveis e eletrodomésticos
10
.
Foram implantadas técnicas de
publicidade no jornalismo nacional. Para isso era necessária a importação de
equipamentos daquele país para transmissão e recepção de radiofotos, de forma a
demonstrar a
modernidade da imprensa norte-americana
10
.
A publicidade a serviço do
domínio
Sob a coordenação do OCIAA, se
iniciou uma campanha publicitária direcionada à classe média brasileira. Eram
incentivados o luxo e o consumismo através das roupas caras e apetrechos de luxo
de grande apelo popular
10
.
Os programas radiofônicos e as
produções cinematográficas davam ênfase aos produtos de consumo, principalmente
eletrodomésticos. A propaganda massificava a população e era largamente
utilizada como um dos mais importantes instrumentos de propaganda da guerra
10
.
Programas de rádio transmitidos do
território americano tinham penetração em todo o Brasil. O OCIAA através da
rádio
A Voz da América com suas antenas voltadas para o Brasil
apresentava a cobertura em tempo real da guerra com slogans incitando aos
brasileiros o quanto era bom ser
"americano", há que se
lembrar que brasileiros não são bem vindos em território americano
12
As transmissões divulgavam durante
todo o tempo a cultura norte-americana, seus usos e costumes. Eram reforçadas
as publicidades direcionadas principalmente à classe média e aos jovens de
faixa etária entre vinte e cinco e trinta anos em programas radiofônicos.
Bons exemplos de propaganda de
guerra foram programas como "O Brasil na Guerra", "A Família
Borges" e "Barão Eixo".
O uso do cinema
Os filmes de ficção e documentários
norte-americanos tinham o papel de difundir a ideologia e cultura dos Estados
Unidos, para tal, OCIAA usava as indústrias cinematográficas de
Hollywood 9
.
O OCIAA evitava mostrar para a
América Latina em seus filmes os costumes norte-americanos que poderiam a vir a
ofender os brios e o modo de vida latino
9
.
Exemplo típico foram os famosos
foras da lei mexicanos, tão comuns nos filmes de bang-bang. Estes foram
eliminados das produções de Hollywood para evitar mal-estar entre os latinos.
Outro exemplo comum utilizado até a
atualidade que procura disfarçar a discriminação racial contra os negros e
latinos, bastante comum nos Estados Unidos eram, e ainda continuam sendo os filmes
policiais dirigidos para a América Hispânica e Brasil. Nos filmes os policiais negros
são companheiros inseparáveis de policiais brancos.
No caso de filmes dirigidos e
exportados para a
Argentina, e outros países hispânicos evitavam ofender os
brios e o machismo dos latino-americanos, enaltecendo a
masculinidade
e a
feminilidade
latinas.
Disney
A criação de personagens para
fomentar a política de boa vizinhança continental foi muito utilizada sob o
comando do OCIAA
9
Assim, os Estúdios Disney, criaram
o papagaio
Zé Carioca com a firme proposição de influenciar as
crianças brasileiras em serem amigos das crianças norte-americanas, preparando
as latinas para serem lideradas por aquelas no futuro
13
. O filme
Alô Amigos demonstra bem a manipulação comportamental
onde o
"simpático e falador papagaio" enfatiza a amizade com o
"nervoso e temperamental" Pato Donald,
naturalmente a mensagem passada é que o papagaio aceita a liderança do pato em
todas as ocasiões
14
A preparação para a invasão
Devido à grande quantidade de
trabalhadores estrangeiros que morreram durante as construções de ferrovias e
rodovias por empreiteiros norte-americanos no Brasil desde o início do século
XX, o OCIAA sabia que existiam doenças tropicais no território nacional que
matavam indivíduos que não tinham imunidade àquelas enfermidades.
As principais doenças pesquisadas
"humanitariamente"
foram a
malária
e a
Febre
amarela. Visando
"ajudar" a população enferma brasileira
no controle das doenças, o OCIAA iniciou um ostensivo programa de educação
médica e treinamento de enfermeiros brasileiros e estrangeiros nas selvas
brasileiras.
Embora negado, sabe-se que o
objetivo principal não era obter a aprovação da população à atuação da agência
no Brasil. O povo sertanejo em grande parte pois grande parte era e é imune às
várias endemias que assolam as florestas do Brasil, na realidade as pesquisas
iam muito mais além.
As forças armadas norte americanas
precisavam preparar o terreno para a provável chegada e manutenção de suas
tropas e empresas mineradoras em território brasileiro com a finalidade de
extrair materiais estratégicos a serem fornecidos às suas indústrias bélicas.
Todas as jazidas conhecidas então na América do Norte estavam sendo exploradas
e muitas estavam se exaurindo. Conforme acertado nas negociações em que ocorreu
o alinhamento brasileiro à política norte americana, o Brasil passaria a ser um
protetorado daquele país na época da
Segunda Guerra Mundial por não ter poderio
bélico suficiente para se defender de um inimigo externo
10
.
Foram construídas então bases
aéreas, navais, fábricas de armas, metalúrgicas e siderúrgicas com
financiamento oferecido por banqueiros norte-americanos sob o aval do
Ministério da Defesa daquele país. A única condição era que as
"empresas"
fundadas deveriam ser orientadas por empresas de consultoria norte-americana e
que a tecnologia e insumos deveriam ser comprados dos norte-americanos
10
.
Foi acertado também que certas
ligas metálicas e certos artefatos não poderiam ser construídos em território
brasileiro para salvaguardar as patentes de produtos daquela nação. Foi este o
motivo em parte do atraso do Brasil em produzir certas ligas de aço resistentes
e de não produzir ligas metálicas nacionais para solda elétrica até a década de
1950.
Carmem Miranda, o Zé
Carioca, Coca-cola, a obrigatoriedade do ensino do inglês nas escolas públicas
e as fábricas de cigarros
A portuguesa Carmem Miranda naquela
época se tornou o símbolo da cultura brasileira nos Estados Unidos. O papagaio
Zé Carioca ajudou a construir o estereótipo do brasileiro simpático e malandro,
não muito chegado ao trabalho
10
.
A poderosa Coca-Cola utilizando de
propaganda maciça, principalmente no cinema, iniciou uma campanha lançando
"modismos"
como novas vestimentas, roupas de praia e banho para senhoras e senhoritas,
dando ênfase às formas femininas e à sensualidade acabou por substituir o
consumo pela classe média dos sucos naturais. A família brasileira deixou então
de beber a limonada, a laranjada, o suco de melancia, o suco de abacaxi e
demais sucos de frutas tropicais. Um detalhe importante era a ênfase dada pelo
fabricante norte-americano de que sua bebida deveria ser consumida pelas
"famílias
de bem", dando margem subliminar de que os consumidores de sucos não
eram
"consumidores premium" 10
.
O ensino de línguas estrangeiras
nas escolas brasileiras, a exemplo do latim, do francês e do espanhol, passou a
ser desestimulados pelo governo brasileiro influenciado pela propaganda
norte-americana
10
.
As escolas estaduais passaram a ser
obrigadas pelas esferas federais a substituir o ensino de quaisquer idiomas
pelo inglês. No Estado de Santa Catarina, de forte influência de colonização
alemã, o uso da língua germânica pela população passou a ser proibido e punido
com prisão. As escolas que ensinavam aquela língua passaram a ser fechadas caso
não mudassem o ensino para o inglês
10
.
O idioma inglês passou já naquela
época a ser considerado a língua de "pessoas cultas". Nas
reuniões, era de bom tom se referir em diversas ocasiões em idioma inglês para
as mais diversas situações. Eram
consideradas "charmosas" as expressões: "Oh my
God", "My baby", "My little bear",
etc.
Nas escolas, principalmente nas
"particulares",
era moda o uso de roupas de corte norte-americano entre os adolescentes já no
início da década de 1950
10
.
- O vício do fumoiniciou sua
caminhada pela publicidade dirigida a crianças através de pequenos "cigarros de chocolate"
distribuídos nas escolas públicas. Era comum ver crianças de 6, 7 anos de
idade na década de 1950 e 1960 sorvendo pequenas barras de chocolate
idênticas aos cigarros que os adultos fumavam. As caixas onde eram
acondicionados "os cigarrinhos de mentirinha" eram
idênticas às carteiras dos cigarros verdadeiros. As crianças andavam às
mãos de seus pais segurando os "cigarrinhos" da mesma
forma que os adultos.
Nos "filmes de guerra"
norte-americanos não eram raras as cenas de oferecimento de "cigarros
americanos", inclusive entre os "inimigos"
transmitindo assim a mensagem de que os "companheiros de vício"
não tinham fronteiras.
Embora a venda e consumo de
cigarros no Brasil tenha tido sua primeira onda na década de 1920, foi na época
da Segunda Guerra Mundial que as grandes multinacionais do fumo
norte-americanas (as européias seguiram a onda em seguida) tiveram uma
verdadeira explosão das exportações do cigarro industrializado para o Brasil.
A aceitação do vício entre crianças
e os adolescentes (além dos adultos) foi tão grande que as empresas se
apressaram em construir novas fábricas no Brasil no final da década de 1940. As
marcas Camel, Chesterfield, Pall Mall, Marlboro, Hollywood entre outras européias
e norte-americanas tiveram no início da década de 1950 uma grande explosão de
vendas. A população estava viciada em produtos norte-americanos.
O intervencionismo
norte-americano contra o comunismo
Com o fim da Segunda Guerra Mundial
e a conseqüente derrota do eixo, os Estados Unidos fizeram ser aprovada a
Declaração de Solidariedade para a Preservação da Integridade Política dos
Estados Americanos Contra a Intervenção do Comunismo Internacional, esta
era a nova maneira dos norte-americanos continuarem sua presença nas Américas.
O comunismo
Agora era a vez do Comunismo;
documento datado de março de 1954 afirmava que "(sic)...que o domínio
ou controle das instituições políticas de qualquer Estado americano por parte
do movimento internacional comunista, que tenha por resultado a extensão até o
continente americano do sistema político de uma potência extracontinental,
constituiria uma ameaça à soberania a à independência política dos Estados
americanos, o que poria em perigo a paz da América".
Domínio político versus
domínio econômico-financeiro
Porém tomando-se o intenso
interesse de grandes grupos empresariais dos Estados Unidos em expandir suas
empresas, por exemplo, na
China, um país de governo
comunista,
pode-se concluir que, na verdade a pretensão de domínio mundial dos EUA não se
dá na área política mas sim na esfera econômica. Ou de outra forma, o domínio
do Estado através de subjugá-lo ao poder financeiro.
Dessa forma conseguiríamos entender
o porquê de seu sistema eleitoral não tomar o voto como, ao mesmo tempo, um
direito e um dever, como ocorre no Brasil, por exemplo. O voto, nos EUA, é
facultativo às pessoas comuns. Se tomarmos o voto como expressão legítima de
cidadania (não há como fugir do fato de que nós, as pessoas comuns, somos
obrigatoriamente cidadãos de algum lugar e, ao mesmo tempo, temos o direito
pleno a essa cidadania, conforme a
Declaração dos Direitos Humanos),
corromper essa natureza da cidadania, a saber, seu caráter a um tempo, de dever
e de direito teria, como consequência, o estabelecimento da possibilidade da
pessoa vir a ter o status de "quase-cidadão". Esse enfraquecimento da
noção de cidadania aponta para o fato de que a noção de Estado, de Governo, nos
EUA não é tão importante quanto a noção de poder econômico. O que legitimaria
uma pessoa em sua cidadania estaria mais relacionado, dessa forma, a seu poder
econômico e não à noção de existência nacional.
A eclosão de golpes por toda
a América
Golpes militares começaram a
derrubar presidentes dos vários países das Américas.
15
Foi derrubado
Jacobo Arbens na
Guatemala,
Vargas
no Brasil, entre outros
16
.
Devido a estes movimentos
revolucionários e contra-revolucionários, os países da região perderam
completamente o controle econômico, a região se transformou num caos, e as
populações começaram a ser massacradas pelas mais diversas
ditaduras
militares
16
.
As economias implodidas
Na América do Sul, o empobrecimento
real transformou economias de países em meras dívidas externas impagáveis
À cada revolução, golpe e
contra-golpe, sempre havia "alguém" pronto para emprestar o
dinheiro necessário à conquista da "liberdade democrática" .
Atrás disso vieram os empréstimos
para o "desenvolvimento" dos países do bloco americano, estes
se endividaram novamente e tiveram que contrair mais empréstimos para pagar as
dívidas geradas pelos golpes. Necessitavam de novos e novos empréstimos para
pagar os juros que explodiram com as "crises" internacionais,
do petróleo, etc.
Com a queda da União Soviética, os
norte-americanos continuaram acreditando na sua doutrina do destino manifesto.
Agora como maior potência militar e econômica do Planeta iniciaram a
aculturação de outras nações sob o pretexto de combater o "terrorismo
internacional".
O século XXI
Os Estados Unidos se viram frágeis,
pois jamais haviam recebido um ataque tão violento em seu território no próprio
continente.
Sua resposta foi a invasão do
Afeganistão
e do
Iraque. O
custo financeiro, político e moral do povo norte-americano está sendo
gigantesco, e está colocando em xeque a sua doutrina do destino manifesto
19
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