Lista do Procurador exclui Aécio e Dilma
João Pessoa, PB. O blog do jornalista Kennedy Alencar trouxe nesta quinta-feira (05) uma análise sobre a exclusão de investigação sobre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Roussef (PT) no caso da Operação Lava Jato. Quem evitou a inclusão dos políticos foi o procurador Rpdrigo Janot.
Confira o texto na íntegra:
Ao descartar investigações no Supremo Tribunal Federal sobre a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, age como um bombeiro na crise. Tira gás dos radicais de parte a parte.
A exclusão de Dilma e Aécio da “lista de Janot” ajuda a acalmar um pouco a crise política. O procurador-geral atua com responsabilidade institucional numa hora em que muita gente importante da República age com amadorismo, chantagens e irresponsabilidade.
No meio de tantas notícias ruins na política e na economia, Dilma ganha um argumento forte contra quem vinha falando da possibilidade de impeachment, como os organizadores do protesto marcado para 15 de março. Não significa que os problemas de governabilidade da presidente estejam resolvidos. Ela precisará arrumar um jeito de conviver bem politicamente com os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha.
Já Aécio se fortalece como o principal líder da oposição hoje no Brasil, mantendo vigorosa a possibilidade de voltar a ser candidato a presidente. Uma investigação no Supremo poderia dar ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vantagem na disputa interna do PSDB para concorrer à Presidência em 2018.
A “lista de Janot”, assim como as justificativas para pedir investigações e as razões para recomendar arquivamentos ainda estão em segredo no STF. Será importante analisá-las quando se tornarem públicas, o que pode acontecer amanhã por decisão do ministro Teori Zavascki. Mas é possível dizer que, ao pedir mais investigações, Janot quer mais substância do que a fornecida pelas delações premiadas feitas em Curitiba. Isso é bom. Mostra responsabilidade institucional.
Como Janot foi cuidadoso e solicitou abertura de inquéritos, Renan e Cunha terão um tempo jurídico para se defender bem maior do que a duração de seus mandatos como presidentes da Câmara e do Senado. Foram eleitos por dois anos.
Será importante ver o teor das acusações contra os dois para saber se conseguirão se sustentar nos postos. Mas parece que sim, porque não foram denunciados. Logo, têm poder de fogo para complicar a vida de Dilma, como já mostraram fartamente nas últimas semanas e dias. Portanto, a presidente não tem outra saída que não seja abraçar o PMDB para atravessar a crise.