O Perigo das Religiões
Em algum momento de nossa trajetória paramos para pensar de onde viemos?
Como viemos parar aqui? Existe uma razão para nossa existência?
E para responder a essas perguntas criamos todo tipo de história, eu
poderia chamar de teoria, mas teoria mesmo no sentido correto da
palavra, nós só criamos a poucos séculos. Naquela época criamos
histórias mitológicas, criamos mitos de "criação", relegamos nossa
existência ao desconhecido e aos " deuses", inteligências superiores que
"criaram" o homem.
Inventamos todo tipo de milagres extraordinários, histórias mirabolantes
e fantasiosas para comprovar a força e extraordinariedade do deus, ou
deuses, de nossa crença.
Conforme as grandes civilizações de antanho, Egito, China, Suméria, etc;
foram se desenvolvendo religiões intrincadas e, cada vez mais,
elaboradas e complicadas. Múltiplos deuses, um para a fertilidade do
solo, outro para a chuva, outro para o mar, outro ainda para o vento e
tantos outros para explicar os diferentes fenômenos da natureza, as
coisas do cotidiano e nossas origens.
Até aí tudo bem.
O problema se dá quando começamos a pensar que nossos deuses é que são
os verdadeiros, que nossa fé é a única verdadeira e que a fé e os deuses
alheios são mentiras e vaidades.
Não é incomum, ao assistirmos um noticiário, nos depararmos com alguma
guerra no Oriente Médio que não conseguimos entender. Mas ao procurarmos
os por quês dessas guerras encontramos, na história daquela região, os
motivos:
Tudo se iniciou em função das religiões antigas daqueles povos.
Sempre que um grande império da antiguidade dominava uma tribo, ou
cidade estrangeira, agregando mais posses ao seu território, levava suas
crenças e religiões aos povos conquistados. Mas no fim das contas havia
um remodelagem, uma soma das duas crenças, dos dominadores e dominados,
gerando uma nova crença ou uma "soldagem" das duas religiões culminando
em uma fé mestiça.
No entanto quando isso não era possível guerras infindáveis se
iniciavam, algumas não terminaram até hoje, gerando morte destruição,
mudanças cartográficas aqui e acolá, atrocidades inomináveis, enchendo
de ódio cada nova geração seguinte e se tornando cada vez mais insana.
Veja o exemplo de Israel e a Palestina.
Por causa do cristianismo nós achamos que os israelitas estão corretos e
os palestinos são loucos que querem tomar conta de uma terra que não é
deles.
Mas a história não é bem assim. Após 40 anos vagando no deserto, depois
de ter saído do Egito, os israelitas finalmente chegaram a terra
prometida por Yaveh.
Só tinha um problema.... Já existiam moradores na terra que "mana leite e
mel", tão desejada pelos hebreus. Em quem é que eram os moradores da
tão sonhada terra?
Sim, querido leitor, os filisteus, no inglês Philisteu, por isso Palestina.
Os palestinos são, por direito, os donos da terra. Os israelitas,
hebreus, judeus é que são os invasores. No entanto eles não se
consideram invasores afinal foi "Deus" quem lhes deu a posse, eles
consideram que a terra que hoje chamam de seu país foi lhes dada por
direito "divino".
(basta ler os livros de Deuteronômio e Josué para entender a história)
Mas não foi um milagre divino que fez os israelitas entrarem as cidades pré-existentes, foi pela força e pela espada.
Após isso assassinatos, profanação de templos, atentados e outras
atrocidades foram sendo cometidas por séculos a fio até os dias de hoje,
por que uma ideologia religiosa deu o "direito" a um povo invadir
terras alheias, pois a religião dos donos naturais da terra era perversa
e errada; também há essa parte, "Deus" adverte o povo israelita várias
vezes para não seguir as religiões dos povos invadidos, pois era esse o
motivo de eles estarem sendo "retirados", pra não dizer expulsos, de sua
terra.
Não bastassem as guerras que por tanto tempo assolam a chamada "terra
santa", causando mortandade sem precedentes, nosso século vê crescer
assustadoramente outra religião que tem origem tempos antigos: o
islamismo.
Para aqueles que não conhecem a história, o deus Yaveh, deus dos
hebreus, judeus e cristãos, prometeu a Abraão, patriarca bíblico, que
este apesar de já serem idosos ele e a esposa, eles se tornariam pais de
uma nação tão imensa quanto as estrelas do céu. No entanto como Sara, a
esposa de Abraão, não acreditava que pudesse engravidar resolveu dar
ao esposo uma escrava egípcia para que essa lhe gerasse o filho que
Yaveh prometera.
O deus não gostou e mandou que Abraão enviasse o filho pequeno e sua mãe
ao deserto para morrerem. Mas a escrava teria implorado ao deus que
poupasse ao menos o filho, Yaveh então prometeu que o pequeno Ismael,
seria também pai de uma imensa nação.
A história está em Gênesis cap 16
A história está em Gênesis cap 16
Mohamed, ou Maomé, fundador do islamismo, é descendente de Ismael.
Para os muçulmanos o Q'ram , ou Alcorão, é sagrado, como a Bíblia é para
cristãos e judeus, pois foi entregue ao profeta pelas mãos do próprio
deus, ou Allah, que também é o mesmo Yaveh, que eu e você chamamos
apenas de Deus.
Esquecendo essa pequena confusão o que mais importa na história é que
diferente dos cristãos que pregam a tolerância e dos judeus que não
aprovam outras religiões mas as toleram até certo ponto, o islamismo é
extremamente fundamentalista, e algumas ramificações são intolerantes e
perigosas.
Seu ideal de vida ainda está fundamentado lá nos tempos de Abraão, Ismael e Maomé.
Grupos mais recentes como o "Estado Islâmico" quer, sem exageros amigo
leitor, dominar o mundo, ou retirá-lo di estado de depravação e
obscuridade no qual se encontra atualmente e entregá-lo a Alá.
Esses grupos mais extremos querem ver o mundo inteiro, principalmente o
nosso mundo ocidental, transformado em um mundo inteiramente muçulmano.
E, se for preciso, o caminho para esta conquista é a guerra, afinal eles
não vão fazer como os religiosos que você conhece que vão lhe entregar
um folheto e convida-lo a ir a sua igreja.
Parece que mesmo depois de descobrirmos que a religião, as diversas
mitologias e as crendices estavam equivocadas em vários aspectos a
respeito da vida, do espaço e do funcionamento de vários sistemas
diferentes do cotidiano; mesmo assistindo a guerras infindáveis por
ideologias arcaicas e ultrapassadas, não aprendemos uma virgula.
Principalmente no Brasil vemos brotar todos os dias essa e aquela igreja
de posse da "verdade", da " salvação " e da "condenação" alheia, é
lógico; que só promovem mais discussão e separatismo do que a, tão
utópica, paz e tolerância pregada por Jesus. Em uma cópia minimizada das
guerras irracionais travadas no oriente próximo.
No fim das contas parece que as religiões só trouxeram amarguras e
agruras a povos já sofridos em países onde a sobrevivência por si só já é
difícil, e o que essas ideologias conseguem fazer é só piorar a vida
das pessoas as quais deveriam dar esperança.